Você está na página 1de 21

Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.

1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

SEMIOLOGIA OSTEOMIOARTICULAR
Exame Físico Osteomioarticular

1. Inspeção: com o paciente em pé, sentado ou deitado. Inicia-se com a avaliação marcha, atitude e
facie do paciente. É importante sempre realizar o exame de segmentos homólogos para efeito de
comparação, avaliando se o paciente possui, lesões elementares, circulações colaterais, aumento
de volume, sinais flogísticos, desalinhamento articular, contraturas e atrofias musculares. Deverá
ser denuda apenas a área a ser examinada, respeitando sempre o pudor do paciente.
2. Palpação: deve-se palpar todos os tecidos adjacentes ao osso, avaliando se o paciente sente dor,
se há presença de tumorações, creptações e aumento da temperatura local
3. Movimentação Ativa: realizado pelo paciente sem a ajuda do examinador. Examinador deve estar
sempre palpando a articulação do paciente, atentando principalmente para a presença de
crepitações.
4. Movimentação Passiva: Realizado pelo examinador no paciente
5. Manobras Especiais: específicas de cada segmento

COLUNA VERTEBRAL

INSPEÇÃO: paciente deve estar em posição ortostática, com os pés juntos e braços ao longo do corpo.

Plano frontal: deve-se analisar a simetria dos ombros, alinhamento das cristas ilíacas, ângulo
toracolombar (de talhe), membros inferiores, apófises espinhais e musculatura paravertebral,
orientação das patelas e posicionamento dos pés.

Ângulo de Talhe

Ângulo formado pela face


medial do membro superior
e pela transição do tronco e
a região abdominal.
Diferença no ângulo entre
os dois lados sugere
escoliose.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

Plano Sagital: observar o grau das curvaturas fisiológicas do paciente – lordose cervical, cifose
torácica, lordose lombar e cifose sacral.

Curvaturas Patológicas da Coluna Vertebral


Curvaturas Fisiológicas da Coluna Vertebral

PALPAÇÃO:

 Processos espinhosos: observar se estão alinhados e se há dor.


 Articulações sacroilíacas
 Musculatura paravertebral: palpada com os polegares até a região lombar, a partir daí realiza-se
a palpação com as mãos abertas, observando se há hiper ou hipotonia, hipertrofia ou espasmos
musculares.

MOVIMENTAÇÃO: flexão, extensão, rotação e lateralização

OBS: Devido a presença das costelas, a movimentação da coluna torácica é limitada (não realiza
movimento de rotação) e por vezes pode ser secundária ao movimento da coluna lombar. Por isso, deve-
se avaliar o paciente sentado.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

MANOBRAS ESPECÍFICAS DA COLUNA VERTEBRAL

Coluna Cervical Manobra Spurling Radiculopatia Cervical

Teste da Distração

Sinal da Flecha Espondilite Anquilosante

Coluna Torácica Teste de Adams Escoliose

Coluna Lombar Teste de Schober Espondilite anquilosante

Teste de Milgram Estiramento Radicular

Sinal de Lasegue

Pesquisa de RADICULOPATIA CERVICAL: paciente sente dor, parestesia da região cervical que irradia
para membro superior. Sintomas decorrentes do estreitamento dos forames neurais e compressão das
raízes nervosas:

a) MANOBRA DE SPURLING: Com o paciente sentado e em posição de flexão lateral da coluna


cervical, o examinador realiza uma compressão do topo da cabeça. O teste será positivo, caso o
paciente refira aumento dos sintomas radiculares.
b) TESTE DA DISTRAÇÃO: O paciente deve estar sentado com a coluna cervical em posição
neutra. O examinador deve posicionar uma mãos no mento e a outra no occipito do paciente e,
em seguida realizar uma tração para cima e proporcionando a distração da cervical. Caso o teste
seja positivo, o paciente refere alivio da dor – por descompressão dos forames neurais

Pesquisa de ESPONDILITE ANQUILOSANTE: Caracteriza-se pelo comprometimento inicial das


articulações sacroilíacas que evoluem para ancilose (endurecimento), para artrite das articulações
sinoviais da coluna vertebral e para calcificação dos ligamentos vertebrais. Paciente apresenta perda da
flexibilidade, rigidez matinal e a dor localizada, a princípio, nas articulações sacroilíacas, mas com
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

tendência a comprometer toda a coluna vertebral, podendo levar o paciente à posição de esquiador –
com a retificação da lordose lombar:

a) SINAL DA FLECHA: pede-se para que o paciente fique descalço e em pé, fique de costas para
uma parede e encoste seus pés nela, o paciente deve ser capaz de encostar, também o occipito,
caso não consiga o teste é positivo. Indicando limitação da movimentação da coluna sugestivo de
espondilite anquilosante.

b) TESTE DE SCHOBER: com o paciente em posição ortostática é delimitado um espaço a 10cm a


cima do processo espinhoso de L5 (abaixo do ponto médio de uma linha que liga as espinhas
ilíacas póstero-superiores). Pede-se, então, que o paciente realize a flexão da coluna vertebral.
Em pacientes com a flexibilidade da coluna lombar preservada, a distância que era de 10cm,
aumenta mais 5cm, totalizando 15cm. Caso não ocorra um aumento de pelo menos 5cm na flexão
máxima, o teste de Schober será positivo e, assim como o sinal da flexa, indica limitação da
movimentação da coluna que pode ser decorrente de espondilopatias ou fisiológica da
senescência

Pesquisa da ESCOLIOSE

a) TESTE DE ADAMS: com o paciente descalço e desnudo, pede-se para que ele realize a flexão
máxima da lombar de modo que seus braços fiquem pendentes e paralelos aos chão. Em
seguida, o examinador observa tangencialmente sua coluna. Caso o paciente apresente
escoliose, identificamos a presença de uma saliência denominada giba costal ou lombar.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

Pesquisa de ESTIRAMENTO RADICULAR

a) TESTE DE MILGRAM: com o paciente em decúbito dorsal e membros inferiores em extensão,


pede-se para que ele realize a elevação das pernas cerca de 5cm da maca. Ele deve manter essa
posição por no mínimo 30 segundos. Esta manobra aumenta a pressão intratectal, causando dor
em pacientes com compressão radicular. Caso o paciente sinta dor durante sua realização, a
manobra será positiva.
b) SINAL DE LASEGUE: consiste na elevação do membro inferior estendido sobre a bacia, o que
acarreta estiramento do nervo ciático. Se houver compressão, ocorre dor no trajeto do referido
nervo. Outra manobra para confirmar o sinal de Lasegue consiste na dorsiflexão do pé quando o
membro estiver elevado, provocando exacerbação da dor (sinal de Bragard).

Avaliação Neurológica: Também é importante realizar o exame neurológico na avaliação da coluna


pois suas afecções, tanto medulares como de cauda equina, repercutem clinicamente nos membros
superiores e inferiores, podendo levar a alterações da sensibilidade, da força muscular e dos reflexos.
A pesquisa de alterações da sensibilidade pode indicar a localização da compressão, da mesma
maneira que a perda da força muscular.

OMBRO

Anatomia do Ombro

INSPEÇÃO: deve ser realizada em um ambiente calmo, bem iluminado, com a área a ser examinada
desnuda. Deve-se então pesquisar lesões traumáticas (edema, regiões ruborizadas), deformidades, como
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

ombro em cabide, sinal da dragona, e escápula alada, simetrias e alterações de relevo muscular – atrofias,
hiper ou hipotrofias

Escápula Alada Sinal da Dragona

Ombro em cabide

PALPAÇÃO: deve-se palpar a articulação esternoclavícular, articulação acromioclavicular, tendão da


porção longa do bíceps braquial – entre o tubérculo maior e menor do úmero e a Região subacromial

A articulação glenoumeral geralmente é impalpável. Sua cápsula é formada por 4 tendoes, que em
conjunto são chamados de MANGUITO ROTADOR, os quais exercem um papel crucial para a
movimentação e estabilização do ombro e cintura escapular:

1) Supraespinhoso;
2) Infraespinhoso;
3) Redondo menor;
4) Subescapular.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

MOVIMENTAÇÃO: flexão, extensão, rotação interna e externa, abdução, adução, elevação e


circundação.

MANOBRA ESPECÍFICAS DO OMBRO

Teste para SÍNDROME DO IMPÁCTO: síndrome dolorosa causada pela compressão de estruturas
anatômicas abaixo do acrômio - como, o tendão do supraespinhal, tendão do bíceps braquial e Bursa -
pelo tubérculo maior do úmero, geralmente decorrente de movimentos repetitivos ou desequilíbrio de
grupos musculares que estabilizam a escápula.

a) TESTE DE NEER: solicita-se que o paciente fique com os membros superiores relaxados, em
posição neutra. O examinador deve realizar a elevação passiva e rápida do membro em torno de
70º, sempre estabilizando a escápula do paciente com uma das mãos. O exame deve ser realizado
bilateralmente – começando pelo lado que não está doendo. O teste será positivo, caso o paciente
refira dor devido ao maior contato do tubérculo maior do úmero com a face antero-inferior do
acrômio, sugerindo bursite subacromial, inflamação ou até mesmo ruptura do tendão
supraespinhal.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

Teste para a avaliação do MANGUITO ROTADOR

a) TESTE DE JOBE: também chamado de teste do


músculo supraespinhal. É realizado com o paciente
em pé ou sentado com os membros superiores em
abdução, rotação interna e cotovelos em extensão.
Colocando as mãos em ambos os antebraços do
paciente, o examinador exerce uma contra
resistência para baixo. A incapacidade para resistir à
contra resistência do lado afetado sugere a presença
de ruptura do tendão do supraespinhal.

COTOVELOS

IMPORTANTE!
Músculos flexores do punho: inserção no epicôndilo
medial do úmero
Músculos extensores do punho: inserção no
epicôndilo lateral do úmero.

INSPEÇÃO: procurar a presença de sinais flogísticos, aumento de volume decorrente de tumorações e


lesões elementares. Avaliar o epicôndilo medial e lateral do úmero, olécrano da ulna, embém a presença
de deformidade, como cúbito em varo ou valgo.

PALPAÇÃO: Deve-se palpar proeminências ósseas, como os epicôndilos lateral e medial, olecrano,
borda ulnar, linhas supracondilares medial e lateral do úmero. Pontos dolorosos devem ser pesquisados
sobre os epicôndilos e a epitróclea.

MOVIMENTAÇÃO: flexão, extensão, pronação e supinação.


Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

MANOBRAS ESPECÍFICAS DOS COTOVELOS

Testes para EPICONDILITE LATERAL: “cotovelo de tenista” - acompanha a extensão repetitiva do punho
ou pronação e supinação do antebraço. Paciente refere dor e hipersensibilidade na região

a) TESTE DE COZEN: paciente com o cotovelo fletido em 90° e o antebraço em leve pronação,
solicita-se que ele feche o punho e realize sua extensão, enquanto o examinador palpar o
epicôndilo lateral com uma das mãos e realiza contra resistência ao movimento com a outra. O
teste será positivo, caso o paciente refira dor na região do epicôndilo lateral, podendo haver
irradiação pelo antebraço.

b) TESTE DE MILL: com o cotovelo o paciente em extensão e o antebraço em leve pronação, solicita-
se que o paciente realize a extensão do punho contra uma resistência aplicada pelo examinador.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

Com a outra mão o examinador deve palpa o epicôndilo lateral. O teste será positivo, caso o
paciente refira dor.

Teste para EPICONDILITE MEDIAL: “cotovelo de golfista” – acompanha a flexão repetitiva do punho. Há
intensa hipersensibilidade no epicôndilo medial

a) TESTE PARA EPICONDILITE MEDIAL: paciente mantem o cotovelo fletido a 90° e o antebraço
em supinação, solicita-se realização da flexão do punho contra resistência exercida pelo
examinador, enquanto palpa-se o epicôndilo medial. O teste será positivo, caso o paciente refira
dor no epicôndilo medial, podendo haver irradiação para o antebraço.

Testes para LESÃO LIGAMENTAR

a) ESTRESSE EM VALGO: o examinador força a abdução do antebraço estabilizado o cotovelo do


paciente, evidenciara lesão no ligamento colateral medial.

b) ESTRESSE EM VARO: examinador força a adução do antebraço estabilizando o cotovelo do


paciente. Evidenciara lesão no ligamento colateral lateral.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

PUNHOS

INSPEÇÃO: verifica-se se há deformidades, cicatrizes, hipotrofias, tumores, alterações de pele e fâneros,


edema articular e a relação do membro no esquema corporal

PALPAÇÃO: deve-se abordar a articulação do punho por completo, palpar os processos estiloides do
rádio e da ulna, sulco da articulação rádiocapiana e a tabaqueira anatômica - área entre o tendões dos
músculos extensor curto e longo do polegar que forma um aprofundamento triangular na região radial
dorsal da mão que corresponde ao osso escafóide.

MOVIMENTAÇÃO: flexão, extensão, desvio radial e ulnar e pronação e supinação.

MANOBRAS ESPECÍFICAS DO PUNHO

Testes para SÍNDROME DO TUNEL DO CARPO: estreitamento do túnel do


carpo, causando compressão de vasos e nervos que atravessam sua luz. Há
parestesia ou hiperestesias da região inervada pelo nervo medial (face palmar
do 1°, 2°, 3° e metade 4° quirodáctilo e pelo terço distal em suas superfícies
dorsais), principalmente à noite, podendo haver dor associada.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

a) TESTE DE PHALEN: também chamado de teste da hiperflexão. Pede-se para que o paciente
encoste uma região dorsal da mão sobre a outra, mantendo um angulo de 90° das mãos com o
antebraço, devendo ser mantida essa posição por 1 minuto. Se surgir parestesia ou formigamento
da região inervada pelo nervo mediano, o sinal é positivo para síndrome do túnel do carpo.

b) TESTE DE PHALEN INVERTIDO: feito da mesma forma que o phalen, entretanto, com os punhos
posicionados em extensão forçada pelo período de 1 minuto. Também é positivo caso o paciente
refira parestesia na região inervada pelo nervo mediano.

c) TESTE DE TINEL: consiste na percussão na borda medial do tendão palmar. O paciente refere
parestesia no trajeto do nervo mediano, indicando teste positivo para a síndrome.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

Teste para TENOSSINOVITE ESTENOSANTE DE DE QUERVAIN: inflamação do tendões do músculo


abdutor longo e extensor curto do polegar, no primeiro compartimento dorsal do punho, geralmente
relacionada a trauma crônico secundário ou sobrecarga das atividades diárias das mãos e punho.

a) TESTE DE FINKELSTEIN: solicita-se que o paciente realize a adução do polegar e flexão dos
demais dedos sobre este e, em seguida, realize o desvio ulnar do punho. Caso o paciente refira
dor na região do processo estiloide do rádio, o teste será positivo para Tenossinovite de De
Quervain.

1 Teste de Finkelstein

MÃOS

INSPEÇÃO: deve-se abordar a presença de deformidades ósseas e articulares, atrofias interósseas,


presença de nódulos articulares (nódulos de Bouchard e de Heberden), calosidades, pregas cutâneas
anormais (sindactilias), lesões elementares, aumento de volume e depressões. Unhas e pelos também
devem ser avaliados.

PALPAÇÃO: o examinador deve palpar todos os dedos e cada uma das suas articulações -
interfalangianas proximal e distral e metacarpofalangianas – abrangendo face medial e lateral.

MOVIMENTAÇÃO DOS DEDOS: flexão, extensão, adução, abdução e oposição (exclusiva do polegar)
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DOS DEDOS

Nódulos de Heberden - nódulos duros localizados


nas articulações interfalangeanas distas.
Característico de Osteoartrite

Nódulos de Bouchard - nódulos duros localizados


nas articulações interfalangeanas proximais.
Característico da AR

Dedos em Vendaval

Dedo em “Z”.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

QUADRIL

INSPEÇÃO: observa-se a simetria da cristas ilíacas. Também pode-se lançar mão da medição dos
membros inferiores – feita das espinhas ilíacas anterossuperiores até o maléolo medial da tíbia, podendo
denotar assimetrias. Também é importante avaliar a marcha do paciente, presença de contraturas,
desníveis e desvios posturais e lesões elementares.

PALPAÇÃO: na face anterior, é abordada a espinha ilíaca anterossuperior, artérias femorais, tubérculo
púbico e ligamento inguinal. Na face lateral, palpamos o trocante maior do fêmur. Na face posterior, é
importante palpar, a espinha ilíaca póstero-superior, articulação sacroilíaca, tuberosidade isquiática e
cristas ilíacas.

MOVIMENTAÇÃO: flexão, extensão, abdução, adução, rotação externa e interna, e circundação


Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

MANOBRAS ESPECÍFICAS DO QUADRIL

TESTE DE PATRICK: também chamada de manobra de Fabere.(Flexão, Abdução, Rotação Externa).


Com o paciente em decúbito dorsal, deve-se realizar a movimentação passsiva do membro do paciente
em rotação externa, flexão do joelho em ângulo reto e colocar o pé do paciente sobre a patela – formando
um 4 com as pernas. Em seguida, o examinador empurra o joelho fletido e realiza uma pressão na espinha
ilíaca anterossuperior contralateral do paciente. O teste será positivo, caso o paciente refira dor. Se a dor
for lombar, corresponde a comprometimento da articulação sacroilíaca. Se a dor for na virilha ipsilateral,
corresponde a comprometimento da articulação coxo-femoral.

TESTES DE CONTRA RESISTÊNCIA:

a) Musculo íliopsoas: paciente sentado na maca com as pernas pendentes, irá flexionar o quadril
enquanto o examinador oferece resistência no terço distal da coxa.
b) Músculos adutores da coxa: paciente em decúbito dorsal, com os membros amplamente
abduzidos. O examinador solicita que faça o movimento de adução, opondo resistência pelos
tornozelos.
c) Músculo glúteo médio: paciente em decúbito lateral é solicitado a abduzir o membro, o
examinador oferece resistência pressionando para baixo pela face lateral da coxa ou joelho.
d) Musculo glúteo máximo: paciente em decúbito ventral, tentará estender o quadril com o joelho
fletido enquanto o examinador oferece resistência na região posterior da coxa.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

JOELHOS

INSPEÇÃO: deve-se abordar a marcha do paciente, distribuição de pele e pelos, alterações tróficas,
sinais inflamatórios, abaulamentos – que podem sugerir hemartrose, hidroartrose ou pioartrose -
retrações, presença de deformidades estruturais – como genu varum, genu valgum e genu recurvatum.

PALPAÇÃO: deve-se palpar todas as proeminências ósseas, tendões (região da pata de ganso) e bordas
articulares do joelho, pesquisar suas depressões fisiológicas ao redor da patela ou qualquer edema na
região. Para melhor avaliação, devemos flexionar o joelho em 90°

Genu flexo

MOVIMENTAÇÃO: a flexão e extensão e lateralização (só pode ser realizada de forma passiva)
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

Teste para DERRAME ARTICULAR

a) RECHAÇO PATELAR: Com uma das mãos, o examinador segura firmemente a coxa logo acima
do joelho, forçando assim o deslocamento do líquido para o espaço entre a patela e o fêmur. Com
os dedos da outra mão, empurra-se a patela contra a superfície femoral, que em casos de
derrames articulares de grandes volumes irá afundar como uma tecla pressionada, fenômeno
chamado de sinal da tecla ou sinal da pedra de gelo.

Testes para a AVALIAÇÃO MENISCAL

a) TESTE DE APLEY: realizado bilateralmente, com o paciente em decúbito ventral. O examinador


realiza a flexão passiva do joelho. Em seguida, o examinado deve aplicar uma compressão no
dorso do pé e, em conjunto, rotação interna e externa.. O teste será positivo, caso haja dor que
pode estar associada a estalidos na fase de compressão do teste, sendo sugestivo de:
 Lesão do menisco lateral  no momento da rotação interna
 Lesão do mesnisco medial  no momento da rotação externa

Contraprova do teste: pode ser realizada aplicando uma distração ao invés de compressão. Em
caso de lesão meniscal, haverá alivio dos sintomas.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

Testes para os LIGAMENTOS CRUZADOS

a) TESTE DA GAVETA ANTERIOR: com o paciente em decúbito dorsal e os joelhos semifletidos, o


examinador estabiliza o pé do paciente (sentando em cima) e com as outras duas mãos irá segurar
o terço superior da tíbia, exercendo uma tração anterior. O exame será positivo, caso ocorra uma
exacerbação do movimento da perna anteriormente, sugerindo instabilidade do ligamento
cruzado anterior.
b) TESTE DA GAVETA POSTERIOR: na mesma posição o examinador empurra para trás a tíbia. O
teste será positivo, caso ocorra um exagero no movimento da perna posteriormente, sugerindo
comprometimento dos ligamento cruzado posterior

Gaveta Posterior Gaveta Anterior

Testes para os LIGAMENTOS COLATERAIS

a) ESTRESSE EM VALGO: com paciente relaxado com a coxa, totalmente apoiada sobre a maca.
O examinador, segura com uma das mãos o pé ou o tornozelo e com a outra apoiada na face
lateral do joelho, força abdução da perna. O teste é positivo caso a perna se desloque.

b) ESTRESSE EM VARO: paciente relaxado com a coxa, totalmente apoiada sobre a maca. O
examinador, segurando com uma das mãos o pé ou o tornozelo e com a outra apoiada na face
medial do joelho, força a adução da perna e avalia a abertura da interlinha articular. Caso haja o
deslocamento do membro o teste será positivo.
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

TORNOZELO E PÉ

INSPEÇÃO: deve ser realizada com o paciente em pé, andando e sentado. O examinador deve buscar
rotações angulares, formato do pé, sinais inflamatórios, lesões elementares, deformidades (como
alterações do arco plantar – pé plano e pé cavo- e hálux em valgo - joanete) e alterações tróficas, como
atrofia de panturrilha.

Formatos do pé

Hálux em Valgo Dedos em Garra

Principais Alterações do pé
Monitoria Habilidades Clínicas | Medicina Cesupa | 2019.1
Nathiany Rodrigues, Manuela Rezende, Caio Bastos e Isabella Tuma

PALPAÇÃO: deve-se palpar todas as estruturas ósseas, articulações, tendão do calcâneo e sua Bursa,
procurando por empastamento, edema, dor ou outro sinal inflamatório

MOVIMENTAÇÃO: flexão plantar (dorsiextensão), extensão plantar (dorsiflexão), eversão e inversão

MANOBRAS ESPECIAIS DO TORNOZELO E DOS PÉS

a) TESTE DE TOMPSON-DOHERTY: Solicita-se que o paciente fique em decúbito ventral e deixe os


joelhos fletidos a 90 graus. Em seguida, o examinador irá aplicar uma compressão vigorosa na
região tríceps sural, produzindo um encurtamento da massa muscular que se transmitirá pelo
tendão do calcâneo até o pé, onde será percebida uma flexão plantar indicando que todas as
estruturas estão íntegras  teste de Thompson positivo. Entretanto, quando não ocorre a
movimentação do pé, diz-se que o sinal de Thompson é negativo, sugerindo provável rotura
completa do tendão do calcâneo.

AVALIAÇÃO DA SIMETRIA DOS MMII

TESTE DE GALEAZZI: é um teste que engloba todos


o membros inferiores e serve para ver diferença de
comprimento dos membros. Paciente em decúbito
dorsal com o quadril flexionado ao máximo e o joelho
também dos dois membros e pés juntos, examinador
deve analisar tangencialmente e ver se há diferença
na altura dos joelhos. O teste de Galeazzi positivo
pode ser por um encurtamento real do membro (tíbia
ou fíbula) ou por uma luxação de quadril

Você também pode gostar