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Felipe de S.

Serenza
Graduação pela UCDB (2009)
Aprimoramento Ortopedia e Traumatologia (HCRP-USP) (2010)
Especialização em Osteopatia e Terapia Manual (IDOT) (2010)
Especialização em Fisioterapia no Esporte (CETE-UNIFESP) (2011)
Mestrado e doutorando (FMRP – USP)
Laboratório de Análise do movimento e Avaliação Isocinética (CER/HCRP)
Proprietário UpSide Fisioterapia e Pilates (Ribeirão Preto –SP)
Sócio E+Fisio Cursos Online
Tesoureiro ABRAFITO 2022-23
Terapia Manual
O que é a terapia manual?

É um recurso da fisioterapia que envolve uma


abordagem manual na avaliação e tratamento
das disfunções segmentares e periféricas.

(Maitland,2009)
Gerar efeitos analgésicos
Restaurar a mobilidade articular
Avaliação criteriosa Promover o equilíbrio entre os
sistemas corporais

(Maitland,2009)
Quando usar a terapia manual?

Avaliação

Conduta
Bandeiras vermelhas (coluna lombar)

Fraturas Perda peso Insuficiência da


artéria vertebral

Mielopatias Câncer

Perda progressiva Instabilidade


de força ligamentar
Terapia Manual

Mobilizações x Manipulações
Mobilização Manipulação

Oscilações rítmicas que podem Técnica de alta velocidade e


ser passivas e ativas baixa amplitude
Fisiologia
Mobilização e manipulação

Efeito a nível de sistema Modulação de


nervoso autônomo e central neurotransmissores

Analgesia
Fisiologia da manipulação articular
Separação brusca das superfícies
articulares Diminuição da sintomatologia

Estiramento da cápsula articular e Inibição tecidual e normalização


inibição de motoneurônios gama e alfa do tônus muscular
Efeitos Fisiológicos da manipulação articular
Restaura a função mecânica

Diminuição de aderências

Estimular o processo de reparação tecidual

Potencializa a dinâmica dos fluidos

 Regulariza o tônus muscular


Manipulação

É o mínimo de força e o MÁXIMO de precisão


Evidências
cientificas
Coluna
Dor aguda e dor crônica:
Melhora da dor em ambos os
grupos.
Há evidências de qualidade moderada de que
as intervenções de manipulação podem
produzir reduções pequenas/moderadas na
intensidade de dor e também podem
(provavelmente) reduzir a incapacidade
Terapia
manipulativa e
mobilização
articular

Educação em Abordagem
dor multidisciplinar

Exercícios
Tornozelo
Para entorses agudos: Para entorses
Melhora da dor e subagudos/crônicos:
ADM Melhora da dor, ADM
e função
Esta revisão sistemática demonstrou que a MWM é eficaz
para melhorar a dor, amplitude de movimento e atividades
funcionais em indivíduos com osteoartrite de joelho.
Joelho
Melhorias clínicas significativas no TC6M e WOMAC em 4 semanas e 8 semanas no grupo
de tratamento, mas não no grupo placebo.

 Em 8 semanas, as distâncias médias de TC6M melhoraram em 13,1% e as pontuações do


WOMAC melhoraram em 55,8%

A distância percorrida no TC6M em 8 semanas entre os pacientes do grupo de tratamento


foi 170m maiores que no grupo placebo

 20% dos pacientes do grupo placebo e 5% dos pacientes do grupo de tratamento foram
submetidos a artroplastia de joelho.
OBJETIVO:

Investigar a eficácia de um programa de exercícios combinado


com terapia manual em comparação com um programa de
exercícios isolado para dor, ADM, função, qualidade de vida e
satisfação do paciente após prótese total de joelho (PTJ)

Desenho do estudo
 Ensaio clinico, randomizado, controlado
INTERVENÇÕES:

Fase hospitalar
Todos os pacientes receberam no pré-operatório orientações sobre o período pós-
operatório.

1° PO- Crioterapia por 15 minutos, 5 vezes ao dia

2° PO- Tratamento em seu respectivo grupo

Após alta hospitalar os pacientes foram monitorados por telefone até o 2° mês de PO
INTERVENÇÕES NO GRUPO TERAPIA MANUAL

Mesmos exercícios do grupo de controle

Mobilização patelar (lateral/medial, superior/inferior)

Mobilização tibiofemoral (glide posterior)

Liberação miofascial
RESULTADOS

Desfechos primários
Melhora na dor na alta, 2 semanas e 2 meses após

Melhora na ADM de flexão na alta, 2 semanas e 2 meses (13°)


RESULTADOS
Desfechos secundários:
Sem diferenças na ADM de extensão, entretanto todos os pacientes
tinham 0° de extensão com 2 meses de PO

Melhora no WOMAC com 2 semanas e 2 meses

Melhora no SF12 (física) com 2 meses

Melhora no teste de caminhada de 10M na alta


Ombro
Quando realizada de maneira isolada:

•Evidência fraca/moderada de melhora na dor.

•Inconclusivo para melhora da função.


Associada ao fortalecimento apresenta resultados
superiores ao fortalecimento isolado para dor e função.
OBJETIVO
Avaliar os efeitos da mobilização com
movimento na dor, ADM e incapacidade no
tratamento de distúrbios
musculoesqueléticos do ombro
Dos 25 estudos, 21 foram incluídos em 8
meta-análises separadas para dor, ADM e
incapacidade em 2 subcategorias

OMBRO DOR DURANTE


CONGELADO O MOVIMENTO
A adição de mobilização com
movimento melhorou
significativamente a dor e ADM de
flexão e abdução, além da
incapacidade em ambos os grupos
Punho
TERAPIA MANUAL

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO, MULTICÊNTRICO E CEGO

PARTICIPANTES:
• 67 ADULTOS
• MÉDIA DE IDADE (60 ANOS)
TERAPIA MANUAL

GRUPO CONTROLE
EXERCÍCIOS E ORIENTAÇÕES

GRUPO EXPERIMENTAL
EXERCÍCIOS E ORIENTAÇÕES, ALÉM DE
MOBILIZAÇÃO COM MOVIMENTO PARA
SUPINAÇÃO E EXTENSÃO DE PUNHO
DESFECHOS

Desfechos primários: supinação do antebraço na 4° semana

Desfechos secundários: extensão, flexão, pronação, força de

preensão, QuickDASH, PRWE e classificação global de mudanças

Os pontos de acompanhamento foram na 4° e 12° semanas,

e medidas de autorrelato na 26° e 52° semanas


RESULTADOS

4 SEMANAS
SUPINAÇÃO (12°)
O grupo
EXTENSÃO (14°)
mobilização foi FLEXÃO (9°)
QUICKDASH (11 PONTOS)
superior em: PRWE (13 PONTOS)
RESULTADOS

12 SEMANAS

O grupo SUPINAÇÃO (8°)


EXTENSÃO (14°)
mobilização foi
FLEXÃO (9°)
superior em: QUICKDASH (8 PONTOS)
Técnicas de terapia
manual
Osteopatia

Mulligan Maitland

Mckenzie Quiropraxia
Maitland – Mobilização articular
 Geoff Maitland – Fisioterapeuta
Australiano

 Prioriza avaliação ortopédica

 Utiliza graus de mobilização para o


tratamento
Maitland – Mobilização articular

Avalia – trata -avalia

Suavidade das técnicas


Graus de mobilização/aplicações clínicas

Grau I e II: Alívio da dor

Grau III, IV e V: Alívio de problemas mecânicos da


articulação, quebra de aderências e ganho de ADM
Graus de mobilização
Grau I: movimento de pequena amplitude próximo a posição
inicial

 Grau II: movimento de grande amplitude, no entanto, é


utilizado dentro da amplitude livre de qualquer rigidez ou
espasmo muscular
Graus de mobilização
Grau III: movimento de grande amplitude, utilizado dentro da
amplitude com rigidez ou espasmo muscular.

 Grau IV: movimento de pequena amplitude dentro da


rigidez ou no espasmo muscular.

Grau V: movimento rápido com pequena amplitude


(Manipulação)
Tipos de mobilização

Pressão Central Póstero-Anterior (PAC): Sintomas bilateralmente distribuídos

Pressão Transversa (PT)

Técnicas unilaterais: • Sintomas unilateralmente distribuídos

Pressão Póstero-Anterior Unilateral (PAU)


• Sintomas unilateralmente distribuídos
Técnicas
 Pressão Central (PAC):

 Dor central e sintomas


bilaterais na coluna.

Direção da pressão nos processos espinhosos.


Ritmo das mobilizações

 Lento e gentil: Usado para diminuição da dor

 Firme: usados para fazer uma articulação rígida


Duração

Grau 1 e 2 3 x 30 segundos

Grau 3 e 4 3 x 1 minuto
Coluna Cervical

 Pressão póstero- anterior central


(PAC)- Cervical alta; Pressão póstero-anterior unilateral (PAU);
Coluna Lombar

 Pressão vertebral póstero- anterior Central (PAC)


Coluna Lombar
 Pressão vertebral unilateral
póstero-anterior (PAU)  Pressão vertebral transversa (PT)
Sacroilíaca

Volante anterior Volante posterior


Introdução

Fisioterapeuta
Neozolândes É um método de avaliação e
tratamento próprio, que
utiliza movimentos passivos
O deslizamento ARTICULAR é e ativos com intuito de
realizado com a mão ou com as melhorar a mobilidade
cintas. articular e a dor.

Brian Mulligan
Biomecânica
Osteocinemática Artrocinemática

Macromovimento X Micromovimento

Ex: Extensão de joelho Ex: Tíbia desliza para frente


Princípios
Restaurar a biomecânica articular

Nutrição articular

Mantém a extensibilidade dos tecidos articulares e periarticulares

Inibe a ação dos nociceptores

 Uso de cintas para auxiliar nas técnicas

Autotratamento
NAGS
(Deslizamentos naturais apofisários)

São movimentos acessórios passivos oscilatórios realizados pelo


terapeuta, associado a leve tração;

Mobilizações nas articulações facetárias;

Geralmente aplicados desde C2 até C7;

NAGS Central ou Unilateral.


SNAGS
(Deslizamento apofisário natural sustentado)
É a combinação de um movimento acessório passivo sustentado com
um movimento ativo

São técnicas utilizadas na coluna vertebral- cervical , torácica e lombar

Aplicada para melhora de final de movimento;

SNAG Central ou Unilateral


Coluna Cervical - Tratamento

NAG SNAG
MWM’s (Mobilization With Moviment)

É utilizada em articulações periféricas

Recuperação da artrocinemática - restaurar a


trajetória normal articular durante o movimento
Complexo Articular do Ombro
Tornozelo e pé
 Entorse em Inversão
 MWM Dorsiflexão CCF  MWM - AP de fíbula
Quadril

 Deslizamento lateral com cinta- extensão  MWM com cinta –flexão


Auto-Tratamento
Podemos citar alguns recursos utilizados:

 Tiras cervical e lombar,

 Com as próprias mãos

 Exercícios

 Toalhas

 Bandagem
Auto -Tratamento (AutoSNAG)

Extensão Rotação
Osteopatia
Osteopatia

Osteopatia não é uma técnica! É uma ciência


fundamentada em uma filosofia própria. Seus princípios
tem origem nas leis da vida e da natureza. Através das
respostas do corpo, busca a compreensão das funções
de cada organismo em seu ambiente. É a arte do
entendimento da doença para cada indivíduo, sem se
importar somente com seus sintomas ou diagnóstico.
Bases da Osteopatia

Princípios da Osteopatia

São quatro os princípios da Osteopatia:

• A estrutura governa a função

• A unidade do corpo

• A autocura

• A lei da artéria
Andrew Taylor Still
A estrutura governa a função
A Unidade do Corpo
Autocura
Lei da artéria
Bases da Osteopatia
Integralidade
• Tecido conjuntivo ( Fáscia)

• Mecanotransdução;

• Características da Fáscia
Hipomobilidade x Hipermobilidade
Exemplo de Hipomobilidade X Hipermobilidade

Zona de dor

Fixação articular

Hipermobilidade
Hipomobilidade x Hipermobilidade

“Toda perda de mobilidade articular de um elemento se faz em prejuízo de outra zona, que deverá
compensar essa falta de mobilidade com um hiper-funcionamento, uma hipermobilidade”.

Hipomobilidade Hipermobilidade

• Caracterizada por fixação articular devido a • Caracterizada por hipotonia muscular, dores
espasmos musculares ou aderências; espontâneas e irritações de raízes nervosas;

• Dor localizada através da palpação; • Poe ser supra ou subjacente à fixação articular ;

• Zona ASSINTOMÁTICA. • Zona SINTOMÁTICA.


Hipomobilidade x Hipermobilidade
Generalidades Anatômicas

Metâmero
1. Disco Intervertebral;

2. Lig. Long. Posterior e Anterior;

3. Ramo Colateral Recorrente (N. Sinus Vertebral de Luschka);

4. Nervo Espinal;

5. Ramo Espinhal Posterior;

6. Processos articulares
Metâmero

Dermátomo Miótomo Esclerótomo Viscerótomo


Segmento Facilitado
Metâmero
Inervação
Nervo espinal
Facilitação
Medular

Gânglio
Raiz ventral simpático

N. Espinal

Raiz dorsal Ramo ventral (N.


Intercostal)

Gânglio espinal
Ramo dorsal
Disfunção somática primária

Gera estímulos aferentes para o


corno anterior da medula espinhal

Hiperexcitação de motoneurônios
gama

O sistema nervoso central emite


Repercussões ( pele,
informações eferentes para a medula e em
músculos, ossos e vísceras)
seguida para região do metâmero.
Metas do Tratamento Osteopático

• Corrigir os segmentos em disfunção;

• Restaurar a mobilidade mecânica das estruturas;

• Estimular mecanismos de autorregulação corporal;

• Estimular os reparos aos danos as estruturas corporais;


Considerações Finais
Evidencias cientificas robustas

Utilizadas principalmente para dor e ganho de ADM

SEMPRE devem ser utilizadas em conjunto com


cinesioterapia
CERTIFICAÇÃO EBRAFIM:

1 – Formação em Osteopatia (2 anos)*

*Especialização Lato Sensu

3 – Certificação em Osteopatia EBRAFIM (C.O.)

4 – Especialidade COFFITO (Prova)

5 – Diplomação Internacional em Osteopatia (D.O.)


Obrigado
e_maisfisio

E+Fisio e Ebrafim

felipeserenza@usp.br

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