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Monitores: Ana Clara Moura, Caio Mouta, Clarissa Martins e Rafaela Pinho

Semiologia Neurológica
Equilíbrio

➢ Equilíbrio Dinâmico
O equilíbrio dinâmico do paciente é avaliado a partir da sua própria marcha.
Por isso, começamos a avaliação desde o momento em que o paciente ENTRA NO
CONSULTÓRIO.
Em seguida, vamos dar continuidade à avaliação em um corredor, já que iremos solicitar para que
ele caminhe, assim:
• Deve caminhar, DESCALÇO, de 3 a 5 metros, ou seja, de 10 a 12 passos;
• Ele deve ir de frente e voltar de costas;
• 1° de olhos abertos, 2° olhos fechados.
Para sensibilizar a avaliação, podemos pedir para que o paciente:
• Acelere ou lentifique os passos;
• Ande nas pontas dos pés ou com os calcanhares;
• Cruze os brações;
• Manobra de Tandem: ande encostando o calcanhar de um pé no hálux do pé contralateral.
IMPORTANTE: devemos SEMPRE acompanhar o paciente durante a caminhada, de modo a fazer
APOIO com os nossos braços, protegendo o paciente contra eventuais quedas!!!
Por fim, vamos classificar a marcha do paciente em EUBÁSICA (normal) e DISBÁSICA (alterada).
Alguns exemplos de marchas disbásicas:
1°) Marcha talonante:
Paciente apresenta um acometimento proprioceptivo, logo, não consegue ter noção do seu corpo
no espaço.
Essa marcha é caracterizada por elevação abrupta dos membros inferiores que, ao retornarem ao
chão, o tocam de maneira pesada, fazendo barulho.
Com os olhos fechados a marcha piora ou se torna impossível (visão consegue compensar aquele
problema proprioceptivo).
Exemplo: neuropatia diabética.
2°) Marcha cerebelar ou ebriosa:
Paciente com lesão cerebelar.
Alarga a base quando fica em pé (bem característico de pacientes cerebelopatas) e seus passos
são longos e desequilibrados.
Observação: ziguezagueia como um bêbado.
3°) Marcha em estrela ou vestibular:
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Paciente com lesão vestibular.
Ocorre lateropulsão quando anda, como se fosse empurrado para o lado (ipsilateral ao lado da
lesão) ao tentar se locomover em linha reta.
Ao ir de frente e voltar de costas com os olhos fechados, ele descreve uma figura semelhante a
uma estrela.

4°) Marcha escarvante:


Paciente não consegue realizar movimento de dorsoflexão do pé, arrastando-o ao andar e elevando
o joelho de uma forma muito acentuada, para compensar.
Justamente por isso, também é chamada “marcha do pé caído”.
Pode ser decorrente de lesão no nervo ciático ou fibular.
5°) Marcha em bloco ou parkinsoniana:
Portadores da doença de Parkinson.
Caracterizada pela flexão generalizada, cabeça permanentemente inclinada pata a frente,
expressão facial única e olhar fixo no horizonte.
Anda enrijecido (como um bloco), dando passos curtos e rápidos.
6°) Marcha ceifante/ hemiplégica:
Causa mais comum: acidente vascular encefálico.
Ao andar, o paciente mantém o braço fletido a 90º do cotovelo e em adução, e a mão fechada em
leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico, o joelho não flexiona, o que faz com
que o paciente arraste a perna no chão, lembrando o movimento de uma foice.
7°) Marcha em tesoura (espástica):
Frequente na paralisia cerebral.
Os dois membros inferiores estão enrijecidos e espásticos, permanecendo semifletidos. Os pés
arrastam e as pernas se cruzam uma na frente da outra ao caminhar, lembrando uma tesoura em
funcionamento.
➢ Equilíbrio Estático:
Utilizamos o Teste de Romberg para avaliação:
Primeiro, vamos posicionar o paciente:
• Em pé, DESCALÇO, pés juntos e paralelos;
• Os membros superiores podem estar repousando ao redor do tronco ou cruzados;
• Nos posicionamos próximo ao paciente, de modo a fazer um anteparo com os braços para
protege-lo;
• Avaliamos primeiro o paciente com os olhos ABERTOS e depois FECHADOS, por 30-60
segundos cada;
• Caso o paciente caia para um dos lados, repetir o teste mais 2x.
Possíveis respostas:
1- Romberg positivo: cai para qualquer um dos lados (não tem um lado especifico) e LOGO
após fechar os olhos. Sugestivo de acometimento proprioceptivo.
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2- Pseudo-romberg ou romberg estereotipado: cai sempre para o mesmo lado e apresenta
um período de latência maior para cair (não cai logo após fechar os olhos). Sugestivo de
lesão vestibular ipsilateral ao lado que caiu.
3- Romberg negativo: paciente não cai.
Observação: o teste de Romberg não avalia cerebelopatia, já que o paciente com lesão cerebelar
não consegue nem mesmo se manter em pé (astasia) ou faz com dificuldade (distasia).

Modo certo de
fazer o apoio

Coordenação
Nós vamos dividir a avaliação da coordenação do paciente em dois momentos, primeiro o esqueleto
axial (ossos do crânio e coluna vertebral, ou seja, o tronco) e depois o esqueleto apendicular (ossos
dos membros superiores e inferiores).
➢ Axial:
• Teste de Fukuda:
- Nós vamos pedir para que o paciente marche sem sair do lugar, DESCALÇO, com os membros
superiores estendidos;
- SEMPRE: primeiro de olhos abertos e depois de olhos fechados;
- Vamos observar se o paciente gira em torno do seu próprio eixo ou sai do lugar;
- Resposta patológica (Fukuda positivo): se rotacionar mais que 30° e/ou se houver desvio lateral
maior que 1m da posição original.
# Sugestão de resposta para o professor na hora do OSC:
Se Fukuda for positivo: “teste de Fukuda positivo, paciente apresenta acometimento de
coordenação axial”;
Se Fukuda for negativo: “teste de Fukuda negativo, coordenação axial do paciente íntegra”.
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➢ Apendicular:
• Prova índex-nariz:
- Pede-se para o paciente abrir os braços e tocar com o dedo indicador na ponta do nariz, um braço
de cada vez, depois os dois juntos;
- Fazer essa ordem primeiro de olhos abertos, depois de olhos fechados;
- Observar se o paciente acerta o alvo;
- Se não acerta o alvo, chama-se “dismetria”: sendo “hipometria” quando não chega ao nariz, e
“hipermetria” quando ultrapassa o nariz.
# Sugestão de resposta para o professor na hora do OSC:
Se o teste for positivo (resposta patológica): “prova índex-nariz positiva, paciente apresenta
dismetria”.
Se o teste for negativo: “prova índex-nariz negativa, paciente não apresenta acometimento de
coordenação apendicular bilateralmente”.

• Prova índex-nariz-índex:
- O examinador coloca o dedo na frente do paciente e, sem mudar de posição, pede-se para o
paciente tocar com seu dedo no dedo do examinador, depois no nariz e posteriormente voltar ao
dedo do examinador;
- A manobra deve ser feita bilateralmente;
- Observar se o paciente acerta o alvo;
Observação: essa manobra pode ser feita apenas com o paciente de olhos abertos, podendo o
examinador mudar a posição de seu dedo para maior sensibilização da manobra.
# Sugestão de resposta para o professor na hora do OSC:
Se o teste for positivo (resposta patológica): “prova índex-nariz-índex positiva, paciente apresenta
acometimento de coordenação apendicular em membro superior direito (exemplo)”;
Se o teste for negativo: “prova índex-nariz-índex negativa, paciente não apresenta acometimento
de coordenação apendicular bilateralmente”.
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• Diadocosinesia:
- Pede-se para o paciente fazer movimentos alternados e repetitivos, o mais rápido que ele
conseguir, por exemplo: bater e virar a mão sobre as coxas, fazer o movimento de oposição com
os polegares, ou bater e levantar os pés do chão.
- A capacidade de realizar esses movimentos é chamada de ”eudiadocosinesia”; a incapacidade é
chamada de “disdiadocosinésia”.
# Sugestão de resposta para o professor na hora do OSC:
Se o teste for positivo (resposta patológica): “paciente apresenta disdiadocosinesia em membro
superior direito (exemplo)”;
Se o teste for negativo: “paciente apresenta eudiadocosinesia bilateral”.

• Prova do rechaço:
- Pede-se para o paciente fechar os olhos e girar um pouco o rosto para o lado contrário do braço
que primeiro será usado na manobra, depois pede-se para o paciente flexionar o antebraço sobre
o braço e fazer uma força (como em uma queda de braços);
-O examinador deve fazer um anteparo com a sua mão, a colocando entre o paciente e o braço
que faz a força. Com sua outra mão, o examinador faz uma força puxando o punho do paciente e,
depois, deve soltar de forma súbita (não avisar para o paciente);
- Espera-se que o paciente consiga evitar o choque entre seu antebraço e o rosto, devido à ação
dos músculos antagonistas;
- Caso não consiga ativar esses músculos, ele golpeia seu rosto (o que é evitado pelo anteparo
que o examinador faz), devido a uma alteração de coordenação apendicular;
- Realizar a manobra bilateralmente.
# Sugestão de resposta para o professor na hora do OSC:
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Se o teste for positivo (resposta patológica): “prova do rechaço positiva, paciente apresenta
acometimento de coordenação apendicular em membro superior direito (exemplo)”;
Se o teste for negativo: “prova do rechaço negativa, paciente apresenta coordenação apendicular
preservada bilateralmente”.

• Prova calcanhar-joelho:
- Paciente deve colocar o calcanhar no joelho contralateral e descer até o tornozelo contralateral,
de forma contínua e linear sobre a tíbia;
- Primeiro de olhos abertos, depois de olhos fechados;
- Realizar a manobra bilateralmente.
- Observar se o paciente acerta o alvo (joelho contralateral) e desliza o calcanhar sobre a tíbia de
forma linear;
# Sugestão de resposta para o professor na hora do OSC:
Se o teste for positivo (resposta patológica): “prova calcanhar-joelho positiva, paciente apresenta
acometimento de coordenação apendicular em membro inferior direito (exemplo)”;
Se o teste for negativo: “prova calcanhar-joelho negativa, paciente apresenta coordenação
apendicular preservada bilateralmente”.

Trofismo Muscular
É o volume de massa muscular existente no corpo, sendo classificado como hipotrofismo,
eutrofismo (normal) e hipertrofismo.

• Hipotrofia: pode ser patológica ou por falta de utilização do grupo muscular.


Ex: ELA (esclerose lateral amiotrófica), síndrome de Guillain – Barre.
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• Hipertrofia: estado fisiologico causado por hipertrofia induzida (prática de exercícios


físicos). As doenças neurológicas que provocam hipertrofia são raras.

Hipotrofia Hipertrofia

AVALIAÇÃO:
1. Inspeção: pedir para o paciente ficar de pé e tirar a blusa para observar a musculatura.
Avaliar abaulamentos e retrações.
2. Palpação: avaliar existência de atrofias ou hipertrofias.
Obs: Não esquecer de avaliar bilateralmente e comparar os segmentos corporais
Resultado: paciente apresenta trofismo preservado, aumentado ou diminuído
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Tônus Muscular
É o estado de tensão permanente dos músculos esqueléticos. Classificado em normotonia
(normal), hipertonia (aumentado) e hipotonia (diminuído).

HIPOTONIA

AVALIAÇÃO:

1. Inspeção: pedir para o paciente ficar de pé e tirar a blusa para observar a musculatura.
Avaliar a existência de abaulamentos e retrações.
2. Palpação: observar grau de consistência muscular e sua uniformidade pelo corpo.
Avaliar flacidez ou enrijecimento anormal da musculatura.
3. Movimentação passiva do membro: examinador deve movimentar segmento
examinado para verificar se há rigidez muscular.
• Manobras de Babinski (pulso – ombro e calcanhar – nádegas): com o paciente
em decúbito dorsal e relaxado, fazer a movimentação passiva de flexão do braço e da
perna, sempre bilateralmete.
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▪ Se o paciente estiver hipotônico, o pulso encosta no ombro ou o tornozelo encosta


nas nádegas. A hipotonia é encontrada em lessões do cerebelo, no coma profundo,
choques do SNC e nas lesões de sensibilidade proprioceptiva.
▪ Se o paciente estiver hipertônico¸ a resistência a esses movimentos estará
aumentada. Presente nas lesões de vias motoras piramidais e extrapiramidas. A
hipertonia pode ser classificada:
• Hipertonia de lesão piramidal/espástica/elástica: associada ao sinal do
canivete, quando o paciente, durante a mobilização passiva, ao tentar estender o
membro, imprime muita resistência inicial, que tende a diminuir ao longo do movimento,
conforme o ângulo aumenta (similar a abertura de um canivete). Decorrente de
hemorragias de um hemisfério cerebral e patologias corticais.
• Hipertonia de lesão extrapiramidal/rígida/plástica: encontrada no portador
da doença de parkinson e em algumas afecções dos núcleos da base
▪ Sinal da roda denteada: paciente imprime resistência contra a movimentação
passiva como se estivesse preso a uma engrenagem (interrupções sucessivas do
movimento)

▪ Sinal do cano de chumbo: paciente apresenta resistência em todo o


movimento. Lebrando torção de um cano de chumbo
Resultado: paciente apresenta hipotonia ou hipertonia com presença de sinal x

Força Muscular
A avaliação da força deve ser feita analisando segmento por segmento. Pode ser quantificada de
forma objetiva, com o uso do dinamômetro, ou de forma subjetiva, com a escala do MRC.Sempre
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avaliar os segmentos avaliados bilateralmente.
Obs: os músculos do lado dominante do paciente são ligeiramente mais fortes
➢ Graduação da Força

Primeiramente, pede – se para o paciente realizar movimentação ativa do segmento analisado e,


após isso, parte – se para a aplicação da contrarresistência proximal e distal.
Resultado: Paciente apresenta força grau 5, pois conseguiu vencer resistência proximal e
distal

DÉFICITS MOTORES – TERMOS


1. Paresia (grau 1 – 4): redução da força
2. Plegia (grau 0): abolição da força
3. Hemiparesia/hemiplegia: fraqueza/abolição em um lado inteiro do corpo
4. Monoparesia/monoplegia: fraqueza/abolição limitada a um único membro
5. Diplegia: défict total de força nos 2 braços e nas 2 pernas
6. Paraplegia: déficit total de força de um nível medular para baixo (duas pernas)
7. Tetraplegia: déficit total de força nos 4 membros

➢ Manobras Deficitárias

Utilizadas para detecção de déficits motores mais discretos. Usado quando se tem dúvida quanto
a uma possível deficiência no exame de contrarresistência. TODAS são realizadas por 30 segundos
de olhos abertos e 30 segundos de olhos fechados.

Para MMSS:
• Manobra dos braços estendidos ou Mingazzini dos Membros Superiores
Pedir para o paciente estender os braços, formando 90 graus com o tronco. As mãos podem estar
em supinação ou em pronação. Realizar, com o paciente de olhos abertos, por 30 segundos e,
depois, com o paciente de olhos fechados por mais 30 segundos.
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• Em supinação: apresenta o sinal do desvio pronador (sinal de barré), em que o
paciente realiza uma pronação seguida da queda do membro afetado.
• Em pronação: paciente apresenta o sinal do quinto dedo (sinal de wartenberg),
caracterizado pelo afastamento do quinto quirodáctilo. Se o paciente apresentar déficit motor
mais pronunciado, ocorrerá desnivelamento do membro afetado.

No exame, é esperado que os braços mantenham a posição sem desnivelar os braços pelo tempo
determinado, mas pequenos desníveis ao final da prova são aceitáveis devido a fadiga muscular.
Resultado: paciente apresenta força preservada ou deficitária no membro superior direito
ou esquerdo ou bilateralmete com a presença do sinal X

• Manobra de Raimiste
Paciente em decúbito dorsal, com os antebraços fletidos sobre os braços ao lado do tronco
com as mãos estendidas. Permanecer assim por 30 segundos de olho aberto e 30 segundos de
olho fechado. O paciente deve manter a posição pelo tempo determinado. Se ocorrer a queda de
um dos membros sobre o tronco, a prova será positiva. Obs: pode apresentar o
sinal do quinto dedo, sendo indicativo de um grau menos pronunciado de força deficitária, sendo
uma tentativa de compensação do paciente.
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Resultado: Paciente apresenta força preservada ou deficitária no membro superior direito


ou esquerdo ou bilateralmente

• Manobra de Rolamento
Pedir para paciente realizar o rolamento sobre os dois braços. Avaliar se o paciente consegue fazer
ritmicamente e na mesma velocidade com os dois braços. A dificuldade para realizar o movimento
com algum dos membros caracteriza um déficit de força.

Resultado: Paciente apresenta força preservada ou deficitária no membro superior direito


ou esquerdo ou bilateralmente
Para MMII:
• Manobra de Mingazzini para MMII
Paciente em decúbito dorsal, pernas fletidas em um angulo reto sobre as coxas e estas sobre
o quadril. Permanecer nessa posição por 30 segundos de olhos abertos e mais 30 segundos
de olhos fechados. Se houver déficit motor, haverá oscilações ou queda do membro afetado ou
de ambos os segmentos e a prova será positiva. OBS: para sensibilizar e tornar a prova mais
difícil para o paciente, pode – se diminuir o ângulo de inclinação das pernas para 45 graus
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.
Resultado: Paciente apresenta força preservada ou deficitária no membro inferior direito ou
esquerdo ou bilateralmente

• Manobra de Barré
Paciente em decúbito dorsal com as pernas levemente afastadas e flexionadas formando um
ângulo de 90 graus. Não esquecer de permanecer por 30 segundos de olhos abertos e 30 de
olhos fechados. Se houver déficit motor, a perna com déficit decairá, tornando a prova positiva.
Obs: para sensibilizar a prova e detectar déficits mais sutis, pode solicitar para que o paciente
diminua o ângulo de inclinação das pernas para 45 graus.

Resultado: Paciente apresenta força preservada ou deficitária no membro inferior direito


ou esquerdo ou bilateralmente

Motricidade Involuntária
• Consiste na resposta muscular involuntária e inconsciente a um estímulo específico
• Se pesquisados repetidamente, os reflexos podem sofrer fadiga por ser uma atividade
muscular, necessitando de um breve intervalo para o seu reaparecimento
• Classificados em: musculares ou profundos e superficiais ou cutâneomucosos
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➢ Motricidade Reflexa Profunda
• Uso do martelo de reflexos para percutir os tendoes dos músculos: a percussão deve ser
rápida, direta e vigorosa
• Realizar bilateralmente para verificar simetria e graduação
• O paciente deve estar com a musculatura a ser pesquisada descoberta e relaxada,mas se
nao for possível, deve – se distrair o paciente pedido – o para contar de 1 até 30 ou através
da Manobra de Jendrassik (pedir para que o paciente encaixe as mãos uma na outra e
faça força, olhando para o lado)

1. Bíceps (C5 - C6): nervo


musculocutaneo
2. Tríceps (C7 - C8): nervo radial
3. Braquiorradial (C5- C6): nervo
radial
4. Patelar (L2 - L4): nervo femoral
5. Aquileu (S1): nervo ciático

Classificação
• Avalia - se com base na velocidade, vigor, limite de movimento e duracao da contracao

1. Sem resposta ou abolido/arreflexia: nao se obtém o reflexo mesmo com as


manobras facilitadoras
2. Reflexo diminuído/hiporreflexia: reflexo conseguido com dificuldade, movimento
obtido é de pequena intensidade ou apenas sente - se a contracao muscular
3. Reflexo normal/preservado: facilidade e intensidade normal
4. Reflexo vivo (nao necessariamente patológico): reflexo obtido com facilidade aumentada,
sendo amplo e brusco
5. Reflexo exaltado/hiperreflexia (patológico) : reflexo é obtido até quando a
percussão é realizada fora da área reflexógena, sendo policinético (várias contrações),
amplo e brusco.
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- Nao esquecer de avaliar a SIMETRIA do reflexo: assimetria reflete anormalidade
neurológica
Ex: reflexo classficado em 2 cruzes de 4 (++̸ ++++) presente bilateralmente e simétrico.

➢ Membros Superiores

A) Bicipital (C5 - C6):


• Pesquisa feita com antebraco semifletido e apoiado, mão
em supinação e percute o tendao distal do bíceps. Para facilitar
o exame pede - se que o paciente faça força com o braço e procura
- se o tendão (parecido com umas "cordinhas")
• Pode haver interposicao do dedo ou nao para a percussao
• Resposta esperada: contracao com flexao do cotovelo e
leve supinacao

B)Tricipital (C7 - C8):


• Pesquisa feita com braço em abdução sustentado pelo
examinador e o antebraço em flexão
• Local de percussão: tendão distal do tríceps
• Resposta esperada: extensão do antebraço

C) Braquiorradial ou estilorradial (C5 - C6)

• Pesquisa: antebraço semifletido com punho em ligeira pronação

• Local de percussão: no processo estilóide do rádio ou abaixo


• Resposta esperada: flexão e pronação da mão

➢ Membros Inferiores
A) Reflexo Patelar (L2 - L4)
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• Pesquisa feita com paciente sentado, com as pernas pendentes ou cruzadas, ou em decúbito
dorsal, com os joelhos semifletidos e apoiados sobre o antebraco do examinador.
• Local de percussao: tendão patelar (abaixo da patela)
• Resposta: extensão da perna pela contração do músculo quadríceps femoral

B) Reflexo Aquileu (S1)


- Pesquisa: pesquisa feita com paciente de joelhos na cadeira
- Local de percussão: tensão de aquiles
- Resposta esperada: flexão plantar/extensão dos pés pela contração do músculo tríceps sural
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➢ Motricidade Superficial (cutânea)


• Resposta estimulação da pele ou de membranas mucosas. A resposta ocorre na mesma
área onde o estímulo é aplicado, geralmente, com um objeto de ponta romba.
• Abolidos em lesoes do trato piramidal e lactentes com mais de 1 ano
• Aumentados no parkinsonismo e em outros transtornos extrapiramidais
• Apresentam período de latência maior e sofrem fadiga mais rapidademente que os
profundos
A) Reflexo Palmar
• Aproximar o dedo da mao do paciente
• Respostas: abolido ou flexao dos dedos (fechamento da mao)
• Raiz nervosa: C6 - T1 (nervo mediano e ulnar)
• Fisiológico nos bebês. Tende a sumir com o desenvolvimento, se retornar após essa idade,
é considerado patológico.

B) Reflexo palmomentoniano
• Estimular palma da mão e observar contração dos múculos
periorais (regiao mentoniana/queixo) do mesmo lado.
• Se presente: indica lesão frontal ou cortical difusa

C) Reflexos abdominais superficiais ou cutaneo abdominal


• Paciente em decúbito dorsal com área abdominal desnuda
• Estimular superfície abdominal com ponta romba em 3 sentidos:
o Do rebordo costal a cicatriz umbilical
o Da crista ilíaca superior a cicatriz umbilical
o Do ponto médio entre o rebordo costal e crista ilíaca a cicatriz umbilical
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- Resposta esperada: contração dos músculos abdominais do lado estimulado, com leve
deslocamento da cicatriz umbilical.
- Raiz nervosa: T7 - T10 (reflexos supra - umbilicais) e T10 - Segmentos lombares superiores
(reflexos lombares superiores)
D) Reflexo cutâneo plantar
• Examinador estimular borda lateral da planta do pé, sem chegar na região abaixo do hálux.
• Resposta esperada: flexão do hálux
• Raiz nervosa: L5 - S2
• Se houver extensao do hálux:
▪ Fisiológico em criancas até 2 anos de idade, pois há mielinização incompleta do
sistema piramidal
▪ Patológico a partir dos 2 anos: lesão na via corticoespinhal ou piramidal (SINAL DE
BABINSKI)
Ex: AVE, compressao medular, doenca degenerativa do trato corticoespinhal (esclerose lateral
amiotrófica)

Avaliação da Sensibilidade
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NA AVALIAÇÃO DE QUALQUER TIPO DE SENSIBILIDADE:
→ Sempre explicar para o paciente o que vai ser feito no exame, (tipo de estimulo, material
utilizado, localização que será testada ...)
→ Em seguida, SEMPRE pedir para o paciente FECHAR OS OLHOS antes de iniciar o exame.
→ Os testes devem ser realizados sempre no sentido craniocaudal /lateromedial
→ Sempre testar as regiões BILATERALMENTE
→ Ao final , anunciar o resultado do exame
• Perguntar ao paciente
1. Esta sentindo? O que ?
2. Onde esta sentindo?
3. É igual dos dois lados?

➢ Sensibilidade Superficial
• Tátil:
- material utilizado: chumaço de algodão(mais utilizado) , ou algum objeto leve (ex: pincel)
- Sempre respeitar os dermatomos (ex: na face , eles são horizontais, logo, o estimulo deve ser
horizontal
- RESULTADO: Sensibilidade tatil preservada; sensibilidade tatil direita alterada; ou
sensibilidde tatil alterada bilateralmete.

• Térmica:
- O examinador deve utilizar dois tubos de ensaio, um com água fria (5°–10°C) e o outro com água
quente (40°–45°C), também podem ser utilizadas placas de metal ou o diapasão;
-explicar para o paciente o exame
- Pergunta-se: “ O sr está sentindo quente ou frio ? onde? É igual dos dois lados ?
RESULTADOS: Termoanestesia ; Termo–hipostesia ; Termo–hiperestesia
Observação : temperaturas abaixo de 5°C e maiores que 45°C não dessem ser utilizadas pois
desencadeiam dor

• Dolorosa:
- O examinador utiliza um material que tenha uma ponta fina, e outra romba (grossa), normalmente
usa-se um palito quebrado.
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- O examinador estimula a pele do paciente de forma comparativa , alternando entre a ponta romba
e a ponta fina e pede para ele avisar quando sentir dor, que deve ser sentida em resposta ao
estimulo com a ponta fina , e que não deve ser sentida em resposta ao estimulo com a ponta romba
- cuidado para não machucar o paciente
- o palito deve ser descartado no final do exame
Anunciar o resultado do exame: “ sensibilidade superficial X(tátil/ térmica/dolorosa)
preservada/alterada em região Y bilateralmente”
➢ Sensibilidade Profunda

• Sensibilidade Propioceptiva / Batiestesia / cinético-postural


-Se refere a capacidade de reconhecer a posição de um segmento corpóreo sem o auxilio da visão.
-normalmente o exame é feito nas falanges dos dedos das mãos , por ser de fácil mobilidade.
- na explicação do exame, mostrar ao paciente as posições que serão avaliadas (“isto é para cima
, e isto é para baixo“).
-pedir para o paciente fechar os olhos, em seguida , estabilizar a falange e realizar passivamente
movimentos alternados para cima e para baixo naquela falange , em seguida parar o movimento ,
e perguntar para o paciente se parou para cima ou para baixo.

• Sensibilidade Vibratória /Palestesia


- material utilizado : diapasão 128 Hz

- as regiões avaliadas tem que ser proeminências ósseas (ex: processo estiloide do radio ,
olecrano da ulna , maléolos ....)
- Nessa situação , além das perguntas tradicionais , pede-se para o paciente avisar quando sentir
a vibração parar, e comparar esse tempo bilateralmente
Perda do senso de vibração denomina–se palanestesia.
SENSIBILIDADE PRESSÓRICA / BARESTESIA
- é aplicada pressão sobre partes do corpo do paciente , normalmente com um aparelho especifico
-não foi mostrado para vocês na pratica

• Sensibilidade Tátil – Discriminação de Dois Pontos


- Se refere ao tato epicrítico , logo , é um tipo de sensibilidade tátil, porem é classificada como
sensibilidade profunda.
-O teste é realizado nas polpas digitais do paciente, onde o examinador deve pressionar a pele com
dois objetos agudos ao menos tempo, com distancia cada vez menor entre eles. Um paciente hígido
consegue perceber que a pressão esta sendo realizada em dois pontos distintos até uma distancia
de aproximadamente 2,5mm
- em regiões mais amplas , como os braços , o estimulo de dois pontos é percebido somente em
distancias maiores , que variam de pessoa para pessoa
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Ao final anunciar : “sensibilidade profunda X preservada/ alterada em região X bilateralmente”


Algumas alterações de sensibilidade :
• Hipoestesia - Diminuição da sensibilidade
• Hiperestesia - Excesso de sensibilidade
• Parestesia - Sensação de queimação ou formigamento, diminuição da sensibilidade por
modificação na percepção objetiva.
• Analgesia –Diminuição ou perda da sensibilidade à dor, sem perda de consciência
• Algesia - sensibilidade à dor.
• Anestesia - suspensão geral ou parcial da sensibilidade

Sinais Meningoradiculares
➢ Rigidez de nuca

• Paciente em decúbito dorsal, posicionando a mão na região occipital do paciente, o avaliador


realiza a flexão passiva da cabeça. Caso ocorra uma flexão fácil, sem referência de dor não
há rigidez de nuca.
Observação: antes de realizar a movimentação pode solicitar ao paciente que ele realize a
flexão ativa da cabeça , pedindo para ele tentar encostar o queixo no tronco
➢ Manobra de Brudzinski

• Esta manobra possui semelhança com a manobra de rigidez de nuca. Uma mão do avaliador
fica na região occipital do paciente e a outra mão é posicionada no tórax do paciente. Então
se realiza uma flexão brusca da cabeça.
Caso o paciente possua irritação meníngea, apresentará uma dor lancinante e fará a flexão
involuntária dos membros inferiores, este é o sinal de brudzinski positivo.
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• Lembrem que irritação meníngea não se restringe a meningite, também pode ser causada por
outros quadros, como hemorragia subaracnóidea

➢ SINAL DE KËRNING

• Paciente em decúbito dorsal, realiza-se a flexão da coxa sobre a bacia. A seguir, o


examinador tenta realizar extensão da perna sobre a coxa. O sinal é positivo quando o
paciente impedir o prosseguimento da extensão de sua perna, além de relatar dor no trajeto
do nervo ciático.
• Não esqueçam de realizar a manobra bilateralmente

➢ MANOBRA DE LASÈGUE

• Também pode ser utilizada para detectar estiramento radicular com acometimento do nervo
ciático
• Paciente em decúbito dorsal e membros inferiores estendidos. Deve ser realizada a elevação
dos membros inferiores do paciente, um de cada vez, sem flexionar os joelhos Sinal positivo
é quando ocorre dor na face posterior da coxa.
• A detecção da lombociatalgia ocorre acima de 30 º graus (30 – 70º)

Nervos Cranianos
➢ Nervo Olfatório: I Par

- O examinador deve testar uma narina de cada vez, com o paciente de olhos fechados, utilizando
substancias aromáticas não irritantes como: café, canela, hortelã. Ex:após realizar o exame, o
paciente apresentou normosmia o que indica o I par de nervos cranianos sem alterações.

POSSÍVEIS RESULTADOS DO EXAME:

-Normosmia: Olfato preservado


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-Hiposmia: Redução do olfato

-Parosmia: Perversão do olfato

-Anosmia: Abolição do olfato

-Cacosmia: Sensação de olfato desagradável

➢ Nervo Óptico: II Par

• Acuidade Visual: Para testar a acuidade visual, solicita-se ao paciente que leia as letras do
jaleco ou deve ser utilizado a Tabela de Snellen para análise da capacidade de visualização.
Deve-se sempre avaliar um olho de cada vez, SENDO IMPERATIVO que o paciente mantenha
o uso ininterrupto dos óculos de grau ou lentes de conato para a realização do exame.

Ex:Senhor Caio,peço para você ler o que esta escrito em meu jaleco e depois me fale o que o
senhor visualizou, primeiro so com um olho e depois com o outro. Caso o paciente consiga realizar
o teste, a acuidade visual esta preservada. Sempre pedir para realizar bilateralmente
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• Campimetria ou Campo Visual: O exame deve ser feito sempre ao mesmo nível do paciente,
por isso, para que o teste se torne mais confortável, solicita-se ao paciente sentar-se de frente
para o examinador. Não esquecer que é um exame comparativo.

• Para realizar o teste, o examinador pede ao paciente que cubra um dos olhos e fixe-o na face
do profissional, em seguida, irá cobrir o seu olho e movimentar o dedo indicador ou um objeto
da periferia para o centro do campo visual, perguntando se o paciente consegue enxergar, ao
passo que avalia os 4 quadrantes do campo visual (nasal superior, inferior, temporal superior e
inferior) realizando o exame sempre BILATERALEMENTE.

Ex: Dona Ana Clara, peço que a senhora cubra um de seus olhos e fixe o olhar no meu rosto e
quando eu perguntar a senhora diz se esta enxergando ou não.

• Fundoscopia: Utilizando o oftalmoscópio, o examinador deve avaliar o fundo de olho do


paciente, sempre atentando para a cor da papila, bordas do disco capilar e os vasos sanguíneos
da retina.

➢ Nervo Oculomotor, Troclear e Abducente: III IV e VI Par


- Nervo Oculomotor inerva os músculos oculares: Reto Superior, Reto Medial, Reto Inferior,
Obliquo Inferior, Elevador da Pálpebra e constritor da pupila.

- Nervo Troclear inerva o músculo ocular Oblíquo Superior.


- Nervo Abducente inerva o músculo ocular Reto Lateral.
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- O exame dos pares III, IV e VI devem ser feitos ao mesmo tempo, por meio do
exame da motilidade extrínseca.

• Motilidade Extrínseca: Solicita-se ao paciente que acompanhe a caneta ou o dedo indicador


do examinador nas 9 direções: cima, baixo, direita, esquerda, diagonal superior esquerda, diagonal
inferior esquerda, diagonal superior direita, diagonal inferior direita e convergência dos dois olhos
ao mesmo tempo.

Ex: Dona Rafaela, acompanhe a ponta da caneta com os olhos, sem movimentar a cabeça. O
examinador deve Observar se a paciente consegue mover os olhos em todas as direções e caso a
paciente consiga, dizer que a motilidade extrínseca esta preservada.

• Motilidade Intrínseca: O exame é feito testando o reflexo fotomotor direto e consensual,


portanto devemos lembrar que a aferência é feita pelo nervo óptico e a eferência pelo nervo
oculomotor.

- Para que o exame seja feito, o examinador deve incidir luz sobre o olho do paciente, devendo
observar o fechamento da pupila (miose) do lado ipsilateral, ou seja, do mesmo lado da luz (reflexo
fotomotor direto) e do lado contralateral (reflexo fotomotor consensual).

Ex: Senhorita Clarissa, irei usar o equipamento para lançar luz sobre o seu olho e peço para que a
senhorita use sua mão como anteparo, encostando-a na ponta do seu nariz e mantendo os olhos
abertos.

Possíveis alterações do exame:


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- No caso da luz incidir sobre o olho direito e não ocorrer contração da pupila direita, teremos uma
provável alteração no reflexo direto (Lesão no nervo oculomotor, eferência)

- No caso da luz incidir sobre o olho direito e não ocorrer contração de nenhuma das duas pupilas,
estaremos diante de uma provável Lesão no nervo óptico (aferência)

➢ Nervo Trigêmeo: V par


- O nervo trigêmeo é um nervo misto, por isso detém uma porção sensitiva (aferente) e motora
(eferente).

- A porção sensitiva possui 03 (três) ramos: V1 - Oftálmico, V2 - Maxilar e V3 – Mandibular.

• Para testar os 03 ramos sensitivos, o examinador deve realizar a sensibilidade superficial do


trigêmeo, sendo a tátil, a térmica e a dolorosa. Frisa-se que o teste é sempre comparativo e que
se deve perguntar ao paciente se ele sentiu algum estímulo ou desconforto, onde sentiu e se foi
igual dos dois lados.

ATENÇÃO: NÃO TESTAR NO RAMO DISTAL DA MANDÍBULA, POIS ESSA REGIÃO NÃO É INERVADA
PELO TRIGÊMEO E SIM PELOS NERVOS CERVICAIS.

Ramo Distal da
Mandíbula

• O exame da porção motora é feito avaliando os músculos da mastigação, sendo eles o temporal,
masseter, pterigoide medial e lateral.

- Primeiro o examinador deve realizar a palpação dos músculos e observar o trofismo dos
mesmos, em seguida, com um abaixador de língua partido ao meio, pedir para o paciente morder
as duas partes com força tracionando os abaixadores. Dessa forma poderá avaliar se a força dos
músculos da mastigação está preservada.
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Músculo Temporal

Músculo Masseter

➢ Nervo Facial: VII Par


• Para testar o nervo facial, pede-se para o paciente realizar os movimentos da mímica facial
como: Enrugar a testa, fechar os olhos com força, franzir os supercílios, abrir a boca, mostrar os
dentes, assobiar, e contrair o músculo platisma. OBS: O principal movimento é o de enrugar a
testa, haja vista, que a partir dele é possível distinguir uma paralisia facial central ou
periférica. Então, sempre comecem por ele.

• A paralisia facial pode ser divida em central ou periférica, sendo possível observar suas
diferenças a partir do exame do sétimo nervo:

- Na central, o paciente sempre vai apresentar a paralisia no andar inferior da face, sendo possível
observar nesse caso, o enrugar da testa.

- Na Periférica, o paciente apresenta paralisia na hemiface ipsilateral à lesão, ou seja, apenas o


lado da lesão vai estar paralisado, e por isso, observamos alguns sinais característicos, tais como:
Sinal de Bell, Sinal dos cílios e Sinal de Negro.
Monitores: Ana Clara Moura, Caio Mouta, Clarissa Martins e Rafaela Pinho
• Sinais característicos de paralisia facial periférica:

A imagem mostra que a


Perceba que na paralisia paciente consegue
periférica, o paciente enrugar totalmente a
perde o movimento de testa. Indicando
enrugar a testa do lado paralisia apenas da
esquerdo, parte inferior da face.
indicando paralisia
apenas desse lado da
face.

- Sinal de Bell: Observa-se a incapacidade do paciente de fechar o olho completamente do lado


da lesão.

- Sinal dos Cilios: Quando o paciente fechar os olhos com força, os cílios se expõem mais do lado
paralisado, por outro lado, no lado normal os cílios irão quase que desaparecer.

Aqui, os cílios
Observe os cílios bem
estão mais
aparentes; indica o
lado paralisado. escondidos,
quase
desaparecendo

; lado normal.

- Sinal de Negro: O paciente, ao olhar para cima, mostra que o olho paralisado sobe mais que o
olho do lado normal.

O globo ocular apontado pela


seta subindo mais que o outro;
é possível observar uma área
maior da esclera(região branca)
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➢ Nervo Vestíbulo Coclear: VIII Par
• O nervo vestíbulo-coclear possui 2 ramos, o coclear(audição) e o vestibular(equilíbrio).

• Para testar o ramo coclear é necessário realizar dois testes: O teste de Rinne e o teste de
Weber.

No teste de Rinne, o examinador deve vibrar o diapasão e colocar sobre o processo mastoide do
paciente (osso atrás da orelha), e perguntar se o paciente esta escutando vibrar e solicitar que o
mesmo diga quando parar de ouvir; no momento em que paciente falar que parou de ouvir, o
examinador deve colocar o diapasão próximo ao ouvido do paciente e, mais uma vez, perguntar se
ele esta escutando. OBS: Devemos lembrar que a condução do som aérea é maior que a óssea, e
por isso:

- O normal é quando o paciente para de escutar a vibração quando colocada sobre o osso, mas
continua escutando quando o diapasão é colocado próximo do ouvido do paciente. Condução
Aérea>Condução Óssea. OBS: Nesse caso, devemos falar Rinne Positivo, indicando que o
paciente não tem alteração.

- O teste esta alterado quando o paciente escuta a vibração do diapasão quando esse esta
encostando no processo mastoideo e não escuta o som de vibrar quando aproximado próximo do
pavilhão auricular Condução Aérea<Condução Óssea OBS: Aqui, devemos falar Teste de Rinne
negativo, indicando hipoacusia.

OBS: não esquecer de realizar o exame bilateralmente e sempre especificar qual lado o resultado
do exame deu negativo.

• No teste de Weber, o examinador deve colocar o cabo do diapasão vibrando no vertex do crânio
e perguntar para o paciente se ele escuta um zumbido. Ex: Senhor, vou colocar esse equipamento
na sua cabeça e perguntar se você esta escutando vibrar igual dos dois lados do ouvido, ok?

- O teste é normal quando o paciente escuta igual dos dois lados. Logo, o resutado é Weber
centralizado ou indiferente.
Monitores: Ana Clara Moura, Caio Mouta, Clarissa Martins e Rafaela Pinho
- O paciente pode ouvir MAIS intensamente o som de um lado do ouvido e o resultado do exame
será Weber lateralizado (falar se é para o lado direito ou esquerdo).
• Se ouvir mais para o lado ipsilateral a hipoacusia, estamos diante de uma Surdez de
Condução, e o som será mais intenso no lado em que o canal auditivo esta obstruído.
Lembre-se que o som é uma onda mecânica e, por isso, se propaga melhor em meio sólido.
Exemplo de obstrução do canal auditivo (acúmulo de cera).
• Se ouvir mais para o lado contralateral a hipoacusia, estamos diante de uma Surdez
Sensorial. No lado em que o paciente escuta o vibrar, o ramo coclear esta íntegro e o lado
em que o som esta abolido, o ramo coclear esta comprometido.

➢ Nervo Glossofaríngeo e Vago: IX e X Par


• A avaliação do Glossofaríngeo e do Vago é feito em conjunto, ao mesmo tempo.

- O examinador deve avaliar o véu palatino do paciente solicitando que ele abra a boca até que
seja possível observar o palato e a úvula, em seguida, solicitar para o paciente com a boca aberta
pronunciar a letra A. Ex: A senhora pode, por favor, abrir bem a sua boca e falar a letra A para mim,
por gentileza?

- O teste está normal quando ao pronunciar a letra A, os dois arcos palatinos (véu palatino)
levantam-se; e ai dizemos que os nervos estão íntegros, pois o véu palatino não apresentou
alterações durante o teste.

- O teste esta alterado, quando o véu palatino do lado ipsilateral a lesão não levanta e a úvula
aponta para o lado contralateral à lesão. Assim, dizemos que o exame do véu palatino apresenta o
SINAL DA CORTINA.

➢ Nervo Acessório: XI Par


Monitores: Ana Clara Moura, Caio Mouta, Clarissa Martins e Rafaela Pinho

• O nervo acessório é um nervo motor, e por isso, para avaliar o mesmo devemos realizar o teste
de força.

- O XI Par inerva o músculo esternocleidomastoideo e a porção superior do trapézio.

- O paciente realiza uma lateralização da cabeça, primeiro fazendo um movimento ativo, e


depois contra a resistência imposta pelo examinador; caso haja lesão o paciente terá dificuldade
em realizar o movimento contralateral ao lado lesionado

- Para testar o músculo trapézio, pede-se para o paciente levantar os ombros contra a resistência
do examinador. Caso ocorra lesão de um lado, haverá déficit ipsilateral.

➢ Nervo Hipoglosso: XII Par


• É um nervo motor que realiza a inervação dos músculos da língua

- O examinado deve avaliar a motricidade da língua, pedindo para o paciente abrir a boca no
intuito de observar atrofias, retrações e desvios. Feito isso, pede-se para o paciente colocar a língua
para fora e movimente-a para a direita e para a esquerda.

- Após realizar a inspeção, devemos testar a força dos músculos da língua pedindo que o paciente
faça uma força com a língua contra as bochechas, e o examinador realiza uma força contraria sobre
a língua.

- O exame esta alterado quando, dentro da boca, a Língua esta desviada para o lado contralateral
à lesão, e quando colocada para fora esta desviado para o lado ipsilateral à lesão.

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