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A
PAULA REZENDE CAMARGO
RODRIGO PY GONÇALVES BARRETO
D
DANILO HARUDY KAMONSEKI
LARISSA PECHINCHA RIBEIRO
LA
O
TR
■ INTRODUÇÃO
N
rotador e escapulotorácicos.1,2
Como a escápula apresenta mínima estabilização óssea com a clavícula e não há ligamentos
Ó
Não é o objetivo deste artigo abordar todos os fatores relacionados à dor no ombro; em vez disso,
serão discutidos aqui somente os fatores associados ao movimento escapular e suas relações
com a apresentação clínica. Embora seja uma visão parcial, a avaliação do movimento sempre
esteve e estará presente como alicerce do pensamento fisioterapêutico.3
36
■ OBJETIVOS
|
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA BASEADA NAS ALTERAÇÕES DE MOVIMENTO ESCAPULAR RELACIONADAS À DOR NO OMBRO
■ ESQUEMA CONCEITUAL
A
D
Modelo patoanatômico
LA
versus patocinesiológico
Rotação interna/externa
da escápula
Rotação superior/inferior
Quais são?
O
da escápula
Inclinação posterior/anterior
TR
da escápula
Como ocorrem durante
Movimentos da escápula
a elevação do braço?
Teste de assistência escapular
N
Extensão em prono
Exercícios para recrutamento
Flexão em decúbito lateral
do músculo trapézio inferior
Rotação externa em
decúbito lateral
Exercício em Y
Caso clínico 1
Casos clínicos
Caso clínico 2
Conclusão
37
O motivo disso está relacionado ao fato de a articulação do ombro ser uma das mais complexas do
corpo humano, não somente pela capacidade de geração de movimento, velocidade e produção
de torque, mas sobretudo porque o ombro é formado por várias articulações que são exigidas
A
diariamente nos movimentos do braço. Por isso é difícil determinar com precisão os fatores
patoanatômicos relacionados aos sintomas apresentados pelo paciente.
D
Esses fatores instigaram o desenvolvimento de vários estudos questionando a validade da
LA
fisiopatologia e a origem nociceptiva da dor no ombro. Apesar de a síndrome do impacto ser o
diagnóstico mais comum em indivíduos com dor no ombro, esse termo tem sido muito discutido
atualmente, pois acredita-se que o mecanismo de compressão seja menos prevalente do que
O
inicialmente proposto e que este não seja o mecanismo predominante.7–11
TR
Além disso, a síndrome do impacto pode englobar várias disfunções, como lesões parciais de
manguito rotador, bursite subacromial, lesões labrais ou dores inespecíficas no ombro. Os testes
provocativos como os testes de Neer, Hawkins-Kennedy ou Jobe, por exemplo, apresentam alta
sensibilidade e baixa especificidade, dificultando ao fisioterapeuta a decisão para uma abordagem
N
terapêutica adequada.12–14
O
LEMBRAR
C
o fisioterapeuta deve ser capaz de identificar se o movimento escapular está relacionado aos
sintomas do paciente para, posteriormente, selecionar opções de tratamento com base nas
C
QUAIS SÃO?
A seguir, serão identificados os movimentos de rotação e inclinação associados à escápula.
A
Plano axial
D
LA
O
TR
Rotação interna Figura 1 — Movimento de rotação interna da escápula.
Fonte: Adaptada de Ludewig e colaboradores (2009).22
N
e pelas fibras superiores e médias do serrátil anterior. A ação conjunta desses músculos
apresenta importante função na estabilização da escápula no tórax. A excessiva rotação
C
pode ser descrita quando a cavidade glenoide se movimenta para cima (Figura 2).
Ó
Plano frontal
C
A
Plano sagital
D
LA
O
TR
N
Esse movimento de inclinação posterior/anterior acontece principalmente pela ação das fibras
inferiores do serrátil anterior. A inclinação anterior pode ser facilmente observada quando o ângulo
C
LEMBRAR
De modo geral, estudos concordam que há redução na rotação superior e na
inclinação posterior28–30 e aumento da rotação interna durante a elevação do braço
nesses indivíduos.29,30 Em relação à atividade muscular, o desequilíbrio comumente
acontece por aumento na ativação do trapézio superior associado à redução na
ativação do trapézio inferior e serrátil anterior.26,29,31,32
Há evidências de que indivíduos sem dor no ombro também apresentem alterações no movimento
escapular.33 No entanto, ainda não está claro se esses indivíduos estão mais propensos a
desenvolverem dor no ombro com o passar do tempo, ou seja, não se sabe se as alterações de
A
movimento são consequências ou causas para a dor no ombro.34–36
D
Ainda é importante destacar que muitos estudos mostram que o movimento escapular não se
altera após intervenção fisioterapêutica.37–42 Esse fato pode indicar que nem todos os indivíduos
LA
realmente apresentam alteração no movimento escapular. Assim, é de grande relevância que o
fisioterapeuta identifique se a alteração no movimento escapular está relacionada aos sintomas
que o indivíduo apresenta.
O
TR
ATIVIDADES
do braço.
IV — Os indivíduos com dor no ombro apresentam desequilíbrio na ativação muscular,
Ó
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a II e a IV.
C) Apenas a II, a III e a IV.
D) A I, a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
41
2. Qual é o movimento de inclinação posterior/anterior da escápula?
A
B) Fibras médias e inferiores do trapézio e fibras superiores e médias do serrátil anterior.
C) Fibras inferiores do serrátil anterior.
D
D) Fibras posteriores do serrátil posterior.
LA
Resposta no final do artigo
O
TR
COMO IDENTIFICAR SE A ESCÁPULA CONTRIBUI PARA A DOR NO OMBRO?
A avaliação estática pode fornecer indicações do que avaliar e/ou modificar durante o movimento,
N
mas não é fator determinante para o estabelecimento da relação com qualquer sintoma. O mais
importante é o comportamento do movimento exibido pela escápula e como os sintomas são
O
alterados pela assistência, pela facilitação ou pelo reposicionamento feito pelo fisioterapeuta.
C
Após a avaliação estática da escápula, deve-se avaliá-la de forma dinâmica, pois é nessa condição
que a discinese escapular é mais evidente.
C
Inicialmente, são realizadas cinco repetições de elevação dos braços em cada plano
(sagital e frontal) sem o peso nas mãos. Em seguida, são realizadas mais cinco
repetições em cada plano, mas com um halter em cada mão.33,45,46 É sugerido que o
movimento ocorra em 6 segundos, divididos entre fase de elevação e descida do braço.
A
Se ao menos três das cinco elevações demonstrarem alguma alteração no movimento
escapular, o indivíduo é categorizado como tendo discinese escapular. Esse método de
D
sim (presença de discinese) ou não (ausência de discinese) apresenta concordância de
79% entre avaliadores.33
LA
Caso a discinese escapular seja identificada, a descrição da alteração de movimento observada
deve ser realizada. O método mais comum de classificação é o sistema de Kibler,47 que
O
categoriza a posição da escápula em quatro tipos de padrões diferentes. Essa classificação de
Kibler apresenta baixa concordância entre avaliadores (k = 0,42). No entanto, pode apresentar
TR
melhor confiabilidade quando métodos de palpação da escápula são combinados com a
observação visual.48
durante a elevação do braço para auxiliar na identificação dos movimentos.48 Além disso, Huang
e colaboradores48 também propuseram a classificação de um padrão misto, que consiste na
O
Quadro 1
A
Padrão Características
I Proeminência do ângulo inferior da escápula durante o movimento (Figura 4).
Ó
D
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
LA
O
TR
N
O
C
A
Figura 5 — Borda medial da escápula proeminente Figura 6 — Redução de rotação superior da escápula
PI
que têm por objetivo avaliar como a posição e o movimento da escápula podem estar
relacionados aos sintomas no ombro durante a elevação ou o movimento do braço. Na
realização desses testes, o fisioterapeuta modifica manualmente o posicionamento e o
movimento escapular, e observa se o paciente relata melhora da dor.
44
Os principais testes de alteração de sintomas relacionados à escápula são o de assistência
|
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA BASEADA NAS ALTERAÇÕES DE MOVIMENTO ESCAPULAR RELACIONADAS À DOR NO OMBRO
Esses testes exibem adequada confiabilidade para uso na clínica, mas ainda são necessários
estudos clínicos bem delineados que os utilizem para determinar o tipo de conduta a partir de seus
resultados. Outros testes com foco na glenoumeral e na postura, por exemplo, também podem ser
utilizados na tentativa de modificar os sintomas apresentados pelo paciente.52
No entanto, este artigo abordará apenas a avaliação do paciente utilizando o teste de assistência
escapular e o teste de reposicionamento escapular aliados à observação da discinese escapular.52,53
A
Por fim, esses testes podem auxiliar o fisioterapeuta a determinar qual a melhor abordagem para
o paciente.
D
LA
Teste de assistência escapular
O
O teste de assistência escapular49,50 é realizado de forma a promover assistência à rotação superior
e a inclinação posterior da escápula durante a elevação do braço (Figuras 7A e B).
TR
N
O
C
A
A B
PI
A
No teste de reposicionamento escapular,51 o fisioterapeuta deve posicionar seu antebraço
ao longo da borda medial da escápula e aplicar uma força moderada favorecendo a
D
inclinação posterior e a rotação externa enquanto o indivíduo eleva o braço (Figura 8).
LA
O
TR
N
O
C
A
A completa retração escapular deve ser evitada durante a aplicação da manobra. Sugere-se,
também, que o reposicionamento seja realizado o mais próximo possível do movimento que cause
Ó
dor no paciente. O teste é positivo quando o paciente refere diminuição da intensidade da dor ao
se comparar à condição com e sem reposicionamento.
C
Assim como o teste de assistência escapular, esse teste pode indicar que o movimento da escápula
pode estar associado aos sintomas do paciente.
46
A Figura 9 representa um diagrama da avaliação proposta neste artigo.
|
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA BASEADA NAS ALTERAÇÕES DE MOVIMENTO ESCAPULAR RELACIONADAS À DOR NO OMBRO
Dor no ombro
Presença de
discinese Padrão I
escapular? Possível redução de recrutamento ou déficit
de controle neuromuscular associado à porção
inferior do trapézio, ao serrátil anterior ou ao
A
encurtamento de peitoral menor
Não Sim Padrão II
D
Possível redução de recrutamento ou déficit de
Classifique a controle neuromuscular associado ao serrátil
LA
alteração/padrão anterior e à porção média do trapézio
encontrado Padrão III
Possível redução de recrutamento ou déficit de
controle neuromuscular associado ao serrátil
O
anterior, à porção inferior do trapézio e ao
aumento de recrutamento da porção superior
TR
do trapézio
Teste de Padrão misto
modificação de I+II, I+III, II+III ou I+II+III
sintomas
N
O
A
de discinese escapular.
( ) A borda medial da escápula é proeminente durante o movimento e possível de ser
D
palpada ao repouso no padrão I de discinese escapular.
LA
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) F—V—V—V
B) V—F—V—F
C)
D)
F—V—V—F
V—V—F—V
O
TR
Resposta no final do artigo
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
48
■ EXERCÍCIOS INDICADOS
|
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA BASEADA NAS ALTERAÇÕES DE MOVIMENTO ESCAPULAR RELACIONADAS À DOR NO OMBRO
De modo geral, os exercícios mais indicados são aqueles com mínima ativação da porção superior
do trapézio e maior ativação do serrátil anterior e das porções média e inferior do trapézio.
A
testes de discinese escapular e de alteração de sintomas.
D
EXERCÍCIOS PARA RECRUTAMENTO DO MÚSCULO SERRÁTIL ANTERIOR
LA
A seguir, estão relacionados e demonstrados os exercícios indicados para recrutamento do
músculo serrátil anterior.
A B C D
Ó
Figura 10 — Push-up plus na parede. A e B) Indicação da posição inicial do exercício. C e D) Indicação da posição final
do exercício.
C
O plus acontece com a translação posterior do tórax na escápula fixa. Sugere-se que o movimento
seja realizado em três segundos para cada fase (protração e retração). Os cotovelos são mantidos
em extensão e o tronco e a cabeça alinhados durante todo o exercício. Vale ressaltar que esse
exercício pode apresentar alta ativação de trapézio superior.
49
Push-up plus de joelhos
A
D
LA
Figura 11 — Push-up plus de joelhos.
O
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O exercício inicia em máxima retração dos ombros e, dessa posição, o paciente realiza
TR
protração de ombros, afastando-se do colchonete, e retorna à posição inicial de retração.
O plus acontece com a translação posterior do tórax na escápula fixa. Cada movimento
(protração e retração) pode ser realizado com duração de 3 segundos.
N
Os cotovelos são mantidos em extensão e o tronco e a cabeça alinhados durante todo o exercício.
As progressões podem ser planejadas por meio da diminuição da flexão do quadril, gerando
O
A B
Figura 12 — Serratus punch em ortostase. A) Indicação da posição inicial do exercício. B) Indicação da posição final do exercício.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
50
O exercício inicia com o ombro em retração e, em seguida, o paciente realiza o
|
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA BASEADA NAS ALTERAÇÕES DE MOVIMENTO ESCAPULAR RELACIONADAS À DOR NO OMBRO
O movimento de protração e retração pode ser realizado com duração de 3 segundos cada. O
cotovelo é mantido em extensão durante o exercício. Esse exercício possui baixa ativação do
músculo peitoral menor.54
A
No serratus punch em supino, o indivíduo é posicionado em decúbito dorsal, flexão de 90º de
braço e com cotovelo em extensão (Figuras 13A e B).
D
LA
O
TR
N
O
C
A B
A
Deslizamento na parede
O deslizamento na parede é realizado com o indivíduo em ortostase, à frente de uma
parede lisa, com um pé encostado na parede e o outro posicionado atrás, com distância
aproximada de um passo. A posição inicial é com a borda ulnar do antebraço em contato
A
com uma parede lisa ou com uma toalha apoiada sobre a parede, com os cotovelos e
ombros em 90º de flexão (Figuras 14A e B).
D
LA
O
TR
N
O
C
A B
A
Esse exercício pode ser progredido com acréscimo de resistência (caneleira ao redor do punho ou
halter) durante o movimento de elevação.
52
EXERCÍCIOS PARA RECRUTAMENTO DO MÚSCULO TRAPÉZIO MÉDIO
|
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA BASEADA NAS ALTERAÇÕES DE MOVIMENTO ESCAPULAR RELACIONADAS À DOR NO OMBRO
A seguir, estão relacionados os exercícios indicados para recrutamento do músculo trapézio médio.
A
D
LA
O
TR
N
O
por três segundos durante cada repetição. Esse exercício minimiza a ativação do
trapézio superior.55
Ó
A
Figura 16 — Elevação com rotação externa resistida com banda elástica. A) Indicação da posição inicial do exercício.
B) Indicação da posição final do exercício.
D
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Cada fase do movimento pode ter duração de três segundos. Esse exercício tem a vantagem
LA
de promover o recrutamento do trapézio médio e, também, do trapézio inferior, minimizando a
ativação da porção superior do trapézio.56
O
EXERCÍCIOS PARA RECRUTAMENTO DO MÚSCULO TRAPÉZIO INFERIOR
TR
A seguir, estão relacionados os exercícios indicados para recrutamento do músculo trapézio inferior.
N
Extensão em prono
O
A
D
LA
O
Figura 18 — Flexão em decúbito lateral.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
TR
O exercício é realizado com o movimento de flexão de braço até 90º. O fisioterapeuta
deve garantir bom posicionamento escapular e orientar o paciente a não realizar
elevação de ombro ou rotação interna excessiva da escápula durante o exercício. O
N
apoiado na região anterior do abdome) e flexão de 90º de cotovelo (Figuras 19A e B).
PI
Ó
C
A B
Figura 19 — Rotação externa em decúbito lateral. A) Indicação da posição inicial do exercício. B) Indicação da posição
final do exercício.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
55
O paciente realiza movimento de rotação externa contra resistência. O posicionamento adequado
Exercício em Y
A
D
LA
O
TR
N
O
Figura 20 — Exercício em Y.
C
progressão, o movimento pode ser realizado contra resistência (halter ou faixa elástica)
ou de maneira bilateral. Sugere-se a manutenção da posição por três segundos durante
PI
A contração consciente da musculatura abdominal pode favorecer a ativação dos músculos trapézio
e serrátil durante a realização dos exercícios. O fisioterapeuta também deve dar feedback verbal e
tátil para o paciente com o objetivo de aumentar o recrutamento da musculatura escapulotorácica.
ATIVIDADES
A
III — O alongamento do músculo elevador da escápula pode beneficiar indivíduos com
o tipo III de discinese, pois esse padrão é caracterizado pela elevação precoce ou
D
em excesso da escápula.
IV — O programa de reabilitação deve conter exercícios para melhorar a rotação superior
LA
e a inclinação posterior, e minimizar rotação interna, pois essas são as alterações na
movimentação escapular presentes em indivíduos com dor no ombro e na discinese
tipo III, I e II, respectivamente.
O
TR
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I, a III e a IV.
C) Apenas a III e a IV.
D) Apenas a I, a II e a IV.
N
inferior do trapézio.
B) Excesso de recrutamento da porção superior do trapézio.
PI
A
e extensão de cotovelo e braço a aproximadamente 140º de abdução, assinale a
alternativa correta.
D
A) Exercício em Y.
LA
B) Rotação externa em decúbito lateral.
C) Flexão em decúbito lateral.
D) Extensão em prono.
O
Resposta no final do artigo
TR
N
■ CASOS CLÍNICOS
O
A seguir, são apresentados casos clínicos sobre o tema abordado neste artigo.
C
CASO CLÍNICO 1
A
PI
M.H.S., sexo feminino, chega ao consultório com queixa de dor em ombro direito e
duração de sintomas de dois anos. Na avaliação, constatou-se arco doloroso positivo
com escala numérica de dor (END) 3/10 e testes de Jobe e Hawkins-Kennedy positivos,
Ó
ambos com END 5/10; além disso, a paciente apresenta dor à rotação externa resistida.
C
O teste de assistência escapular foi positivo, com END durante o teste de 0/10. O teste de
reposicionamento escapular foi positivo, com redução da END quando executado durante
os testes de Jobe e Hawkins-Kennedy, ambos com END 2/10 durante o reposicionamento.
ATIVIDADES
10. Diante dos achados clínicos do caso clínico 1, descreva as alterações escapulares.
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
A
11. Descreva os dois testes de modificação de sintomas que foram realizados no caso
D
clínico 1.
LA
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
O
TR
12. Descreva uma estratégia terapêutica para a paciente do caso clínico 1.
............................................................................................................................................
N
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
O
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
C
A
CASO CLÍNICO 2
PI
P.M.P., sexo masculino, refere dor durante a elevação do braço com END 7/10. O paciente
Ó
apresenta restrição em ADM para flexão (156º) e abdução (141º). O teste de assistência
escapular obteve END 5/10 e aumento da ADM. O teste de reposicionamento durante
C
elevação obteve END 7/10. O paciente apresenta padrão III de discinese escapular.
59
13. Diante dos achados clínicos do caso 2, interprete o resultado dos testes modificadores
de sintomas e descreva quais movimentos são assistidos em cada teste.
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
A
D
14. O que caracteriza o padrão III de discinese? O que pode justificar o aumento da ADM
durante o teste de assistência escapular no caso clínico 2?
LA
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
O
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
TR
15. Qual seria a conduta terapêutica no caso clínico 2?
N
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
O
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
C
■ CONCLUSÃO
Ó
C
Este artigo demonstra as principais alterações do movimento escapular em pacientes com dor no
ombro e como é importante determinar se a escápula contribui para os sintomas apresentados
por esses indivíduos. Os testes de alteração de sintomas relacionados à assistência e ao
reposicionamento escapular podem auxiliar o fisioterapeuta a determinar se a escápula está
contribuindo para a apresentação clínica do paciente. Esses testes também podem orientar o
fisioterapeuta na escolha da intervenção fisioterapêutica.
60
■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
|
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA BASEADA NAS ALTERAÇÕES DE MOVIMENTO ESCAPULAR RELACIONADAS À DOR NO OMBRO
Atividade 1
Resposta: C
Comentário: Durante a elevação do braço, a escápula roda superiormente e inclina
posteriormente em indivíduos saudáveis. Há uma menor inclinação posterior durante a
movimentação e até mesmo excesso de inclinação anterior ao repouso e na fase excêntrica
da elevação em indivíduos com dor no ombro. Essa alteração no movimento é a característica
principal do padrão I da discinese escapular. O serrátil anterior contribui para a rotação superior
e a inclinação posterior da escápula.
A
Atividade 2
Resposta: C
D
Comentário: Esse movimento acontece principalmente pela ação das fibras inferiores do serrátil
anterior. A inclinação anterior pode ser facilmente observada quando o ângulo inferior da escápula
LA
se encontra mais proeminente.
Atividade 3
Resposta: B
O
Comentário: A rotação externa é realizada, principalmente, pelas fibras médias e inferiores do
trapézio, e pelas fibras superiores e médias do serrátil anterior. A ação conjunta desses músculos
TR
apresenta importante função na estabilização da escápula no tórax. A excessiva rotação interna é
comumente observada pela proeminência da borda medial da escápula.
Atividade 4
N
Resposta: C
Comentário: Na presença de um aumento na rotação interna da escápula, a borda medial fica
O
Atividade 5
A
Resposta: C
PI
Atividade 7
Resposta: A
Comentário: O encurtamento do peitoral menor está associado ao aumento de inclinação anterior
A
da escápula (proeminência do ângulo inferior – tipo I). A porção inferior do trapézio é um dos
principais músculos para a realização do movimento de inclinação posterior da escápula; portanto,
D
quando há diminuição do recrutamento desse músculo, poderá ser observado um padrão de
movimento com maior inclinação anterior.
LA
Atividade 8
Resposta: D
O
Comentário: O exercício é destinado ao aumento do recrutamento do serrátil anterior, minimizando
a ativação da porção superior do trapézio.
TR
Atividade 9
Resposta: A
Comentário: O exercício em Y é realizado com o braço alinhado às fibras do trapézio inferior.
N
Como progressão, o movimento pode ser realizado contra resistência (halter ou faixa elástica)
ou de maneira bilateral. Sugere-se a manutenção da posição por três segundos durante cada
O
todo exercício.
Atividade 10
A
Atividade 11
Ó
escapular pelo terapeuta. Os testes de irritabilidade das estruturas do espaço subacromial são
positivos, com melhora do sintoma a partir de um melhor posicionamento da escápula; além disso,
há presença de alteração na movimentação escapular durante a elevação.
Atividade 12
Resposta: Diante dessas características clínicas, são necessários exercícios para ganho de
rotação superior, inclinação posterior e diminuição da rotação interna da escápula. Músculos como
serrátil anterior, trapézio inferior e trapézio médio merecem atenção, pois seus recrutamentos
podem estar alterados.
62
Atividade 13
|
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA BASEADA NAS ALTERAÇÕES DE MOVIMENTO ESCAPULAR RELACIONADAS À DOR NO OMBRO
Resposta: O teste de assistência escapular teve resposta positiva com redução do nível de dor e
ganho em ADM. No entanto, o teste de reposicionamento teve resultado negativo, pois não alterou
os sintomas do paciente. Durante o teste de assistência escapular o terapeuta assiste a rotação
superior e a inclinação posterior da escápula. No teste de reposicionamento o terapeuta assiste a
rotação externa e a inclinação posterior.
Atividade 14
Resposta: O padrão III de discinese é caracterizado pela elevação precoce/excessiva ou
por redução da rotação superior da escápula durante a movimentação. Como o padrão III é
caracterizado por uma redução de rotação superior, a partir do momento em que esse movimento
foi assistido pelo terapeuta, isso influenciou em redução da dor e ganho em ADM na elevação.
A
Atividade 15
D
Resposta: A conduta se baseia no ganho de amplitude glenoumeral e escapular e,
consequentemente, redução da dor com o estímulo a movimentos ativos livres de dor. Os
LA
exercícios para serrátil anterior e trapézio inferior são importantes para ampliar a capacidade de
ganho em rotação superior da escápula, alteração pela qual é caracterizada a discinese tipo III.
■ REFERÊNCIAS
O
TR
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