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EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS: A
CINESIOTERAPIA COMO IMPORTANTE
RECURSO DA FISIOTERAPIA
Layana de Souza Guimarães1
Mônica Cardoso da Cruz2

RESUMO:
A Cinesioterapia é o uso do movimento ou exercício como forma de terapia. Os primeiros
estudos sobre a utilização dos exercícios terapêuticos datam da Grécia e Roma antiga, porém foi
a partir da I Guerra Mundial que houve um aumento acentuado da utilização deste recurso para a
reabilitação de pacientes, isso devido ao grande números de incapacitados durante e após os
cambates. Sua principal finalidade é a manutenção ou desenvolvimento do movimento livre para a
sua função, e tem como efeitos principais a melhora da força, resistência à fadiga, coordenação
motora, mobilidade e flexibilidade.

HISTÓRICO DA CINESIO- po refletido pela revitalização do soas sãs. Com a industrialização,


TERAPIA culto ao físico. Neste período, o começam a surgir patologias re-
exercício era ligado à cultura da lacionadas com a atividade de tra-
Em um período entre beleza física, do belo. Ao final do balho, além de outras epidemias
4000 a.C. e 395 d.C. o movimen- Renascimento, Don Francisco e e doenças. Com isso, novas
to humano era utilizado no trata- Ondeano Amorós (1779-1849) tecnologias começam a ser em-
mento de disfunções já dividiram a ginástica em quatro pregadas para a melhoria da saú-
estabelecidas, já instaladas e fa- pontos, sendo o terceiro ponto a de e medicina, momento em que
ziam parte das funções dos sa- cinesioterapia, que tinha a finali- houve o predomínio de uma con-
cerdotes. Na Idade Média, ocor- dade de manutenção de uma saú- cepção de saúde direcionada
reu uma interrupção dos estudos de forte, tratamento de enfermi- para a assistência curativa,
na área da saúde, pois nessa épo- dades, reeducação de convales- recuperativa e reabilitadora, as-
ca o corpo era considerado infe- centes e correção de deformida- sim como a necessidade de es-
rior, sem importância, havia um des. Nesta mesma época, surge pecializações na área da saúde.
culto da alma, do espírito. Já no a diferenciação da ginástica com Durante a guerra, ocorreu um
final da idade média e início do fins terapêuticos e manutenção grande número de casos de le-
Renascimento, as belezas físicas de condições normais, quando fi- sões, mutilações, alterações físi-
do homem e da mulher começa- cou definido que o tratamento de cas de vários tipos e graus, gran-
ram a ser valorizadas, desenvol- enfermos mediante exercícios é de campo de atuação da
ve-se a preocupação com o cor- algo distinto da ginástica para pes- cinesioterapia, favorecendo o

1
Discente do 4o ano de Fisioterapia e monitora da disciplina Cinesioterapia
2
Fisioterapeuta e Docente do curso de Fisioterapia das disciplinas de Cinesioterapia e Enfermidades e distúrbios da Infância.

Lato & Sensu, Belém, v. 4, n. 1, p. 3-5, out, 2003. 1


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crescimento da fisioterapia e des- Segundo o COFFITO a fi- tanto o trofismo como as estrutu-
ta área. sioterapia busca alcançar, através ras responsáveis pelos atos mo-
Os primeiros estudos so- de metodologias e técnicas pró- tores.
bre a utilização dos exercícios prias baseadas na utilização te- A indicação da
terapêuticos datam da Grécia e rapêutica dos movimentos e dos cinesioterapia é bastante
Roma antiga, porém foi a partir fenômenos físicos, uma melhor criteriosa, necessita de avaliação
da I Guerra Mundial que houve qualidade de vida para o cidadão, para traçar objetivos e estratégi-
um aumento acentuado da utili- frente às disfunções intercor-ren- as, além de reavaliações freqüen-
zação deste recurso para a rea- tes. As metodologias e as técni- tes, visando a atualização junto a
bilitação de pacientes, isso devi- cas da cinesioterapia são práti- progressão do paciente e em con-
do ao grande números de inca- cas próprias e exclusivas do pro- seqüência da necessidade de cor-
pacitados durante e após os com- fissional fisioterapeuta, sendo reções ao programa inicial até
bates. sua indicação e sua utilização prá- atingir o potencial de recupera-
tica terapêutica própria, privativa ção esperado.
e exclusiva do profissional Fisio- O exercício físico classifi-
DEFINIÇÃO terapeuta. ca-se como estético, desportivo
e terapêutico, sendo o último uti-
A cinesioterapia é o uso do lizado em fisioterapia. O exercí-
movimento ou exercício como CINESIOTERAPIA E FI- cio na Cinesioterapia poderá ser
forma de tratamento, o recurso SIOTERAPIA passivo ou ativo. No primeiro, o
se autodenomina, cinesio signifi- terapêuta realiza o movimento,
ca movimento. A cinesioterapia Uma das mais óbvias ca- sem a ajuda do paciente. A
é uma técnica que se baseia nos racterísticas que mostram a exis- cinesioterapia passiva engloba os
conhecimentos de anatomia, fi- tência de vida em um organismo meios e as formas em que o do-
siologia e biomecânica, a fim de é a presença de movimento ente tem participação passiva; o
proporcionar ao paciente um me- (GREVE & AMATUZZI, 1999) movimento é executado quer
lhor e mais eficaz trabalho de e é a partir dele que desempe- manualmente por outro indivíduo,
prevenção, cura e reabilitação. nhamos grande parte das nossas quer através de aparelhagens es-
O exercício terapêutico funções. peciais, que imitam os movimen-
tem como objetivo manter, corri- O desenvolvimento e a tos fisiológicos ou realizam-se
gir e/ou recuperar uma determi- manutenção das estruturas res- manipulações de diferentes seg-
nada função, ou seja, restaurar a ponsáveis pela motricidade de- mentos ou tecidos, com o auxílio
função normal de corpo ou man- pendem constantemente da exe- de diversas metodologias. En-
ter o bem estar (SHESTACK, cução dos movimentos, isto é, a quanto que, na cinesioterapia ati-
1987). Sua principal finalidade é ação motora estimula o sistema va, o paciente realiza o movimen-
a manutenção ou desenvolvimen- que a produz. Podemos dizer que to, sem a ajuda do terapeuta.É
to do movimento livre para a sua todo o sistema locomotor é, a caracterizada pela participação
função, e seus efeitos baseiam- cada momento, a manifestação da ativa e consciente do paciente,
se no desenvolvimento, melhora, maneira com que tem sido usa- que executa voluntariamente os
restauração e manutenção da for- do. movimentos. O exercício ativo se
ça, da resistência à fadiga, da Pode-se concluir que o as- divide em três tipos: ativo-assisti-
mobilidade e flexibilidade, do re- pecto dinâmico do corpo é um dos do, este é realizado pelo paciente
laxamento e da coordenação principais responsáveis por sua que recebe ajuda parcial do
motora (KISNER & COLBY, saúde. Qualquer alteração desta terapeuta; ativo livre, realizado
1998). dinâmica afetará cedo ou tarde, pelo paciente com ou sem a ação

2 Lato& Sensu, Belém, v.4, n.2, p. 6, out, 2003.


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da força da gravidade, e ativo- biomecânica, anatomia e fisiolo- REFERÊNCIAS BIBLIO-


resistido, quando o movimento é gia, dividindo-se em várias me- GRÁFICAS:
realizado contra a resistência ma- tas. Quando observamos uma
nual, mecânica ou fluida. gama de patologias podemos di- GARDINER, M. Dena. Manu-
O programa de exercícios zer que na maioria delas a al de terapia por exercícios.
para cada paciente é determina- cinesioterapia tem seu campo de São Paulo: Santos, 1995.
do de acordo com suas necessi- atuação, pois sempre há o com-
dade e baseia-se na avaliação da prometimento de alguma função GREVE, Julia M D. ;
incapacidade do paciente. A mo- orgânica e achamos, entre as me- AMATUZZI, Marco Martins.
dalidade, freqüência e duração do tas da cinesioterapia, a solução. Medicina de Reabilitação apli-
tratamento cinesioterapêutico são Vários autores afirmam que os cada à ortopedia e traumato-
determinados frente à história clí- outros recursos da fisioterapia, logia. São Paulo: Roca, 1999.
nica e exame físico do paciente, como os agentes eletroter-
sendo que este inclui a inspeção, moterápicos, ajudam na interven- HALL, Carrie; BRODY, Lori
palpação, mensuração, avaliação ção junto ao paciente, porém es- Thein. Exercícios Terapêuti-
dos reflexos, testes especiais, tes- tes agentes não conseguem fa- cos em busca da função. São
te de força muscular e de ampli- zer a cura da patologia por si só. Paulo: Manole, 2001.
tude articular de movimento
“O exercício terapêutico
KISNER, Carolyn; COLBI, Lynn
(SHESTACK, 1987)
é considerado um ele- Allen. Exercícios terapêuti-
mento central na maioria cos: fundamentos e técnicas.
dos planos de assistência 3. ed. São Paulo: Manole, 1998.
CONCLUSÃO:
da fisioterapia,
complementado por ou- REBELATO, J.R.; BATONÉ, S.
Com o trabalho tras intervenções, com a P. Fisioterapia no Brasil -
cinesioterapêutico, esperamos finalidade de aprimorar perspectivas de evolução
reabilitar ou melhor reequilibrar a função e reduzir uma como campo profissional e
as forças mecânicas atuantes em incapacidade” (HALL & como área de conhecimento.
nosso organismo como um todo, BRODY, 2001) São Paulo: Manole, 1987.
proporcionando uma melhor qua-
lidade de movimento levando a “O exercício terapêutico
SHESTACK, Robert. Fisiotera-
uma melhora da qualidade de é uma das ferramentas-
chave que um fisiotera-
pia prática. 3.ed. Sao Paulo:
vida. E para isso a cinesioterapia Manole, 1987.
peuta usa para restaurar
é de fundamental importância e melhorar o bem estar
para a fisioterapia, visto que o musculoesquelético ou THOMPSON, Ann et al. Fisio-
movimento só se cura com o cardiopulmonar do paci- terapia de Tidy. 12. ed. São
movimento. Este recurso baseia- ente” (KISNER & Paulo: Santos, 1994
se em estudos científicos de COLBY, 1998).

Lato & Sensu, Belém, v. 4, n. 1, p. 3-5, out, 2003. 3

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