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Conceitos Mobilização e

Manipulação Articular:

Professor Dr. Elias Porto


Definição Mobilização
Método sistemático de avaliação e tratamento das disfunções do
sistema neuro musculoesquelético visando aliviar a dor, diminuir ou
aumentar a mobilidade articular e normalizar as funções. Gold,
James A., 1993

Dorland, define manipulação como o tratamento realizado com


grande habilidade e destreza realizado pelas mãos.
Definição Mobilização
O objetivo da manipulação é influenciar a capacidade de reparo e
de cura do organismo.

Restaurar da função indolor da articulação através de movimentos


passivos, repetitivos e rítmicos dentro da tolerância e da amplitude
acessória e graduada de acordo com os achados do examinador.
Definição Manipulação
Técnica passiva usando movimentos fisiológicos ou acessórios aplicados bruscamente
com alta velocidade.
A alta velocidade de aplicação de técnicas de manipulação não permite que o paciente
tenha controle da execução das mesmas.
Osteopatia , thrust
A manipulação é um ajuste que envolve um movimento curto, de alta velocidade e baixa
amplitude, que empurra a articulação além de sua faixa normal (barreira anatômica) de
movimento, em oposição
A mobilização, onde a articulação é movida dentro de sua amplitude normal de
movimento.
Mobilização X Manipulação Articular
Mobilização – Mobilização do segmento articular dentro do limite do movimento acessório ou no
final da ADM.
OBJETIVOS:
• Alongar o tecido conectivo;
• liberar aderências;
• Estimular os receptores cutâneos e articulares com conseqüente diminuição da dor.
Manipulação – Movimento de pequena amplitude, rápido, decisivo e localizado realizado após o
posicionamento do paciente.
Realizado no limite patológico do movimento acessório .
Pode ter efeito localizado ou regional dependendo da técnica utilizada. Thrust de alta velocidade.
Alterar a posição relativa da articulação;
Definição
A mobilização passiva é uma técnica de terapia manual passiva, realizada
pelo fisioterapeuta, que exige habilidade, podendo ser aplicada às articulações e aos
tecidos moles relacionados com velocidades e ADM variadas, com movimentos
fisiológicos ou acessórios terapêuticos.
Mobilização ARTICULAR refere
A mobilização ARTICULAR refere-se aos movimentos acessórios passivos que
visam à recuperação da artrocinemática, ou seja, dos movimentos de giro,
rolamento e deslizamento entre as superfícies articulares

PARA QUE SERVE


A mobilização serve para movimentar as articulações e evitar que fiquem enrijecidas
Mobilização Articular
A mobilização articular refere-se aos movimentos acessórios passivos que
visam à recuperação da artrocinemática.

O seu restabelecimento promove a congruência articular, diminui o atrito


mecânico na articulação, melhora a dor, edema, e consequentemente, a função
do segmento corporal comprometido.
Mobilização Articular – Objetivo

• O objetivo é influenciar a capacidade de reparo e de cura


do organismo.
• Restaurar da função indolor da articulação através de
movimentos passivos, repetitivos e rítmicos dentro da
tolerância e da amplitude acessória e graduada de acordo
com os achados do examinador.
Mobilização Articular histórico
História antiga
 Hipócrates Formas primitivas de manipulação na Grécia Antiga, Roma e Sula da
América.Século XIX
 massagem e manipulação Surgia a Osteopatia (Andrew Taylor Still EAO) e
Quiropraxia (David Palmer).
1876 – Paget (livro de cura dos bonesetters). Maitland, Paris, Kalterborn, McKenzie
que incorporaram e evoluíram estes conceitos.
Evolução Terapia Manual – EUA, Austrália, Europa
Técnicas de mobilização
Tipos de técnicas mobilização
Técnicas de Mobilização Articulares 
Maitland,
Mulligan,
Kaltenborn
Exercícios de mobilidade
(por exemplo, exercícios McKenzie)
Técnicas de Energia Mínima (técnicas de reposicionamento de articulação ativa
baseadas em osteopáticos)
Manipulação Conjunta.
Como são feitas Técnicas de mobilização ARTICULAR

A técnica de mobilização ARTICULAR  baseia-se em um sistema graduado de


avaliação e tratamento, através de movimentos passivos oscilatórios, rítmicos,
graduados em quatro níveis que variam de acordo com a amplitude dos movimentos
acessórios normalmente presentes nas articulações
Efeitos de mobilização articular 
Os efeitos da mobilização articular incluem a diminuição das restrições capsulares
e quebra de aderências, distração de tecidos impactados, promoção do movimento e
lubrificação das cartilagens articulares saudáveis.

Restrições capsulares- é uma limitação do movimento em uma proporção específica


da articulação, que geralmente está presente na artrite ou após imobilização
prolongada.
Aderência tecidual é a união de dois tecidos do seu corpo, como uma cicatriz, que
podem ficar rígidas
Sintomas da aderência tecidual
•Restrição de movimento.
•Dor ao movimento.
•inchaço.
•incapacidade de cargas no membro afetado.
•Pode apresentar febre.

• Contra indicações
•Existe essencialmente apenas uma precaução / contraindicação para a mobilização
articular; Essa é uma disfunção articular hiper móvel ou outro tecido instável
Graus de mobilização
Grau I: mobilização de pequena amplitude que não chega à barreira
restritiva; Grau II: mobilização de grande amplitude que não chega à barreira
restritiva; Grau III: mobilização de grande amplitude que chega a barreira
restritiva; Grau IV: mobilização de pequena amplitude que chega a barreira
restritiva; Grau V: Movimento minúsculo de alta velocidade no final do arco

GRAU I é caracterizado por micro movimentos no começo do arco de movimento em ritmo


lento, livre da resistência de tecidos, tendo como efeito fisiológico a entrada de informações
neurológicas através de mecanorreceptores, ativando as comportas medulares;
Graus de mobilização
GRAU II, movimento grande no meio do arco em ritmo lento sem resistência, que, além de
ativar as comportas medulares, estimula o retorno venoso e linfático, causando clearance
articular

GRAU III, movimento por todo arco com oscilação mais rápida que o grau I e II, com
resistência dada pelos tecidos periarticulares, causando os mesmos efeitos do grau II acrescido
de estresses nos tecidos encurtados por aderências;

GRAU IV, micromovimentos no final do arco que promovem estresses teciduais capazes de
movimentar discretamente tecidos fibróticos. Maitland também classificou a manipulação
articular como grau V
Graus de mobilização
GRAUS II E III teriam como objetivo estimular o processo de remodelamento tecidual,
diminuindo a proliferação de tecido fibrótico, reduzindo a formação de pontes cruzadas de
colágeno e de adesões do tendão aos tecidos que o cercam

Influenciaria também a dinâmica dos fluidos, que ajudaria a reduzir o acúmulo do processo de
inflamação, e, assim, modulando o processo de dor
Conceito Maitland 
O Conceito Maitland é uma técnica de manipulação e mobilização articular, que
pode ser realizada em qualquer articulação respeitando as direções, as amplitudes do
movimento a orientação das superfícies articulares e a individualidade anatômica de
cada indivíduo, aplicando de forma eficiente o grau de mobilização ...
Conceito Mulligan 
O conceito Mulligan é um modelo de terapia manual composto de técnicas simples
que se baseiam na resposta sintomática do paciente. Essas técnicas envolvem
reposicionamentos articulares enquanto o paciente realiza simultaneamente o
movimento sintomático.
Conceito Kaltenborn 
A mobilização articular ou manipulação articular teve seus princípios formulados
por Kaltenborn, como sendo uma técnica da terapia manual passiva executada a fim
de modular a dor e tratar disfunções articulares que limitam a amplitude de
movimento (ADM), abordando especificamente alterações na mecânica articular.
Conceito McKenzie
O método McKenzie utilizado em distúrbios da coluna vertebral, baseia-se na
possibilidade de redução ou abolição da dor a partir do uso de movimentos, com
preferência de direcionamento, reeducação e autocorreção de padrões posturais,
mobilizações e manipulações articulares, com ajustes de mobiliário quando
necessário.
Mobilização Articular
Para que a mobilização articular seja usada efetivamente como tratamento, o
profissional precisa conhecer e ser capaz de examinar a anatomia, a
artrocinemática e a patologia dos sistemas neurológico e musculoesquelético, e
identificar quando essas técnicas são indicadas ou quando outras técnicas
seriam mais efetivas para recuperar a mobilidade perdida.
Mobilização X Manipulação Articular
Mobilização – Mobilização do segmento articular dentro do limite do
movimento acessório ou no final da ADM.
OBJETIVOS: Alongar o tecido conectivo;
liberar aderências;
Estimular os receptores cutâneos e articulares com consequente diminuição da
do
Manipulação – Movimento de pequena amplitude, rápido, decisivo e localizado
realizado após o posicionamento do paciente. Realizado no limite patológico do
movimento acessório .
Pode ter efeito localizado ou regional dependendo da técnica utilizada. Thrust
de alta velocidade.
Alterar a posição relativa da articulação; Liberar a aderência e efeitos
neurofisiológicos para reduzir a dor.
Tratamento segundo classificação Paris

Depende do tipo de lesão:


• Tipo de tecido acometido
• Função Tipo de disfunção –
• Hipo X hipermobilidade
• Severidade da lesão
• Identificar e localizar a direção da limitação
• Preparar os tecidos moles e proteger as hipermobilidades.
CLASSIFICAÇÃO MOBILIZAÇÕES E
MANIPULAÇÕES ARTICULARES SEGUNDO
. ST.AUGUSTINE
• Alívio da dor,
• Pressão pontos nervosos
• Quiropraxia

• Disfunção vertebral responsável pela compressão de estruturas nervosas com


consequente alteração muscular periférica ou dor local. Resumi-se ao tratamento da
coluna vertebral.

• Cyriax Manipulação global associada a tração longitudinal. Todo o problema


vertebral está associado a problema discal.

• MTP – tratamento dos tecidos moles. Avalia o tecido contrátil e não contrátil, end-feels
e padrões capsulares e não-capsulares.
CLASSIFICAÇÃO MOBILIZAÇÕES E
MANIPULAÇÕES ARTICULARES SEGUNDO ST
. ST.AUGUSTINE
• Alívio da dor Maitland Sistema de avaliação e tratamento
dos sinais e sintomas através de oscilações realizadas
dentro do movimento acessório da articulação.
• Graduação – I e II – alívio de dor
• MaigneTrata no sentido da não dor ou da limitação da
ADM.
• Cyriax
• MTP
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Princípios e papéis da mobilização e manipulação:
• Considerar as contraindicações e condições desfavoráveis
.
• Realizar uma avaliação é fundamental
• Fazer um diagnóstico acurado, baseado no sólido conhecimento da
anatomia.
• Para o tratamento ser efetivo é necessário atingir a causa primária.
• Constantemente reavaliar para determinar o efeito das técnicas usadas.
• Evolução está determinada pelo tratamento utilizado.
• Se possível, use a força do próprio paciente durante o tratamento.
• Relaxar o paciente previamente; reduzir a ansiedade do paciente.
Princípios e papéis da mobilização e manipulação:

.
• Não impor força contra um espasmo muscular de proteção.
• Uma leve alteração da posição articular ou do ângulo de thrust permite frequentemente uma técnica
ser mais efetiva.
• Em geral, a manipulação é realizada em casos agudos ou quando o tratamento de mobilização articular
não está sendo efetivo.
• Não realizar excesso de tratamento. Parar quando os sintomas cessarem.
• Atingir o objetivo de restaurar a função e a mobilidade articular indolor.
AVALIAÇÃO
Exame físico
Estágio da recuperação
Tratamento
Seleção
Tempo
Técnicas
OBSERVAÇÕES
Posição do paciente.
Posição da articulação.
Estabilização.
Força do tratamento.
Direção do movimento.
Reavaliação
Programa total de reabilitação.
Vantagens da mobilização
Dosagem da força
Força aplicada perto da articulação
Força seletiva , aplicada no tecido desejado.
A direção da mobilização acompanha a
mecânica articular.
EFEITOS
Nutrição da cartilagem
Mantém a extensibilidade nos tecidos articulares
Analgesia e diminuição do espasmo muscular.
Estímulo proprioceptivo.
Aumento ou manutenção da ADM
Aumenta a velocidade de execução do movimento
Recupera ou melhora a função estabilizadora.
INDICAÇÕES
Hipomobilidade articular reversível.
Disfunções musculoesqueléticas e articulares
Doenças do sistema nervoso
Traumas
Limitação progressiva
Imobilidade funcional
CONTRA-INDICAÇÕES
Espondilolistese, hipermobilidade, lesões vertebrais com compressão de raízes
nervosas, compressão da cauda equina ou da medula (mielopatia) e estenoses.
Fraturas não consolidadas, fratura por stress, luxação e lesões ligamentares
agudas.
Tumores e Infecções
Efusão articular
Osteoporose
Doenças inflamatórias (espondilite anquilosante, artrite reumatóide)
Problemas psicológicos, espasmo intenso.
Má formação congênita
Precações Dor excessiva
Artroplastias totais.
Tecido conectivo recém-
formado, após lesões ou
cirurgias.
Idosos e crianças.
Pacientes hemofílicos
Hipomobilidade e Hipermobilidade
reacional compensatória
Uma hipomobilidade corresponde a uma restrição de
movimento em algum dos eixos de movimento.

Uma hipomobilidade pode provocar uma hipermobilidade


reacional e compensatória, levando a sintomas à distância.

As hipomobilidades devem ser tratadas e não as


hipermobilidades, mesmo sendo muitas vezes estes o local de
dor.

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