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EXAME

NEUROLÓGICO
• Uma anamnese e um exame neurológico meticulosos têm como meta a localização acurada da
disfunção neurológica e a elaboração do diagnóstico diferencial.
• Roteiro – inspeção, equilíbrio estático, marcha, tônus, coordenação, reflexos, sensibilidade e
exame dos nervos cranianos.
• Não existe uma ordem para o roteiro acima.
• Abordagem sistemática – 1° exame do estado mental e dos nervos cranianos, 2° exame do corpo
(exame motor + reflexos tendinosos profundos) e 3° exame da marcha.
3 perguntas devem ser respondidas através do exame neurológico:

• Quais as estruturas anatômicas estão envolvidas?


• Qual a natureza da desordem neurológica?
• Quais as etiologias mais comuns para esse tipo de desordem?
Inspeção:

• Geralmente a primeira parte do exame físico, deve-se avaliar a atitude, as fácies, a pele e o
trofismo do paciente.
Atitude – posição que o paciente fica quando está em pé e como ele chega no consultório.

• Atitude de Wernike-Mann – flexão do membro superior direito e extensão do membro inferior


direito. Clássica em sequelas de AVC, mas também pode ser de paciente com esclerose múltipla,
trauma ou lesão.
Fácies – fisionomia ou aparência do rosto, a qual pode distinguir um determinado grupo de doenças.

• Parkinson – fácies com fisionomia fixa (sempre com o mesmo semblante), também tem pregas na
testa, sobrancelhas erguidas, face de susto e ao mesmo tempo um olhar caído (cara de sono).
• Miastênica – olhos mais abertos durante a manhã e a medida que o dia vai passando o olho vai
caindo. A forma de testar essa doença é pedir para o paciente fazer o mesmo movimento
repetidamente (depois de um tempo ele vai cansar e parar de mover).
• Down – rosto bem redondo e a boca entreaberta (dificuldade para fechar a boca).
• Acromegalia – protusão do mento do queixo, mão muito grande.
• Em máscara – possível hipotireoidismo.
Pele – alterações, como no herpes zoster.
Trofismo – grau da musculatura, avaliando seu comprometimento.

• Eutrofismo – paciente que tem o trofismo normal da musculatura.


• Distrofia de Duchenne – ocorre a hipertrofia das panturrilhas, é uma doença neuromuscular.
• Atrofia muscular – pode representar um problema próprio do músculo ou de nervo periférico.
• Distrofia de Steinert – doença neuromuscular, a região temporal fica hipotrofiada, paciente tem
alopecia, facie mais alongada e semiptose bilateral.
Equilíbrio estático:

• Quando falamos de equilíbrio estático, o paciente deve estar parado. Ou seja, devemos avaliar se
o paciente senta sem apoio, se ele consegue ficar de pé sem apoio, se ele consegue ficar de pé
com os olhos abertos ou fechados.
• Vale lembrar que o equilíbrio estático é mantido pelo cerebelo, funículo posterior, sistema vestibular
e pela visão. Um comprometimento em algum desses componentes gera uma perca no equilíbrio
estático do paciente.
• Distúrbios labirínticos (comprometimento do sistema vestibular) – o paciente fecha os olhos e caí
após um pequeno tempo de latência, sempre caindo para o mesmo lado, ou seja, para o lado
comprometido.
• Ataxia sensitiva – o paciente não consegue ficar em pé quando fecha os olhos (sinal de Romberg).
• Ataxia cerebelar – paciente aumenta a base de sustentação para ficar em pé, o paciente não
consegue fechar os olhos e aproximar os pés.
• Pesquisa do sinal de Romberg – pede para o paciente ficar em posição similar ao de sentido militar
(em pé com os braços ao lado do corpo), juntar os pés e fechar os olhos. Ao fazer isso, o paciente
cai imediatamente, o lado da queda pode variar.
• Sinal de Romberg é patognomônico de comprometimento no funículo posterior, ou seja, uma ataxia
sensitiva.
• Causas da ataxia sensitiva – deficiência de vitamina B12, sífilis terciária e degeneração combinada
subaguda.
Avaliação da marcha:

• Avaliar se o paciente anda em linha reta, como é a sua base de sustentação, se ele anda na ponta
dos pés, se arrasta os pés, se tem dificuldade para retirar as pontas dos pés do chão e como o
calcanhar toca no chão.

Normal ou atípico – ritmo regular, com passadas homogêneas. Membros superiores participam da marcha
por meio do balançar alternado e oposto aos pés.

Escarvante – paciente não faz dorsiflexão do pé, caracterizado por arrastar ou tropeçar sobre a ponta do
pé. Paciente com o pé caído – presente na neuropatia do nervo fibular, Radiculopatia de L5.

Atáxica sensitiva/talonante – paciente bate com força o calcanhar no chão (talus). Ocorre devido ao
comprometimento do funículo posterior, ou seja, paciente tem comprometimento na propriocepção. As
possíveis causas são, tabes dorsalis, deficiência de vitamina B12 (principalmente em pacientes
alcóolatras).

Atáxica motora – dificuldade de coordenação, marcha ebriosa (como um bêbado), ocorre em doenças
cerebelares.

Coreica – é como se o paciente estivesse dançando, realiza movimentos involuntários, descoordenados e


bilaterais. Como causas, tem-se a doença de Hutchinson, febre reumática e uso excessivo de levodopa
(medicamento para doença de Parkinson).

Em tesoura/bipiramidal – comprometimento dos músculos adutores da coxa, causada pela paraparesia


espástica tropical.

Hemiplégica/ceifante – paciente com síndrome piramidal, resulta da paresia do membro afetado. Causado
por sequelas de AVC e esclerose múltipla.

Miopática – acomete a musculatura proximal, movimento em báscula do quadril, aspecto rebolativo ou


marcha anserina. As causas são miopatia de Duchenne, doença de Perthes e gestação.

Apraxia da marcha – paciente fica em pé, mas perde a habilidade de caminhar. A causa é demência em
quadro grave.

Parkinsoniana – flexão do tronco, com passos curtos e sem balançar os braços, presença de festinação
(patinada), viram em blocos.

Exame do tônus:

• Tônus é o estado de contração do músculo em repouso, de maneira involuntária.


• O paciente deve ser avaliado em repouso e por reflexos (sem participação voluntária).
• Hipertonia – tônus aumentado.
• Hipotonia – tônus reduzido,
• Palpação dos grandes grupos musculares, como panturrilha, bíceps e coxas.
Manobra do balanceio –

• Examina a amplitude do movimento articular do punho.


• Paciente com tônus diminuído faz um movimento maior e com tônus aumentado faz uma
movimentação menor.
Manobra do rolamento –

• Examina a amplitude do movimento articular do tornozelo.


• Coloca o paciente deitado e faz o movimento de girar a coxa, avaliando o movimento do pé, se tem
hipertonia ou hipotonia.
Manobra passiva –

• Faz uma palpação distalmente e proximalmente a uma articulação.


• A alteração pode ocorrer com o sinal do canivete, no bíceps.
Sinal da roda denteada –

• Ocorre no parkinsonismo, caracterizado pela alternância entre os movimentos de contração e


relaxamento, devido a hipertonia muscular e, consequente limitação dos movimentos passivos
dos segmentos dos membros.
Sinal do canivete –

• Comum nas sequelas do AVC, faz flexão do tríceps e solta rapidamente.


Hipertonia plástica –

• Encontrada na síndrome parkinsoniana, o membro mantém sua posição natural, mas ao ser
mobilizado sofre resistência cada vez mais intensa até ceder.
Hipertonia elástica –

• Encontrada na síndrome piramidal, relacionada a espasticidade, ocorre a nível da lesão


corticoespinhal.
Exame da coordenação:

• Exame das funções cerebelares e suas vias, deve-se avaliar a harmonia dos movimentos.
• Primeiro se avalia com os olhos abertos e depois com os olhos fechados.
• Com os olhos fechados também se avalia a propriocepção (sensibilidade profunda).
• Deve-se sempre comparar a simetria, olhar os dois lados do corpo.
• O objetivo é a avaliar a topografia da lesão, ou seja, o local em que está a lesão.
Teste de coordenação dos membros superiores:
Manobra dedo-nariz-dedo –

• Paciente coloca o dedo no seu nariz e depois no dedo do examinador, com os olhos abertos.
• Dedo-nariz – paciente com os olhos abertos e posteriormente fechado, coloca o dedo no nariz e
depois estica os braços para o lado.
Teste das marionetes:

• Com o paciente sentado, solicita-se que ele coloque suas mãos espalmadas sobre as coxas e
então que realize, de cada lado independente, e com aumento gradual da velocidade, movimentos
alternados de pronação e supinação (bata com a mão aberta na perna, com a palma e com o
dorso, repetidas vezes).
• Normal – eudiadococinesia ou eumetria.
• Anormal –
• Disdiadococinesia – incapacidade de realizar movimentos alternados de promoção e supinação.
• Dismetria – paciente erra o alvo.

Teste de coordenação dos membros inferiores:


Manobra calcanhar joelho:

• Paciente em decúbito dorsal, deve-se solicitar que ele encoste o calcanhar direito sobre o joelho
esquerdo (ou ao contrário) e, em sequência deslizar o calcanhar sobre a crista da tíbia.
• Realizar em 2 etapas – com os olhos abertos e com os olhos fechados, assim se consegue
determinar se o paciente tem ataxia cerebelar ou sensitiva.
• Na ataxia sensitiva, ao fechar os olhos, ocorre aumento dos erros.

Considerações sobre os testes:

• O cerebelo é o principal órgão da coordenação, entretanto a coordenação também está


relacionada com o aparelho vestibular, com o tronco cerebral e com os núcleos oculares.
• Essa avaliação pode identificar anormalidades associadas a ataxia e a disfunção cerebelar.
Reflexos:

• Avalia-se os reflexos profundos ou osteotendinosos, superficiais ou profundos.


Reflexo bicipital (C6):

• Avalia-se colocando o dedo, dedão ou os dois dedos sobre o tendão do bíceps do paciente.
• Após colocar o dedo no tendão, bate com o martelo sobre o dedo do examinador.

Reflexo tricipital (C7):

• Bate com o martelo diretamente sobre o tendão do tríceps, o paciente tem que estar em repouso,
ou seja, sem estar com a musculatura contraída.
• Espera-se uma extensão do antebraço.

Reflexo estilorradial (C6):

• Bate com o martelo dois dedos acima da cabeça do rádio.


• Espera-se flexão do antebraço.
Reflexo patelar (L4):

• Pode ser feito sentado ou deitado, espera-se uma extensão da perna.

Reflexo Aquileu (S1):

• Deve-se feito uma dorsiflexão passiva, batendo com o martelo sobre o tendão diretamente.

Análise dos reflexos:

• Reflexo aumentado – hiperreflexia.


• Reflexo diminuído – hiporreflexia.
• Reflexo abolido – arreflexia.
Reflexos patológicos:
Clônus:

• Contrações rítmicas e rápidas, em resposta a distorção forçada e mantida dos músculos quando
existe hiperreflexia profunda.
• O examinador flexiona ligeiramente o joelho do paciente e dorsiflexiona abruptamente o tornozelo.
• Quando positivo, uma forte rigidez denteada aparece, ou seja, o paciente fica batendo o pé,
representa síndromes piramidais.
Cutâneo plantar:

• Faz um estímulo forte na região plantar central.


• Pega o pé do paciente e vai fazer com uma ponta romba de uma caneta ou com a parte de trás do
martelo de reflexos, uma excitação da borda lateral do pé, iniciando na região correspondente ao
calcanhar e prosseguindo para cima (do calcanhar em direção ao hálux).
• Quando tem o reflexo cutâneo plantar normal, o paciente faz uma flexão do dedo (fazer uma
extensão não é normal).
• Normal – flexão do hálux, indiferente – não mexe os pés (é normal também), extensão do hálux (é
anormal, representa o sinal de Babinski, disfunção da via piramidal).

Hoffman:

• Também indica lesões piramidais, pega a falange distal do terceiro dedo da mão e faz um peteleco.
• Sinal de Hoffman – está presente se uma pancada leve na unha do 3°dedo excita uma flexão
involuntária da falange distal dos dedos médio e anelar.
Patologias:

• Esclerose lateral amiotrófica – pode causar aumento dos reflexos, com presença dos reflexos
patológicos.
• Polineuropatia (comprometimento dos nervos periféricos) – reflexo fisiológico abolido e sem reflexo
patológico.
Avaliação dos nervos cranianos:
Nervo olfatório (1° NC):

• Rotineiramente não pesquisado, deve-se solicitar que o paciente cheire o conteúdo de alguns
frascos, com os olhos fechados e tampando uma das narinas.
• Anosmia – perda do olfato (rinite, RCE, sífilis, tumores).
• Parosmia – perversão do olfato, distorção dos cheiros, mudança na percepção normal dos odores.
• Crise uncinada – crise epiléptica que inicia no uncus do hipocampo.
Nervo óptico (2° NC):

• Avaliação da acuidade visual, do campo visual, fundo de olho e reflexos fotomotores.


• Acuidade visual – tabela de Snellen, colocada a 6 metros do paciente. Normal 20/20 – cegueira
20/200.
• Campo visual – é feito pela campimetria de confrontação, são examinados os campos visuais
temporais e nasais (divididos em 4 quadrantes) de cada olho. Paciente fecha um olho e mantém o
outro aberto, irá fixar seu olhar no nariz do examinador e o examinador com algum objeto irá fazer
os movimentos para que o paciente observe ou não.
• Exame de fundo de olho – importante lembrar do edema de papila, síndrome de hipertensão
intracraniana (cefaleia, vômitos, edema de papila, alteração do nível de consciência, bradicardia,
hipotensão arterial e paralisia do 6° NC).

• Reflexos fotomotores – reflexo consensual (contralateral ao estímulo), reflexo fotomotor (ipsilateral


ao estímulo).
• OBS – lembrar das vias aferentes (nervo óptico) e eferentes (nervo oculomotor), importante para
saber diferenciar a localização da lesão.

Nervo oculomotor (3° NC):

Nervo troclear (4° NC):

• Inerva o músculo oblíquo superior.


• Avaliação – pede para o paciente ficar vesgo.
Motilidade ocular:

Os nervos responsáveis são o 3°, 4° e 6° > realizam os movimentos oculares extrínsecos.


4° - músculo oblíquo superior.
6° - músculo reto lateral.
3° - músculos levantadores da pálpebra, oblíquo inferior, reto superior, reto inferior, reto medial e
constritor da pupila.

• A queixa principal desses pacientes é visão dupla (diplopia).


• Na neuropatia do oculomotor e do abducente essa diplopia é horizontal.
• Na neuropatia do troclear essa diplopia é vertical.
• Na neuropatia do troclear direito o paciente tende a cabeça para o lado esquerdo, para tentar
compensar a diplopia.
transtornos da motilidade ocular (3° NC):

• Representa 30% de todas as paralisias da motilidade ocular.


• Ocorre diplopia horizontal.
• Causas – aneurisma da artéria comunicante posterior, aneurisma de artéria basilar e neuropatia
microvascular.
• Vasculites (arterite de células gigantes) – pensar em pacientes >50 anos com queixa de cefaleia
nova.
• Exames – VHS, ecografia de artérias temporais e biopsia.
Oftamolplegia completa do 3° NC:

• Gera ptose, estrabismo divergente (diplopia) e midríase paralítica.


Oftamolplegia incompleta do 3° NC:

• Ptose, estrabismo divergente, pupila normal (fotorreagente).


• Pensar na possibilidade de ruptura de aneurisma de comunicante posterior, associado
clinicamente com cefaleia de início súbito.
Outras causas que podem levar a ptose:

• Doenças neuromusculares (miopatias).


• Doenças da junção neuromuscular (miastenia gravis).
• Síndrome de Claude-Bernard-Horner (semiptose + miose + endoftalmia, causado por tumor de
medula cervical/ tumor de Pancoast (oat cell).
Causas de ptose sem necessariamente haver comprometimento do nervo oculomotor:

• Miastenia gravis, síndrome de Claude-Bernard-Horner, cefaleias em salvas e enxaqueca


oftalmoplégica.
Transtornos da motilidade ocular, causados pelo 4° NC (troclear):

• Diplopia vertical e máxima no olhar para baixo.


• Queixa de dificuldade para olhar para baixo.
• Pacientes tendem a inclinar a cabeça para o lado oposto, para eliminar a diplopia.
• Causas – TCE (30-60%), microvasculares e idiopáticas.
Transtornos da motilidade ocular, causados pelo 6° NC (abducente):

• 40-50% das paralisias da musculatura ocular.


• Causa diplopia horizontal.
• Etiologia – neoplasias, traumatismos, neuropatias microvasculares e 25% sem causas.
Exame da motilidade ocular:

• Durante o exame devemos observar sempre se há movimentos oculares anormais.


• Nistagmo (movimentos involuntários dos olhos, fazendo movimentos repetitivos e não controlados).
• Nistagmo pode decorrer de lesões – vestibulares, cerebelares ou envolvendo as conexões com o
tronco cerebral (diversas etiologias), pode também ser fisiológico.

Nervo trigêmeo (5° NC):

• É um nervo misto – motor e sensitivo.


• Gânglio de Gasser/trigeminal – saída pelo forame craniano.
• V1 – ramo oftálmico, sai pela fissura orbitária superior.
• V2 – ramo maxilar, sai pelo forame redondo.
• V3 – ramo mandibular, sai pelo forame oval.
• Sua parte sensitiva inerva praticamente toda a face.
• Região oftálmica – acima da asa do nariz.
• Região maxilar – abaixo da asa do nariz.
• Região mandibular – abaixo até o lado superior.

• Sempre comparar o labo bom com o lado afetado, começando pelo lado bom.
• A orelha é sensibilizada por C2.
• Avaliação da sensibilidade – tátil, térmica, dolorosa e vibratória.
• Sempre colocar o tipo de sensibilidade que você está avaliando, o ramo e o lado.
• Se o paciente alegar alguma alteração (como parestesia), começar o exame pelo outro lado.
• Fazer o paciente graduar a alteração de 0-10.
• Parte motora – realiza a contração do masseter (avalia pedindo para o paciente serrar os dentes).

Exame das funções motoras do 5° NC:

• Apresenta inervação hemisférica bilateral, um lado pode estar afetado e o outro não.
• Avaliar os músculos da mastigação – palpar o masseter, abrir e fechar a boca e serrar os dentes.
• OBS – a mandíbula é inervada pelos ramos de C2 e C3.
• Lesões supranucleares (como na esclerose lateral amiotrófica) cursam com um reflexo mandibular
exagerado.
• Lesões em neurônio motor inferior (NMI) podem causar atrofia e fasciculações (como se o músculo
ficasse pulando) e reflexo mandibular diminuído.
• Fraqueza unilateral do trigêmeo causa desvio maxilar para o lado fraco, mediante abertura da
boca.
Exame dos reflexos do 5° NC:

• Se analisa em morte encefálica (reflexos que avaliam o tronco cerebral).


• Mandibular – espasmos ascendentes da mandíbula. Em indivíduos normais está ausente ou
minimamente ativo.
• Corniano – a resposta é piscar o olho, avalia via aferente (5° NC) e via eferente (7° NC).
• Estímulo > nervo trigêmeo > tronco cerebral > nervo facial > reflexo de piscar o olho.
Neuralgias do nervo trigêmeo:
Neuralgia herpética –

• Dor do tipo queimação em trajetos de lesões cutâneas, importante saber diferenciar da neuralgia
trigeminal.
• Lesões em nervos periféricos e não central.
• Desvia para o lado da lesão, devido a fraqueza no músculo pterigoide.

Neuralgia do trigêmeo –

• Uma das piores dores que existe, do


tipo choque. Geralmente tem
acometimento de um ou dois dos ramos
do nervo trigêmeo. Provavelmente vai
ter alteração sensibilidade, como
parestesia (amortecimento).
• Dor paroxística, do tipo choque, de curta
duração, que se repete várias vezes.
• Pode ser desencadeada pela
mastigação, escovar os dentes, falar e
pelo frio.
• Tratamento – anticonvulsivantes, pra
tratar a dor no nervo (Carbamazepina).

Nervo abducente (6° NC):


Nervo facial (7° NC):

• Localizado na ponte (tronco cerebral).


• Predominantemente motor, faz a inervação dos músculos da expressão facial, incluindo o músculo
platisma.
• Faz a gustação dos 2/3 posteriores da língua e sensibilidade do pavilhão auditivo.
• Possui inervação bilateral em direção a fronte (testa) e unilateral em direção aos músculos da
expressão facial. Esse detalhe é importante para diferenciarmos os tipos de paralisia facial.
• Avaliação – pedir para franzir a testa, fechar os olhos e depois abrir com força, pedir para sorrir ou
mostrar os dentes.
Paralisia facial central –

• O paciente tem lesão de um lado, porém, o contralateral bom inerva bilateralmente.


• Sendo assim, poupa os músculos da fronte, consegue piscar, levantar as sobrancelhas e fechar os
olhos.
• Geralmente é ocasionado por isquemia (AVC) e esclerose múltipla.
Paralisia facial periférica (Bell) –

• Todos os músculos da expressão facial e da fronte estão acometidos.


• Paciente não consegue piscar, levantar as sobrancelhas e fechar os olhos.
• Etiologia – desconhecida.
• Tratamento – corticoide e fisioterapia.

Nervo vestibulococlear (8° NC):

• Avaliação do ramo coclear – pedir para o paciente fechar os olhos e, comparar se consegue ouvir
da mesma forma dos dois lados (com diapasão ou esfregando os dedos). Pode ser feito à beira do
leito.
• Ramo coclear – exame de acuidade auditiva, não é feito com muita frequência, pela existência da
audiometria (mais sensível e específica).
Hipoacusia e acusia –

• podem ter etiologia relacionada a orelha externa ou média (surdez de condução).


• Também pode ter etiologia da orelha interna ou do nervo coclear (surdez neurossensorial).
• E por último, lesão dos núcleos cocleares no tronco cerebral/ponte (surdez central).
Prova de Rinne:

• Se coloca um diapasão vibrando em frente ao meato acústico externo e pergunta ao paciente se


ele consegue escutar.
• Depois se realiza novamente, só que sobre o osso mastoide e peça para o paciente dizer quando o
som cessar.
• Quando o som cessar, coloque o diapasão novamente em frente ao meato, normalmente o som
ainda será audível.
• Surdez de condução – isso não ocorre, teste de Rinne – (condução óssea>condução aérea).
• Surdez de percepção/neurossensorial – teste de Rinne + (condução aérea > condução óssea).

Prova de Weber:

• O diapasão é colocado no centro da testa e pergunta-se ao paciente se ele escuta o som por toda
a cabeça – em ambos os ouvidos ou se predomina em um dos lados.
• Surdez neurossensorial – o som será ouvido pelo lado normal.
• Surdez de condução – o som será conduzido para o lado afetado.
Avaliação do ramo vestibular:

• Exame do equilíbrio estático.


• Teste de Romberg – paciente demora pra cair e cai sempre para o mesmo lado.

Nervo glossofaríngeo (9° NC) e vago (10° NC):

• Estão intimamente relacionados, por isso é difícil analisar eles individualmente.


• Gustação do 1/3 posterior da língua.
• Avaliação – através do reflexo de ânsia, colocar um palito para induzir o vômito.
• Músculo estilofaringeo – queda do palato, sinal da cortina de Vernet.
• No caso da queda do véu palatino, colocar – paralisia do palato mole esquerdo/direito ou do
glossofaríngeo E/D.
• Núcleo do vago – é o local onde fica o centro do vômito.
Nervo espinhal acessório (11° NC):

• Responsável pela força dos músculos esternocleidomastoídeo e trapézio.


• O examinador deve por resistência aos movimentos desses músculos.
• Alterações – paresia do trapézio D/E, distonia cervical, atrofia do esternocleidomastoídeo (em
pacientes com distrofia miotônica).

Nervo hipoglosso (12° NC):

• Teste – pede para o paciente mostrar a língua.


• A língua aponta para o lado da lesão, quando tem paresia do hipoglosso de um lado, o lado bom
empurra para o lado alterado.
• Neuropatia do nervo hipoglosso.

Considerações sobre os nervos cranianos:


AVALIAÇÃO DA FORÇA:

• O exame neurológico é comparativo, compara-se a força de grupos musculares e/ou músculos com
seus equivalentes.
• Utiliza-se a graduação da força muscular.
Termos importantes:

• Monoplegia/monoparesia – comprometimento de apenas 1 membro.


• Hemiplegia/hemiparesia – tem comprometimento de um hemicorpo.
• Paraplegia – pode ser dos MMSS e MMII, mas é mais utilizado para os membros inferiores.
• Tetraplegia/tetraparesia – perda da força nos 4 membros.
• Fraqueza proximal – fraqueza no ombro, na coxa...
• Fraqueza distal – fraqueza na mão, nos pés...

Síndrome do neurônio motor superior (nervo central):

• Lesão de áreas motoras no córtex cerebral ou em alguma das suas vias.


• Via piramidal – trato corticoespinhal.
• Sintomas principais – inicialmente pode ter arreflexia ou hiporreflexia, paresia ou plegia. Após
evolui com Babinski, paresia espástica, hiperreflexia e Clônus.
• A longo prazo, pode apresentar atrofia dos membros.
Síndrome do neurônio motor inferior (nervo periférico):

• Lesão dos núcleos motores do corno anterior da medula ou dos núcleos dos nervos cranianos.
• Exame principal – neuropatias.
• Sintomas – arreflexia, paralisia flácida, paresia, atrofia/hipotonia, fasciculações e hipotonia.
OBS- a esclerose lateral amiotrófica (ELA) pode apresentar sintomas tanto de SNMS quanto SNMI.

Babinski, Clônus, hipotonia, fasciculações, atrofia/hipotrofia, paresia, paralisia flácida e hiperreflexia.

Para confirmar o diagnóstico de ELA é obrigatório RNM ou tomografia da coluna cervical.

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