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PROPEDÊUTICA CLÍNICA – TEÓRICA

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – MEDICINA VETERINÁRIA


ALUNO: JEFERSON BRUNO DA SILVA – MATRÍCULA: 201406074-4

Sistema Nervoso – Parte 2


SÍNDROMES NEUROLÓGICAS

 Síndrome cerebral: o nível de consciência está alterado e o comportamento também, andar


compulsivo e posturas anormais andar em círculos (mesmo lado da lesão), cegueira com
reflexo pupilar (cranial a lesão cortical), convulsões, pedalagem, head pressing, comatosos
com ritmo de Chey-Stokes.
.
 Síndrome mesencefálica: anormalidades locomotoras, depressão mental, midríase não
responsiva ou miose, estrabismo, midríase, reflexo pupilar ausente (III).

 Síndrome pontobulbar: diminuição do nível de consciência, anormalidades locomotoras


(hemiparesia, tetraparesia ou tetraplegia), paralisia da mandíbula e diminuição da
sensibilidade da face (V), diminuição do reflexo palpebral (V e VII), paralisia facial (VII),
desvio da cabeça (VIII), quedas, andar em círculos, nistagmo, paralisia da faringe/laringe
(IX e X), paralisia da língua (XII).

 Síndrome cerebelar: tremores intencionais de cabeça, hipermetria, anda rígido, perda do


equilíbrio, anisocoria (diâmetro pupilar diferente), teste saltitamento (anormalidade), reflexo
de ameaça ausente, nistagmo. Facilmente reconhecida em pequenos animais.

 Síndrome vestibular:
o Central (núcleo vestibular e cerebelo).
Head tilt, estrabismo; Nistagmo horizontal, rotatório, vertical ou posicional. Anormalidades
locomotoras – ataxia, quedas, perda de equilíbrio. Nervos cranianos V, VI e VII. Sinais
cerebelares.

o Periférica (ouvido interno)

Head tilt, estrabismo, anormalidade locomotora como ataxia, quedas e perda de equilíbrio.
Nistagmo horizontal ou rotatório. Anormalidade no VII par.
Central e Periférica
o Perda de equilíbrio, quedas, rotação da cabeça e estrabismo.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Função da Medula Espinhal: Integração entre o encéfalo e o SNP, postura e coordenação dos
movimentos (C-T2 e L4-S2)

Danos à medula espinhal levam a alterações sensoriais e motoras (reflexo) e alterações


locomotoras (incoordenação).

Quando ela é encefálica ela tem que ter pelo menos 2 parâmetros alterados:
 Paresia (fraqueza muscular, diminuição do tônus muscular).
 Ataxia (dificuldade em desempenhar movimentos voluntários coordenados).
 Espasticidade (rigidez muscular)
 Hipermetria (passo largo pela hiperflexão das articulações).

PARESIA

É A FRAQUEZA MUSCULAR. Posso avaliar o animal em repouso ou movimento.

 Diminuição do arco durante a troca do passo.


 Retardo na troca do passo.
 Passo curto.
 Pisar sobre o boleto.
 Pivô no membro interno no círculo.
 Pinça e coxin desgastado.
 Tropeçar sobre objetos.
 Falta de sustentação corporal
 Não resiste a deslocamentos laterais (garupa).
 Tremores musculares ao apoio dos membros.

ESPASTICIDADE

 Diminuição da flexão articular (passo curto);


 Não eleva adequadamente o membro durante o passo (andar rígido/espatico)
 Resiste aos deslocamentos laterais (garupa)

ATAXIA

 Aumento dos deslocamentos laterais do tronco e garupa;


 Passo mais largo;
 Cruzar membros abaixo do corpo;
 Abdução do membro posterior externo durante o círculo.

HIPERMETRIA

 Passo largo
 Com uma hiperflexão das articulações.

AVALIAÇÃO DA INCOORDENAÇÃO MOTORA

Postura e Padrão de Locomoção

Repouso > Passo > Trote

Realização de manobras para identificar os sinais de incoordenação motora.

Manobras em repouso: postura (oscilação corpórea), posicionamento dos membros, desgaste de


cascos e coxin, simetria de pescoço e tronco, atrofia muscular (pescoço e garupa) e palpação do
pescoço e coluna. Manipulação e sensibilidade do pescoço, resposta cervicofacial (com a mão
espalmada na região cervical você bate algumas vezes de leve e o animal mexe o lábio), reflexo
do músculo cutâneo (um instrumento pontiagudo – não perfuro cutâneo – e vai passar pelo dorso
e o animal vai dar um tremilique), deslocamento de membros torácicos e da garupa, tônus anal,
movimentação da cauda e sensibilidade perineal.

Manobras em movimento: andar em linha reta, trotar em linha reta, afastar, andar em círculos
abertos, andar em círculos fechados, descer e subir em rampa e escadas. Ultrapassar obstáculos
a locomoção, trotar montado (equino), andar com pescoço estendido e flexionado, deslocamento
da garupa com animal em movimento.

REFLEXOS ESPINHAS DOS MEMBROS TORÁCICOS

O animal precisa estar em decúbito lateral, porque os membros precisam estar “soltinhos”. É mais
comum em pequenos. Mas o fato do animal não responder ao reflexo, não significa que ele tem
lesão porque as vezes não vai exatamente no nervo.

 Reflexo Bicipital – musculatura do bíceps.

Membro anterior relaxado com o cotovelo ligeiramente flexionado. Indicador na inserção do


músculo bíceps, face anteromedial do cotovelo. Assim tem uma discreta flexão do cotovelo.

 Reflexo Triciptal

Membro anterior relaxado com o cotovelo ligeiramente flexionado. Indicador no tendão de


inserção do músculo tríceps, próximo ao olecrano. Há uma discreta extensão do cotovelo.

 Reflexo Carporradial

Membro anterior relaxado com o carpo ligeiramente flexionado. Você bate no músculo extensor
radial do carpo, abaixo do cotovelo. Há uma ligeira extensão carpo.

REFLEXOS ESPINHAS DOS MEMBROS PÉLVICOS

 Reflexo Patelar

Membro posterior relaxado e semi-fletida. Bate co martelo no ligamento patelar. Há uma


extensão do joelho.

 Reflexo Gastrocnêmico

Bate com o martelo sob o dedo ou diretamente em cima do tendão do músculo gastrocnêmico,
junto ao tubercalcâneo e há uma extensão do tarso/jarrete. Coloca o dedo porque essa região é
muito flácida então você pressiona o nervo com o dedo e a batida do martelo gera o movimento e
o reflexo.

 Reflexo Tibialcranial.

Bate com o martelo diretamente sob o músculo tibial cranial e há a flexão tarso/jarrete.

REFLEXO AMBOS OS MEMBROS


 Reflexo Flexor

Você utiliza uma pinça e dá uma pinçada no coxim e o animal vai retirar, também serve para
testar dor profunda.

 Reflexo Extensor Cruzado

Em neonatos é normal, mas nos adultos não. Você com uma pinça atua em um dos lados do
animal e ele vai movimentar o outro.

Reflexo do membro torácico: lesão cranial ao segmento C6

Reflexo do membro pélvico: lesão cranial ao segmento L3.

 Reflexo da dor superficial

Avaliar distúrbios sensoriais. Com uma pinça você passa por toda a extensão do corpo pra ver a
contração muscular.

Diminuição da capacidade de sentir dor.

 Reflexo de Babinski

Na ponta desse martelo tem um estilete. É um martelo especial para o sistema nervoso.

Você pega essa pinça e pressiona no meio do dedo do animal e ele não pode abrir os dedos
porque isso caracteriza uma lesão. Você faz meio que cócegas no animal.

 Reflexos Anais

Levanta a cauda do animal e pinça a região anal para observar contração. Se não houver
contração há uma lesão de S1 a S3.

Local da Lesão Membro Anterior Membro Posterior


C1-C5 NMS NMS
C6-T2 NMI NMS
T3-L3 NORMAL NMS
L4-S2 NORMAL NMI

REAÇÕES POSTURAIS EM PEQUENOS ANIMAIS

Detectam distúrbios no SN não detectados na locomoção, eliminar a compensação, tirar da


posição normal, aumentar peso no membro.

 Propriocepção consciente;

. Capacidade de perceber posição alterada;

Deslocamento na folha de papel com a pata em cima da folha, você puxa a folha e o animal vai
sendo puxado junto até que ele cai caso tenha alguma alteração.

Capacidade de retorno: Você retira uma da patinha do local e observa a capacidade de retorno ao
local de onde ela estava. Normal é posicionar corretamente o membro em 1 e 3 segundos.
 Hemiestação e hemilocomoção;

Animais sadios não tem dificuldade de se manter e andar nesta posição. Você segura as duas
patas de um dos lados (esquerdo/direito) e avalia se o animal consegue andar mesmo com o
peso todo nas duas patinhas.

Quedas, hipermetria e tropeços são sinais de alterações.

 Saltitamento;

É o teste mais complicado com animais pesados, porque você eleva três membros e o normal é
saltar na direção do deslocamento.

 Carrinho de mão;

Normal: locomoção simétrica e normal. A diferença de lesões em membros torácicos x pélvicos.


Você levanta as patas posteriores e observa o andar do animal com as patas anteriores.

Você precisa fazer de olhos vendados e elevar a cabeça porque o animal pode estar andando
“normal” porque está enxergando. Em casos de alterações os animais sofrem quedas, tropeços,
abaixam a cabeça.

 Tônica do pescoço;

Erguer a cabeça do animal em estação. O normal é o aumento do tônus muscular dos membros
anteriores e diminuição do tônus muscular dos membros posteriores.

 Propulsão extensora.

Você vai avaliar membros pélvicos. Você levanta o animal pelas axilas e ele tenta se encostar na
mesa movimentando as patas posteriores. Normal é a extensão dos membros posteriores para
suportar o peso.

 Aprumo Vestibular

Ergue os membros posteriores: membros anteriores tocando o chão, elevados e animal vendado.
Alteração: gira o pescoço e não retorna os membros.

 Colocação Tátil e Visual

Colocar os membros flexionados sobre a mesa e com olhos vendados.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Avaliamos os nervos cranianos e nervos espinhais.

Nervo craniano – alteração de nervo craniano sem sinais de lesão encefálica.

Nervos espinhais – lesão de função sensitiva e motora = reflexo diminuído + perda de


sensibilidade (superficial e profunda). Provavelmente esse animal não vai ter alteração
mesencefálica, não vai ter mudança de comportamento, sem alteração medular etc.

Como eu vou definir qual o nervo lesionado? Fazendo teste de sensibilidade superficial e
profunda.
Sensibilidade superficial: pinçamento de baixo pra cima.

Sensibilidade profunda: geralmente com uma agulha o animal tem que sentir dor profunda,
então colocamos a agulha até o periósteo. É uma lesão mais grave e mais difícil de ser tratada.

Exames Complementares

 Exame do líquor – pode colher de onde esta sua suspeita – cranial (cisterna magna) ou
caudal (região lombosacra).
 Eletroneuromiografia – se não tem atividade elétrica é porque a região não está recebendo
impulso.
 Radiografia (crânio, coluna e meilografia)
 Tomografia computadorizada
 Ressonância Magnética.

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