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A
MARCELO ANDERSON BRACHT
CLÉCIO VIER
D
LA
O
TR
■ INTRODUÇÃO
N
Diversos grupos profissionais têm lançado mão da tração e da manipulação articular no tratamento
das mais variadas condições de saúde, cada qual utilizando uma metodologia própria, de acordo
com suas convicções filosóficas, nem sempre alinhadas com a melhor evidência científica disponível.
A
De maneira ampla, qualquer técnica que envolva o contato manual com objetivos terapêuticos pode
PI
ser considerada uma terapia manual. Haja vista a quantidade de conceitos, métodos e filosofias de
tratamento, esta abrange desde técnicas aplicadas aos tecidos moles, até aquelas de alta velocidade
e baixa amplitude (AVBA), destinadas ao complexo articular.
Ó
Neste artigo, será dada especial atenção às técnicas de manipulação em AVBA, também denominadas
C
técnicas grau V, ou manipulação com impulso (thrust), segundo o modelo de fisioterapia manipulativa
proposto pela International Federation of Orthopaedic Manipulative Physical Therapists (IFOMPT).
A
■ ESQUEMA CONCEITUAL
D
LA
História da terapia manual
Princípios da fisioterapia
manipulativa
O
Mecanismos de ação
da terapia manual
TR
Região cervical
Contraindicações da
Bandeiras vermelhas Região torácica
manipulação vertebral
Região lombar
N
Dor cervical
Eficácia da manipulação vertebral
Dor lombar
C
Caso clínico 1
Casos clínicos
Caso clínico 2
A
Conclusão
PI
Ó
C
75
■ HISTÓRIA DA TERAPIA MANUAL
No Ocidente, a primeira descrição documental do que pode ser chamado de uma técnica de
terapia manipulativa remonta à Grécia Antiga, sendo atribuída a Hipócrates (460 a.C). No
manuscrito intitulado Sobre as articulações, o pai da medicina descreveu técnicas manipulativas
A
utilizando tração axial para o tratamento da escoliose, além de manipulações ortopédicas
para correções de luxações no ombro.1
D
LA
Sabe-se que Galeno (129 d.C), médico greco-romano responsável pela saúde dos gladiadores,
também fez uso de técnicas manipulativas no tratamento de condições ortopédicas. Após a queda
do Império Romano no Ocidente (476 d.C), seguiu-se a Idade Média, período em que ocorreu um
enorme declínio do conhecimento médico vigente. Houve um grande período sem muitos relatos,
O
até que, em 1579, Ambroise Paré, cirurgião Francês, descreve a utilização da manipulação vertebral,
incluindo muitas das técnicas descritas por Hipócrates.2
TR
Durante os séculos XVII e XVIII, na Inglaterra, a prática da manipulação articular foi abandonada
por uma grande parcela dos médicos, sendo relegada a leigos, chamados “bone-setters”, ou em
uma tradução literal, “arrumadores de ossos”, os quais transmitiam seus conhecimentos de pai para
N
filho.1 O bone-setting era baseado na crença de que os “pequenos ossos” poderiam sair do lugar e
que, por meio da manipulação articular, seria possível corrigir esse suposto mau posicionamento.
O
C
No século XIX, nos Estados Unidos, surgem dois conceitos importantes para o desenvolvimento
da terapia manual. Em 22 de julho de 1874, Andrew Taylor Still, um médico americano não
conformado com o fracasso da medicina ortodoxa de sua época, funda a medicina osteopática.
Ó
David Palmer, um imigrante canadense nos Estados Unidos, após trabalhar durante 20 anos como
horticultor, fazendeiro e professor, decidiu tornar-se um “curandeiro natural” e magnetoterapeuta.
Em 1895, após curar a suposta surdez de Harvey Lillard por meio de uma manipulação vertebral,
deu início à profissão de quiropraxia. Para Palmer, caso uma vértebra estivesse “subluxada”,
causaria uma pressão excessiva sobre os nervos, reduzindo os impulsos nervosos, o que levaria
ao aparecimento de enfermidades. Essa hipótese ficou conhecida como a lei do nervo.2
76
A fisioterapia cresceu de maneira substancial após sua regulamentação, em 1899, na Inglaterra.
|
FISIOTERAPIA MANIPULATIVA ORTOPÉDICA APLICADA À COLUNA VERTEBRAL — UMA ABORDAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS
A partir da década de 1950, surgem, no cenário mundial, nomes como Freddy Kaltenborn,
Gregory Grieve, Stanley Paris, Geoffrey Maitland, Robin McKenzie e Brian Mulligan. Os
A
anos seguintes foram de um grande intercâmbio técnico, científico e político entre esses
profissionais, o que culminou com a criação da IFOMPT, em 1974.3
D
LA
No Brasil, os fisioterapeutas utilizam a terapia manual como recurso desde a regulamentação da
profissão, entretanto, apenas em 2017 a Associação Brasileira de Fisioterapia Traumato-ortopédica
(Abrafito) tornou-se um Registered Interest Group (RIG), representando os fisioterapeutas ortopédicos
brasileiros perante a IFOMPT.
O
TR
ATIVIDADES
I — Qualquer técnica que envolva o contato manual com objetivos terapêuticos pode
O
A) Apenas a I.
Ó
B) Apenas a II.
C) Apenas a III.
D) Apenas a I e a III.
C
A
A) V—F—V—V
D
B) V—V—F—F
C) V—F—V—F
LA
D) F—V—F—V
Resposta no final do artigo
O
3. Por que houve um abandono das técnicas manipulativas durante os séculos XVII e
XVIII na Inglaterra?
TR
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
N
............................................................................................................................................
O
A
As técnicas de terapia manual são consideradas movimentos manuais especializados, destinados
D
a otimizar qualquer um dos efeitos a seguir, ou todos eles:4
LA
■ modular a dor;
■ melhorar a extensibilidade dos tecidos;
■ aumentar a amplitude de movimento (ADM);
O
■ mobilizar ou manipular tecidos moles e articulações;
■ induzir o relaxamento;
alterar a função muscular;
TR
■
■ estabilizar o complexo articular;
■ reduzir a inflamação e o edema dos tecidos moles;
■ diminuir a rigidez.
N
O fisioterapeuta que utiliza técnicas de terapia manipulativa em sua prática clínica com o objetivo
de atingir os efeitos recém descritos necessita de um conhecimento adequado dos padrões normais
O
Nesse contexto, a utilização do movimento passivo como forma de tratamento engloba técnicas de
mobilização e manipulação articular com o objetivo de restaurar a normalidade, tanto dos movimentos
fisiológicos quanto dos acessórios. A IFOMPT sugere a seguinte definição:4
79
Os movimentos ativo e passivo ocorrem dentro da ADM do complexo articular, e não além
de seu limite anatômico.
A
LEMBRAR
As expressões manipulação com thrust, manipulação grau V e técnicas de AVBA também
D
são utilizadas frequentemente como sinônimos da manipulação articular. A principal
característica que diferencia a manipulação da mobilização oscilatória é o impulso de
LA
alta velocidade, ou thrust. A partir desse impulso produzido pelo terapeuta, espera-se
que ocorra um estalo característico, decorrente do fenômeno de cavitação articular.
O
Maitland foi um dos primeiros terapeutas a utilizar um sistema de graduação do movimento passivo,
o qual se tornou referência e é utilizado por fisioterapeutas no mundo todo. De acordo com ele, as
TR
mobilizações oscilatórias podem ser graduadas do grau I ao IV, sendo a manipulação com thrust
realizada em AVBA considerada de grau V.5
N
Utilizando uma metodologia que enfatiza a avaliação e a reavaliação constante dos sintomas do
paciente, tomando como base sinais comparáveis, é possível selecionar técnicas adequadas de
O
acordo com a resposta sintomática do paciente. Por exemplo, as técnicas de mobilização oscilatória
grau I e II são utilizadas geralmente em pacientes com dor predominante; já as de grau III e IV
podem ser utilizadas naqueles com uma rigidez significativa.5
C
As técnicas de manipulação vertebral (grau V) podem ser indicadas como uma progressão
do tratamento de mobilização quando as técnicas grau III e IV deixam de surtir o efeito
A
desejado sobre a rigidez articular, ou nos casos em que o paciente apresenta uma baixa
irritabilidade dos tecidos periarticulares, permitindo que a técnica seja aplicada de maneira
PI
A abordagem de tratamento proposta pela FMO não recomenda a utilização das técnicas
Ó
ATIVIDADES
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
A
5. Assinale a alternativa correta sobre os movimentos fisiológicos.
D
A) São também chamados de movimentos artrocinemáticos.
LA
B) São aqueles que o paciente pode realizar ativamente.
C) São movimentos intra-articulares.
D) Não podem ser realizados de forma ativa.
Resposta no final do artigo
O
TR
6. Sobre o conceito de manipulação, marque V (verdadeiro) ou F (falso).
A) V—V—F—F
B) V—F—V—F
A
C) F—V—V—F
D) F—F—V—F
PI
A maioria das escolas tradicionais de terapia manual utiliza o modelo biomecânico e muitas vezes
perpetua crenças e mitos sobre o assunto. O modus operandi é treinar o profissional exaustivamente
na detecção de alterações biomecânicas, nominadas de acordo com o princípio filosófico de
determinada escola e, a partir desses achados, selecionar uma técnica específica que corrija a
disfunção mecânica.
A
D
LEMBRAR
Termos como lesão osteopática, disfunção somática, complexo de subluxação
LA
vertebral, falha posicional, assimetrias posicionais e hipomobilidade são utilizados
para nominar supostas disfunções mecânicas, que, por sua vez, levariam à dor e,
consequentemente, à incapacidade.
O
Entretanto, a existência de muitas das disfunções mecânicas tem sido questionada do ponto de
TR
vista científico, bem como a capacidade dos terapeutas de identificá-las. Sabe-se que os testes
palpatórios utilizados com o objetivo de detectar tais anomalias possuem baixa confiabilidade para
uso clínico e, portanto, não são confiáveis para o que se propõem.10
N
Além disso, alguns estudos têm demonstrado que, apesar de sua eficácia, a manipulação vertebral
promove efeitos inespecíficos e difusos, independentemente da especificidade da técnica selecionada.11
O
Quando analisados em conjunto, esses achados sugerem que os mecanismos de ação da terapia
manual são complexos e que o modelo biomecânico vigente é insuficiente para elucidá-los.
C
aos tecidos periféricos, ocorre uma cadeia de efeitos neurofisiológicos periféricos, medulares e
supraespinhais, os quais são responsáveis pelos efeitos clínicos observados. Além disso, ressaltam
que os fatores contextuais decorrentes da interação entre o paciente, terapeuta e o ambiente têm
uma grande influência na eficácia clínica da terapia manual. Portanto, acredita-se que a analgesia
promovida por essa técnica advém de uma combinação complexa de fatores, e não apenas de um
efeito puramente mecânico12 (Quadro 1).
Quadro 1
A
Efeitos mecânicos ■■ Restauração da mobilidade e ADM.
D
■■ Alongamento de tecidos conectivos sob ação de uma carga.
■■ Interrupção das ligações cruzadas entre as fibras de colágeno.
■■ Alongamento das adesões capsulares.
LA
■■ Liberação do meniscoide articular.
■■ Correção de uma falha posicional.
O
regional (hipoalgesia):
•• Ativação de mecanorreceptores do tipo I e II;
•• Ativação da área PAG no tronco cerebral;
TR
•• Ativação da analgesia descendente do SNC;
•• Resposta analgésica do SNS;
•• Mecanismo periférico/espinhal do corno dorsal.
■■ Influência na ativação muscular:
N
ADM: amplitude de movimento; PAG: cinzenta periaquedutal (em inglês, periaqueductal gray); SNC: sistema nervoso central;
SNS: sistema nervoso simpático.
PI
A
III — Durante várias décadas, o modelo biomecânico foi utilizado para explicar os efeitos
da terapia manual, porém, com o avanço das pesquisas em neurociência da dor,
D
tem-se dado uma grande ênfase aos efeitos neurofisiológicos das técnicas.
LA
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C)
D)
Apenas a III.
Apenas a I e a II.
O
TR
Resposta no final do artigo
N
O
Os guias de prática clínica recomendam que a avaliação da coluna vertebral seja realizada em níveis,
sendo que, no primeiro passo da triagem, devem-se descartar as “bandeiras vermelhas”, condições
de saúde sérias que contraindiquem a terapia manipulativa ou que justifiquem encaminhamento
A
médico. No segundo nível da triagem, as “bandeiras amarelas” devem ser avaliadas, sendo estas
relacionadas com questões psicossociais que podem levar à cronicidade.6,14
PI
BANDEIRAS VERMELHAS
Ó
A seguir são apresentadas as principais “bandeiras vermelhas” das regiões cervical, torácica e lombar.
C
84
Região cervical
|
FISIOTERAPIA MANIPULATIVA ORTOPÉDICA APLICADA À COLUNA VERTEBRAL — UMA ABORDAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS
Alguns fatores de risco devem ser avaliados antes da realização de qualquer procedimento de terapia
manual aplicado à região cervical, como, por exemplo, disfunção das artérias cervicais (artérias
carótida interna e vertebrobasilar) e instabilidade da coluna cervical alta. Essas informações são
descritas no Quadro 2.
Quadro 2
A
Apresentação Dor cervical alta e média, Dor na cervical alta e Dor de cabeça e
D
inicial dor ao redor da orelha e média; dor de cabeça pescoço; percepção
mandíbula (carotidinia), na região occipital; início de instabilidade;
LA
dor de cabeça de dor aguda descrita hiperatividade da
(frontotemporoparietal); como “não parece com musculatura cervical;
ptose; disfunção nervo nenhuma outra que já suporte constante para
craniano (VIII-XII); dor tive”. a cabeça; piora dos
O
aguda de início recente sintomas.
descrita como “não
parece com nenhuma
TR
outra que já tive”.
Apresentação Disfunção transitória AIT na região do tronco Disestesia nas mãos
tardia da retina (estocoma cerebral e cerebelo, e pés bilateralmente;
cintilante, amaurose tontura, diplopia, sensação de um
N
fotofobia; mudanças
papilares; agitação;
disfunção dos nervos
C
As técnicas de manipulação torácica podem ser utilizadas tanto no tratamento da própria dor torácica,
como também de maneira combinada com as manipulações cervicais e lombares. Portanto, uma
avaliação das “bandeiras vermelhas” dessa região se faz necessária previamente ao tratamento
manipulativo (Quadro 3).
Quadro 3
A
CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS E RELATIVAS DA MANIPULAÇÃO TORÁCICA
D
Condições Contraindicações absolutas
LA
Ósseas Tumor, infecção, osteoporose, displasia, uso de corticosteroides de
longo prazo, cirurgias, AR, espondilite anquilosante, fraturas, ruptura de
ligamentos, etc.
Mielopatias, compressão da medula espinal, síndrome da cauda equina,
O
Neurológicas
compressão nervosa com aumento dos sintomas, hiperreflexia bilateral,
vômito/náusea/vertigem.
TR
Vasculares Insuficiência vertebrobasilar diagnosticada, anormalidades das artérias
cervicais, aneurisma da artéria aorta, terapia anticoagulante, angina
pectoris, insuficiência e arritmia cardíaca não tratadas, dor abdominal
aguda.
N
Contraindicações relativas
C
■■ Protrusão ou HD.
■■ Espondilolistese.
PI
■■ Hipermobilidade.
■■ Calcificação arterial.
■■ Hipertensão arterial.
Ó
Na região lombar, assim como na cervical, é necessário que o fisioterapeuta conduza uma avaliação
subjetiva e objetiva minuciosa, com o intuito de investigar a existência de “bandeiras vermelhas”,
contraindicando a aplicação das técnicas de manipulação. O Quadro 4 traz informações sobre as
principais “bandeiras vermelhas” na região lombar, com a respectiva contraindicação relativa ou
absoluta à manipulação vertebral.
Quadro 4
A
Bandeira vermelha Descrição Porque não manipular
Trauma História pregressa de trauma, acidente Possível fratura, especialmente em um
D
automobilístico, queda, etc. paciente idoso ou com osteoporose.
Idade Cinquenta anos ou mais. Aumento no risco de câncer, aneurisma
LA
da artéria aorta abdominal, fratura,
infecção.
Histórico de câncer História pregressa ou atual de qualquer Metástases no rim, próstata, pulmão
O
tipo de câncer. e tireoide podem provocar dores na
região lombar.
TR
Febre, calafrio, suor Febre acima de 37,7ºC, calafrios, Esses sintomas podem ser indicativos
noturno sudorese noturna. de infecção ou câncer.
Perda de peso Perda inexplicável de 4,5kg ou mais, nos Pode ser indicativo de infecção ou
últimos 3 meses, não relacionada com câncer.
N
posicionamento.
Anestesia em sela Diminuição da sensibilidade do 2º ao 5º Pode indicar síndrome da cauda equina.
Ó
Nielsen e colaboradores20 realizaram um estudo no qual foram analisadas 118 revisões sobre os
efeitos adversos após a manipulação vertebral, e os principais achados foram:
A
■ HD ou cauda equina — 1 em > 1 milhão–3 milhões e 720 mil manipulações;
■ efeitos adversos sérios — 1 em 1 milhão–250 milhões manipulações;
D
■ complicações sérias —1 em 20 mil–2 milhões manipulações.
LA
Para saber mais:
AVE: Condição que pode afetar o cérebro, cerebelo, tronco, ponte e bulbo.
O
AVC: Condição a qual afeta apenas a região do cérebro.
TR
■ FATORES DE RISCO PSICOSSOCIAL
N
O
BANDEIRAS AMARELAS
C
Os fatores de risco psicológico, social e ambiental são considerados “bandeiras amarelas”, por
promoverem incapacidade prolongada e falha do retorno ao trabalho como uma das consequências
A
Quadro 5
BANDEIRAS AMARELAS
Natureza Exemplos
Crenças, avaliações e julgamentos ■■ Crenças inadequadas relacionadas com a dor: indicação
de lesão como não tratável ou com provável piora.
■■ Expectativa de pouco resultado com o tratamento, atraso
no retorno ao trabalho.
Respostas emocionais ■■ Distresse que não preenche os critérios para doença mental.
A
■■ Preocupações, medos, ansiedade.
Comportamento de dor (incluindo ■■ Evitação de atividades em razão das expectativas em
D
estratégias de enfrentamento da dor) relação à dor e possível recidiva.
■■ Dependência excessiva de tratamentos passivos (com-
LA
pressas quente e fria, analgésicos).
Fonte: Adaptado de Nicholas e colaboradores (2011).21
ATIVIDADES
O
TR
8. Quais são as contraindicações à manipulação cervical?
............................................................................................................................................
N
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
O
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
C
9. As “bandeiras vermelhas” são descritas como sinais de patologias sérias que devem
A
D) Depressão.
Resposta no final do artigo
89
10. As “bandeiras amarelas” são descritas como fatores prognósticos psicológicos para
I — Catastrofismo.
II — Distresse.
III — Síndrome da cauda equina.
IV — Cinesiofobia.
A
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a II e a III.
D
C) Apenas a I, a II e a IV.
D) Apenas a I, a III e a IV.
LA
Resposta no final do artigo
O
TR
■ EFICÁCIA DA MANIPULAÇÃO VERTEBRAL
A seguir, será detalhada a eficácia da manipulação vertebral para cada uma das condições clínicas
para as quais ela é indicada.
N
O
DOR CERVICAL
C
De acordo com a definição da International Association for the Study of Pain (IASP), a
A
dor cervical é definida como proveniente de qualquer lugar dentro da região limitada,
superiormente, pela linha nucal superior, inferiormente, por uma linha imaginária
PI
A dor cervical é uma condição comum na população e com frequência promove incapacidade.
C
90
|
FISIOTERAPIA MANIPULATIVA ORTOPÉDICA APLICADA À COLUNA VERTEBRAL — UMA ABORDAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS
O Global Burden of Disease (GBD), 2010, elencou a dor cervical como a 4ª condição de
saúde em termos de anos perdidos por incapacidade e em 21º lugar em geral, somente atrás
da dor lombar, depressão e anemia.23
Em 2015, o GBD verificou que as dores na região lombar e cervical foram a principais causas
globais de incapacidade na maioria dos países estudados.24
A prevalência da dor cervical durante a vida na população adulta (18–84 anos) varia entre
A
14,2% a 71%, com uma média de 48,5%,25 com uma prevalência típica em 12 meses
estimada entre 30 a 50%.26 Uma grande proporção desses casos, entre 50 a 85%, irão
D
desenvolver sintomas crônicos e incapacidade.27
LA
Existe evidência que a terapia manipulativa vertebral promova efeitos positivos na dor cervical.
Revisões sistemáticas concluíram que as manipulações cervical e torácica produzem efeitos
benéficos na dor, função, satisfação e efeito global percebido, porém, apenas em curto e médio
prazos.28 Os guias de prática clínica recomendam o uso da mobilização e manipulação vertebral14
(Figuras 1A e B).
O
TR
N
O
C
A
PI
A B
Ó
Figura 1 — A) Manipulação cervical em rotação (C2-C7) — cradle hold. B) Manipulação cervical alta (C1-C2) — chin hold.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
C
91
Além de ser utilizada de maneira combinada com as técnicas cervicais, a manipulação
A
D
LA
A
O B
TR
Figura 2 — Manipulação torácica média (A) e alta (B).
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
N
Dada a natureza complexa e multifatorial da dor cervical, o manejo clínico dessa condição geralmente
envolve uma combinação de múltiplas intervenções.
O
DOR LOMBAR
PI
A dor lombar é uma condição clínica que afeta 90% da população em algum momento da vida,
sendo que, nos últimos 10 anos, sua prevalência aumentou de maneira alarmante.30,31 Sabe-se que
Ó
A manipulação vertebral é amplamente utilizada na prática clínica para o tratamento da dor lombar aguda
e crônica, entretanto, muito ainda se discute sobre a real eficácia dessa modalidade de tratamento.
Os guias de prática clínica recomendam a manipulação vertebral como uma das estratégias
eficazes no manejo da dor lombar aguda e crônica.34
92
Há evidências de qualidade moderada indicando que a manipulação vertebral é efetiva na redução
|
FISIOTERAPIA MANIPULATIVA ORTOPÉDICA APLICADA À COLUNA VERTEBRAL — UMA ABORDAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS
da dor e da incapacidade em indivíduos com dor lombar.35 Acredita-se que a manipulação vertebral
seja superior a intervenções placebo, porém, ela não tem se mostrado mais efetiva do que outros
tratamentos utilizados, como o cuidado médico e o exercício físico.36 A Figura 3 demonstra a
manipulação lombar em rotação.
A
D
LA
O
TR
Figura 3 — Manipulação lombar em rotação.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
N
Hass e colaboradores,37 em seu estudo sobre dose-resposta em indivíduos com dor lombar,
O
LEMBRAR
A
prática clínica geralmente recomendam que a manipulação vertebral não seja utilizada
de maneira isolada, mas sim dentro de uma abordagem multimodal de tratamento,
incluindo exercícios, com ou sem terapia psicológica associada.38
Ó
C
93
A
sexos com idade superior a 60 anos é uma bandeira vermelha, necessitando de
encaminhamento médico.
D
III — A osteoporose leve é uma contraindicação relativa à manipulação torácica.
IV — Em indivíduos com contraindicações para a manipulação cervical, a manipulação
LA
torácica pode ser uma alternativa no controle da dor.
A)
B)
Apenas a II, a III e a IV.
Apenas a I, a II e a IV. O
TR
C) Apenas a I e a IV.
D) Apenas a II e a III.
Resposta no final do artigo
N
12. Antes de realizar uma manipulação vertebral, o fisioterapeuta deve sempre avaliar
O
13. O tratamento da dor lombar possui um leque de opções, indo desde tratamentos sem
embasamento científico a terapias amplamente estudadas, com comprovação de sua
C
A seguir, serão apresentados dois casos clínicos, com vistas à fixação e ao aprofundamento do
conteúdo apresentado ao longo do artigo.
CASO CLÍNICO 1
Um paciente com lombociatalgia aguda procura atendimento fisioterapêutico. Ele refere
piora dos sintomas na posição sentada e ao acordar. No exame físico, apresenta restrição
da flexão repetida em pé, com dor irradiada e parestesia na região posterior da coxa e
perna direita, e dor local e rigidez na avaliação do movimento intervertebral acessório
A
passivo posteroanterior central, nos níveis L4/L5. O teste de elevação da perna estendida
é positivo no lado direito, e o fenômeno de Valsava está presente.
D
LA
ATIVIDADE
O
14. Sobre o caso clínico 1, assinale a alternativa correta.
extensão repetida.
D) Sinais de radiculopatia aguda são bandeiras amarelas e contraindicam a manipulação
O
vertebral.
Resposta no final do artigo
C
A
CASO CLÍNICO 2
PI
último ano, houve piora do quadro, com irradiação dos sintomas para a região posterior
do MI esquerdo, não ultrapassando a prega glútea.
C
O paciente relata que sua condição piora ao realizar grandes esforços. Não apresenta
histórico de fratura ou trauma importante na região lombar.
O paciente realizou uma ressonância magnética há 3 meses, na qual foi constatada uma
protrusão discal difusa no nível L4 e L5 e artrose interapofisária incipiente nos segmentos
L3–L5. Durante o exame subjetivo, foi possível constatar algumas “bandeiras amarelas”,
como cinesiofobia e ansiedade, além de sono não reparador.
95
Ao exame físico, não foram constatadas alterações dos reflexos patelar e calcâneo. Apresentou
Durante a avaliação dos movimentos fisiológicos ativos e passivos, foi observada dor e
restrição da flexão lombar, porém, sem piora dos sintomas no MI esquerdo. Constatou-se
dor moderada e hipomobilidade à mobilização posteroanterior central na região lombar
baixa, mais especificamente nos níveis L4 e L5.
ATIVIDADES
A
D
15. Em sua prática clínica, a manipulação vertebral seria indicada para caso clínico 2?
Justifique sua resposta.
LA
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
O
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
TR
16. Quais são os fatores mais significativos para a cronificação dos sintomas do paciente
do caso clínico 2?
N
A) Sobrepeso.
O
D) Artrose interapofisária.
Resposta no final do artigo
A
PI
■ CONCLUSÃO
Ó
no mundo. A incidência dessas duas condições de saúde tem aumentado com o passar dos anos,
apesar dos esforços dos profissionais de saúde, promovendo um alto custo socioeconômico.
Para que o fisioterapeuta aplique as técnicas de manipulação vertebral de maneira eficaz e segura,
é necessário, além do treinamento prático, uma grande dose de conhecimentos teóricos, com o
objetivo de analisar as indicações e contraindicações das técnicas, por meio de um exame subjetivo
e objetivo minucioso.
96
A fisioterapia manipulativa é uma abordagem eficaz nas dores da coluna vertebral e deve ser
|
FISIOTERAPIA MANIPULATIVA ORTOPÉDICA APLICADA À COLUNA VERTEBRAL — UMA ABORDAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS
A
Atividade 2
D
Resposta: A
Comentário: Após a queda do Império Romano no Ocidente (476 d.C), seguiu-se a Idade Média,
LA
durante a qual ocorreu um enorme declínio do conhecimento médico vigente. Houve um grande
período sem muitos relatos médicos, até que, em 1579, Ambroise Paré, cirurgião Francês, descreve
a utilização da manipulação vertebral, incluindo muitas das técnicas descritas por Hipócrates.
Atividade 3
O
TR
Resposta: Acredita-se que o abandono da manipulação articular pelos médicos e cirurgiões ingleses
foi decorrente de seu uso indiscriminado, gerando danos severos em casos envolvendo tuberculose
óssea, uma doença de proporções epidêmicas na época.
N
Atividade 4
Resposta: As técnicas de terapia manual são consideradas movimentos manuais especializados
O
induzir o relaxamento, alterar a função muscular, estabilizar o complexo articular e reduzir a inflamação
e o edema dos tecidos moles e a rigidez.
A
Atividade 5
Resposta: B
PI
Atividade 6
C
Resposta: C
Comentário: A mobilização compreende um continuum de movimentos passivos especializados
que são aplicados em diferentes velocidades e amplitudes destinados a articulações, músculos ou
nervos, com a intenção de restaurar o movimento ideal e/ou função e/ou reduzir a dor. A manipulação,
por sua vez, é um impulso passivo, de AVBA, aplicado ao complexo articular, dentro de seu limite
anatômico, com a intenção de restaurar o movimento ideal e/ou função e/ou reduzir a dor.
97
Atividade 7
Atividade 8
Resposta: As contraindicações à manipulação cervical são a disfunção da carótida interna e da
artéria vertebrobasilar e a instabilidade da cervical alta.
Atividade 9
Resposta: C
A
Comentário: A osteoporose severa se enquadra no grupo das bandeiras vermelhas para a manipulação
vertebral, pois aumenta o risco de fratura vertebral.
D
Atividade 10
LA
Resposta: C
Comentário: A síndrome da cauda equina não se enquadra no âmbito das bandeiras amarelas, e
sim nas vermelhas para a manipulação vertebral.
Atividade 11
Resposta: A
O
TR
Comentário: Acredita-se que o chamado efeito “Cinderela” promovido pela manipulação torácica
esteja associado a mecanismos neurofisiológicos e biomecânicos, devido à interdependência
regional, e não apenas a efeitos biomecânicos.
N
Atividade 12
Resposta: A
O
Atividade 13
Resposta: D
A
Atividade 14
Resposta: B
Ó
Atividade 15
Resposta: Sim, a manipulação pode ser indicada neste caso, pois o paciente apresentava restrição
do movimento fisiológico ativo e passivo de flexão lombar, bem como dor e hipomobilidade aos
movimentos acessórios no segmento L4 e L5. Além disso, não foi constada nenhuma alteração no
exame neurológico, afastando a possibilidade de uma radiculopatia. Nenhuma “bandeira vermelha”
que contraindicasse o tratamento manipulativo foi constatada durante a avaliação.
98
Atividade 16
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FISIOTERAPIA MANIPULATIVA ORTOPÉDICA APLICADA À COLUNA VERTEBRAL — UMA ABORDAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS
Resposta: B
Comentário: Os fatores mais importantes para a cronificação dos sintomas no paciente do caso
clínico 2 são o baixo nível de atividade física, o sono não reparador e as “bandeiras amarelas”
constatadas na avaliação. Sabe-se que o sobrepeso e as alterações nos achados de imagem não
possuem uma relação direta com a perpetuação do quadro doloroso.
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