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SUPLEMENTAÇÃO
ESPORTIVA
Meu nome é João Victor
Francisquini, Nutricionista formado
pela Universidade Federal de Juiz
de Fora e o meu objetivo com esse
e-book é auxiliar todos com um
conteúdo simples e de qualidade
sobre os principais suplementos
esportivos.
Creatina
A creatina é uma amina de ocorrência natural sintetizada
endogenamente pelo fígado, rins e pâncreas, a partir dos
aminoácidos glicina e arginina. Pode também ser obtida
via alimentação, especialmente pelo consumo de carne
vermelha e peixes. A produção endógena (1g/dia) somada
à obtida na dieta (1g/dia para uma dieta onívora) se iguala
à taxa de degradação espontânea da creatina e
fosfocreatina sob a forma de creatinina, por reação não
enzimática. A creatina é encontrada no corpo humano nas
formas livre (60 a 70%) e fosforilada (30 a 40%). Cerca
de 95% é armazenada no músculo esquelético, sendo que
o restante se situa no coração, músculos lisos, cérebro e
testículos.
A suplementação de creatina auxilia o sistema
fosfogênico, aumentando a quantidade de creatina livre e
fosfocreatina, uma forma de conseguir uma fonte de
“energia rápida”, essencial em modalidades de alta
intensidade e curta duração. A fosfocreatina serve como
uma fonte de fosfato para produzir trifosfato de adenosina
(ATP) a partir de difosfato de adenosina (ADP). O fosfato
é extraído da fosfocreatina através da atuação da enzima
creatina fosfoquinase, e é transferido para o ADP para
produzir ATP. A célula transforma ATP em ADP e,
rapidamente, o fosfato transforma o ADP de novo em
ATP.
Contração ATP ADP + P + Energia
muscular
Beta alanina
Beta alanina
+ carnosina sintase + Carnosina H+
Histidina
A suplementação crônica de beta alanina aumenta o estoque de carnosina muscular. A beta alanina
entra na célula muscular pelos transportadores denominados TauT. Ao entrar no músculo a beta
alanina se associa com o aminoácido histidina, no qual são convertidos em carnosina através da
ação da enzima carnosina sintase. Com o aumento de carnosina muscular a capacidade de
tamponar (remover) íons H+ aumenta, melhorando o desempenho em exercícios de alta intensidade
A dose da suplementação fica em torno de 4 a 6g por dia,
por ser um suplemento de ação crônica o início dos efeitos
é visto apenas após 4 – 5 semanas de suplementação
contínua. Exercícios com duração entre 30 segundos e 10
minutos tem indicação para utilização e no caso da
musculação segue a mesma regra que da utilização de
bicarbonato, apenas em treinamentos que geram maior
acidose (alto volume e pausas curtas). Um colateral muito
comum a essa suplementação é a parestesia, mas nada que
vá causar qualquer prejuízo a saúde, basta fracionar o uso
durante o dia para diminuir tal sensação.
Referências
ARTIOLI, G. G. et al. Role of -alanine supplementation on muscle
carnosine and exercise performance. Medicine & Science in Sports &
Exercise, v. 42, n. 6, p. 1162-1173, 2010.
Referências
Burke LM, Desbrow B, Spriet LL. Caffeine and sports performance.
Champaign: Human Kinetics; 2013.
H+
Referências
Carr, A.J., Hopkins, W.G. & Gore, C.J. Effects of Acute Alkalosis
and Acidosis on Performance. Sports Med 41, 801–814 (2011).
https://doi.org/10.2165/11591440-000000000-00000
@jvfrancisquini
francisquini.jv@gmail.com