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Denis Smith — Graduado em Fisioterapia pela Universidade Ibirapuera (Unib), São Paulo/SP.
Pós-Graduado em Fisiologia do Exercício e Biomecânica do Esporte pela Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo/SP. Pós-Graduado em Traumatologia e
Fisioterapia Esportiva pela Universidade de Santo Amaro (Unisa), São Paulo/SP. Especialista em
Fisioterapia Esportiva pela Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (Sonafe), São Paulo/SP.
Mestrando em Ciências da Reabilitação pela Universidade Nove de Julho (Uninove), São Paulo/
SP.
Filipe Abdalla dos Reis — Graduado em Fisioterapia pela Universidade Anhanguera (Uniderp),
Campo Grande/MS. Pós-Graduado em Fisioterapia Musculoesquelética pela Universidade de
Ribeirão Preto (Unaerp), Ribeirão Preto/SP. Especialista em Fisioterapia Esportiva pela Sociedade
Nacional de Fisioterapia Esportiva (Sonafe), São Paulo/SP. Mestre em Engenharia Biomédica
pela Universidade do Vale do Paraíba (Univap), São José dos Campos/SP. Doutor em Saúde
e Desenvolvimento da Região Centro-Oeste pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(UFMS), Campo Grande/MS.
■■ INTRODUÇÃO
A incidência de lesão superficial do ligamento colateral medial (LCM) e de outros estabilizadores
mediais do joelho (a porção profunda do LCM e o ligamento oblíquo posterior) tem sido relatada
em 0,24 por 19 mil pessoas nos Estados Unidos em determinado ano e pode ser duas vezes mais
alta no sexo masculino (0,36).1
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Grande parte das informações sobre a anatomia, o diagnóstico e o tratamento de lesões no
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
compartimento medial do joelho é histórica. Mais recentemente, tem sido reconhecido que há
mais estudos para as estruturas do compartimento medial do joelho do que para o LCM isolado.2
Existem várias estruturas individuais importantes que fornecem a estabilidade medial do joelho, as
quais, quando lesionadas, podem resultar em limitações funcionais. Estudos anatômicos recentes
que definem os locais de fixação dessas estruturas levaram a novos avanços na compreensão da
biomecânica clinicamente relevante e de técnicas para o diagnóstico.2,3
Além disso, esses estudos anatômicos têm ajudado a desenvolver novas técnicas de reconstrução
anatômica. No geral, o aumento de conhecimento nessas áreas levou a um programa de
reabilitação mais funcional, resultando em melhoria dos resultados dos pacientes.2
■■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
■■ conhecer a estrutura estudada e suas particularidades no que diz respeito à função no joelho;
■■ identificar e classificar a lesão do LCM através de sinais, de sintomas e de teste específico;
■■ fornecer prognóstico da lesão do LCM;
■■ realizar o programa de reabilitação e estabelecer as prioridades em cada fase do tratamento
da lesão do LCM;
■■ aplicar a progressão funcional e utilizar critérios eficazes para alta clínica e funcional do
paciente com lesão no LCM.
11
■■ ESQUEMA CONCEITUAL
Biomecânica do ligamento
colateral medial
Exemplos de exercícios de
Tratamento da lesão de grau I
controle postural e estímulo
do ligamento colateral medial
sensoriomotor
Tratamento fisioterapêutico
Tratamento da lesão do
ligamento colateral medial de
graus II e III
Critérios de alta
Caso clínico
Conclusão
REFERÊNCIAS ÓSSEAS
Há três proeminências ósseas separadas ao longo da porção medial do joelho. É importante
reconhecer os locais dessas estruturas para definir a região de lesão anatômica e reparar
cirurgicamente o joelho. O epicôndilo medial é o mais distal e anterior dessas três proeminências.
O LCM superficial fixa-se ligeiramente proximal e posterior ao epicôndilo medial.
12
O tubérculo adutor é o mais proximal dos três pontos ósseos da porção medial do joelho. Ele está
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
localizado logo distal para a fixação do tendão adutor magno e paralelo ao epicôndilo medial ao
longo da diáfise femoral. O tubérculo dos gastrocnêmios é o mais distante e posterior dos três
pontos ósseos e pode ser o mais proeminente.
O local de fixação femoral das fibras superficiais do LCM é ligeiramente proximal e posterior ao
epicôndilo medial. É importante reconhecer que não atribuem diretamente ao epicôndilo medial.
As fibras superficiais do LCM, em seguida, cursam distalmente à sua fixação tibial proximal,
localizada a pouco mais de 1cm distal à linha comum, sendo, principalmente, ligadas aos tecidos
moles.
A fixação tibial mais distal está localizada cerca de 6cm distal à linha articular, é ligada diretamente
ao osso e é o sítio de ligação mais forte do LCM. A maior parte da fixação distal das fibras
superficiais do LCM está dentro dos limites bursa pré-anserina.5
ME
sMCL
SM
MM
SM
O braço central do ligamento oblíquo posterior é uma extensão fibrosa da porção distal do
tendão semimembranoso que reforça a cápsula articular posteromedial. Assim, o ligamento
oblíquo posterior não é uma estrutura separada, mas um espessamento da cápsula articular
posteromedial, que se estende a partir do tendão semimembranoso para a sua fixação ao fêmur,
localizado ligeiramente distal e anterior ao tubérculo do gastrocnêmio na região posteromedial do
fêmur.7
LEMBRAR
O tendão do adutor magno não se insere diretamente ao tubérculo adutor, mas a
uma pequena depressão óssea 3mm posterior e 2,7mm aproximadamente proximal
ao tubérculo adutor.7
Assim, o local de fixação do tendão do gastrocnêmio medial é útil para identificar o tubérculo do
gastrocnêmio, bem como a fixação do ligamento oblíquo posterior, especialmente quando houver
uma lesão crônica ou cirurgia prévia, o que pode destruir os marcos anatômicos normais nessa
área.7
ATIVIDADES
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a I e a II.
D) Apenas a II e a III.
Resposta no final do artigo
A) 2—1—3
B) 3—2—1
C) 2—3—1
D) 3—1—2
Resposta no final do artigo
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■■ BIOMECÂNICA DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
Estudos das estruturas mediais do joelho revelaram uma importante e intrincada relação entre
as estruturas capsuloligamentares do joelho medial e as forças aplicadas.9 Além disso, foi
demonstrado que as fibras superficiais do LCM têm dois componentes funcionais importantes.7
A porção mais proximal das fibras superficiais do LCM, direcionada a partir do fêmur para
o local de fixação da tíbia proximal, é importante para a estabilidade em valgo, enquanto a
divisão mais distal, com locais de fixação sobre a tíbia, é mais importante para a estabilidade
de rotação externa.3,9,10
Estudos11 também demonstraram que as estruturas mediais do joelho são importantes para
proporcionar estabilidade em rotação externa. Isso é clinicamente importante porque, em geral,
acredita-se que os pacientes com o aumento da rotação externa têm lesões de canto posterolateral;
no entanto, esses estudos têm revelado que não pode haver tanta instabilidade rotacional externa
em uma lesão da estrutura lateral do joelho como ocorre nas lesões do canto posteromedial.
As estruturas mediais do joelho também fornecem estabilidade em rotação interna para o joelho.
O ligamento oblíquo posterior é importante em todos os ângulos de flexão do joelho, mas,
especialmente, na extensão completa do joelho.5
A porção meniscofemoral das fibras profundas do LCM e a porção distal das fibras superficiais
do LCM também são importantes estabilizadores da rotação interna. A porção proximal das fibras
superficiais do LCM e a porção meniscotibial das fibras profundas do LCM são estabilizadores
secundários de rotação interna.
Além da importante função de estabilização estática das estruturas mediais do joelho, um estudo
que aplicou transdutores nessas estruturas revelou importante distribuição de carga entre as fibras
superficiais do LCM e o ligamento oblíquo posterior. Esse estudo demonstrou, ainda, que as fibras
superficiais do LCM têm a maior resposta de carga para valgo aplicada e torques de rotação
externa, enquanto o ligamento oblíquo posterior experimenta a maior carga quando um torque de
rotação interna é aplicado.5
17
Após a lesão do LCM, existe uma diminuição funcional do joelho, causando o afastamento do
atleta do esporte e necessitando do tratamento específico dessa estrutura.14,15,17,18,19,20
O mecanismo de trauma do LCM deve ser investigado para que o paciente seja capaz de
reproduzir o movimento com exatidão. A posição do joelho no momento do trauma e a direção da
força aplicada sobre ele orientam para o tipo de lesão ocorrida no LCM.13,24
A sensação de “estalo” e a impressão de que o joelho “saiu do lugar” são queixas comuns nas
lesões do LCM. Um sinal importante é o edema local que pode aparecer imediatamente ou após
algumas horas de entorse do joelho. O paciente apresenta desconforto, pequeno edema articular
e pode apresentar dificuldade na deambulação. Há dor intensa na palpação do LCM e no estresse
em valgo.13,24
Pelo teste específico de estresse em valgo com joelho fletido em torno de 30 graus, é possível
avaliar o LCM por meio da abertura medial, conforme mostra a Figura 3.
18
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
As limitações funcionais são fundamentais para diagnosticar uma lesão mais séria no
LCM ou uma instabilidade articular maior.24
As lesões do compartimento medial são mais comuns que as lesões do compartimento lateral,
podendo ou não estar associadas às lesões dos ligamentos cruzados. O LCM é considerado um
restritor primário contra estresse em valgo. Com o joelho em 25 graus de flexão, o LCM contribui
com 78% da resistência contra o estresse em valgo. Essa porcentagem diminui com a extensão
do joelho, pois a cápsula posteromedial e o LCA aumentam sua contribuição.24
A lesão do LCM pode ocorrer com ou sem contato e pode ser direta ou rotacional. O
mecanismo de lesão mais comum é o estresse em valgo, com o joelho em flexão, a tíbia
fixa e o fêmur rodado internamente. No futebol (esporte em que essa lesão é frequente), é
comum ocorrer a lesão com o pé não apoiado no chão, ao “dividir” a bola com o adversário,
gerando um valgo do joelho e estirando o LCM.24 O alongamento isolado do feixe superficial
do LCM é mais comum e se encontra na inserção superior do ligamento.24
A lesão alta do LCM se dá pelo seguinte mecanismo: o trauma em valgo, mais comumente do
que o trauma em rotação externa; caracteriza-se por apresentar dor intensa, distúrbio funcional
moderado e sinais inflamatórios moderados ou ausentes. A manobra em valgo é dolorosa, mas
o joelho não apresenta frouxidão. A palpação da inserção do LCM é dolorosa e a radiografia é
normal.24
A lesão baixa do LCM se dá por um mecanismo mais complexo: valgo-rotação externa ou simples
rotação externa forçada. A dor é interna, situada mais distal, e os sinais inflamatórios estão
localizados na face interna da tíbia. A rotação externa é mais dolorosa que o valgo. O joelho é
estável. À palpação, a dor se localiza na face interna da tíbia; e as radiografias são normais.24
A ruptura isolada do feixe superficial do LCM apresenta sinais funcionais mais evidentes, embora
o local das lesões e os mecanismos traumáticos sejam os mesmos. Às vezes, observa-se um
edema localizado, palpação e estresse em valgo doloroso, mas o joelho não apresenta sinais de
frouxidão, e as radiografias são normais.24
19
A ruptura dos dois feixes do LCM ocorre, mais frequentemente, na parte alta; às vezes, na parte
Na ruptura dos dois feixes do LCM, o valgo e a rotação externa são dolorosos, existe uma frouxidão
ligamentar em valgo na flexão, mas nos outros planos o joelho encontra-se estável. A palpação
é dolorosa ao nível dos locais lesados e as radiografias são normais ou, às vezes, mostram uma
pequena avulsão óssea.24
As tríades internas são associações das lesões periféricas internas com a ruptura de um ligamento
cruzado e são decorrentes dos mesmos mecanismos que os das rupturas dos dois feixes do LCM,
mas com maior intensidade.24
■■ grau I — pequeno estiramento das fibras, edema local, dor local, por vezes, leve ruptura de
suas fibras, sem incapacidade funcional. O joelho pode apresentar pequeno “bocejo” medial
de até 5mm com end-point e sensibilidade ao longo da inserção femoral ou da parte média do
LCM;
■■ grau II — estiramento das fibras, considerável dor e edema local, ruptura de mais de 50% das
fibras, diminuição de amplitude de movimento (ADM), principalmente após 30 graus de flexão.
Por vezes, pode apresentar pequena instabilidade, com “bocejo” medial de 5 a 10mm, com
end-point e sensibilidade na parte média ou na inserção femoral;
■■ grau III — ruptura completa das fibras, muitas vezes com lesões associadas, como meniscos,
LCA, edema ou avulsão óssea, considerável dor e edema local, além da incapacidade funcional.
Apresenta instabilidade, com “bocejo” medial igual a ou maior que 10mm, sem end-point e
sensibilidade na parte média, inserção femoral ou inserção distal do LCM.13,17
Para diagnóstico diferencial do grau de lesão do LCM, a radiografia pode descartar avulsões
ósseas, e a ressonância nuclear magnética (RNM) propicia condições para verificar os ligamentos
cruzados, os meniscos, a cartilagem, além de poder identificar o grau da lesão do colateral medial.
LEMBRAR
Cada classificação do grau da lesão do LCM terá uma conduta em seu tratamento,
respeitando o processo inflamatório da lesão e também a individualidade biológica
do atleta.
20
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
ATIVIDADES
A) A história do trauma é muito importante, pois os detalhes são essenciais para se ter
o diagnóstico preciso.
B) O mecanismo de trauma não precisa ser investigado, já que o paciente não será
capaz de reproduzir o movimento de forma exata.
C) Não fazem parte das queixas dos pacientes as impressões de “estalo” e de que o
joelho “saiu do lugar”.
D) O paciente geralmente apresenta desconforto, pequeno edema articular, mas sem
dificuldade na deambulação.
Resposta no final do artigo
( ) A lesão alta caracteriza-se por dor intensa, distúrbio funcional alto e sinais
inflamatórios altos.
( ) Na lesão alta, a manobra em valgo é dolorosa, mas o joelho não apresenta frouxidão.
( ) Na lesão baixa, a dor é interna, situada mais distal, e não há sinais inflamatórios.
( ) Na lesão baixa, o joelho é estável e as radiografias são normais.
A) V—V—F—F
B) V—F—V—F
C) F—F—V—V
D) F—V—F—V
Resposta no final do artigo
21
8. Em relação aos graus das lesões do LCM, correlacione as colunas.
A) 1—2—3
B) 3—2—1
C) 2—1—3
D) 1—3—2
Resposta no final do artigo
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
11. Sobre o mecanismo de lesão e a parte do LCM que se lesiona com mais frequência,
assinale a alternativa correta.
12. Qual o principal teste clínico para avaliar o LCM de forma mais isolada?
■■ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Após diagnosticada a lesão do LCM, o fisioterapeuta esportivo deve compreender o grau da lesão
e saber as fases de reparação tecidual, pois, assim, fica apto para traçar os objetivos de tratamento
nas diferentes fases de recuperação funcional dessa estrutura.13,15,16,17,19,21,22
LEMBRAR
Na fisioterapia esportiva, o profissional fisioterapeuta possui um “leque”
de recursos terapêuticos em sua disposição para tratamento de lesões
musculoesqueléticas.13,14,15,16,17,19,21,22,26,27,28,29,30,31,32,33,34
Quando o tratamento das lesões do LCM é inadequado ou insuficiente, ocorre formação de tecido
cicatricial fibrótico no lugar das fibras de colágeno, deixando, assim, um estabilizador primário do
23
joelho com pouca elasticidade, causando, com frequência, pouca mobilidade, dor residual e, por
De forma geral, o tratamento conservador da lesão do LCM tem como objetivo readquirir mobilidade
articular, estabilidade central/periférica, por meio de boa função muscular, e excelente controle
sensório-motor, respeitando a fase cicatricial, que, por sua vez, é dependente do tempo e de seus
processos fisiológicos (Figura 4).
Coordenação e
controle motor
Cicatrização
Mobilidade Estabilidade
Existem casos de lesão de grau I do LCM em que não se apresentam sinais flogísticos;
muitas vezes, apenas dor à palpação local e ao estresse em valgo do joelho a 30 graus
de flexão.14,16,18,21,23,26
Em geral, as lesões de grau I do LCM apresentam uma fase aguda de 48 a 72 horas, seguida da
fase de proliferação e de remodelagem tecidual com período curto, por não ocorrer a ruptura das
fibras de colágeno, facilitando o processo de reparação do LCM.14,17,21,25,30 Nesse tipo de lesão, o
tratamento pode durar de 1 a 2 semanas, conforme o prognóstico do atleta.13,17,21,25
Na fase aguda da lesão de grau I do LCM, que pode durar até 72 horas, utilizam-se diversos
recursos terapêuticos da eletrofototermoterapia para controle dos sinais flogísticos. No leque
terapêutico, é muito comum usar as correntes analgésicas como estimulação nervosa elétrica
transcutânea (Tens) e corrente interferencial (Figura 5).
24
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
Figura 5 – Eletroterapia.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
As correntes analgésicas Tens e interferencial têm como principal objetivo controlar o quadro
álgico na fase aguda da lesão de grau I do LCM por meio da estimulação de mecanorreceptores
periféricos, inibindo a transmissão de informações nocivas de dor para o sistema nervoso central
(SNC), gerando analgesia local por meio da produção de opioides endógenos por parte do
SNC.14,16,30,34
O laser de baixa potência tem papel importante na fase aguda da lesão de grau I do LCM. Durante
essa fase inflamatória, ocorre a fagocitose das células mortas e, em seguida, a migração de
células-satélites que irão se diferenciar em fibroblastos (células produtoras de colágeno e elastina),
formando, assim, novo tecido cicatricial.
LEMBRAR
O laser de baixa potência faz com que haja uma aceleração do metabolismo celular,
com melhor eficiência na reparação do tecido.
A Figura 6 mostra o uso do laser de baixa potência na fase aguda da lesão de grau I do LCM.
25
O ultrassom terapêutico (UST), por meio de seu efeito mecânico, é outro mecanismo que promove
a aceleração do reparo do LCM. O recurso também gera calor e deve ser usado de forma coerente,
principalmente na fase aguda da lesão do LCM.
Figura 7 – UST.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
26
A crioterapia é um recurso muito bem usado para melhora do quadro álgico e no controle
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
de edema nas lesões do LCM. Todo processo terapêutico que usa o resfriamento do
tecido é considerado crioterapia.13,15,17,26,30
O método Price faz o controle do edema local e articular do LCM, restaurando o controle dos
mediadores inflamatórios, reduzindo o grau de hemorragia e de edema, diminuindo a pressão
mecânica sobre os nervos, promovendo analgesia através da inibição dos agentes nocivos,
reduzindo a dor.13,14,16,21,22,26,30
Outra opção no tratamento da fase aguda da lesão de grau I do LCM é a criomassagem, a qual
pode ser realizada com uma pedra de gelo friccionada por poucos minutos na área da lesão.
Sobre a terapia manual, a massagem transversa de Cyriax e a crochetagem podem auxiliar na
remodelagem cicatricial do LCM.18,21
Na fase aguda da lesão de grau I do LCM, após controle da dor e do edema, deve-se estimular a
mobilização da articulação, para restaurar a função do joelho. Nessa fase, inicia-se a cinesioterapia,
com fortalecimento muscular específico e treinamento sensório-motor para melhorar a ativação
dos músculos agonistas e antagonistas. O treinamento de marcha com evolução a trote e
gesto esportivo ocorre antes da avaliação clínica e funcional, antes da liberação do atleta ao
esporte.14,16,18,20,21
LEMBRAR
Na cinesioterapia, o fisioterapeuta faz uso de diversos exercícios terapêuticos
para restaurar a função e o sinergismo do joelho, e, consequentemente, o membro
acometido.13,14,15,16,21,30
Os exercícios de quadríceps são muito bem aceitos na fase aguda da lesão de grau I do LCM,
porque ocorre a ativação do quadríceps, com mínima angulação ao final da extensão do joelho,
pode ser estimulado por correntes excitatórias se houver necessidade e diminuir o tônus muscular
por inibição reflexa após a lesão do LCM e o tempo de imobilização.
Outro exercício bem utilizado na fase aguda da lesão de grau I do LCM é o straight leg raise
(SLR) com o joelho em extensão. Durante essa terapêutica, o fisioterapeuta esportivo trabalha os
músculos envolvidos nos movimentos de flexão, de extensão, de abdução e de adução do quadril.
Os movimentos gerados do quadril em cadeia cinética aberta (CCA) e com o joelho em extensão
promovem a proteção do joelho sem estressar o LCM lesionado. Pode-se evoluir esses exercícios
com elásticos ou mesmo com tornozeleiras/caneleiras/cargas.13,14,16,17,21,33
O recurso da hidroterapia na fase aguda da lesão de grau I do LCM é uma ferramenta valiosa,
porque o fisioterapeuta pode usar os elementos físicos da água (por exemplo, densidade, empuxo
e pressão hidrostática) para melhora da mobilidade e do edema. O treino de marcha na água pode
ser realizado com segurança, além de variáveis de exercícios de fortalecimento muscular.13,14,15,17
Na lesão grau I do LCM, após 72 horas, quando dor e edema estiverem controlados, os exercícios
evoluem com ganho de ADM do joelho conforme tolerância do atleta. Nessa etapa, iniciam-
se, também, treino de marcha no solo, exercícios aeróbios com baixo impacto, como bicicleta
estacionária, e exercícios elípticos,13,15,16,17 como se vê nas Figuras 14 e 15.
30
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
Figura 14 – Bicicleta.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Paralelamente a esse processo, o fisioterapeuta esportivo faz a manutenção dos demais segmentos
corpóreos com exercícios de estabilização de tronco como core training, exercícios para quadril,
para estimular os rotadores externos, o glúteo médio e o glúteo máximo, responsáveis pelo bom
alinhamento pélvico e das demais estruturas articulares, como joelhos e tornozelos em cadeia
cinética fechada (CCF) (Figuras 21 e 22), minimizando as forças em valgo dinâmico de joelho e da
articulação subtalar do tornozelo.13,15,16,20,21,40,41,42,43,44,45
Exercícios pliométricos podem ser usados após a primeira semana de tratamento da lesão de
grau I do LCM, quando todo o processo se estabilizar, como dor, força muscular, função excêntrica
muscular e gesto esportivo lapidado. Os exercícios pliométricos têm como objetivo restaurar
potência muscular em esportes que apresentam essas características.16,21,22
No esporte de alto rendimento, em lesões do LCM com curto período de tratamento, não se
faz necessário período de transição, porque não ocorre a diminuição da capacidade aeróbia e,
consequentemente, diminuição de força muscular.
Ao final da primeira semana do tratamento da lesão de grau I do LCM, faz-se o trabalho com
gestos esportivos com a supervisão do fisioterapeuta e, quando o atleta estiver apto ao retorno,
deve-se incluir a preparação física e os treinos técnicos e táticos de forma gradativa.13,14,15,16,17
Quadro 1
Durante a fase aguda, o tratamento será, basicamente, descrito como na lesão do LCM de
grau I, porém existem algumas diferenças, como o tempo de imobilização para proteção do
joelho, que pode durar até dez dias na lesão de grau II e até três semanas na lesão de grau III,
quando o tratamento for de forma conservadora; dessa forma, ocorre inibição reflexa muscular,
principalmente do músculo quadríceps, que será abordado mais adiante.14,15,18,20,46
As lesões do LCM de grau III, muitas vezes, são tratadas de forma conservadora quando há
lesão isolada do LCM, porém o tratamento pode ser cirúrgico quando associado a outra estrutura
lesionada, por exemplo, o LCA, o menisco medial ou mesmo a avulsão óssea na inserção do LCM
no côndilo medial.14,15,16,20,22,23,46
Outro exemplo de tratamento cirúrgico para lesões do LCM de grau III seria após tratamento
conservador sem sucesso, apresentando instabilidade medial crônica, com “bocejo” articular
medial maior que ou igual a 10mm. O tempo de imobilização com o Brace de proteção no caso de
cirurgia pode ser de 6 a 8 semanas.14,19,22,28
Como o tratamento cirúrgico se torna raro na lesão de grau III do LCM, será abordado o tratamento
fisioterapêutico sobre o tratamento conservador.
Os sinais flogísticos são muitos mais evidentes nas lesões de grau II e III do LCM; normalmente, a
fase inflamatória nas lesões de grau II e III do LCM pode durar de 2 a 4 semanas respectivamente,
40
portanto os recursos terapêuticos usados para controle de dor e de edema se estendem por mais
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
tempo.13,15,17,21,25,30 O fisioterapeuta esportivo deve ter mais cautela e respeitar esse processo; o
edema é o primeiro sinal a ser controlado, porém a dor persiste por mais tempo em lesões do LCM
de grau II e III.14,15,21,23,25
O uso dos recursos em eletrofototermoterapia são bem efetivos na fase aguda. Até a primeira
semana, a crioterapia é muito bem executada no controle de dor e, principalmente, no controle
do edema articular; muitas vezes, pode-se palpar o LCM sentindo um “empastamento” na região
da lesão, e, durante sua inspeção, também se pode observar maior volume na região medial do
joelho acometido.13,14,18,21,22,26,30,36
O uso das correntes em eletroterapia para controle álgico é mais evidenciado na lesão do LCM
em graus II e III porque a dor é um dos sintomas que perduram por mais tempo durante a fase
aguda.14,16,30,34
Como citado no começo do tratamento da lesão do LCM de graus II e III, a inibição reflexa está
presente, e a terapia em eletroestimulação neuromuscular (EENM) do quadríceps é bem indicada
na fase aguda. O exercício ativo-assistido através da EENM deve respeitar o quadro álgico do
atleta e, principalmente, sobre isometria com joelho em extensão como exercício SLR para
proteção articular.14,21,30,33
Conforme melhora do quadro álgico e do edema, pode-se iniciar isometria de forma ativa e
contrarresistida.13,14,16,17,21,30 Os exercícios de quadríceps são iniciados, promovendo a ativação do
músculo com mínima angulação ao final da extensão do joelho. O quadríceps pode ser estimulado
por meio de EENM (Figura 30) ou de forma ativa.14,16,20,30,33
Após os primeiros dez dias, pode-se dizer que se iniciará a fase subaguda ou proliferativa da
lesão de grau II do LCM. Normalmente, já existe o controle do edema articular, mas ainda existe
dor. Nessa fase, o fisioterapeuta esportivo deve estimular a proliferação celular para reparação do
LCM, para que não haja formação de processo fibrótico.13,17,21,25
A fase subaguda nas lesões de grau III do LCM é mais tardia; normalmente, inicia-se após três
semanas de lesão, que incluem a imobilização do joelho e todo processo de tratamento sobre a
fase aguda como já descrita.
LEMBRAR
A fase subaguda ou proliferativa da lesão do LCM dura por volta de 10 a 30 dias na
lesão grau II e de 20 a 40 dias na lesão de grau III, dependendo do prognóstico do
tratamento do atleta.13,14,15,16,17,19,21,22,28
O UST na fase subaguda ou proliferativa da lesão do LCM pode gerar calor de forma pulsada para
também estimular o processo de reparação do tecido. A fototerapia do laser de baixa potência
também continua na fase proliferativa.25,27,30,31,32,34,36,37
A terapia manual é importante na fase subaguda ou proliferativa da lesão do LCM, para ganho
de amplitude articular. As mobilizações devem respeitar o quadro álgico do atleta e ser de forma
gradativa.14,16,21,27
Conforme evolução clínica do atleta ou esportista na fase aguda da lesão do LCM, inicia-se a
progressão dos exercícios em hidroterapia, com treino de marcha em profundidade rasa, exercícios
em CCF na piscina, com subida em step estimulando os músculos de forma funcional, além dos
exercícios de deep running ou corrida na água com flutuador, conforme tolerância e ganho de
ADM.13,14,15,17
42
Os exercícios em solo são iniciados após a progressão do atleta na fase aguda da lesão do
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
LCM, com treino de marcha; exercícios aeróbios sem impacto, como bicicleta estacionária e
aparelho elíptico, são incluídos.13,15,16,17 Com ganho de controle neuromuscular e diminuição da
dor, também são incluídos os exercícios em CCF de forma mais funcional. As cargas, o volume, a
intensidade e a amplitude são gradativamente evoluídos conforme especificidade do treinamento
de força.13,14,15,16,17,21,28
Na fase aguda da lesão do LCM, exercícios funcionais com elásticos podem ser incluídos, por
meio da simulação do movimento de “pedalar”, tanto de frente para o ponto fixo da borracha como
de costas e fazendo movimentos de “pedalada” para frente e para trás.
Os exercícios funcionais com elásticos, na fase aguda da lesão do LCM, têm por finalidade
trabalhar músculos do quadril, do abdome, da coxa e da perna de forma concêntrica e excêntrica
para atletas que usam grandes ADMs no quadril e nos joelhos, dependendo do esporte.13,14,15,16,17,19
Os recursos como UST e laser ainda são usados na fase subaguda da lesão do LCM, porque o
LCM está em processo de reparação tecidual por meio da proliferação e da diferenciação celular.
Exames de imagem podem ser pedidos, como controle e evolução do tratamento, conforme
necessidade ou escolha da equipe médica. 14,25,27,30,31,32,34,36,37
Muitas vezes, a termoterapia com uso de calor profundo e/ou superficial é usada para
potencializar a reparação do LCM ao final da fase aguda e no início da fase crônica.13,17,30
Ao final da fase subaguda da lesão do LCM, com progressão de força muscular, capacidade
aeróbia e controle álgico, inicia-se o treino de corrida de forma gradativa, minimizando as cargas
no joelho com treinos intervalados.13,14,15,16,17,21,28
LEMBRAR
A partir de quatro semanas na lesão de grau II e seis semanas na lesão de grau III,
aproximadamente, inicia-se a evolução do tratamento do LCM em sua fase crônica
ou de remodelagem tecidual.13,14,15,16,21
A progressão dos exercícios para ganho de força muscular de MMII é evidente na fase crônica ou
de remodelagem tecidual da lesão do LCM; exercícios excêntricos são utilizados de forma mais
eficiente, e devem-se estimular os músculos primários do joelho nessa fase, enfatizando o ganho
de sinergismo e a função do membro acometido.14,15,16,17,21,22
Os exercícios de estabilização do core training, juntamente com exercícios para quadril, devem
ser estimulados de forma mais dinâmica na fase crônica ou de remodelagem tecidual da lesão do
LCM, com exercícios sob rotação de tronco, em bipedestação com bolas suíças, medicine ball,
trabalhando desequilíbrio e simulando o gestual esportivo por meio do movimento específico do
esporte.15,16,20,21,40,41,42,43,44,45
Quadro 2
Marcha-bicicleta
Diatermia
Isometria SRL
Fortalecimento em CCF
(agachamentos)
Exercícios isotônicos (concêntricos e excêntricos)
Trote/corrida
Pliometria
Treinamento
sensório-motor
Critério de evolução = tempo, sinais, sintomas e função.
Critério de alta = tempo, sinais, sintomas e testes funcionais.
SLR: straight leg raise; CCF: cadeia cinética fechada.
ATIVIDADES
14. Assinale a alternativa que apresenta corretamente as fases do tratamento das lesões
do LCM e seus respectivos objetivos.
16. Quais são os exercícios de fortalecimento que podem ser feitos no início da fase
proliferativa da lesão do LCM para que não haja estresse no ligamento?
A) Exercícios isocinéticos.
B) Exercícios excêntricos.
C) Exercícios em cadeia cinética aberta.
D) Exercícios isométricos.
Resposta no final do artigo
17. Na lesão de um atleta, além do tratamento do LCM, que outros objetivos gerais o
fisioterapeuta esportivo deve ter?
18. Sobre a ordem em que os exercícios devem ser prescritos em uma progressão de
propriocepção ou de estímulo sensório-motor do paciente com lesão no LCM, assinale
a alternativa correta.
A) Solo estável com apoio unipodal, solo estável com apoio bipodal, solo instável com
apoio bipodal, solo instável com apoio unipodal.
B) Solo estável com apoio bipodal, solo instável com apoio bipodal, solo estável com
apoio unipodal, solo instável com apoio unipodal.
C) Solo estável com apoio bipodal, solo estável com apoio unipodal, solo instável com
apoio bipodal, solo instável com apoio unipodal.
D) Solo estável com apoio unipodal, solo instável com apoio bipodal, solo estável com
apoio bipodal, solo instável com apoio unipodal.
Resposta no final do artigo
■■ CRITÉRIOS DE ALTA
Para o atleta obter alta do programa de fisioterapia do LCM e iniciar a prática esportiva, é preciso
que alguns parâmetros físicos estejam adequados. Nesse processo, as decisões do fisioterapeuta
não se baseiam apenas em exames de imagem, os quais podem, mesmo com tempo de
48
cicatrização concluído, apresentar um laudo de lesão instalada, pelo fato de a imagem ainda
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
Durante o processo de recuperação, a progressão deve ser orientada pela capacidade do atleta de
satisfazer critérios específicos, e não simplesmente pelo tempo. É importante correlacionar o grau
da lesão ocorrida no LCM com o tempo de tratamento e/ou verificar se os objetivos do programa
de reabilitação foram alcançados. Lesões crônicas ou reincidentes merecem atenção maior nos
critérios de liberação do paciente.13,17,47
Para ajudar a determinar quando o atleta pode reiniciar suas atividades após o tratamento
da lesão do LCM, devem ser usados ou testes funcionais ou mensurações objetivas, como
testes isocinéticos.13,17,47
Os testes isocinéticos podem fornecer dados quantitativos da relação entre músculos agonistas
e antagonistas (Figura 37). No joelho, a relação considerada normal entre os flexores e os
extensores é de 60%, e a diferença do torque gerado entre os membros deve ser, no máximo,
de 10%. Além disso, os testes isocinéticos são uma boa opção de tratamento, sejam isométricos,
concêntricos e/ou excêntricos.13,17,47
Os testes funcionais podem ser usados para determinar as limitações funcionais, que não podem
ser determinadas apenas com testes musculares. Os testes funcionais permitem que o atleta seja
testado em um ambiente de CCF, em vez de no ambiente tradicional do teste isocinético de CCA.
Ao se utilizar qualquer teste funcional, sugere-se que a medida seja repetida pelo menos mais
uma vez e que o escore médio dos testes repetidos seja usado como mensuração. A combinação
desses testes pode proporcionar informações importantes para redução de risco de nova lesão
do LCM.13,47
49
O atleta acometido por lesão do LCM pode retornar às atividades atléticas quando:
Essas variáveis também poderão ser medidas por meio dos testes funcionais, que, normalmente,
verificam as condições gerais da articulação e, principalmente, a sua estabilidade.13,17,47
Um dos objetivos dos testes funcionais é descartar a presença de valgo dinâmico do joelho durante
a execução do movimento. Indivíduos que apresentam postura com joelhos em valgo, pronação
excessiva dos pés ou fraqueza dos rotadores externos e abdutores do quadril podem estar mais
propensos a gerar estresse maior no LCM.13,17,47
As Figuras 38, 39 e 40 mostram alguns testes funcionais que possibilitam verificar a estabilidade
funcional dos segmentos corpóreos do membro inferior a fim de identificar disfunções que podem
levar à instabilidade articular.
correto incorreto
Figura 40 – Hop tests para identificar diferenças de estabilidade e rendimento entre membros.
Fonte: Andrews e colaboradores (2000).13
ATIVIDADES
19. Sobre os critérios ideais para determinar a alta do paciente com lesão no LCM,
assinale a alternativa com a sequência correta.
A) Ausência de dor; ADM completa; equilíbrio muscular; sucesso nos testes funcionais.
B) Ausência de dor; exame de imagem; tempo de lesão; equilíbrio muscular.
C) ADM completa; tempo de lesão; equilíbrio muscular; sucesso nos testes funcionais.
D) Ausência de dor; exame de imagem; ADM completa; sucesso nos testes funcionais.
Resposta no final do artigo
51
20. Sobre a avaliação mais indicada a ser feita ao fim do tratamento da lesão do LCM,
■■ CASO CLÍNICO
Paciente do sexo masculino, 26 anos, praticante de futebol nos finais de semana, relata
dor intensa há dez dias em joelho direito após disputa de bola com adversário, não
conseguindo permanecer no jogo após esse episódio.
O paciente relata dificuldade na deambulação e nas AVDs; apresenta edema na região medial do
joelho, discreto derrame articular e perda de mobilidade articular.
ATIVIDADE
21. Com base nas informações do caso clínico, determine o tipo de lesão, o objetivo de
tratamento nessa fase e o prognóstico.
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
■■ CONCLUSÃO
Pode-se dizer que, para determinar o ritmo do tratamento da lesão do LCM, bem como para criar
condições seguras de alta, deve-se seguir alguns critérios específicos, resumidos a seguir.
52
1. Ausência de dor
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
A dor é um importante sintoma para determinar a progressão das fases de reabilitação e serve
como critério determinante na alta do paciente. É comum atletas com lesão no LCM permanecerem
com dor residual durante várias semanas; no entanto, a dor deve diminuir com a progressão da
reabilitação. Alguns exercícios funcionais na última fase do tratamento ajudam a dessensibilizar a
área da lesão e diminuir algum desconforto residual.17
A ADM do joelho, a qual fica restrita na primeira fase de tratamento da lesão do LCM, é adquirida
conforme a cicatrização ocorre e a dor diminui. O objetivo é readquirir ADM completa na fase
subaguda da lesão do LCM.17
3. Reequilíbrio muscular
O equilíbrio muscular deve ser priorizado entre o membro inferior dominante e o não dominante,
bem como entre músculos agonistas e antagonistas. Esse cuidado deve existir também entre os
músculos profundos (estabilizadores, core training) e superficiais (dinâmicos).17
Atividade 2
Resposta: B
Comentário: As fibras superficiais do LCM são as maiores e mais importantes estruturas na face
medial do joelho. O local de fixação femoral das fibras superficiais é ligeiramente proximal e
posterior ao epicôndilo medial, e a maior parte da fixação distal das fibras superficiais está dentro
dos limites bursa pré-anserina.
53
Atividade 3
Atividade 4
Resposta: A
Atividade 5
Resposta: D
Comentário: Considerando a biomecânica do LCM, as estruturas mediais do joelho são importantes
para proporcionar estabilidade em rotação externa. O estabilizador secundário da rotação externa
é que compreende a porção proximal das fibras superficiais do LCM. O ligamento oblíquo posterior
é importante em todos os ângulos de flexão do joelho, em especial, na extensão completa.
Atividade 6
Resposta: A
Comentário: Na análise do paciente para diagnóstico das lesões do LCM, o mecanismo de trauma
deve ser investigado, para que o paciente reproduza o movimento com exatidão. As impressões
de “estalo” e de que o joelho “saiu do lugar” são relatos comuns nas lesões do LCM. O paciente
apresenta desconforto, pequeno edema articular e pode apresentar dificuldade na deambulação.
Atividade 7
Resposta: D
Comentário: A primeira afirmação é falsa porque a lesão alta caracteriza-se por dor intensa,
distúrbio funcional moderado e sinais inflamatórios moderados ou ausentes. A terceira afirmação
é falsa porque, na lesão baixa, a dor é interna, situada mais distal, e há sinais inflamatórios,
localizados na face interna da tíbia.
Atividade 8
Resposta: B
Atividade 9
Resposta: A
Comentário: A afirmação III está incorreta porque a RNM identifica o grau da lesão do LCM.
Atividade 10
Resposta: B
Comentário: A porção proximal das fibras superficiais do LCM é a responsável primária pela
estabilidade articular do joelho durante a rotação externa em 30 graus de flexão.
Atividade 11
Resposta: D
Comentário: Normalmente, o LCM se lesiona no movimento em valgo do joelho e, primeiramente,
em suas fibras superficiais. Em lesões mais graves, há lesão das fibras superficiais e profundas.
Dessa forma, pelo mecanismo de lesão e independentemente da gravidade, as fibras superficiais
são quase sempre envolvidas.
Atividade 12
Resposta: C
54
Comentário: Com o teste do estresse em valgo com flexão de 25–30 graus de flexão, avalia-se
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REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL NO JOELHO DO ATLETA
Atividade 13
Resposta: A
Comentário: O fisioterapeuta deve entender que os objetivos principais no processo de reabilita-
ção do LCM devem abranger aspectos curativos e preventivos. Não há completa recuperação sem
recuperar o movimento da forma mais funcional possível. Quando se fala de movimento, não se
pode negligenciar a coordenação e o controle motor.
Atividade 14
Resposta: B
Comentário: A fase inflamatória das lesões do LCM deve ser respeitada e não se deve gerar
estímulos que causem maior inflamação; portanto, deve-se fazer proteção, analgesia e controle
do edema. Na fase proliferativa, o objetivo é o restabelecimento das AVDs e da força muscular.
Não há como focar a potência ou a agilidade antes desse processo. Na fase de remodelagem,
é realizado o fortalecimento progressivo, e baseado nos ganhos de força, intensificam-se os
trabalhos de potência, de coordenação e de controle motor.
Atividade 15
Resposta: A
Comentário: Quando há uma lesão aguda do LCM, o objetivo principal da crioterapia é controlar o
extravasamento sanguíneo no espaço intersticial e realizar a consequente analgesia. Isso refletirá
em condições mais favoráveis durante todo o processo de reabilitação.
Atividade 16
Resposta: D
Comentário: Os exercícios isométricos são fundamentalmente eficazes no ganho de força muscular,
e, por não haver movimento articular nesse tipo de exercício, não gera estresse ligamentar no
LCM, pois, na fase proliferativa, ainda não há total cicatrização tecidual.
Atividade 17
Resposta: A
Comentário: Em um atleta, os objetivos do fisioterapeuta deverão se basear na modalidade
esportiva e no nível competitivo. No entanto, quando se fala em objetivos gerais, pode-se focar a
estabilidade de todo o corpo e a manutenção da atividade metabólica, para evitar perdas funcio-
nais e consequências do destreinamento.
Atividade 18
Resposta: C
Comentário: O fisioterapeuta esportivo deve fazer a progressão funcional do paciente com lesão
no LCM de forma segura. Para isso, sugere-se iniciar em solo estável, para que, após um ganho
de estabilidade, possa evoluir para solos instáveis. Da mesma forma quando se pensa em apoio
bipodal e unipodal, iniciando, primeiramente, com apoio bipodal e evoluindo para apoio unipodal.
Nesses quesitos, entre o tipo de solo e o tipo de apoio, prevalece a escolha do tipo de solo estável
como prioridade no início de exercícios proprioceptivos.
Atividade 19
Resposta: A
55
Comentário: A dor é um dos fatores mais importantes na evolução e no critério de alta de um
Atividade 20
Resposta: B
Comentário: Os testes isocinéticos, embora não funcionais, fornecem dados quantitativos do torque
gerado por músculos agonistas e antagonistas e também valores que podem ser comparados ao
membro contralateral não lesionado. Os testes funcionais são importantes para verificar possíveis
déficits na avaliação do movimento, decorrentes da ADM, da força muscular, da potência muscular,
do controle motor. Portanto, o teste isocinético e os testes funcionais são os mais indicados ao final
do tratamento da lesão do LCM.
Atividade 21
Resposta: O paciente apresenta uma lesão do LCM de grau II, que se caracteriza por conside-
ráveis dor e edema local, ruptura de mais de 50% das fibras, diminuição da ADM. Após dez dias
de lesão, com base nos sinais e nos sintomas, conclui-se que a lesão está na fase subaguda ou
proliferativa, em que o fisioterapeuta esportivo tem como objetivo restabelecer a mobilidade, as
AVDs e iniciar fortalecimento muscular. Para esse tipo e para essa fase da lesão, o prognóstico
é de seis semanas dentro do programa de fisioterapia esportiva. No caso clínico, enfatizou-se,
de maneira geral, a importância de o fisioterapeuta esportivo saber entender o grau da lesão, o
enfoque do tratamento nessa fase e fornecer um prognóstico ao atleta.
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