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Tipos de Marchas
Existem vários tipos de marchas patológicas
Marcha Dispráxica
- Perda da capacidade de caminhar corretamente na
ausência de um distúrbio sensorial, fraqueza ou
incoordenação à dificuldade em iniciar a sequência
automática dos movimentos próprios do andar
- Hidrocefalia de pressão normal (síndrome de Hakim
Adams) e das afecções que envolvem o lobo frontal, como
tumores frontais e doença de Pick
- O paciente caminha como se os pés estivessem colados ao ATAXIA
chão (marcha magnética), com grande dificuldade de tirá-los - Desorganização dos movimentos, com incoordenação,
do solo, base estreita e tendência à queda. tremor e comprometimento das tarefas rápidas e
- Membros rígidos e com mobilidade reduzida em resposta alternadas;
ao contato (Paratonia – fenômeno de Gengenhalten) ○ Sinal clínico frequente, mas não exclusivo das afecções
cerebelares;
○ Engloba uma série de manifestações.
Marcha Hipercinética
- Doença de Huntington e na coreia de Sydenham
- Marcha grotesca e dançante, com movimentos em excesso, ATAXIA CEREBELAR
sem pausa entre eles, envolvendo todos os segmentos. - Decomposição do movimento
○ A integração dos componentes individuais de um
movimento é prejudicada, e o ato motor é decomposto,
tornando-se lento, com pequenas pausas, errático e ○ Fenômeno de rebote: direção do nistagmo acompanha
desajeitado. inicialmente a direção do olhar, mas inverte-se quando os
○ Quanto mais complexo o movimento, e quanto mais olhos retornam à posição primária.
precisão for necessária, mais fica evidente a decomposição. ○ Nistagmo vertical: fase rápida aponta para baixo
- DISDIADOCOCINESIA
○ Diadococinesia: capacidade de realizar movimentos
rápidos e alternados
○ Requer contração muscular na sequência agonista-
antagonista-agonista
A tarefa é executada com erros de ritmo, alvo e Prova índex-índex
movimentação de articulações secundárias ao movimento ○ O paciente abduz os braços e os mantém bem afastados,
programado. antes de trazer a ponta dos seus dedos indicadores em
direção à linha média e tentar tocá-los.
- DISTÚRBIOS DE MOVIMENTAÇÃO OCULAR ○ Realizar de forma lenta e depois rápida, com olhos abertos
○ A dismetria também afeta os movimentos oculares e se e fechados
manifesta durante as sacadas. ○ Na doença cerebelar unilateral, o dedo do lado normal
○ Movimentos de perseguição lenta (acompanhar um objeto pode ter que cruzar a linha média para alcançar o dedo do
que se desloca vagarosamente pelo campo visual) estão lado afetado.
frequentemente comprometidos em doença cerebelar ○ Além disso, o dedo do lado doente pode acabar situando-
○ Nistagmo: grosseiro, lento e amplo ao olhar em direção ao se acima ou abaixo do dedo do lado normal, como resultado
lado atáxico e fino e rápido para o lado oposto. da dismetria.
Prova calcanhar-joelho Prova da parada de braços
○ Solicita-se ao paciente que toque o joelho com o calcanhar, ○ Nesta prova, o examinador mantém seus braços em
deslize o por cima da crista tibial até o hálux e, então, traga- extensão e solicita ao paciente que tente manter as pontas
o de volta em direção ao joelho. de seus dedos no mesmo nível daqueles que o está
○ Os achados são análogos aos das provas do membro avaliando. Em seguida, o examinador move seus braços para
superior. O paciente pode não acertar o joelho e tem cima e para baixo, interrompendo bruscamente o
dificuldade de manter o calcanhar sobre a crista tibial, movimento em várias posições.
apresentando desvios. ○ Disfunção cerebelar presente as mãos do paciente
continuam a mover-se depois que as do examinador
Prova artelho dedo pararam. O paciente faz um movimento corretivo em
○ O paciente deve tocar o dedo do examinador com o hálux. direção contrária, trazendo as pontas dos dedos para o nível
○ O joelho é mantido dobrado nessa manobra. das do médico.
Os achados são similares aos da prova índex-nariz. ○ Lesão no hemisfério cerebelar a mão do mesmo lado
ultrapassa o alvo, enquanto a mão do lado sadio consegue
Movimentos rápidos e alternados manter-se no mesmo nível da do examinador.
○ Movimentos opostos rapidamente sucessivos são úteis ○ Assimetria
para flagrar a disdiadococinesia
○ Uma manobra comum é solicitar que o paciente bata a Teste da ultrapassagem do alvo
palma e o dorso das mãos sobre as coxas. A posição de teste ○ Examinador e o paciente um em frente do outro, com os
frequentemente é sentada, e os dois membros superiores braços estendidos e os dedos indicadores apontados um
são avaliados simultaneamente, à procura de assimetria. para o outro sem encostar.
○ O paciente deve ser incentivado a realizar os movimentos ○ O paciente deve elevar os membros estendidos acima da
com a maior velocidade possível, com os olhos abertos e cabeça, com a ponta do indicador apontando para o teto da
depois fechados. sala e tentar trazê-los de volta à posição horizontal, ao nível
○ Deve ser observado o ritmo, a frequência, a precisão e a dos dedos do médico.
regularidade do movimento. ○ Disfunção cerebelar: o indicador do paciente se desvia
○ Disfunção cerebelar: ritmo é perdido e a frequência torna- lateralmente, ultrapassando o alvo. O desvio ocorre em
se variável, ocorrem pausas, movimentos são erráticos e direção ao lado da lesão cerebelar, e sua amplitude aumenta
irregulares, pode ser notada fatigabilidade (início normal com a repetição rápida do teste.
com posterior incoordenação) ○ Dano cerebelar for leve desvio só ocorrerá com os olhos
○ Envolver os dois lados do corpo na tarefa parece tornar fechados
mais evidentes os sinais de ataxia do lado afetado (ou mais ○ As anormalidades estão mais evidentes com os olhos
afetado). fechados.
Provas de parada e fenômeno de rebote - Lesões vestibulares: Os dois braços desviam-se para o lado
Teste de rebote de Stewart-Holmes acometido.
■ solicitar ao paciente que mantenha seu braço abduzido, e - Disfunção cerebelar: Apenas o braço ipsilateral à lesão
o antebraço em flexão e supinação, com o punho cerrado. apresenta desvio
■ O examinador traciona o antebraço do paciente como que - Condições que afetam a propriocepção: O desvio do alvo
tentando trazê-lo para a posição de extensão e subitamente tem direção variável e se manifesta, em geral, somente com
remove toda a resistência aplicada. os olhos fechados.
■ Normal contração vigorosa dos extensores evita que o
punho atinja o ombro ou a boca do paciente. Prova dos braços estendidos (Mingazini)
■ Doença cerebelar diminuição ou ausência do fenômeno ○ Nesta prova, o paciente é solicitado a fechar os olhos e
do rebote e não há freio para o movimento do antebraço. tentar manter os membros superiores estendidos na
○ Fenômeno de rebote MMII extensão ou flexão do horizontal, com os antebraços em supinação.
quadril, joelho ou tornozelo ○ Tradicionalmente é empregada para flagrar fraqueza
○ Assimetria muscular discreta, resultante de uma disfunção do neurônio
motor superior.
○ O teste é dito positivo quando ocorre um desvio para baixo
da extremidade parética, acompanhado de pronação (sinal
de Barré).
○ Doença cerebelar restrita a um dos hemisférios o
membro ipsilateral à lesão desvia-se para fora, às vezes para
cima, e raramente para baixo.
Escrita
O paciente atáxico geralmente apresenta hipermetria,
traduzida por macrografia (letras grandes e assimétricas)
SÍNDROMES HEMISFÉRICAS
Manifestações apendiculares e unilaterais;
A lesão é ipsilateral aos sinais de ataxia, que são mais
marcados quanto mais distal a musculatura e quanto mais
fino o movimento realizado.
Dismetria, decomposição, disdiadococinesia e tremor
ocorrem do lado da lesão.
A postura e marcha são relativamente poupadas em
comparação à síndrome do vérmis, mas não são normais.
Pode ocorrer tendência à queda ou desvio da marcha para o
lado da lesão.
Nistagmo pode ser encontrado
- Geralmente horizontal, e sua intensidade aumenta, quando Vestibulopatas e pacientes com lesões cerebelares
o olhar é dirigido para o lado da lesão. unilaterais tendem a cair sempre para o lado acometido ao
Disartria é muito menos comum que na síndrome do vérmis. serem colocados na postura de teste.
Causas comuns de síndrome Ao girarmos a cabeça do paciente para um dos lados, de
- Acidente vascular cerebral modo que a orelha ou o cerebelo lesado fique anteriorizado,
- Esclerose múltipla a tendência à queda se dá para frente.
- Gliomas dos hemisférios cerebelares.
ATAXIA DO LOBO FRONTAL
SÍNDROMES PANCEREBELAR Quadro clínico compatível com a síndrome cerebelar
Combinação dos achados da síndrome vermiana e da hemisférica
síndrome hemisférica. Nesses casos, entretanto, a lesão é contralateral ao lado
Os sinais de ataxia apendicular são bilaterais e relativamente afetado e se associam hiperreflexia, espasticidade e reflexos
simétricos e se associam à disartria, ataxia da marcha e patológicos,
anormalidades da movimentação ocular. - Doenças cerebelares hipotonia e hiporreflexia
A síndrome pancerebelar pode resultar de doenças ipsilaterais
genéticas, a exemplo das ataxias espinocerebelares, de Interrupção de fibras frontopontocerebelares em seu
intoxicações exógenas ou de fenômenos autoimunes caminho do córtex frontal aos núcleos pontinos.
paraneoplásicos Sinais de liberação frontal podem ser vistos, como reflexo
palmomentoniano, grasping, alterações comportamentais e
reflexos axiais de face exaltados.
ATAXIA TALÂMICA
Lesões vasculares ou expansivas do tálamo podem cursar
com ataxia contralateral à lesão.
É frequente a associação à paresia, alterações da
sensibilidade e síndrome dolorosa (síndrome de Dejerine-
Roussy) também contralaterais à lesão.
ATAXIA SENSITIVA
A lesão responsável pode estar localizada em qualquer nível:
nervos periféricos (fibras grossas), raízes, funículo posterior
medular, núcleos do tronco cerebral, substância branca
cerebral ou córtex parietal.
As manifestações clínicas podem ser muito similares àquelas
vistas na doença cerebelar.
- Ataxia sensitiva achados do exame se tornam muito mais
evidentes, quando o paciente fecha os olhos, o que tem
muito menos impacto na ataxia cerebelar.
História típica são as quedas recorrentes ao caminhar
durante a noite na ausência de luz.
Teste de Romberg positivo diferença entre equilíbrio em
pé com os olhos abertos e fechados.