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Universidade Federal de Sergipe Campo Universitário prof.

Antônio Garcia Filho Departamento de Fisioterapia da


Lagarto- DFTL

Caso clínico Fisioterapia Áquatica

Discente: Vanderlan De Jesus Santos


Caso clínico

Paciente CASF, 27 anos, residente de Lagarto-SE, diagnosticado com Paralisia


cerebral desde o nascimento. No dia 24 de agosto de 2023 chega ao
ambulatório, usando cadeira de rodas para locomoção, acompanhado do seu
irmão, não relatando uma queixal especifica, porém com a expectativa de
melhorar os sintomas e diminuir as limitações causadas pela patologia.
Paralisia Cerebral

Definição

A paralisia cerebral descreve um grupo de desordens permanentes do


desenvolvimento do movimento e postura atribuído a um distúrbio não progressivo
que ocorre durante o desenvolvimento do cérebro fetal ou infantil, podendo contribuir
para limitações no perfil de funcionalidade da pessoa (ROSENBAUM et al., 2007).
Paralisia Cerebral

Classificação para paralisia cerebral

A paralisia cerebral pode ser classificada, de acordo com a característica clínica mais
dominante, em:
Espástica: Presença de tônus elevado (aumento dos reflexos miotáticos, clônus,
reflexo cutâneo plantar em extensão; ocasionada por uma lesão no sistema
piramidal;
Discinética: Movimentos atípicos mais evidentes quando o paciente inicia um
movimento voluntário produzindo movimentos e posturas atípicos; tônus instável;
lesão do sistema extrapiramidal (núcleos da base);
Atáxica: Distúrbio da coordenação dos movimentos; marcha com aumento da base
de sustentação e tremor intencional; ocasionada por uma disfunção no cerebelo.

Brasil. Ministério da Saúde, 2013


Avaliação no solo

Inspeção (Paciente na cadeira de ADM Passiva reduzidas


rodas) Extensão de joelho
Padrão flexor em MMSS (cotovelos, Dorsiflexão de tornozelo
punho e dedos)
Hipercifose acentuada Força muscular
Ombros protrusos e cabeça anteriorizada Tem no mínimo grau 3 pra todos os
Em MMII (RI de quadril, joelhos em valgo, movimentos testados
pés em flexão plantar

ADM ativa Reduzidas por conta da


espasticidade
Flexão e abdução de ombro
Extensão de cotovelo, punho e falanges
Extensão de joelho
Dorsiflexão de tornozelo
Avaliação no solo

Tônus muscular Coordenação MMSS


Espasticidade grau 1+ na Ashworth Index - nariz: Tempo: MSD - 12,11''; MSE - 13,72
modificada em MMSS Fluidez de movimento reduzida

Propriocepção e sensibilidade Reflexos


Sem alterações Hiperreflexia nos reflexos bicipital e tricipital
Avaliação na água

Tipo de entrada e saída da piscina Flutuabilidade


Pela borda com rotação lateral Prono: Flutua com ajuda dos equipamentos
aquáticos
Supino: Flutua com ajuda dos equipamentos
Tipo de deslocamento (marcha) aquáticos
Frente: Realiza com auxílio do terapeuta
Lateral: Realiza com apoio na borda e auxílio Submerge
do terapeuta Rosto
Costa: Realiza com auxílio do terapeuta
Paralisia Cerebral

Atividade
Estrutura\função Participação
Manter-se de pé
Espasticidade grau 1+ Comunicação verbal
Transferências
ADM de extensão de Participar de atividades de
Mobilidade
joelho e dorsiflexão lazer, recreação, e social
Pega, manuseio e solta de
do tornozelo comutária
objetos com as mãos

Fatores ambientais Fatores pessoais


Facilitadores: Facilitadores
Cadeira de rodas motorizada Família (irmão)
Fisioterapia aquática Barreiras
Mora próximo a UFS Idade
Diagnóstico Fisioterapêutico

Deficiência Cinético-funcional Neurocentral caracterizada por Hipertônia elástica, com


grave redução no controle de movimento e alteração de amplitude de movimento,
afetando membros inferiores (joelho e tornozelo) - dificultando a manutenção da
postura ortostática e impactando na participação social e comunitária
Objetivos SMART

Objetivos a curto e médio prazo Objetivos a longo prazo


Reduzir o padrão de flexão plantar na Conseguir apoiar o retropé no solo na
postura de pé postura de pé
Reduzir o padrão flexor e o valgo de Reduzir a padrão flexor e o valgo de
joelho na postura de pé joelho na postura de pé
Conseguir ficar 5´´ de pé sem suporte na Conseguir ficar 12´´ de pé sem suporte na
piscina piscina
Realizar 5 passos de marcha frontal sem Realizar 10 passos de marcha frontal sem
suporte na piscina suporte na piscina

1-2 meses >3 meses


Condutas

Paciente flutuando em supino Paciente na postura de pé

Mobilização escapular e alongamento passivo Marcha frontal, lateral e posterior com


do peitoral suporte do terapeuta
Mobilização patelar e alongamento passivo de Rotação de tronco no canto da piscina
iliopsoas, adutores do quadril, cadeia utilizando macarrão
posterior dos MMII e fáscia plantar Treino no disco proprioceptivo
Mobilização articular da talocrural Subida unipodal no step
Exercício de dorsiflexão de tornozelo com Treino de sentar e levantar na bola suiça
resistência manual do terapeuta
Reavaliação e discussão

Pontos positivos observados Dificuldades


Paciente mais “independente na piscina” Evolução lenta por causa das características
Conseguiu ficar de pé sem suporte por mais da PC
de 5 segundos no disco proprioceptivo
Conseguiu realizar mais de 3 passos de forma
independente na piscina
Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com paralisia cerebral /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
VITRIKAS, K.; DALTON, H.; BREISH, D. Cerebral Palsy: An Overview. American Family
Physician, v. 101, n. 4, p. 213–220, 15 fev. 2020.

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