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Fisio e Saúde Funcional

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CONCURSOS PÚBLICOS
RESIDÊNCIA EM FISIOTERAPIA/MULTIPROFISSIONAL

REVISÕES EM GERAL

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Olá pessoal, tudo bem? Sou o Isaldes Stefano,


Fisioterapeuta, criador do @fisioesaudefuncional. Venho
trazer para vocês esse meu 4º e-book: Cinesioterapia:
Resumida e Descomplicada. O objetivo desses resumos é
facilitar o entendimento dos vários conteúdos que estudamos
ao longo da nossa graduação e vida profissional para os
estudantes/profissionais que estão se preparando para
processos seletivos, concursos, residências, etc...

Tenham bastante foco nessa fase de suas vidas e que


possam alcançar os seus objetivos. Qualquer dúvida que
tiverem quanto ao e-book podem entrar em contato comigo.

É PROIBIDO O COMPARTILHAMENTO OU VENDAS PARA O PÚBLICO

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ÍNDICE

01. MOVIMENTOS DO CORPO HUMANO – CONCEITOS


02. CINESIOTERAPIA – HISTÓRICO E FUNDAMENTOS
03. EXERCÍCIO TERAPÊUTICO: DEFINIÇÕES, ASPECTOS DA FUNÇÃO FÍSICA,
TRATAMENTO COM EXERCICIOS FISIOTERAPÊUTICOS.
04. PROCESSO E MODELOS DE INCAPACITAÇÃO: INCAPACITAÇÃO;
TIPOS DE COMPROMETIMENTOS; LIMITAÇÃO FUNCIONAL; FATORES DE RISCO PARA A
INCAPACIDADE
05. EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS PARA GANHO DE
AMPLITUDE DE MOVIMENTO: EXERCÍCIO PASSIVO; ATIVOASSISTIDO;
ATIVO LIVRE; RESISTIDO.
06. AMPLITUDE DE MOVIMENTO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES, TIPOS DE
EXERCÍCIOS DE ADM, PRINCIPAIS INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES, LIMITAÇÕES.
07. EXERCÍCIO PASSIVO: CONCEITOS; INDICAÇÕES; OBJETIVOS; LIMITAÇÕES;
PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
08. EXERCÍCIO ATIVOASSISTIDO: CONCEITOS; INDICAÇÕES; OBJETIVOS;
LIMITAÇÕES; PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
09. EXERCÍCIO ATIVO LIVRE: CONCEITOS; INDICAÇÕES; OBJETIVOS;
LIMITAÇÕES; PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
10. ALONGAMENTO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES: FLEXIBILIDADE,
HIPOMOBILIDADE, CONTRATURAS; PROPRIEDADES DOS TECIDOS MOLES QUE AFETAM
A RESPOSTA À IMOBILIZAÇÃO E AO ALONGAMENTO, PRINCIPAIS INDICAÇÕES,
CONTRAINDICAÇÕES E LIMITAÇÃO/PRECAUÇÕES
11. MOBILIZAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES PERIFÉRICAS:
CONCEITOS; DEFINIÇÕES DE TERMOS; EFEITOS; INDICAÇÕES; LIMITAÇÕES;
PRECAUÇÕES; CONTRAINDICAÇÕES.
12. EXERCÍCIOS RESISTIDOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES, DESEMPENHO
MUSCULAR, PRINCIPIOS, ADAPTAÇÕES AO EXERCÍCIO RESISTIDO, DETERMINANTES,
TIPOS DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS: COM RESISTÊNCIA MANUAL/MECÂNICA,
ISOMÉTRICOS, ISOCINÉTICOS, ISOTÔNICOS (CONCÊNTRICOS E EXCÊNTRICOS),
PRINCIPÍOS, PRINCIPAIS INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E LIMITAÇÕES
13. MÉTODO BOBATH: NOÇÕES BÁSICAS; OBJETIVOS; TÉCNICAS; ENFOQUES;
PRINCIPIOS BÁSICOS
14. FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA
(FNP) – MÉTODO KABAT: CONCEITOS; INDICAÇÕES; PADRÕES DIAGONAIS;
PRINCIPIOS BÁSICOS
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15. EXERCÍCIO COM RESISTENCIA MECÂNICA: CONCEITOS;
VANTAGENS; DESVANTAGENS;
16. EXERCÍCIOS PROPRIOCEPTIVOS (REEDUCAÇÃO
SENSÓRIO-MOTORA): CONCEITO; PROPRIOCEPÇÃO; OBJETIVOS;
APARELHOS DE MECANOTERAPIA
17. EXERCÍCIOS PLIOMÉTRICOS
18. EXERCÍCIOS DE WILLIANS
19. EXERCÍCIOS DE FRENKEL
20. EXERCÍCIOS CALISTÊNICOS
21. EXERCÍCIOS PENDULARES DE CODMAN
22. EXERCÍCIO AQUÁTICO

______ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1. MOVIMENTOS DO CORPO HUMANO

Os movimentos do corpo humano ocorrem nas junções, os


pontos de articulação entre dois ou mais ossos adjacentes.
Geralmente, quando nos referimos aos movimentos do corpo, nos
focamos nos movimentos exercidos sobre uma articulação a partir
da contração (encurtamento físico) do músculoesquelético.

PRINCIPAIS MOVIMENTOS DO CORPO HUMANO/


DESCRIÇÃO:
ABDUÇÃO: Movimento para longe de um ponto de referência
central;

ADUÇÃO: Movimento em direção a um ponto de referência


central; o oposto de abdução.

ROTAÇÃO LATERAL: Giro de um osso ou de um membro em


volta do seu eixo longitudinal lateral ou para longe da linha média;

ROTAÇÃO MEDIAL: Oposto de rotação lateral; girando


medialmente em direção à linha média;

FLEXÃO: Frequentemente um movimento que diminui o ângulo da


articulação;

EXTENSÃO: Frequentemente um movimento que aumenta o


ângulo da articulação; o oposto da flexão.

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ELEVAÇÃO: Erguendo superiormente, como ao encolher seus
ombros;

DEPRESSÃO: Um movimento de uma parte do corpo


inferiormente;

PRONAÇÃO: Rotação do rádio sobre a ulna no antebraço que


muda a palma da mão para a posição posterior (em posição
anatômica) ou para a posição inferior (Se a mão estiver para frente
com a palma da mão para cima);

SUPINAÇÃO: Oposto da pronação, muda a palma da mão para a


posição anterior ou superior.

CIRCUNDUÇÃO: Movimento no espaço que circunscreve um


círculo ou um cone ao redor de uma articulação;

DORSIFLEXÃO: Erguendo o pé na articulação do tarso;

PLANTIFLEXÃO: Um movimento de abaixar ou de rebaixamento


do pé no tarso;

EVERSÃO: Movimento da planta do pé lateralmente;

INVERSÃO: Movimento da planta do pé medialmente;

RETRUSÃO: Deslocamento posterior de uma parte do corpo sem


uma modificação no movimento angular;
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PROTRUSÃO: Deslocamento anterior de uma parte do corpo sem
uma modificação no movimento angular.

Principais movimentos do corpo humano


Fonte: https://anatomia-papel-e-caneta.com/movimentos-do-corpo-humano/

Fonte: MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014

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Fonte: https://anatomia-papel-e-caneta.com/movimentos-do-corpo-humano/

A) Abdução ou Protração da escápula B) Adução ou Retração da escápula


C) Rotação superior ou lateral da escápula D) Rotação inferior ou medial
da escápula E) Elevação da escápula F) Depressão ou abaixamento da
escápula

Movimentos na articulação do ombro (Glenoumeral)

Fonte: https://anatomia-papel-e-caneta.com/movimentos-do-corpo-humano/:

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Fonte: https://anatomia-papel-e-caneta.com/movimentos-do-corpo-humano/

ANTEVERSÃO: Movimento no plano sagital, onde a


estrutura inclina-se para a frente, logo a espinha ilíaca
ântero-superior anterioriza-se à sínfise púbica.

RETROVERSÃO: Movimento no plano sagital, onde a


estrutura inclina-se para trás, logo a espinha ilíaca ântero-
superior posterioriza-se à sínfise púbica.

Fonte: MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014

DESVIO RADIAL: Movimento no plano frontal, onde a mão


afasta-se da linha mediana do corpo (abdução do punho).

DESVIO ULNAR: Movimento no plano frontal, onde a mão se


aproxima da linha mediana do corpo (adução do punho).
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Fonte: MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanab ara Koogan, 2014

OPOSIÇÃO DO POLEGAR: Movimento no plano horizontal, em


que ocorre a aproximação das polpas digitais (polegar em relação
aos demais dedos) e envolve uma combinação de abdução,
circundução e rotação.

REPOSIÇÃO DO POLEGAR: Movimento no plano horizontal, em


que ocorre o afastamento das polpas digitais, é o inverso da
oposição.

A) Extensão e Flexão do tronco B) Desvio/Flexão lateral à esquerda e


direita do tronco C) Rotação lateral à esquerda e direita do tronco
Fonte: MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014

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Fonte: https://anatomia-papel-e-caneta.com/movimentos-do-corpo-humano/

 Joelho valgo
 Joelho normal
 Joelho varo

A) Tornozelo valgo (pisada pronada) B) Posição neutra C) Tornozelo varo


(pisada supinada)
Fonte: MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014

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2 CINESIOTERAPIA – HISTÓRIA E FUNDAMENT OS
BÁSICOS

A Cinesioterapia é o uso do movimento ou exercício como forma


de terapia. Os primeiros estudos sobre a utilização dos exercícios
terapêuticos datam da Grécia e Roma antiga, porém foi a partir da
I Guerra Mundial que houve um aumento acentuado da utilização
deste recurso para a reabilitação de pacientes, isso devido ao
grande número de incapacitados durante e após os cambates
(GUIMARÃES, CRUZ, 2003).
A cinesioterapia é o uso do movimento ou exercício como forma
de tratamento, o recurso se autodenomina, cinesio significa
movimento. A cinesioterapia é uma técnica que se baseia nos
conhecimentos de anatomia, fisiologia e biomecânica, a fim de
proporcionar ao paciente um melhor e mais eficaz trabalho de
prevenção, cura e reabilitação.
O exercício terapêutico tem como objetivo manter, corrigir e/ou
recuperar uma determinada função, ou seja, restaurar a função
normal de corpo ou manter o bem-estar (SHESTACK, 1987). Sua
principal finalidade é a manutenção ou desenvolvimento do
movimento livre para a sua função, e seus efeitos baseiam-se no
desenvolvimento, melhora, restauração e manutenção da força, da
resistência à fadiga, da mobilidade e flexibilidade, do relaxamento
e da coordenação motora (KISNER & COLBY, 1998).

SÍNTESE – CINESIOTERAPIA AO LONGO DOS TEMPOS


Em um período entre 4000 a.C. e 395 d.C. o movimento humano
era utilizado no tratamento de disfunções já estabelecidas, já
instaladas e faziam parte das funções dos sacerdotes.
Na Idade Média, ocorreu uma interrupção dos estudos na área
da saúde, pois nessa época o corpo era considerado inferior, sem
importância, havia um culto da alma, do espírito.
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No final da idade média e início do Renascimento, as belezas
físicas do homem e da mulher começaram a ser valorizadas,
desenvolve-se a preocupação com o corpo refletido pela
revitalização do culto ao físico. Neste período, o exercício era
ligado à cultura da beleza física, do belo.
Ao final do Renascimento, Don Francisco e Ondeano Amorós
(1779-1849) dividiram a ginástica em quatro pontos, sendo o
terceiro ponto a cinesioterapia, que tinha a finalidade de
manutenção de uma saúde forte, tratamento de enfermidades,
reeducação de convalescentes e correção de deformidades
(GUIMARÃES, CRUZ, 2003).
Nesta mesma época, surge a diferenciação da ginástica com
fins terapêuticos e manutenção de condições normais, quando
ficou definido que o tratamento de enfermos mediante exercícios
é algo distinto da ginástica para pessoas sãs. Com a
industrialização, começam a surgir patologias relacionadas com a
atividade de trabalho, além de outras epidemias e doenças. Com
isso, novas tecnologias começam a ser empregadas para a
melhoria da saúde e medicina, momento em que houve o
predomínio de uma concepção de saúde direcionada para a
assistência curativa, recuperativa e reabilitadora, assim como a
necessidade de especializações na área da saúde (GUIMARÃES,
CRUZ, 2003).
Durante a guerra, ocorreu um grande número de casos de
lesões, mutilações, alterações físicas de vários tipos e graus,
grande campo de atuação da cinesioterapia, favorecendo o
crescimento da fisioterapia e desta área. Os primeiros estudos
sobre a utilização dos exercícios terapêuticos datam da Grécia e
Roma antiga, porém foi a partir da I Guerra Mundial que houve um
aumento acentuado da utilização deste recurso para a reabilitação
de pacientes, isso devido ao grande números de incapacitados
durante e após os combates (GUIMARÃES, CRUZ, 2003).

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3 EXERCÍCIO TERAPÊUTICO

É o treinamento sistemático de movimentos


corporais, posturais ou atividades físicas com a
intenção de proporcionar ao paciente meios de:
- Tratar ou prevenir comprometimentos;
- Melhorar, restaurar ou aumentar a função física;
- Evitar ou reduzir fatores de risco relacionados à saúde;
- Otimizar o estado de saúde geral, o preparo físico ou a sensação
de bem estar.
Os programas de exercícios fisioterapêuticos elaborados por
Fisioterapeutas são individualizados para as necessidades
particulares de cada paciente.

ASPECTOS DA FUNÇÃO FÍSICA:


Definição dos termos técnicos fundamentais

1. EQUILÍBRIO: Habilidade de alinhar os segmentos do corpo


contra a gravidade para manter ou mover o corpo (centro de
massa), dentro da base de suporte disponível, sem cair;
habilidade de mover o corpo em equilíbrio, sob a ação da
gravidade, mediante interação dos sistemas sensorial e
motor.

2. CONDICIONAMENTO CARDIOPULMONAR: Habilidade de


realizar movimentos repetitivos de baixa intensidade usando
todo o corpo (andar, correr, pedalar, nadar) por um longo
período de tempo.

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3. COORDENAÇÃO: Cadência e sequenciamento correto do
recrutamento de fibras musculares, combinados com a
intensidade apropriada de contração muscular, propiciando o
início, a condução e graduação efetivos do movimento.

4. MOBILIDADE/FLEXIBILIDADE: Habilidade das estruturas


ou dos segmentos do corpo de se moverem ou de serem
movidos de modo a permitir a ocorrência da ADM em
atividades funcionais.

 A mobilidade passiva depende da extensibilidade dos


tecidos moles (contrátil e não contrátil), enquanto que a
mobilidade ativa requer ATIVAÇÃO NEUROMUSCULAR.

5. DESEMPENHO MUSCULAR: Capacidade do músculo de


produzir tensão e realizar trabalho físico. O desempenho
muscular, ou condicionamento muscular, envolve força,
potência e resistência muscular.

6. CONTROLE NEUROMUSCULAR: Interação dos sistemas


sensorial e motor que possibilita aos músculos sinergistas,
agonistas e antagonistas, assim como aos estabilizadores e
neutralizadores, anteciparem ou responderem à informação
proprioceptiva e cinestésica.

7. ESTABILIDADE: Habilidade do sistema neuromuscular, por


meio de ações musculares sinérgicas, em manter o segmento
corporal proximal ou distal em uma posição estacionária ou
para controlar uma base estável durante o movimento
sobreposto.

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TRATAMENTO COM EXERCÍCIOS FISIOTERAPÊUTICOS:
- Condicionamento e recondicionamento aeróbico;
- Exercícios de desempenho muscular: força, potência e
treinamento de resistência à fadiga;
- Técnicas de alongamento, incluindo procedimentos de
alongamento muscular e técnicas de mobilização articular;
- Controle neuromuscular, técnicas de inibição e facilitação, e
treinamento de consciência postural;
- Exercícios de controle postural, mecânica corporal e
estabilização;
- Exercícios de equilíbrio e treinamento de agilidade;
- Exercícios de relaxamento;
- Exercícios respiratórios e treinamento muscular ventilatório;
- Treinamento muscular específico à tarefa

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4 PROCESSO E MODELOS DE INCAPACITAÇÃO

INCAPACITAÇÃO: É um termo referente aos impactos e às


consequências funcionais de condições agudas e/ou crônicas,
como doenças, lesões, e anormalidades congênitas ou do
desenvolvimento, em sistemas corporais específicos,
comprometendo a habilidade do indivíduo para desempenhar
funções e papeis necessários e habituais, esperados e desejados
pela sociedade.
** AS INCAPACITAÇÕES SOCIAL, EMOCIONAL E COGNITIVA
podem afetar a física e vice-versa não devendo portanto, ser
desconsideradas ou descartadas.

A Figura 1.2 representa um modelo de processo de incapacitação relevante para os impactos


potenciais dos tratamentos com exercício fisioterapêutico na incapacitação.

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PATOLOGIA/FISIOPATOLOGIA:

O primeiro componente principal do modelo de incapacitação


refere-se às perturbações da homeostase corporal. Essas
perturbações são decorrentes de doenças agudas/crônicas e
distúrbios ou condições caracterizados por um conjunto de
achados anormais (agrupamentos de sinais e sintomas). Tais
achados são indicativos de alteração ou descontinuidade da
estrutura ou função do corpo, identificados originalmente a nível
celular.

COMPROMETIMENTOS:
São consequências das condições patólogicas; ou seja,
apresentam-se na forma de sinais e sintomas que refletem as
anormalidades do sistema corporal, órgão ou tecido.

TIPOS DE COMPROMETIMENTO/ COMPROMETIMENT OS


FÍSICOS COMUNS TRATADOS NA CINESIOTERAPIA:

- MUSCULOESQUELÉTICO:

Dor, fraqueza muscular ou produção de torque muscular reduzida,


resistência muscular a fadiga diminuída;
ADM limitada em razão de: restrições da cápsula articular,
restrições no tecido conjuntivo periarticular, diminuição do
comprimento muscular;
Hipermobilidade articular;
Deformidade postural;
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Desequilíbrios musculares

- NEUROMUSCULAR:
Dor, equilíbrio, estabilidade postural ou controle comprometidos;
Descoordenação, cadência falha;
Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor;
Tônus anormal (Hipotonia, hipertonia, distonia);
Estratégias de movimento funcional ineficaz ou ineficiente

- CARDIOVASCULAR/PULMONAR:

Capacidade aeróbica diminuída (Resistência cardiopulmonar);


Circulação comprometida (linfática, venosa, arterial);
Dor durante a atividade física assistida (claudicação intermitente)

- TEGUMENTAR:

Hipomobilidade da pele (Ex: cicatriz imóvel ou aderente).

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LIMITAÇÕES FUNCIONAIS:

Ocorrem na pessoa como um todo. Resultam de


comprometimentos caracterizados pela redução da habilidade da
pessoa para desempenhar ações ou atividades de maneira
eficiente ou tipicamente esperada.
Podem ser de natureza física, social ou psicológica.

LIMITAÇÕES FUNCIONAIS COMUNS RELACIONADAS COM


TAREFAS FÍSICAS:
Limitação para:
- Alcançar e segurar objetos;
- Erguer e carregar objetos;
- Empurrar e puxar;
- Inclinar-se e curvar-se;
- Girar e torcer;
- Arremessar e pegar;
- Rolar;
- Ficar em pé;
- Agachar-se e ajoelhar-se;
- Levantar-se e sentar-se;
- Deitar e levantar da cama;
- Arrastar-se, andar e correr;

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- Subir e descer escadas;
- Saltar e pular;
- Chutar.

INCAPACIDADE:
Última categoria do desenvolvimento da incapacitação é a
INCAPACIDADE. Definida como a inabilidade do indivíduo de
realizar e/ou participar de atividades ou tarefas relacionadas a ele
mesmo, ao lar, ao trabalho, à recreação ou à comunidade, de
maneira que ele ou a comunidade como um todo (família, amigos,
colegas, etc.) percebam como “normal”.

CATEGORIAS GERAIS DE ATIVIDADES RELEVANTES PARA


A INCAPACIDADE:
- Cuidados pessoais;
- Mobilidade na comunidade;
- Tarefas ocupacionais;
- Tarefas escolares;
- Cuidados com a casa (internos e externos);
- Cuidados com os dependentes;
- Atividades recreativas e de lazer;
- Responsabilidades e serviços comunitários.

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Neste contexto de incapacidade é importante revisarmos os


tipos de prevenção. Enfatizando que a INCAPACIDADE pode ser
prevenida ou remediada. A PREVENÇÃO pode estar incluída em
três categorias:

1. PREVENÇÃO PRIMÁRIA: Atividades como promoção da


saúde elaboradas para prevenir a doença em uma população
em risco.

2. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: Diagnóstico precoce e


redução da gravidade ou da duração de uma doença
existente e suas sequelas.

3. PREVENÇÃO TERCIÁRIA: Uso da reabilitação para reduzir


o grau ou limitar a progressão da incapacidade existente e
melhorar múltiplos aspectos da função em pessoas com
doença crônica irreversível.

FATORES DE RISCO:
São influências ou características que predispõem uma pessoa à
incapacidade.

FATORES DE RISCO PARA A INCAPACIDADE:

- Fatores Biológicos:

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Idade, Sexo, Raça; Relação altura/peso; Anormalidades ou
distúrbios congênitos, como deformidades esqueléticas, distúrbios
neuromusculares e doenças ou anomalias cardiopulmonares;
História familiar de doenças; Predisposição genética.

- Fatores comportamentais/Psicológicos/Estilo de vida:


Estilo de vida sedentário; Uso de tabaco, álcool e outras drogas;
Má nutrição; Baixo grau de motivação; Habilidades inadequadas
para enfrentar dificuldades; Dificuldades para lidar com mudanças;
Sentimentos negativos.

- Características do ambiente físico:


Barreiras arquitetônicas em casa, na comunidade e no local de
trabalho; Características ergonômicas dos ambientes da casa, do
local de trabalho ou da escola.

- Fatores Socioeconômicos:
Baixo status econômico; Baixo nível educacional; Acesso
inadequado aos serviços de saúde; Apoio familiar ou social
limitado.

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5 EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS PARA GANHO DE


AMPLITUDE DE MOVIMENTO

Os principais modos de exercícios terapêuticos que são utilizados


a fim de reestabelecer a ADM são:

EXERCÍCIO PASSIVO: (Produzido totalmente por força externa);


Destinado a indivíduos que não podem participar ativamente do
exercício. O Fisioterapeuta movimenta os membros do paciente.

EXERCÍCIO ATIVOASSISTIDO: (uma força externa fornece


assistência manual ou mecânica); Indivíduos movem seus
membros sozinhos, mas o Fisioterapeuta ajuda a realizar a
tarefa com as mãos, fitas ou outros equipamentos.

EXERCÍCIO ATIVO-LIVRE: (Produzido por uma contração ativa


dos músculos). Esse tipo é destinado a indivíduos que podem
exercitar um músculo/articulação sem ajuda. Eles movem seus
membros sozinhos.
Contribuem com os exercícios terapêuticos para o ganho de
ADM:
- Alongamentos;
- Mobilização Articular;
- Técnicas de Terapia Manual;
- Recursos Eletroermofototerapêuticos.

As Modalidades clássicas de Exercício Terapêutico são:


1– Exercícios Passivos
2– Exercícios Ativos- Assistidos
3– Exercícios Ativos – Livres
4– Exercícios Resistidos

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6 AMPLITUDE DE MOVIMENTO (ADM)

CONCEITO: É um técnica básica usada para exame e início de


tratamento em um programa de intervenção cinesioterapêutica.

Ao mover um segmento por meio de sua ADM; todas as


estruturas da região são afetadas: músculos, superfícies
articulares, cápsulas, ligamentos, fáscias, vasos e nervos. O
alcance do movimento articular disponível em geral é medido com
um goniômetro e registrado em graus. A AMPLITUDE MUSCUL AR
relaciona-se com a EXCURSÃO FUNCIONAL DOS MÚSCULOS.

EXCURSÃO FUNCIONAL é a distância que um músculo é capaz


de encurtar após ter sido alongado ao máximo.

Para manter a ADM normal, os segmentos precisam ser


movidos por suas amplitudes disponíveis periodicamente, seja a
amplitude muscular ou a articular disponível. Sabe-se que muitos
fatores podem levar a uma ADM reduzida, como:
- Doenças sistêmicas; articulares; neurológicas; musculares;
- Lesões cirúrgicas ou traumáticas;
- Inatividade ou imobilidade por qualquer razão.

Em Fisioterapia, as atividades de ADM são administradas para


manter a mobilidade das articulações e dos tecidos moles de modo
a minimizar a perda de flexibilidade dos tecidos e a formação de
contraturas.

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TIPOS DE EXERCÍCIO DE AMPLITUDE DE MOVIMENT O


(ADM):

- ADM Passiva (ADMP): O movimento na ADMP fica dentro da


ADM, sem restrições para um segmento, e é produzido
inteiramente por uma força externa, com pouca ou nenhuma
contração muscular voluntária;
FORÇA EXTERNA: Proveniente da gravidade, de um aparelho, de
outra pessoa, ou outra parte do corpo do próprio indivíduo;

ATENÇÃO: ADM e alongamento passivo não são sinônimos.

- ADM ATIVA (ADMA): ADMA é o movimento dentro da ADM sem


restrições para um segmento, produzido por uma contração ativa
dos músculos que cruzam aquela articulação;

- ADM ATIVOASSISTIDA (ADMA-A):


ADMA-A é um tipo ADMA na qual uma força externa fornece
assistência, manual ou mecânica, porque os músculos
movimentadores primários precisam de ajuda para completar o
movimento.

INDICAÇÕES E OBJETIVOS DAS TÉCNICAS DE EXERCÍCIOS


DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO

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INDICAÇÕES PARA A ADMP:
 Em uma região onde há tecido com inflamação aguda, a
mobilização passiva é benéfica;
 Quando um paciente não for capaz ou não puder mover
ativamente um segmento ou segmentos do corpo (Ex:
paciente em coma, paralisado, repouso completo no leito);

OBJETIVOS DA ADMP:
 Diminuir as complicações que poderiam ocorrer com a
imobilização, como degeneração de cartilagem, aderência e
formação de contraturas e estagnação da circulação;
 Manter a mobilidade da articulação e do tecido conjuntivo;
 Minimizar os efeitos da formação de contraturas;
 Manter a elasticidade mecânica dos músculos;
 Auxiliar a circulação e a dinâmica vascular;
 Favorecer o movimento sinovial para nutrição de cartilagem
e difusão de materiais na articulação;
 Diminuir ou inibir a dor;
 Auxiliar o processo de regeneração após uma lesão ou
cirurgia;
 Ajudar a manter a percepção do movimento;
 Quando um Fisioterapeuta está examinando estruturas
inertes, a ADMP é usada para determinar as limitações nos
movimentos, a estabilidade articular e a elasticidade dos
músculos e outros tecidos moles;
 Quando o Fisioterapeuta está ensinando um programa de
exercícios ativos (Demonstração de movimentos desejados);

ADM ATIVA E ATIVOASSISTIDA


INDICAÇÕES PARA A ADMA:

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 Sempre que o paciente for capaz de contrair ativamente os
músculos e mover um segmento, com ou sem assistência, a
ADMA será usada;
 Quando o paciente tem musculatura fraca e é incapaz de
mover uma articulação por meio da amplitude desejada (em
geral contra a gravidade), é empregada a ADMA-A;
 A ADMA pode ser usada em programas de condicionamento
aeróbico;
 Quando um segmento do corpo é imobilizado por curto
tempo, a ADMA é utilizada nas regiões acima e abaixo desse
segmento para manter as áreas em condições o mais
próximas possíveis do normal e preparar o paciente para
novas atividades, como andar com muletas.

OBJETIVOS DA ADMA:
Se não há inflamação ou contraindicação para o movimento ativo,
os mesmos objetivos da ADMP podem ser alcançados com a
ADMA. Além disso, há benefícios fisiológicos que resultam da
contração muscular ativa e do aprendizado motor devido ao
controle muscular voluntário. Objetivos específicos incluem:
 Manter a elasticidade e a contratilidade fisiológica dos
músculos participantes;
 Fornecer feedback sensorial proveniente dos músculos em
contração;
 Proporcionar um estímulo para manutenção da integridade
óssea e articular;
 Aumentar a circulação e prevenir a formação de trombos;
 Desenvolver a coordenação e habilidades motoras para
atividades funcionais;

 LIMITAÇÕES DOS EXERCÍCIOS DE ADM:


A mobilização passiva não irá:
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- Prevenir a atrofia muscular;
- Aumentar a força ou resistência física;
- Auxiliar a circulação na mesma medida em que ocorre a
contração muscular voluntária ativa;

 LIMITAÇÕES DA ADM ATIVA:


Para músculos fortes, ela não irá manter ou aumentar a força,
nem irá desenvolver habilidade ou coordenação, exceto nos
padrões de movimentos usados.

 PREUCAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES PARA OS


EXERCÍCIOS DE ADM:

A ADM não deve ser feita nos casos em que o movimento possa
comprometer o processo de regeneração.
Tem-se mostrado que o movimento cuidadosamente
controlado, dentro dos limites do movimento livre de dor,
durantes as fases iniciais de regeneração, é benéfico para a
regeneração e recuperação precoce;
Sinais de movimento excessivo ou errado incluem aumento da
dor e da inflamação;

A ADM não deve ser feita quando a resposta do paciente ou a


condição impõe risco de morte.
A ADMP pode ser iniciada com cautela nas principais
articulações e a ADMA em tornozelos e pés para minimizar a
estagnação venosa e a formação de trombos;
Após infarto agudo do miocárdio, cirurgia de revascularização
coronariana ou angioplastia coronariana transluminal
percutânea, a ADMA dos MMSS e a caminhada limitada são

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geralmente tolerados sob monitoramento cuidadoso dos
sintomas.

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7 EXERCÍCIO PASSIVO

CONCEITO: São aqueles produzidos totalmente por força


externa, portanto, não há contração muscular voluntária.

A força que produzirá o movimento será externa, podendo


ela ter origem no terapeuta, em um aparelho ou máquina que
realizará o movimento ou até no próprio paciente, desde que ele
utilize a força de outro músculo para promover o movimento.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=w88DStVm_6Y
Exercício passivo realizado pelo próprio paciente para Flexão de Ombro Esquerdo

Fonte: http://resumofisioterapia.blogspot.com/2017/12/cinesioterapia-exercicios-de-amplitude.html
Exercício passivo realizado pelo Fisioterapeuta para Flexão de Joelho Esquerdo

PRINCIPAIS INDICAÇÕES PARA O EXERCÍCIO PASSIVO:

- Em região onde há tecido com inflamação aguda. Ex:


Inflamação após uma lesão ou cirurgia;
- Quando o paciente não for capaz de mover ativamente um
segmento ou segmentos do corpo, por exemplo: Em casos de
coma, paralisia ou em repouso completo.

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PRINCIPAIS OBJETIVOS DO EXERCÍCIO PASSIVO:

I. Manter a mobilidade da articulação e do tecido conjuntivo;


II. Minimizar os efeitos da formação de contraturas;
III. Manter a elasticidade do músculo;
IV. Auxiliar a circulação sanguínea e a dinâmica vascular;
V. Favorecer a nutrição da cartilagem e a difusão de materiais
na articulação;
VI. Diminuir a dor;
VII. Auxiliar o processo de regeneração após uma lesão ou
cirurgia;
VIII. Ajudar a manter a percepção de movimento do paciente.
IX. Examinar estruturas;
X. Para demonstração de movimento desejado;
XI. Usado antes de técnicas de alongamento passivo.

PRINCIPAIS LIMITAÇÕES DO EXERCÍCIO PASSIVO:

Não é possível com o uso do exercício passivo:

I. Prevenir a atrofia muscular;


II. Aumentar a força ou resistência;
III. Auxiliar a circulação na mesma medida em ocorre com a
contração muscular voluntária;

PRINCIPAIS PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES:

I. Quando o movimento possa comprometer o processo de


regeneração;
II. Caso a resposta do paciente ou a condição impõe risco de
morte (IAM, trombose).

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8 EXERCÍCIO ATIVOASSISTIDO

CONCEITO:
Atividade de mobilidade na qual ocorre alguma ativação
muscular. Nessa situação, o paciente é incapaz ou não lhe é
permitido ativar plenamente o músculo.

A Quantidade de assistência fornecida ou requerida pode ser


variável:

Alguns indivíduos podem necessitar de assistência através de


toda a amplitude, porém outros podem necessitar de assistência
mínima ou nula em algumas partes enquanto necessitam de uma
assistência quase máxima em outras amplitudes.

FATORES QUE PRODUZEM ESSA VARIAÇÃO:


I. Arco de movimento dolorido;
II. Limitações impostas pela doença ou lesão;
III. Mudanças nas relações comprimento-tensão muscular;

PRINCIPAIS INDICAÇÕES DO EXERCÍCIO ATIVOASSISTIDO:


Pacientes que não conseguem completar a ADM ativamente em
virtude de uma fraqueza que pode resultar de traumatismo, lesão
neurológica, doença muscular ou neuromuscular, ou dor.

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PRINCIPAIS OBJETIVOS DO EXERCÍCIO ATIVOASSISTIDO:

I. Prevenção dos efeitos negativos da imobilização;


II. Prevenção das contraturas articulares e da retração dos
tecidos moles;
III. Redução da dor;
IV. Aprimoramento da dinâmica vascular e da difusão sinovial;
(de forma mais significativa do que no ex. passivo);
V. Estímulo para atividade óssea através da tração muscular;
VI. Manutenção de força muscular;
VII. Ensina o paciente a ativar o músculo corretamente;
VIII. Estímulo para propriocepção e cinestesia;
IX. Faz com que o paciente participe de sua reabilitação, em vez
de agir como o receptor de uma técnica passiva.

MODOS DE ASSISTÊNCIA DO EXERCÍCIO ATIVOASSISTIDO:


Várias são as formas de assistência que podem ser aplicadas:
I. Assistência do Fisioterapeuta;
II. Autoassistência (próprio paciente);
III. Equipamentos de mecanoterapia (polias, rodas de ombro,
skate, escada de dedos e etc.)
IV. Exercícios em suspensão .

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9 EXERCÍCIO ATIVO LIVRE

Atividades de mobilidade realizadas por contração muscular


ativa. Essas atividades podem ser realizadas contra gravidade ou
em uma posição com a gravidade minimizada, dependendo da
força do indivíduo e dos objetivos da fisioterapia.

PRINCIPAIS INDICAÇÕES PARA O EXERCÍCIO ATIVO LIVRE

1. Sempre que o paciente for capaz de contrair ativamente os


músculos e mover um segmento, o exercício ativo deve ser
usado;
2. Também pode ser utilizado em programas de
condicionamento aeróbico;
3. Quando um segmento do corpo é imobilizado por certo
tempo, o exercício ativo livre é utilizado nas regiões acima e
abaixo desse segmento para manter as áreas em condições
mais próximas possíveis do normal e preparar o paciente
para novas atividades

FATORES/CONDIÇÕES QUE LIMITAM A MOBILIDADE ATIVA

 Encurtamento, rigidez ou contratura (mesmos tecidos


contráteis e não-contráteis que limitam a mobilidade
passiva);
 A força e a resistência do músculo ou do grupo muscular
(grau de força menor do que 3 – impossibilidade de realizar
movimento contra a ação da gravidade);
 Coordenação e equilíbrios precários;
 Falta de sincronia entre agonista e antagonista (controle
neuromuscular inadequado);
 Limitações da resistência cardiovascular (DPOC ou doença
cardiovascular).

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PRINCIPAIS OBJETIVOS/ EXERCÍCIO ATIVO LIVRE:

 Todos benefícios do exercício passivo + da contração


muscular;
 Os resultados semelhantes ao exercício ativo-assistido,
porém mais proeminentes;
 Manter a elasticidade e a contratilidade fisiológica dos
músculos participantes;
 Fornecer feedback sensorial proveniente dos músculos em
contração;
 Proporcionar um estímulo para manutenção da integridade
óssea e articular;
 Aumentar a circulação e prevenir a formação de trombos;
 Desenvolver a coordenação e habilidades motoras para
atividades funcionais.

PRINCIPAIS LIMITAÇÕES DO EXERCÍCIO ATIVO LIVRE:


Para músculos fortes, ela não irá manter ou aumentar a força,
nem irá desenvolver habilidade ou Coordenação

TÓPICOS IMPORTANTE SOBRE O EXERCÍCIO ATIVO LIVRE:


 Demonstrar ao paciente o movimento desejado usando o
movimento passivo, depois pedir a ele que realize o
movimento.
 O movimento deve ser realizado dentro da ADM disponível.
 Pode ser utilizado para condicionamento físico.
 Uma das aplicações mais utilizadas, na atualidade, são os
exercícios funcionais, voltados para melhora do
desempenho do indivíduo em atividades específicas.
 Podem ser utilizados para trabalhar AVDs.

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10 ALONGAMENTO

CONCEITO: Termo geral usado para descrever qualquer


manobra fisioterapêutica elaborada para aumentar a mobilidade
dos tecidos moles e subsequentemente melhorar a ADM por meio
do aumento do comprimento de estruturas que tiveram
encurtamento adaptativo.

A mobilidade é definida como a habilidade das estruturas ou


dos segmentos do corpo de se moverem ou serem movidos de
modo a permitir a presença de movimentos amplos para as
atividades funcionais (ADM funcional).

A hipomobilidade causada pelo encurtamento adaptativo dos


tecidos moles pode ocorrer como resultado de vários distúrbios e
situações. Os fatores incluem:
1. Imobilização prolongada de um segmento do corpo;
2. Estilo de vida sedentário;
3. Desalinhamento postural e desequilíbrios musculares;
4. Desempenho muscular comprometido (fraqueza) associado
a um conjunto de distúrbios musculoesqueléticos ou
neuromusculares;
5. Trauma dos tecidos resultando em inflamação e dor;
6. Deformidades congênitas ou adquiridas;

TERMOS RELACIONADOS COM MOBILIDADE E


ALONGAMENTO:

FLEXIBILIDADE: Habilidade de mover uma única articulação ou


uma serie de articulações de maneira suave e confortável por
meio da ADM irrestrita e sem dor.

HIPOMOBILIDADE: Refere-se a mobilidade diminuída, restrita ou


limitada.

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CONTRATURA: É o encurtamento adaptativo da unidade
musculotendinea e outros tecidos moles que cruzam ou cercam
a articulação resultando em resistência significativa ao
alongamento passivo ou ativo e limitações na ADM.

Tipos de contraturas:

- Contratura Miotática:
Embora a unidade musculotendínea encontre-se encurtada
adaptativamente e haja uma perda significativa de ADM, não há
uma doença muscular específica. Morfologicamente: embora
exista uma redução no número de unidades de sarcômeros em
série, não há diminuição no comprimento individual do
sarcômero.
Contraturas miotáticas podem ser revertidas em um tempo
relativamente curto com exercícios de alongamento.

- Contratura Pseudomiotática:
Quando o comprometimento da mobilidade e limitação da ADM
são resultados da hipertonicidade (espasticidade ou rigidez
associadas com lesões do SNC, como por exemplo em pacientes
sequelados de AVE). Os músculos/articulações envolvidas
parecem estar em constante estado de contração, dando origem
a uma resistência excessiva ao alongamento passivo.

- Contraturas Artrogênicas e Periarticulares:


Contratura artrogênica resulta de patologia intra-articular. Essas
alterações podem incluir aderências, proliferação sinovial, efusão
articular, irregularidades na cartilagem articular ou formação de
osteófitos.
Contratura Periarticular: Desenvolve-se quando os tecidos
conjuntivos que cruzam ou se inserem na articulação ou cápsula
articular se tornam rígidos, restringindo assim a mobilidade
artrocinemática normal.

- Contratura Fibrótica e Contratura Irreversível:


Contratura Fibrótica: Quando alterações fibróticas no tecido
conjuntivo do músculo e as estruturas periarticulares causam
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aderências e o desenvolvimento subsequente de uma contratura
fibrótica;
Pode ocorrer uma perda permanente da mobilidade dos tecidos
moles que não pode ser revertida por intervenções não cirúrgicas
quando o tecido muscular normal e o tecido conjuntivo organizado
são substituídos por grandes quantidades de aderências
fibróticas e tecido cicatricial relativamente não extensível, ou
mesmo por osso heterotópico.

NÃO ESQUECE ______________________________________

PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DO ENCURTAMENTO


MUSCULAR:
 Desestabilização da postura;
 Utilização de fibras compensatórias;
 Compressão de fibras nervosas;
 Aumento da incidência de cãibras e dor;
 Prejuízo da técnica nas habilidades atléticas;
 Maior ocorrência de fadiga local, restrição da circulação,
aumento metabólico – formação de nódulos.

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PRINCIPAIS INDICAÇÕES PARA O ALONGAMENTO:


Quando a ADM está limitada porque os tecidos moles perderam
sua extensibilidade, devido a aderências, contraturas, tecido
cicatricial;
• Quando a restrição da mobilidade pode levar a deformidades
estruturais;
• Quando há fraqueza muscular e encurtamento do tecido
opositor;
• Prevenção de lesões musculoesqueléticas;
• Antes e depois do exercício físico intenso.

PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO ALONGAMENTO:

• Evita ou elimina encurtamento músculotendíneo;


• Diminui o risco de alguns tipos de lesão músculoarticular;
• Aumenta e/ ou mantém a flexibilidade;
• Elimina ou reduz o incômodo dos nódulos musculares;
• Aumenta o relaxamento muscular e melhora a circulação
sanguínea;
• Melhora a coordenação e evita a utilização de esforços
adicionais no trabalho e no desporto;
• Reduz a tensão muscular antagonista e aproveita mais
economicamente a força dos músculos agonistas;
• Libera a rigidez e possibilita melhorar a simetria muscular;
• Evita e/ ou elimina problemas posturais que alteram o centro de
gravidade, provocando adaptação muscular;

PRINCIPAIS CONTRAINDICAÇÕES PARA O


ALONGAMENTO:

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Quando um bloqueio ósseo limita a mobilidade articular;
• Após fratura recente;
• Processo inflamatório ou infeccioso agudo ou quando a
regeneração de tecidos for prejudicada nos tecidos retraídos ou
ao redor;
• Durante dor aguda com movimento ou alongamento;
• Na presença de uma evidência de trauma (hematoma);
• Quando tecidos moles encurtados estão provendo aumento da
estabilidade articular;
• Quando as contraturas ou tecidos moles encurtados são a base
de habilidades funcionais melhoradas (paralisia ou fraqueza
muscular);
• Quando já existe hipermobilidade

PRINCIPAIS MODOS DE ALONGAMENTO:

ALONGAMENTO MANUAL, MECÂNICO /PASSIVO OU


ASSISTIDO:

Uma força externa de alongamento aplicada no final da amplitude


de forma sustentada ou intermitente, mediante uma pressão
adicional usando contato manual (Fisioterapeuta) ou um
dispositivo mecânico.
Quando o paciente se encontra o mais relaxado possível,
denomina-se ALONGAMENTO PASSIVO.
Quando ele ajuda movendo a articulação por meio de uma
amplitude maior, denomina-se ALONGAMENTO ASSISTIDO.

AUTOALONGAMENTO
• O paciente realiza independentemente após instrução
cuidadosa e prática supervisionada.
• Cuidado deve ser tomado com a estabilização e alinhamento.

ALONGAMENTO MECÂNICO
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• Utilização de equipamentos para alongar uma contratura e
aumentar a ADM articular.
• Equipamentos: tornozeleiras, pesos, sistema de polias com
pesos, órteses, entre outros.

ALONGAMENTO DO TIPO CONTRAÇÃO-RELAXAMENTO


• O músculo é primeiramente alongado até o ponto de limitação;
• O paciente faz uma contração isométrica antes do alongamento
no final da amplitude – 10 segundos – seguido pelo relaxamento;
• Então o membro e passivamente movido para a nova amplitude
à medida em que o músculo limitador da amplitude é alongado.

ALONGAMENTO DO TIPO CONTRAÇÃO DO AGONISTA


• Agonista: músculo oposto ao limitador da amplitude;
• Antagonista: músculo limitador;
• Técnica: o paciente contrai concentricamente o músculo oposto
ao limitador da amplitude.
• Indicação: estágios iniciais de regeneração, dor no músculo
limitador.

MOBILIZAÇÃO/MANIPULAÇÃO ARTICULAR
Técnicas de alongamento aplicadas especificamente nas
estruturas articulares e usadas para alongar restrições
capsulares ou reposicionar uma articulação subluxada.

MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE TECIDOS MOLES


Existem várias técnicas, incluindo massagem por fricção,
liberação miofascial, acupressão, e fisioterapia em pontos-gatilho
(trigger points) elaboradas para melhorar a mobilidade dos
tecidos mediante a mobilização e a manipulação dos tecidos
conjuntivos aderidos aos tecidos moles. São adjuntos úteis dos
procedimentos de alongamento.

MOBILIZAÇÃO NEURAL
Após traumas ou procedimentos cirúrgicos, podem formar-se
aderências ou tecido cicatricial em torno das meninges e raízes
nervosas ou no local da lesão no plexo ou nos nervos periféricos.
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Depois de serem conduzidos testes para determinar a mobilidade
do tecido neural, a via neural é mobilizada por mieo de
procedimentos seletivos.

ALONGAMENTO SELETIVO
Processo em que a função geral de um paciente pode ser
melhorada aplicando seletivamente técnicas de alongamento em
alguns músculos e articulações, porém que se desenvolva
limitação da mobilidade em outros músculos ou articulações. É
preciso analisar as necessidades funcionais do paciente e a
importância de manter um equilíbrio entre a mobilidade e
estabilidade que resulte no máximo desempenho funcional.

Autoalongamento.
Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguran ca/Bis/virtual% 20tour/hipertextos/up1/exercicio s_de_loang amento_e_r elaxam ento.html

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Alongamento ativo. Fonte: https://osegredo.com.br/os-9-melhores-alongamentos-para-ficar-em-forma/

Alongamento passivo. Fonte: https://medium.com/@lucascaetanoofc

Mobilização neural (Nervo mediano) Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=rJtn1uDe2bk

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PROPRIEDADES DOS TECIDOS MOLES QUE AFETAM A
RESPOSTA À IMOBILIZAÇÃO E AO ALONGAMENTO

As características mecânicas dos tecidos contráteis e não-


contráteis e as propriedades neurofisiológicas dos tecido contrátil
afetam o alongamento dos tecidos moles.
Quando o tecido mole é alongado, ocorrem alterações elásticas
ou plásticas. Elasticidade é a habilidade do tecido mole de
retornar ao seu comprimento de repouso após o alongamento
passivo. Plasticidade é a tendência do tecido mole de assumir um
comprimento novo e maior após a força de alongamento ter sido
removida.

IMPORTANTE: Tanto os tecidos contráteis quanto os não -


contráteis têm qualidades elásticas e plásticas.

PROPRIEDADES MECÂNICAS DO TECIDO CONTRÁTIL

O músculo é composto de tecido contrátil e tecidos conjuntivos


não-contráteis. Os elementos contráteis do músculo fornecem as
características de contralidade e irritabilidade. O tecido conjuntivo
não contrátil dentro e em torno do mm tem as mesmas
características de qualquer tecido conjuntivo, incluindo a
habilidade de resistir a forças deformantes bem como a
viscoelasticidade.
As estruturas da unidade musculotendinea feitas de tecido
conjuntivo são o endomísio, perimísio e o epimísio (Figura
abaixo). A estrutura de tecido conjuntivo do mm é a fonte primária
de resistência muscular ao alongamento passivo.

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Tecido conjuntivo muscular. Tecido conjuntivo não contrátil dentro e em torno do músculo.
Epimisio. Perimísio. Endomísio.

ELEMENTOS CONTRÁTEIS DO MÚSCULO

Os músculos individuais são compostos de muitas fibras


musculares paralelas umas às outras. Uma única fibra muscular
é constituída de muitas miofibrilas.
Cada miofibrila é composta de estruturas ainda menores
denominadas de SARCÔMEROS, que ficam em série dentro de
uma miofibrila.
SARCÔMERO: é a unidade contrátil da miofibrila composta
de miofilamentos de actina e miosina que se sobrepõem e
formam pontes transversas. É o sarcomero que confere ao
músculo a sua habilidade de contrair e relaxar. Na contração: os
filamentos de actina e miosina deslizam juntos e o musculo
encurta-se ativamente. No relaxamento: as pontes transversas se
separarm suavemente e o músculo retorna ao seu comprimento
de repouso.

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Sarcômero. Fonte: https://www.infoescola.com/fisiologia/contracao-muscular/

RESPOSTA MECÂNICA DA UNIDADE CONTRÁTIL AO


ALONGAMENTO E À IMOBILIZAÇÃO

RESPOSTA AO ALONGAMENTO:
Quando um músculo é alongado e aumenta seu
comprimento, a força de alongamento é transmitida para as fibras
musculares através do tecido conjuntivo (endomísio e perimísio)
dentro e em torno das fibras.
Durante o alongamento passivo há transdução de força,
tanto longitudinal quanto lateral. Quando ocorre o alongamento
inicial no componente elástico (tecido conjuntivo), a tensão sobe
de forma aguda. Após certo ponto há uma perturbação mecânica
nas pontes transversas à medida que os filamentos se separam
levando a um alongamento abrupto dos sarcomeros.
Quando a força do alongamento é liberada, os sarcomeros
individuais retornam ao seu comprimento de repouso.
Para que ocorram aumentos de comprimento mais permanentes
(plásticos), a força de alongamento precisa ser mantida por um
longo tempo.

REPOSTA À IMOBILIZAÇÃO:
Quando um musculo é imobilizado por tempo prolongado,
ocorre declínio nas proteínas contráteis e uma diminuição no
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número de miofibrilas, resultando na atrofia e fraqueza. O tempo
de duração e a posição na qual o músculo é imobilizado afetam a
extensão da atrofia e a perda de força.
A atrofia ocorre mais rápida e extensivamente nas fibras
musculares posturais TÔNICAS (De contração lenta) do que nas
fibras fásicas (De contração rápida).
Se um músculo é imobilizado na posição encurtada por
várias semanas, o que com frequência é necessário após
fraturas, pós-operatórios, laceração muscular, rupturas de
tendão, dá –se uma redução no comprimento do músculo e de
suas fibras e no aumento de sarcômeros em série dentro das
mofibrilas como resultado da absorção de sarcômeros.

PROPRIEDADES NEUROFISIOLÓGICAS DO TECIDO


CONTRÁTIL

O FUSO MUSCULAR:
Principal órgão sensorial (receptor de alongamento) do
músculo. É composto de fibras musculares intrafusais
microscópicas que são arranjadas em feixes e correm paralelas
a uma fibra muscular extrafusal.
Os receptores sensoriais dos fusos estão localizados nas
porções centrais chamadas de saco nuclear e cadeia nuclear.
Quando estimulados pelo alongamento, as informações
desses receptores sobre velocidade e duração do alongamento e
mudanças no comprimento do músculo são transmitidas através
de fibras aferentes primárias (tipo Ia) e secundárias (tipo II) para
o SNC.
Essas fibras também fazem sinapses nos motoneuronios
alfa ou gama e facilitam a contraçãode suas próprias fibras
extrafuais e intrafusais, respectivamente, e inibem os
antagonistas do músculo.

OS ORGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI (OTGs)


Localizam-se perto da junção musculotendínea, enrolados
nas terminações das fibras extrafusais dos músculos, e
transmitem estímulos aferentes através de fibras IIb. São
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sensíveis a tensão muscular causada pelo alongamento passivou
por uma contração muscular ativa. São um mecanismo de
proteção que inibe a tensão no músculo onde se encontram
(EFEITO DE INIBIÇÃO AUTOGÊNICA).
Apresentam um limiar muito baixo de disparo (disparam
facilmente) após uma contração muscular ativa e um limiar alto
de disparo para o alongamento passivo.

Fuso muscular

OTG

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A RESPOSTA NEUROFISIOLÓGICA DO MÚSCULO AO
ALONGAMENTO

Quando o músculo é alongado rapidamente, as fibras


aferentes primárias estimulam os motoneurios alfa na medula
espinal e facilitam a contração das fibras extrafusais, aumentando
a tensão no músculo (REFLEXO DE ESTIRAMENTO
MONOSSINÁPTICO).
Se uma força de alongamento lenta é aplicada ao musculo,
os OTGS disparam e inibem a tensão do músculo, permitindo
que o componente elástico paralelo (sarcômero) do musculo
permaneça relaxado e se alongue.

RESUMO BÁSICO: MEMORIZEM !


• Durante o Alongamento rápido: Ocorre aumento da tensão no
músculo – Reflexo de Estiramento. Mediado pelo Fuso Muscular.
• Enquanto que no Alongamento lento: Ocorre disparo do Órgão
Tendinoso de Golgi (OTG) que inibição da tensão do músculo

DETERMINANTES DOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO

 Alinhamento e estabilização;
 Intensidade do alongamento;
 Duração do alongamento;
 Velocidade do alongamento;
 Frequência do alongamento;
 Modo de alongamento;

1. ALINHAMENTO E ESTABILIZAÇÃO

O alinhamento ou posicionamento apropriado do paciente, das


articulações e dos músculos específicos a serem alongados é
necessário para o conforto e a estabilidade do paciente durante o
alongamento. É preciso considerar o alinhamento dos músculos
e articulações a alongar, assim como o alinhamento do tronco e
das articulações adjacentes.
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Estabilização: Para realizar um alongamento efetivo de um
músculo ou grupo muscular específico e das estruturas
periarticulares associadas é necessário estabilizar (FIXAR) o
local de inserção proximal ou distal da unidade musculotendi nea
que será alongada.
No alongamento manual é mais comum estabilizar a
INSERÇÃO PROXIMAL, enquanto que a segmento distal se
move.

2. INTENSIDADE DO ALONGAMENTO

O alongamento deve ser aplicado suavemente, ou seja, com


baixa intensidade, por meio de uma carga leve.
O alongamento de baixa intensidade resulta em ótimas taxas
de melhora na ADM sem expor os tecidos, possivelmente
enfraquecidos pela imobilização, a cargas excessivas e lesão
potencial.

3. DURAÇÃO DO ALONGAMENTO
Existe bastante variação na literatura científica quanto ao
tempo que o alongamento pode ser empregado:
• Tempo de 15, 30, 45 e 60 segundos são aceitáveis e
podem trazer efeitos benéficos.
• Em contraturas fibróticas crônicas: tempos maiores.
• Frequência: Pelo menos duas vezes por semana.
IMPORTANTE:
Um alongamento com baixa carga (baixa intensidade) e
longa duração é considerado a forma mais segura de
alongar, e produz a deformação elástica mais significativ a
com alterações plásticas a longo prazo nos tecidos moles

4. VELOCIDADE DO ALONGAMENTO
Para assegurar o relaxamento muscular ideal e prevenir a
ocorrência de lesões nos tecidos restritos, a velocidade do
alongamento deve ser lenta.
Um alongamento aplicado de forma lenta tem menor
probabilidade de facilitar o reflexo de estiramento e aumentar a
tensão no músculo que está sendo alongado.
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LEMBREM-SE: As fibras Ia do fuso muscular são sensíveis a


velocidade do alongamento muscular.

NOTA: O Alongamento balístico: É um alongamento


intermitente rápido, forçado, ou seja, um alongamento de alta
velocidade e alta intensidade. É consistentemente
contraindicado para indivíduos idosos ou sedentários ou
pacientes com patologias musculoesqueléticas ou
contraturas crônicas.

5. FREQUÊNCIA DO ALONGAMENTO
Refere-se ao número de sessões por dia ou por semana que
um paciente executa no regime de alongamento.
Pode variar de duas a cinco sessões em uma semana,
reservando-se um tempo de repouso entre elas para o tecido se
regenerar e para minimizar a dor pós-exercício.

6. MODO DE ALONGAMENTO
As categorias incluem, mas não se limitam, são:
Alongamento manual, mecânico ou autoalongamento;
Alongamento passivo, assistido ou ativo.

NOTA: Exercícios de alongamento e ADM não são termos


sinônimos. Alongamento leva as estruturas de tecidos moles
além de seu comprimento disponível para aumentar a ADM. Os
exercícios de ADM permanecem dentro dos limites de
extensibilidade dos tecidos.

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11 MOBILIZAÇÃO DE ARTICULAÇÕES PERIFÉRICAS

CONCEITO:
Técnicas de Fisioterapia manual usadas para modular a dor e
tratar disfunções articulares que limitam a ADM, abordando
especificamente a mecânica da articulação que está alterada.

DEFINIÇÕES DE TERMOS:

MOBILIZAÇÃO/MANIPULAÇÃO:
Técnicas passivas de fisioterapia manual que requerem
habilidade.
Aplicam-se a articulações e tecidos moles relacionados,
empregam velocidades e amplitudes variadas e utilizam , com fins
fisioterapêuticos, movimentos fisiológicos ou acessórios.
A mobilização pode ser realizada nos movimentos fisiológicos -
mobilização osteocinemática; ou nos movimentos acessórios
(movimentos complementares tais como: tração, rotação e
deslizamentos médio-laterais); Portanto essas mobilizações intra-
articulares são chamadas de artrocinemáticas.

AUTOMOBILIZAÇÃO
Técnicas de autoalongamento que usam especificamente tração
articular ou deslizamentos que direcionam a força de
alongamento para a capsula articular.

MANIPULAÇÃO / THRUST:
Mobilização realizada com um movimento rápido e de pequena
amplitude de movimento, que podem ou não gerar cavitações
(estalidos).

MOVIMENTOS FISIOLÓGICOS
São movimentos que o paciente pode fazer voluntariamente, por
exemplo, os movimentos, como flexão, abdução e rotação
externa de ombro.

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MOVIMENTOS ACESSÓRIOS
São os movimentos dentro da articulação e dos tecidos ao redor
necessários para a ADM normal, mas que não podem ser
realizados ativamente pelo paciente.

PRINCIPAIS EFEITOS DA MOBILIZAÇÃO ARTICULAR:

 Estimulação da atividade biológica através da movimentação


do líquido sinovial;
 Manter extensibilidade e força de tensão nos tecidos
articulares e periarticulares;
 Provê impulsos sensoriais de:
- Posição estática e senso de velocidade (receptores tipo I)
- Mudanças de velocidade (receptores Tipo II)
- Senso de direção (receptores Tipo I e III)
- Regulação do Tônus muscular (receptores I, II, III)
- Estímulos nociceptivos (receptores IV)

PRINCIPAIS INDICAÇÕES DA MOBILIZAÇÃO ARTICULAR:

 Dor, defesa muscular e espasmo: estimulação de efeitos


neurofisiológicos (movimentos oscilatórios inibe estímulos
nociceptivos) e mecânicos (tração ou deslizamento mover
líquido sinovial);
 Hipomobilidade articular reversível;
 Limitação progressiva;
 Imobilidade funcional

LIMITAÇÕES:

 As técnicas não mudam o curso das doenças ou distúrbios com


artrite reumatóide, processos inflamatórios ou lesões, porém:
Minimizam a dor;
 Mantém mobilidade intra-articular existente;
 Reduz os efeitos da limitação mecânica;

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 As técnicas requerem habilidade (no uso, na avaliação e na
força de aplicação) excesso de força resultará em traumas
articulares ou hipermobilidade.

PRECAUÇÕES
 Enfermidades Malignas;
 Doenças ósseas;
 Fratura não consolidada;
 Dor excessiva;
 Hipermobilidade nas articulações associadas;
 Artroplastias totais;
 Tecido Conjuntivo neoformado ou enfraquecido como logo
após lesão, cirurgia, desuso ou quando o paciente estiver
fazendo uso de corticosteroide (Técnicas forçadas podem
ser destrutivas);
 Doenças sistêmicas do tecido conectivo;
 Idosos com enfraquecimento do tecido conectivo e
diminuição da circulação;
 Doenças Vasculares

CONTRAINDICAÇÕES:
 Hipermobilidade;
 Efusão articular;
 Inflamação aguda.

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12 EXERCÍCIOS RESISTIDOS

Exercícios resistido é qualquer forma de exercício ativo no qual


uma contração muscular dinâmica ou estática é resistida por uma
força externa, aplicada manual ou mecanicamente.

TERMOS ESSENCIAIS:

O Desempenho Muscular refere-se a capacidade de o músculo


realizar trabalho (força x distância). É um componente complexo
do movimento funcional, que pode ser afetado por diversas
condições, dentre elas:

 CARACTERÍSTICA MORFOLÓGICA DO MÚSCULO:


depende do tipo de fibra muscular que é atividade e exigida
durante a realização de determinada atividade;
 INFLUÊNCIA E INTEGRIDADE NEUROLÓGICA: o
conhecimento de neurofisiologia da contração muscular e a
integridade dos componentes que fazem parte deste
processo influenciarão diretamente sobre o desempenho;
 INFLUÊNCIAS BIOQUÍMICAS E BIOMECÂNICAS: tanto a
questão metabólica como a forma como a atividade motora
será realizada;
 FUNÇÃO METABÓLICA, CARDIOVASCUL AR,
RESPIRATÓRIA, COGNITIVA E EMOCIONAL DO
INDIVÍDUO: todos os demais aspectos que compõe o ser
humano, de alguma forma poderão interferir sobre o seu
desempenho motor.

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO DESEMPENHO


MUSCULAR:
1. Força;
2. Potência;
3. Resistência à fadiga.
4.

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Quando uma ou mais dessas áreas do desempenho muscular
está comprometida, podem surgir limitações funcionais e
incapacidades ou aumento do risco de disfunção. Fatores como
lesão, doença, imobilização, desuso ou inatividade, podem
resultar em comprometimento do desempenho muscular, levando
à fraqueza e atrofia muscular.

FORÇA MUSCULAR: Termo amplo que se refere à habilidade do


tecido contrátil de produzir tensão e uma força resultante com
base nas demandas impostas sobre o músculo.
Maior força mensurável que pode ser exercida por um músculo
ou grupo muscular para vencer uma resistência durante um
esforço máximo único.

POTÊNCIA: Definida como trabalho (ForçaxDistância) produzido


pelo músculo por unidade de tempo (ForçaXDistância/Tempo). É
a taxa de desempenho do trabalho

RESISTÊNCIA À FADIGA: Termo amplo que se refere à


habilidade de realizar atividades de baixa intensidade, repetitivas
ou sustentadas, por um tempo prolongado.
Resistência muscular à fadiga: É a habilidade de um músculo
contrair-se repetidamente contra uma carga (resistência), gerar e
manter tensão e resistir à fadiga por um extenso período de
tempo.

PRINCÍPIOS DO FORTALECIMENTO MUSCULAR

Quando procura-se realizar o fortalecimento de determinado


músculo ou musculatura, o terapeuta deve conhecer e respeitar
os princípios básicos do fortalecimento muscular, que são:

 Princípio da Sobrecarga;
 Princípio da Adaptação Específica;
 Princípio da Reversibilidade.

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1 - PRINCÍPIO DA SOBRECARGA

A fim de alcançar o fortalecimento muscular, é preciso


aplicar uma carga que exceda a capacidade metabólica do
músculo, ou seja, o músculo tem de ser desafiado a trabalhar em
um nível mais alto do que ele está acostumado.
Este princípio enfoca a colocação progressiva de carga sobre um
músculo manipulando a intensidade (quantidade de peso) ou o
volume do exercício (n° de repetições, séries, freqüência).
De tal forma que, quando objetiva-se:

TREINAMENTO DE FORÇA: a quantidade de resistência


aplicada ao músculo deve ser aumentada progressivamente.

TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA: Dá-se maior ênfase no


aumento do tempo que uma contração muscular é mantida ou ao
número de repetições realizadas do que ao aumento de carga.

Intensidade (Peso/Resistência)
Volume (Número de repetições)

Princípio da sobrecarga.Fonte: http://coach-francesco-mastrapasqua.mozello.com/blog/params/post/2145134/quem-muda-deus-


ajuda-principio-da-sobrecarga-progressiva

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2 - PRINCÍPIO DA ADAPTAÇÃO ESPECÍFICA

Esse princípio é uma extensão da lei de Wolf (com o tempo


os sistemas corporais adaptam-se às sobrecargas a eles
impostas). Segundo este princípio do fortalecimento, os efeitos
adaptativos do treinamento são altamente específicos ao método
de treinamento empregado.
Desta forma, os exercícios empregados devem simular a função
almejada. Ex.: Resistência à fadiga, ganho de força.
E a especificidade também deve ser considerado em relação
aos seguintes aspectos: modo (tipo) de exercício, velocidade do
exercício e posição do paciente ou do membro (ângulo articular).
Esse princípio ajuda os Fisioterapeutas a determinar a
prescrição do exercício e os parâmetros a serem escolhidos de
modo a criar efeitos específicos com o treinamento e atingir
melhor as necessidades e os objetivos funcionais.

3 - PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE

O princípio da reversibilidade declara que, do mesmo modo


que a atividade física regular resulta em adaptações fisiológicas
que permitem melhores desempenhos desportivos, interromper
ou reduzir de maneira significativa o nível de treino leva a perda
parcial ou completa destas adaptações, comprometendo a
capacidade de desempenho muscular.
O descondicionamente físico, evidenciado por uma redução
no desempenho muscular, começa dentro de uma semana ou
duas depois de cessados os exercícios resistidos e continua até
que os efeitos do treinamento sejam perdidos.

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Princípio da reversibilidade. Fonte: https://corrernacidade.com/principio -da-reversibilidade-porque-e-602690

PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS:

 Favorecem do desempenho muscular: restauram, melhoram


ou mantêm a força, potência e a resistência muscular à
fadiga;
 Aumentam a força do conjunto dos tecidos conjuntivos:
tendões, ligamentos e tecido intramuscular;
 Contribuem para maior densidade óssea ou menor
desmineralização óssea;
 Diminuem a sobrecarga nas articulações durante a atividade
física;
 Impacto positivo na remodelação do tecido;
 Melhora no equilíbrio;
 Favorece o desempenho físico durante atividades
cotidianas;
 ↑ massa magra e ↓ gordura corporal;
 Favorecem a sensação de bem-estar físico;

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ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO
VARIÁVEL ADAPTAÇÕES DECORRENTES ADAPTAÇÕES DECORRENTES DO
DO TREINAMENTO DE FORÇA TREINAMENTO DE RESIST À FADIGA

Estrutura do Hipertrofia das fibras musculares; Hipertrofia: mínima ou sem alteração


mm maior nas fibras tipo II
esquelético Composição dos tipos de fibra:
remodelamento IIB para IIA; Sem
alteração na distribuição dos tipos
I e II (Sem conversão);
Densidade do leito capilar: ↓ ou
sem alteração; Densidade do leito capilar: ↑
Densidade e volume das Densidade e volume das mitocôndrias: ↑
mitocôndrias: ↓

Sistema Recrutamento de unidades


Neural motoras: ↑ #do disparo de
unidades motoras
Frequência de disparo: ↑
Sincronização dos disparos: ↑

Armazenamento de ATP e Armazenamento de ATP e fosfocreatina: ↑


Sistema fosfocreatina: ↑ Armazenamento de mioglobina: ↑
Metabólico Armazenamento de mioglobina: ↑ Triglicerídeos aumentados: ↑

Creatina Fosfoquinase: ↑ Similar: ↑


Enzimas Mioquinase: ↑ Similar: ↑

Massa corporal magra (sem Massa corporal magra (sem gordura):


Composição gordura): ↑ sem alteração
do corpo % de gordura: ↓ % de gordura: ↓

Força tensiva dos tendões, Força tensiva dos tendões, ligamentos


Tecido ligamentos e tecido conjuntivo e tecido conjuntivo dos mm: ↑
Conjuntivo dos mm: ↑
Osso: ↑ Densidade mineral Osso: ↑ mineralização com atividades de
óssea; sem alteração ou possível apoio com peso
↑ na massa óssea

ADAPTAÇÕES DO MÚSCULO ESQUELÉTICO

HIPERTROFIA: É o aumento no tamanho de uma fibra muscular individual


causado por um aumento no volume miofibrilar. Após um longo de
treinamento resistido de intensidade moderada a alta, em geral 4 a 8
semanas, mas possivelmente já com 3 semanas de treinamento resistido

60
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de alta intensidade a hipertrofia torna-se a adaptação cada vez mais
importante responsável pelos ganhos de força do músculo.
Parece resultar de um aumento na síntese de proteínas (actina e miosina)
e de uma diminuição na degradação de proteínas.

HIPERPLASIA: Um aumento no número de fibras musculares. Tem-se


sugerido que esse aumento, observado em animais de laboratório, resulte
de uma divisão longitudinal das fibras.

Hipertrofia e hiperplasia. Fonte: https://musculacaoefitness.com.br/medi cina-e-saude/hipertrofia-muscular-x-hiperplasia-muscular-qual-e-


a-diferenca/

ADAPTAÇÕES DOS TIPOS DE FIBRA MUSCULAR


As fibras do tipo II (fásicas) se hipertrofiam de preferência com o
treinamento resistido. Além disso, existe um grau substancial de
plasticidade nas fibras musculares. A transformação de tipo IIB para IIA é
comum nas primeiras semanas de treinamento resistido, tornando as fibras
do tipo II mais resistentes à fadiga.

ADAPTAÇÕES DOS TECIDOS CONJUNTIVOS


Embora haja evidencias limitadas, parece que a força tensiva dos tendões
e ligamentos, assim como do osso, aumenta com o treinamento resistido
elaborado para melhorar a força ou a potência dos mm.

TENDÕES, LIGAMENTOS E TECIDO CONJUNTIVO DO MÚSCULO

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A melhora da força dos tendões provavelmente ocorre na junção
musculotendínea, enquanto o aumento da força ligamentar pode ocorrer
na interface entre ligamento e osso. O tecido conjuntivo dentro do musculo
(em torno das fibras musculares) também se espessa, dando mais suporte
para às fibras alargadas. Consequentemente, ligamentos e tendões fortes
podem ficar menos propensos a lesões.

OSSO
Embora as evidências dos estudos prospectivos sejam limitadas e
confunsas, os exercícios resistidos feitos com intensidade adequada e
cargas específicas a local por meio de apoio de peso da área óssea a ser
tratada, têm demonstrado que aumentam ou mantem a densidade mineral
óssea.

ELEMENTOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS


RESISTIDOS

I. Alinhamento dos segmentos do corpo;


II. Estabilização;
III. Intensidade;
IV. Volume;
V. Repetições e Séries;
VI. Frequência;
VII. Intervalo de Repouso;
VIII. Duração;
IX. Velocidade;
X. Periodização;
XI. Modo;

1. ALINHAMENTO DOS SEGMENTOS DO CORPO


O alinhamento correto é determinado pela direção das fibras
musculares e pela linha de tração do músculo a ser fortalecido;

2. ESTABILIZAÇÃO
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Trata-se da sustentação de um segmento corporal ou à
manutenção do corpo estável;
O objetivo de manter uma boa estabilização segmentar ou
corporal é garantir ação e padrão de movimento corretos e evitar
movimento compensatório;
O tipo de estabilização mais comum é a estabilização da
inserção proximal;

3. INTENSIDADE
A intensidade diz respeito a Quantidade de resistência (peso)
imposta ao músculo em contração durante cada repetição.
Porém a intensidade do exercício e o grau com que o músculo é
sobrecarregado também dependem do volume, da frequência e
do tipo de exercício, ou da duração dos intervalos de repouso.

4. VOLUME
É a soma do número total de repetições e séries durante uma
única sessão. Quanto ↑ a intensidade, ↓ o volume. O inverso
também ocorre.

5. REPETIÇÕES E SÉRIES
Apesar de não haver consenso na literatura, a regra a seguir pode
ser empregada:
MELHORAR A FORÇA MUSCULAR: Uma carga que cause
fadiga após 6 a 12 repetições em duas ou três séries.
MELHORAR A RESISTÊNCIA À FADIGA: Exercício repetido
muitas vezes contra uma carga submáxima. Ex.: 3 a 5 séries de
40 repetições.

6. FREQUÊNCIA
Trata-se do número de sessões por dia ou por semana.

7. INTERVALO DE REPOUSO

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Trata-se do período necessário para dar tempo ao corpo para se
recuperar dos efeitos do exercício associados com fadiga ou
compensar respostas adversas.
Como regra geral, pode-se adotar: O intervalo entre séries com
volume e intensidade moderados deve variar de 30 a 60
segundos. Série com intensidade alta deve-se permitir um tempo
maior. Já em condições patológicas preconiza-se 1 a 2 minutos

8. DURAÇÃO
Número total de semanas ou meses durante o qual um programa
de exercício resistido é executado. Para que ocorram alterações
significativas no músculo, hipertrofia ou aumento da
vascularização, são necessárias pelo menos 6 a 12 semanas de
treinamento resistido

9. VELOCIDADE
Uma gama de velocidades tem lugar em um programa de
exercício resistido.
- Treinamento resistido com pesos livres só é efetivo com
velocidade de movimentos lenta ou média.
- Atividades funcionais podem envolver velocidades
relativamente altas.
- Treinamento isocinético e exercício pliométrico utilizam altas
velocidades.

10. PERIODIZAÇÃO
Variação sistemática na intensidade e no volume do exercício, em
intervalos regulares, por um período específico de tempo.
Normalmente é uma abordagem desenvolvida para aplicação em
atletas altamente treinados antes de um evento competitivo.

11. MODO
Refere-se a forma de aplicação da resistência, tipo de contração
muscular, posição durante o exercício.

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FORMAS DE RESISTÊNCIA:

RESISTÊNCIA MANUAL:
Utilizada em estágio inicial da reabilitação ou em mm fracos (Grau
4 ou menos);
Transição do movimento assistido para o resistido
mecanicamente;
Interação direta com o paciente;
Avaliações;

DESVANTAGENS:
A resistência não pode ser medida;
Resistência limitada a fora do Fisioterapeuta;
Não é prático para melhorar resistência à fadiga

RESISTÊNCIA MECÂNICA
A quantidade de resistência pode ser medida;

Utilizada em:
Estágio intermediário ou avançado da reabilitação ou p/ músculos
fortes;
É prático para melhorar a resistência à fadiga;
Maior possibilidade nas variações;
Faixas elásticas, pesos livres, polias, aparelhos com peso;

APLICAÇÃO DA RESISTÊNCIA:

Resistência Constante: peso corporal, aparelhos com peso,


etc.

Resistência Variável: Aparelho de pesos, faixas elásticas,


etc.

TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR:


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EXERCÍCIO ISOMÉTRICO

• Usado para aumentar o desempenho muscular;


• Não ocorre movimento articular;
• Exercício estático: Base para o exercício dinâmico;
• Indicado quando o movimento articular é contraindicado;
• Não requer nenhum equipamento;
• Benefícios diminuem a medida em que o treinamento melhora;
• A força isométrica é específica para o ângulo articular;
• Treinamento em múltiplos ângulos é recomendado;
• As contrações devem ser realizadas a cada 15 a 20°;
• Deve ser mantida por cerca de 6 segundos;

EXERCÍCIO DINÂMICO

EXERCÍCIO CONCÊNTRICO:
• Refere-se a uma forma de carga dinâmica sobre o músculo onde
se desenvolve tensão muscular, ocorre encurtamento físico do
músculo e uma força externa é vencida.
• Produz menor quantidade de força que o ex. isométrico.
• Acelera os segmentos do corpo.

EXERCÍCIO EXCÊNTRICO:
• Envolve uma carga dinâmica sobre o músculo, além de sua
capacidade de produzir força, causando alongamento do músculo
à medida em que ele tenta controlar a carga.
• Desacelera os segmentos do corpo. Age como fonte de
absorção de choque.
• Produz maior quantidade de força.

MEMORIZA ESSE ESQUEMINHA. SUPER IMPORTANTE !

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CADEIAS CINÉTICAS:

CCA:
- CADEIA CINÉTICA ABERTA: é aquela na qual a extremidade
distal não está fixa, ou seja move-se no espaço.
Exemplo: movimentos de levar a mão ao cabelo. Em movimentos
de Cadeia Aberta, os segmentos podem mover-se de maneira
independente ou até alguns segmentos podem não se
movimentar.

CCF:
- CADEIA CINÉTICA FECHADA: é aquela na qual a
extremidade distal está fixada ao solo ou a um objeto, de forma
que as partes proximais movem-se. Exemplo: posição ortostática.
Na Cadeia Fechada, o movimento de um segmento, exige que
todos os segmentos se movimentem também.

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EXERCÍCIOS EM CADEIA CINÉTICA ABERTA:
CARACTERÍSTICAS:
• Segmento distal está livre;
• Independência do movimento articular;
• Maiores forças de separação (coaptação) e de rotação;
• Padrão articular angular isolado;
• Recrutamento muscular limitado aos músculos individuais da
articulação;
• Contrações musculares predominantemente concêntricas;
• Ativação de mecanorreceptor limitada à articulação;
• Padrão de movimento sem descarga de peso.

EXERCÍCIOS EM CADEIA CINÉTICA FECHADA:


CARACTERÍSTICAS:
• Segmento distal está fixo e encontra considerável resistência
externa;
• Interdependência do movimento articular;
• Recrutamento muscular em cada articulação móvel;
• Maiores forças compressivas articulares que resultam em menor
cisalhamento;
• Contração muscular predominantemente excêntrica,
estabilização através da co-contração;
• Eixo articular móvel e vários planos de movimento;

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13 MÉTODO BOBATH

NOÇÔES BÁSICAS

É um método de reabilitação neurológica desenvolvido por


Karel e Bertha Bobath, surgiu na década de 40, sendo uma forma
de tratamento de hemiplégicos e crianças com PC.
Utiliza os reflexos e os estímulos sensitivos para inibir ou
provocar uma resposta motora sempre respeitando os princípios
da normalização de tônus e da experimentação de um movimento
ou de um controle estático normal
Por meio do corpo e da manipulação do paciente, o
Fisioterapeuta estimula e introduz reações posturais e motoras
normais em uma situação.
O método Bobath é neuroevolutivo; ou seja, envolve
tratamento de uma alteração neurológica que causou um
desenvolvimento atrasado, bloqueado ou desordenado.

OBJETIVOS:

Enfatizar reações posturais normais; Opor-se as reações


posturais anormais; Ajustar padrões funcionais; Reduzir
espasticidade; Favorecer movimentos automáticos e voluntários
pré-funcionais; Evitar ou minimizar contraturas e deformidades.
Estimular/atingir mudanças no tônus e padrões posturais para
favorecer que fiquem mais normais/fisiológicos. Isso vai
possibilitar uma grande variedade de habilidades funcionais.

“A eficácia do tratamento neuroevolutivo depende de fazer


acontecer as mudanças nos padrões do tônus postural e nos
padrões de atividades anormais”

TÉCNICAS:
 Pontos-Chaves;
 Padrões de inibição reflexa;
 Estimulação proprioceptiva e tátil;
 Padrões de movimento ativo;
 Desenvolvimento neuromotor normal
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Fisio e Saúde Funcional
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PRINCIPAIS ENFOQUES:
- Perturbações do SNC de crianças e adultos (PC, por exemplo);
Pacientes com alterações de tônus muscular (Sequelados de
AVE, TCE, TRM, Esclerose Múltipla, entre outros; Pacientes
incoordenados (Cerebelopatas); Lesões extrapiramidais
(Parkinson, entre outros).

PRINCIPIOS BÁSICOS:
1 - Desenvolvimento motor normal (Inibição da atividade reflexa
e padrões de movimentos anormais, Facilitar os padrões
motores normais, fornecer o máximo de informações
proprioceptivas e esteroceptivas);
2 - Padrões influenciando o tônus;

Os pontos-chaves de controle são, na maioria das vezes, as


articulações dos pacientes. Evita-se estímulos nos ventres
musculares. O Fisioterapeuta deve tocar o mínimo possível e
utilizar a palma das mãos para conduzir o ponto-chave.

NÃOE ESQUEÇAM:
“A abordagem Bobath tem por objetivo inibir os padrões da
atividade reflexa anormal e facilitar padrões motores mais
normais como uma preparação para uma maior variedade de
habilidades funcionais.”
3 - Observando-se a incoordenação da ação muscular a
intervenção será:
> Na ênfase da inibição dos padrões anormais da postura e de
movimentos;
> Facilitação da maior variedade possível de padrões motores
básicos, tais como endireitamento de cabeça e tronco.

4 – Evolução do tratamento neuroevolutivo:


“Mudanças ocorreram desde seu surgimento, 1943:”
> Inicia utilizando posturas inibitórias;
> Desenvolvimento no tratamento;
> Reações de equilíbrio e endireitamento;
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Fisio e Saúde Funcional
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> Alternâncias no tratamento;
Preparação sistemática para funções específicas, já que obter
tônus mais normal e a facilitação de reações de equilíbrio e de
endireitamento, não leva, diretamente ou necessariamente, ao
uso funcional desses movimentos

O tratamento tem mais ênfase em tratar as crianças em situações


funcionais, isto é, nas situações que elas vivenciam tanto em casa
quanto na escola, para assegurar uma transferência do que é
estimulado em terapia para a vida diária.

NO BOBATH O FORTALECIMENTO: É considerada de


importância secundária, eles podem parecer que sejam fracos,
porque eles não podem funcionar normalmente, devido á
incoordenação.
Ex: resistência excessiva pelos antagonistas espásticos

- FACILITAÇÃO: É uma técnica de manuseio que faz os


movimentos ativos ficarem mais fáceis e os torna de ocorrer;
- INIBIÇÃO: Habilidade de refrear uma ação em favor de outra;
- PONTOS CHAVES DE CONTROLE: São partes do corpo que o
terapeuta pode controlar e modificar com maior
eficácia. Eles podem ser usados para inibir, facilitar e estimular.
- AJUSTE POSTURAL: É a experiência/ prontidão postural
automática que assegura o movimento mais fácil, eficiente e
econômico a qualquer tempo antes, durante e depois do
tratamento;
- TAPPING: É um método utilizado para aumentar o tônus
postural através da estimulação tátil e proprioceptiva

ALGUNS MATERIAIS UTILIZADOS:


Bola Bobath; Rolo; Espelho; Tatame; Escada/Rampa; Prancha de
equilíbrio, Brinquedos.

71
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14 FNP – FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR
PROPRIOCEPTIVA: PRINCIPIOS E TÉCNICAS (MÉTODO
KABAT)

CONCEITO:
É uma abordagem de exercício fisioterapêutico que combina
padrões de movimento diagonais com base funcional e técnicas
de facilitação neuromuscular para desencadear respostas
motoras e melhorar o controle e a função neuromuscular.
Foi desenvolvida nas décadas de 1940/1950 com o trabalho
pioneiro de Kabat, Knott e Voss.

INDICAÇÕES:

As técnicas de FNP podem ser usadas para desenvolver força e


resistência muscular à fadiga; facilitar a estabilidade, mobilidade,
o controle neuromuscular e os movimentos coordenados; e
estabelecer uma base para a restauração da função.
- Fraqueza muscular, incoordenação motora, encurtamento
adaptativo, imobilização de articulações, espasmos musculares e
espasticidade.
São úteis desde a fase inicial de regeneração dos tecidos –
quando são apropriadas as técnicas isométricas – até o final da
reabilitação – quando podem ser realizados movimentos
diagonais em alta velocidade contra resistência máxima.

PADRÕES DIAGONAIS

Os padrões de movimentos associados à FNP são compostos de


movimentos multiarticulares, multiplanares, diagonais e rotatórios
dos membros, do tronco e do pescoço. Múltiplos grupos
musculares contraem-se simultaneamente.

Há dois pares de padrões diagonais para os MMSS e MMII:


Diagonais 1 (D1) e Diagonais (D2). A tabela abaixo resume os
componentes de cada padrão diagonal.
72
Fisio e Saúde Funcional
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Fonte: (Kisner; Colby, 2005).

BASEADO EM 11 PRINCIPIOS BÁSICOS RETIRADOS DOS


CAMPOS DA NEUROFISIOLOGIA

1. Todos os seres humanos possuem potenciais que não são plenamente


desenvolvidos;
2. O desenvolvimento motor normal prossegue numa direção cervicocaudal
e proximal-distal;
3. O comportamento motor inicial é denominado pela atividade reflexa;
4. O crescimento do comportamento motor exibe tendência cíclica,
conforme evidenciado pelos desvios entre a dominância dos flexores e
extensores;
5. A atividade dirigida aos objetivos é constituída por movimentos de
reversão;
6. Movimento e postura normais dependem do sinergismo e de uma
interação balanceada dos antagonistas;
7. O desenvolvimento do comportamento motor se expressa em uma
sequência ordenada de padrões totais de movimento e postura;
8. O desenvolvimento motor normal exige uma sequência ordenada, porém
carece de uma qualidade etapa por etapa (superposição dos resultados);
9. O aprimoramento de atividade motora depende do aprendizado motor;
10. A frequência da estimulação e a repetição da atividade são usadas para
promover e reter o aprendizado motor e para o desenvolvimento da força
e da endurance;

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Fisio e Saúde Funcional
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11. Atividades dirigidas aos objetivos acoplados com técnicas de facilitação
são usadas para acelerar o aprendizado de padrões totais de marcha e
de atividades de autoassistencia;

PROCEDIMENTOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS USADOS COM


PADRÕES DE FNP

CONTATOS MANUAIS
Referem-se a como e onde as mãos do Fisioterapeuta são
posicionadas sobre o paciente. Sempre que possível, há contatos
manuais sobre os grupos musculares AGONISTAS ou suas
inserções tendíneas.
Esses contatos permitem que o Fisioterapeuta aplique resistência
aos grupos musculares apropriados e dão uma indicação ao
paciente sobre a direção do movimento desejado.

RESISTÊNCIA MÁXIMA

A quantidade de resistência aplicada durante as contrações


musculares concêntricas dinâmicas é a maior possível, que ainda
permite ao paciente mover-se de forma suave e sem dor por meio
da amplitude disponível.
A resistência deve ser ajustada pelo padrão para acomodar as
porções fortes e fracas dele. A resistência deve ser ajustada pelo
padrão para acomodar as porções fortes e fracas dele. A
resistência máxima é o meio pelo queal ocorre a IRRADIAÇÃO
(extravasamento|) dos grupos musculares fortes para os fracos.

POSIÇÃO E MOVIMENTO DO FISIOTERAPEUTA

É essencial o uso de uma biomecânica corporal efetiva. A


resistência deve ser aplicada por meio do peso corporal, não
apenas pelos MMSS. O Fisioterapeuta precisa usar uma base de
suporte larga, mover-se com o paciente e girar sobre a base de
suporte para permitir que ocorra rotação no padrão diagonal.

ALONGAMENTO

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Estímulo de alongamento é a colocação dos segmentos corporais
em posições que alongam os músculos que irão contrair-se
durante o padrão de movimento diagonal.
A rotação é de máxima importância por ser o componente
rotacional que alonga as fibras e os fusos musculares dos
músculos agonistas de determinado padrão e por aumentar a
excitabilidade e a responsividade desses músculos.
O reflexo de estiramento é facilitado opor um alongamento rápido
(pressão adicional) exatamente além do ponto de tensão do
musculo agonista. O reflexo de estiramento é em geral dirigido a
um grupo muscular distal desencadeando uma contração
muscular fásica para iniciar determinado padrão de movimento
diagonal.

PRECAUÇÃO:O uso do reflexo de estiramento, mesmo antes de


contrações musculares isométricas resistidas, não é
aconselhável nos estágios iniciais de regeneração de tecidos
moles, após lesão ou cirurgia.

CADÊNCIA NORMAL

Nos padrões de movimento diagonais, ocorre uma sequência de


contrações musculares coordenadas que vão de distal para
proximal. O sequenciamento correto dos movimentos promove
controle neuromuscular e coordenação.

TRAÇÃO
É a leve separação das superfícies articulares e parece inibir a
dor e facilitar o movimento durante a execução dos padrões de
movimento. É frequentemente usada durante padrões flexores
(antigravitários).

APROXIMAÇÃO

A leve compressão das superfícies articulares, por meio de


compressão manual ou apoio de peso, estimula a co-contração
dos agonistas e antagonistas, favorecendo a estabilidade

75
Fisio e Saúde Funcional
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dinâmica e o controle postural mediante mecanorreceptores
articulares e musculares.

COMANDOS VERBAIS

São dadas pistas auditivas para favorecer a resposta motora. O


tom e o volume dos comandos verbais são variados para ajudar
a manter a atenção do paciente.

PISTAS VISUAIS

Pede-se ao paciente que acompanhe visualmente o movimento


do membro de modo a aumentar ainda mais o controle
oculomotor por meio da ADM.

Diagonais FNP de MMSS e MMII. Fonte: http://de.geocities.com/kinderphysiotherapie/pnf.htm

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15 EXERCÍCIOS COM RESISTÊNCIA MECÂNICA

CONCEITO:
É qualquer forma de exercício no qual a resistência é aplicada
com uso de algum tipo de equipamento.

VANTAGENS:
- Estabelece uma medida basal quantitativa do desempenho
muscular a partir de onde podem ser julgadas as melhoras;
- Mais apropriado durante as fases INTERMEDIÁRIA E
AVANÇADA da reabilitação;
- Cargas pesadas de exercício, muito além das que podem ser
aplicadas manualmente pelo Fisioterapeuta;
- A melhora quantitativa é uma fonte efetiva de motivação para o
paciente;
- É útil para melhorar a força muscular dinâmica e estática e
acrescenta variedade ao programa;
- Apropriado para exercícios independentes em um programa
domiciliar após orientação cuidadosa do paciente e um período
de supervisão;
- O exercício com resistência mecânica é geralmente
implementado a reabilitação para eliminar ou minimizar os
comprometimentos na força, na potência e resistência muscular
à fadiga causados por um conjunto de doenças e para restaurar
ou melhorar as habilidades funcionais.

DESVANTAGENS:
- Não é apropriada quando os músculos estão bastantes fracos
ou os tecidos moles estão em estágios iniciais de regeneração;
- Não há acomodação para um arco doloroso (exceto nos
equipamentos hidráulicos, pneumáticos ou isocinéticos);
- Gastos para adquirir e manter o equipamento.

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16 EXERCÍCIOS PROPRIOCEPTIVOS (REEDUCAÇÃO
SENSÓRIO-MOTORA)

CONCEITO

A conduta fisioterapêutica para a reeducação proprioceptiva,


realizada através de estímulos proprioceptivos, os quais excitam
as terminações nervosas com o intuito de obter de maneira
automática as contrações musculares equilibradas, gerando
assim proteção e/ ou aprendizagem de movimento.
PROPRIOCEPÇÃO é um termo abrangente e refere-se ao
uso de input sensitivo a partir de receptores, que informam a
direção, o sentido e a velocidade de deslocamento corporal e
segmentar, e posicionamento estático corporal e segmentar.
Propriocepção é a sensibilidade que nos informa sobre a
atividade própria de nosso corpo, como nas sensações
cinestésicas e posturais.
São sinônimos na literatura: Treinamento de proteção
articular; Reeducação Sensório-motora; Reabilitação
proprioceptiva; Reprogramação Sensório-motora.

OBJETIVOS:
 Restaurar a função, alterando as experiências de
percepção através de uma melhor organização das vias
nervosas;
 Restabelecer a função e prevenção de recidivas;
 A principal finalidade é de diminuir o tempo que existe
entre um estímulo e a resposta desencadeada em prol de
tal estímulo (período de latência);

PRECAUÇÕES QUANTO AO USO DE EXERCÍCIOS


PROPRIOCEPTIVOS:

 Fase aguda/ reações inflamatória (Determinado grau de


cicatrização da lesão);
 A redução do quadro álgico;

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 Uma amplitude de movimento que não interfira na
realização do exercício;
 Grau de força muscular suficiente para que o paciente
possa desenvolver naturalmente os exercícios;

O Programa de Tratamento com exercícios proprioceptivos


pode obedecer as seguintes fases:
Quanto à mobilidade:
1 - Fase ativa estática;
2 - Fase ativa dinâmica;
3 - Fase ativa dinâmica complexa (proteção na prática
desportiva.

Quando ao uso de descarga de peso:


1 - Fase de não descarga de peso;
2 - Fase de semi-apoio;
3 - Fase de apoio total.

CONSIDERAÇÕES QUANTO A PROGRESSÃO DO


TRATAMENTO:
 Progredir aumentando a complexidade dos exercícios:
 Modificando o ritmo de execução;
 As superfícies de apoio;
 A angulação ou posicionamento do segmento do membro;
 Adaptando cargas/pesos durante a execução dos exercício;
 Criando situações de mais instabilidade

APARELHOS DE MECANOTERAPIA (PROPRIOCEPTIVOS)

1 - TÁBUAS PROPRIOCEPTIVAS

Podem ser utilizadas na fase de semi-apoio com o paciente


sentado, utilizando o apoio bipodal e unipodal, e de pé com apoio
bipodal lento e adaptativo, ao lado do fisioterapeuta, barra
paralela, parede, ou outro tipo de apoio.
Utiliza-se basicamente os seguintes posicionamentos:
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 Sentado (apoio uni e bipodal)


 Em pé (apoio bipodal)
 Em pé (apoio unipodal – equilíbrio, meio passo anterior,
meio passo posterior)
 Desequilíbrio em dupla
 Marcha sobre pranchas

2 - CAMA ELÁSTICA
 Apoio bipodal:
 Equilíbrio simples;
 Transferência de peso
lateral, anterior e posterior;
 Saltos.
 Apoio unipodal:
 Treino com bola.

4 – DISCOS PROPRIOCEPTIVOS

 Apoio bipodal:
 Equilíbrio simples;
 Deslocamento de peso
lateral, anterior e posterior;
 Saltos.
 Apoio unipodal:
 Treino com bola.

5 BALANCIM
Proporciona maior desequilíbrio porque desloca-se em diversas
direções pelo ar preso por quatro correntes apenas.

 Equilíbrio simples
 Lançamento de bola
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 Apreensão de bola
 Trabalho com resistências
 Basquete sobre o balancim
 Movimentos de rotação

Tábuas proprioceptivas

Balacin

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Cama elástica

Exercícios Proprioceptivos

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17 EXERCÍCIOS PLIOMÉTRICOS

CONCEITO:

Emprega cargas musculares excêntricas e concêntricas de alta


velocidade, reações reflexas e padrões de movimentos
funcionais.
Exercícios de alta intensidade e velocidade enfatizam o
desenvolvimento de potência muscular e coordenação.
É definido como um sistema de treinamento resistido de alta
velocidade caracterizado por uma contração excêntrica rápida,
durante a qual o musculo se alonga, seguida imediatamente por
uma reversão rápida do movimento, com uma contração resistida
com encurtamento do mesmo músculo.

EXEMPLOS DE ATIVIDADES PLIOMÉTRICAS PARA MMII:


- Pular repetitivamente no solo (para a frente, para trás, de um
lado para o outro, em diagonal, etc);
- Saltos verticais e saltos estendendo os braços;
- Saltar por cima de objetos colocados no chão;
- Saltos laterais (do bloco p/ chão e de volta para o bloco);
- Saltos profundos
O treinamento pliométrico é apropriado somente nos estágios
avançados da reabilitação de indivíduos ativos que precisam
atingir um elevado nível de desempenho físico em atividades
específicas de alta demanda.

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Ex pliométrico. Fonte: https://treinamentoesportivo.com/index.php/treino -pliometria/como-progredir-na-pliometria/

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18 EXERCÍCIOS DE WILLIANS

CONCEITO:
Exercícios desenvolvidos para coluna por Willians,
ortopedista de Dallas (1974). Observou que a maioria dos
pacientes que apresentavam dores lombares crônicas, possuíam
alterações degenerativas esqueléticas secundárias a lesões dos
discos intervertebrais.
Também acreditava que o homem forçava seu corpo para
se manter ereto, levando a uma deformação da coluna,
redistribuindo o peso pelo corpo nas proximidades dos discos
intervertebrais da coluna cervical e lombar. Essa permanência do
homem em pé, aumentaria a lordose lombar, comprimindo a parte
posterior do disco (L1 a S1), acelerando o processo degenerativo.
Utiliza como princípio do tratamento, exercícios de flexão da
coluna e quadril. Com o propósito de reduzir a dor e estabilizar o
tronco, desenvolve ativamente os músculos flexores e alonga
passivamente os músculos extensores lombossacros. Williams
dá muito enfoque na questão da inclinação posterior da pelve,
sendo essencial para obter ótimos resultados no tratamento
(BLACKBURN e MCKENZIE 1981).
São exercícios que buscam o alongamento e a estabilização
da região toracolombar, através de movimentos voluntários de
flexão dos membros inferiores sobre o abdome. Os exercícios de
flexão de William são indicados para dor na coluna, uma vez que
ajudam no fortalecimento dos músculos que fazem sua flexão.
Deve-se salientar que, para surtir efeito, estes exercícios devem
ser realizados diariamente.
Os exercícios de flexão de Williams são bastante utilizados
para o tratamento de grande variedade de problemas lombares.
Em muitos casos o método é utilizado quando a causa da
desordem ou as características não são bem compreendidos por
fisiatras e fisioterapeutas. Constantemente os exercícios são
ensinados com modificações próprias dos terapeutas
(BLACKBURN, 1981). Quaisquer modificações dos exercícios
devem ser feitas sob muita consideração da ação muscular,
porque os exercícios que violam o mecanismo de inclinação
posterior da pelve, podem ser suficientes para prolongar os
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sintomas clínicos (WILLIAMS, 1998). Os exercícios em geral
visam o fortalecimento dos músculos abdominais, glúteos e o
alongamento de parte da cadeia posterior.

INDICAÇÕES: Lombalgia; Lombociatalgia; Ciatalgia; Artrose;


Hérnias.

CONTRAINDICAÇÕES: Osteoporose; Fraturas recentes;


Placas, parafusos, fios...

Exercícios de Williams. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/823877325552023894/

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19 EXERCÍCIOS DE FRENKEL

CONCEITO

Os exercícios de Frenkel foram desenvolvidos em 1889 para


tratamento de pacientes com problemas de incoordenação
cerebelar ou proprioceptiva, constituindo uma série de atividades
de dificuldade progressiva e ritmada que, por sua vez, exige um
grau elevado de concentração mental, controle visual do
movimento e repetições.
Os exercícios são realizados com o paciente deitado,
sentado ou em pé, progredindo de posturas de maior estabilidade
até posturas de maior desafio que visam à melhora do controle
proprioceptivo dos membros inferiores, da situação locomotora e
o controle do movimento funcional (KOTTKE et
al. 1994 apud SALMÓRIA et al., 2002; O’SULLIVAN, 2010).

PRINCÍPIOS DOS MÉTODOS


- Concentração;
- Atenção;
- Repetição
- Precisão
CONSIDERAÇÕES:

 Os exercícios são recomendados principalmente para


coordenação e não para fortalecimento muscular;
 Os exercícios devem ser comandados e contados em tom
de voz constante e lenta;
 Local precisa ser bem iluminado;
 Cada exercício deve ser executado até quatro vezes.
Intercale descansos entre cada exercício. A duração dos
exercícios deve ser em média 30 minutos e deve ser
realizado 2 vezes ao dia.
 Os exercícios devem ser feitos dentro da ADM;
 Inicia-se com exercícios mais simples até prosseguir para
os mais difíceis.
 As posições de execução da série serão: deitado, sentado
e em pé, para o treinamento de membros inferiores.
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Exercícios de Frenkel em posição supina (DD).


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=damHVUeEXrc

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20 EXERCÍCIOS CALISTÊNICOS

CONCEITO:

A calistenia, termo que vem do grego kallistenés, que tem


significados relacionados a “bela força”, “cheio de vigor”, é uma
modalidade de atividade física, na qual os exercícios são
realizados com o próprio peso corporal.
Os exercícios calistênicos são exercícios realizados com o
próprio peso corporal. Formam a base de programas de treino
para militares, ginastas, forças de segurança, bombeiros,
escolas, e também de programas de treino caseiro sem
equipamento.
Exemplos de exercícios calistênicos: flexão de braço e os
abdominais.

BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DOS EXERCÍCIOS CALISTÊNICOS:


 Aumento de força e massa muscular;
 Praticidade;
 Funcionalidade;
 Desenvolvimento da coordenação motora.

Exercícios calistênicos. Fonte: https://grandeatleta.com.br/calistenia/

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21 EXERCÍCIOS PENDULARES DE CODMAN

CONCEITO

Os exercícios de Codman ou exercícios pendulares, como


também são conhecidos, são compostos pela automobilização
através de movimentos circulares e pendulares com o braço,
alcançados com leves movimentos do tronco, sem qualquer
contração muscular do ombro
São exercícios de mobilidade precoce de ombro. Os
exercícios promoverão a decoaptação da articulação
glenoumeral, provocando diminuição do espasmo muscular,
manutenção da ADM e alívio da dor.
Esses exercícios promovem o alívio do quadro álgico por
meio de movimentos oscilatórios com pouca tração e permitem
mobilidade precoce as estruturas articulares e líquido sinovial. É
necessário a compreensão de manter o ombro e o braço mais
relaxados o possível. Inicialmente não é acrescentado peso até
que a dor seja reduzida, quando tolerada, adiciona-se um peso
para aumentar a tração articular (KISNER et al, 2009).

METODOLOGIA:
O exercício ocorre da seguinte maneira: o paciente deve
ficar em pé com o tronco fletido, em uma angulação de
aproximadamente 90o graus, ou ainda em decubito ventral com
o ombro apoiado na beira da maca, dessa forma o braço ficará
apoiado para baixo. Para realização dos movimentos, sugere-se
que o paciente execute movimentos de flexão, extensão, adução
e abdução horizontal, além desses também podem ser feitos
movimentos de circundação. Alguns cuidados devem ser
tomados, se o paciente não conseguir segurar o peso sozinho ou
sente algum incomodo, dor, na coluna na posição inclinada, o
melhor modo de efetuar o exercício é em decúbito ventral, com o
membro superior pendendo na lateral da maca (KISNER et al,
2009).

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MOVIMENTOS: Látero-lateral (abdução e adução),
anteroposterior (flexão e extensão) e circundução (sentido anti-
horário).

PRINCIPAIS OBJETIVOS DOS EXERCÍCIOS DE CODMAN:

Os objetivos dos exercícios de Codman ou exercícios


pendulares são de aumentar e manter o arco de movimento do
ombro e a flexibilidade dos tecidos moles, através da utilização
da gravidade para separar o úmero da cavidade glenóide,
gerando uma leve tração (grau I e grau II) e à medida do controle
do quadro álgico, pode-se introduzir pesos nos punhos para gerar
uma força de separação articular (grau III e grau IV).

Exercícios Pendulares de Codman.


Fonte: https://fisioar.wordpress.com/2012/10/09/92/

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22 EXERCÍCIO AQUÁTICO

CONCEITO
Refere-se ao uso de piscinas ou tanques de imersão com
múltiplas profundidades que facilitam a aplicação de várias
intervenções fisioterapêuticas estabelecidas, incluindo:
 Alongamento, fortalecimento, mobilização articular,
treinamento de marcha e de equilíbrio e de resistência à
fadiga.

OBJETIVOS E INDICAÇÕES PARA O EXERCÍCIO AQUÁTICO:

- Facilitar os exercícios de ADM;


- Iniciar o treinamento resistido;
- Facilitar atividades com descarga de peso;
- Favorecer a aplicação de técnicas manuais;
- Prover acesso tridimensional ao paciente;
- Facilitar os exercícios cardiovasculares;
- Iniciar a simulação de atividades funcionais;
- Minimizar o risco de lesão ou lesão recidivante durante a
reabilitação;
- Favorecer o relaxamento do paciente.

PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DOS EXERCÍCIOS


AQUÁTICOS:

PRECAUÇÕES: Medo de água, distúrbios neurológicos


(pacientes atáxicos, pacientes com esclerose múltipla e
intolerância o calor podem fadigar-se com a imersão em
temperaturas acima de 33ºC), convulsões (epilepsia controlada),
disfunção cardíaca (pacientes com angina e pressão sanguínea
fora das taxas de normalidade precisam de monitoramento
cuidadoso), pequenas feridas e orifícios abertos.

CONTRAINDICAÇÕES:
 Insuficiência cardíaca incipiente e angina instável;
 Disfunção respiratória; capacidade vital abaixo de 1l;
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 Doença vascular periféricas grave;
 Risco de sangramento e hemorragia;
 Doença renal grave;
 Feridas abertas, colostomias e infecções de pele como tinea
pedis e tinhas;
 Intestino ou bexiga sem controle;
 Infecções ou doenças transmissíveis pela água e pelo ar;
 Convulsões descontroladas;

PROPRIEDADES FÍSICAS DA ÁGUA:

FLUTABILIDADE: É a força para cima que trabalha em oposição


à gravidade.
Propriedades – O princípio de Arquimedes afirma que um corpo
imerso experimenta um impulso para cima igual ao volume de
liquido deslocado.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA:
Dá ao paciente uma ausência relativa de peso e retira as cargas
das articulações permitindo a realização de movimentos ativos
com maior facilidade;
Permite ao Fisioterapeuta um acesso tridimensional ao paciente.

PRESSÃO HIDROSTÁTICA: É a pressão exercidade sobre


objetos em imersão.
Propriedades – A Lei de Pascal afirma que a pressão exercida
pelo fluido é igual sobre um objeto imerso é igual sobre todas as
superfícies dele.
À medida que a densidade da água e a profundidade da imersão
aumentam, o mesmo acontece com a pressão hidrostática.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA:
- Facilita o retorno venoso, induz bradicardia e centraliza o fluxo
sanguíneo periférico;

VISCOSIDADE: É a fricção que ocorre entre as moléculas de


liquido resultando em resistência ao fluxo.
Propriedades – A resistência decorrente da viscosidade é
proporcional à velocidade de movimento por meio liquido.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA:
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- A viscosidade da água cria resistência com todos os
movimentos ativos;
- Um braço de alavanca mais curto resulta em aumento da
resistência;
- Aumento a área de superfície da parte que se move por meio da
água, aumenta-se a resistencia.

TENSÃO SUPERFICIAL: A superfície de um fluido age como uma


membrana sob tensão. A tensão superficial é medida como força
por unidade de comprimento.
Propriedades – A atração das moléculas da superfície é paralela
a esta.
A força resistiva da tensão superficial modifica-se
proporcionalmente ao tamanho do objeto que se move ao longo
da superfície do fluido.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA:
- Um membro que se move na superfície realizará mais trabalho
do que se mantido embaixo da água;
- O uso de equipamento na superfície da água aumentará a
resistencia.

HIDROMECÂNICA: Refere-se às propriedades físicas e às


características do fluido em movimento.
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Componentes de movimento do fluxo:
- Fluxo laminar;
- Fluxo turbulento;
- Arrasto.

TERMODINÂMICA: A temperatura da água terá um efeito no


corpo e, portanto, no desempenho em um ambiente aquático.

CALOR ESPECÍFICO: É a quantidade de calor (calorias)


necessária para elevar 1ºC a temperatura de 1 grama da
substancia.
Propriedades: A velocidade da mudança de temperatura depende
da massa e do calor específico do objeto.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA:
- A água retém o calor mil vezes mais do que o ar;
- As diferenças de temperatura entre um objeto imerso e a água
se equilibrarão com mínima alteração na temperatura da água.

CENTRO DE FLUTUAÇÃO: O corpo é afetado pelo centro de


flutuação, ao invés do centro de gravidade em um ambiente
aquático.
É o ponto de referência de um objeto imerso na qual as forças de
flutuação (verticais) do fluido agem de forma previsível.
Propriedades – As forças verticais que não fazem intersecção
com o centro de flutuação criam o movimento de rotação.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA:
- Na posição vertical o centro de flutuação humano localiza-se no
esterno;
- Um paciente com amputação unilateral de membro inferior se
inclinará na direção do lado do membro residual quando na
posição verticial;
Pacientes que apoiam o peso no piso da piscina (sentados,
ajoelhados, em pé) experimentarão efeitos tanto do centro de
flutuação quanto do centro de gravidade.

TEMPERATURA AQUÁTICA: Em geral, utilizar temperaturas


mais frias para exercícios de maior intensidade; usar

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temperaturas mais quentes para exercícios de mobilidade e
flexibilidade e para relaxamento muscular;
O exercício aquático incluindo o de flexibilidade,
fortalecimento, treinamento de marcha e relaxamento podem ser
feitos em temperaturas entre 26ºC e 33ºC;
O exercício fisioterapêutico feito na água aquecida (33ºC)
pode ser benéfico para pacientes com lesões
musculoesqueléticas agudas dolorosas graças ao efeitos de
relaxamento, ao aumento do limiar da dor e a diminuição do
espasmo muscular.

EQUIPAMENTO ESPECIAL PARA EXERCÍCIO AQUÁTICO:


- Colares, anéis, cintas e coletes;
- Barras para piscina;
- Luvas, palmares e halteres hydro-tone;
- Pés-de –pato e caneleiras hydro-tone;
- Pranchas para piscina, entre outros.

Fonte: https://blog.shopfisio.com.br/hidroterapia/

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUIMARAES, Layana de Souza; CRUZ, Mônica Cardoso da. Exercícios Terapêuticos:


A Cinesioterapia como importante recurso da Fisioterapia. Lato e Senso, 2003.
http://fisio-tb.unisul.br/arquivos/artigo_Cinesioterapia.pdf

KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios Terapéuticos: Fundamentos e


Técnicas. Barueri. São Paulo: Manole, 2005.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2014.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier,
2011.

Conceito Bobath. https://pt.slideshare.net/TaysBenicio/bobath-15376916

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