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A bile deixa o fígado através dos ductos hepáticos direito e esquerdo, que se juntam para formar o ducto
hepático comum, o qual une-se ao ducto cístico para formar o ducto colédoco. O ducto pancreático principal une-se
ao colédoco para desembocar na segunda porção do duodeno, chamada de Ampola de Vater (esfíncter de Oddi –
possui músculo liso). O represamento de bile neste local gera um quadro de colestase (icterícia, colúria, acolia e
prurido). Em condições normais, a bile produzida encontra o esfíncter fechado, retornando à vesícula e ficando
armazenada.
O triângulo de Calot é limitado pela borda hepática inferior, o ducto hepático comum e o ducto cístico; sua
importância está na artéria cística, que passa por dentro e deve ser ligada durante a colecistectomia.
- Cólica biliar: 15% dos casos podem ter cálculos impactados no infundíbulo, cursando com dor.
Dor de duração ≤ 6h.
- Pancreatite aguda: cálculo fica impactado mais abaixo, obstruindo o ducto pancreático.
TIPOS DE CÁLCULOS
Tipos Particularidades Fatores de Risco
Mulher, estrogênio,
Mais comum (80%)
Amarelo idade, obesidade,
Não pigmentado
↓ emagrecimento rápido,
Colesterol / vesícula
Associado ao estrogênio drogas (fibratos), doenças
Radiotransparente
ileais (DC, ressecções)
2º mais comum (15%)
Preto Pigmentado / vesícula Hemólise crônica
Bilirrubinato de cálcio
Mais raro (5%)
Colonização bacteriana,
Castanho Pigmentado / Via biliar
tumor, parasitas
Bilirrubinato de cálcio
Cálculo amarelo: o emagrecimento rápido faz com que o colesterol seja perdido através da bile,
favorecendo a formação de cálculos. As doenças ileais impedem a recirculação êntero-hepática adequada,
impedindo a reabsorção de sais biliares e favorecendo a formação de cálculos.
Cálculo preto: prótese valvar metálica pode causar hemólise crônica, favorecendo a formação de cálculos.
Diagnóstico
USG abdominal → imagens hiperecóicas com sombra acústica posterior
Tratamento
Colecistectomia videolaparoscópica (CVL) → indicada nos pacientes sintomáticos
Assintomático Sintomático
Indicações cirúrgicas Não operar se
Vesícula em porcelana Elevado risco cirúrgico
Cálculo > 2,5 – 3cm Recusa do paciente
Anemia hemolítica Tratar a doença sintomática
Pólipo (> 1cm, > 60 anos, ↑) clinicamente
↓
Vesícula dupla Dissolução farmacológica com ácido
ursodesoxicólico (cálculos < 15mm)
COLECISTITE AGUDA
Inflamação vesical por cálculo obstruindo a vesícula
Dor > 6h, que não melhora espontaneamente
Febre
Sinal de Murphy: interrupção súbita da inspiração forçada durante a compressão do ponto cístico
Sem icterícia
Laboratorial
Leucocitose + bilirrubinas normais
Diagnóstico
USG abdominal → cálculo impactado + parede espessada (> 3mm)
o Murphy sonográfico: dor ao passar o transdutor sobre a vesícula
Cintilografia biliar: padrão-ouro
o Ausência de contraste na VB
Tratamento
Medidas gerais + antibioticoterapia
o E. coli, Klebsiella, Enterococo
Colecistectomia laparoscópica precoce (até 72h, podendo esperar até 1 semana)
Casos graves (sem condições cirúrgicas) → colecistostomia percutânea
COMPLICAÇÕES
Perfuração Colecistite enfisematosa
Livre: peritonite (febre ↑,
leucocitose ↑↑): cirurgia de
urgência
Localizada: bloqueada (abscesso):
avaliar colecistostomia Gás na parede da vesícula
Fístula: íleo biliar (cálculo ectópico + (Clostridium)
pneumobilia + obstrução de
delgado): passagem do cálculo p/
TGI, impactando e obstruindo o íleo
distal
A complicação mais frequente é a gangrena (necrose) da VB, que pode evoluir com perfuração.
Síndrome de Mirizzi Colecistite alitiásica
Obstrução do hepático comum por
Colecistite acalculosa
cálculo no cístico
Pacientes graves (CTI), grandes
Colecistite + icterícia
queimados, jejum, NPT
Classificação Febre + leucocitose no CTI = USG
I – sem fístula Tratamento
II, III e IV – com fístula
II – até 1/3 do ducto Colecistectomia de emergência ou
III – até 2/3 do ducto colecistostomia
IV – toda a circunferência
COLEDOCOLITÍASE
Cálculo impactado no colédoco.
Icterícia flutuante: varia com a mobilização do cálculo no interior do colédoco.
Vesícula não palpável: como a obstrução é intermitente, a vesícula não chega a se distender de tal forma a
tornar-se palpável.
Diagnóstico
USG: 1º exame a ser realizado
Confirmação: CPRE, colangio RNM
o CPRE: invasivo (cateteriza-se a via biliar); mas confere a vantagem de potencial terapêutico
Sempre que estivermos diante de um paciente com indicação de colecistectomia por cálculos, devemos pensar se há
também coledocolitíase!
Solicitar: USG ABDOMINAL / HEPATOGRAMA
Tratamento
CPRE: papilotomia endoscópica
o Se descoberto no pré-operatório
Exploração cirúrgica (VLP ou aberta)
o Se descoberto no per-operatório
o Dreno de Kehr → diminui risco de estenose pós-op
Derivação bíleo-digestiva
o Casos refratários, mas com colédoco dilatado; cálculos intra-hepáticos, múltiplos cálculos
COLANGITE AGUDA
Obstrução e infecção do trato biliar, caracterizada pelos sintomas cardinais (tríade de Charcot).
A causa mais comum é a coledocolitíase.
GRAVE
NÃO GRAVE
(SUPURATIVA)
(NÃO SUPURATIVA)
Sepse de origem biliar
TRÍADE DE CHARCOT PÊNTADE DE REYNOLDS
Febre com calafrios Tríade de Charcot
Icterícia Hipotensão
Dor abdominal Queda do sensório
Tratamento
ATB + drenagem biliar ATB + drenagem biliar
(eletiva) (imediata)
Drenagem biliar
Obstrução baixa: CPRE
Obstrução alta: drenagem transhepática percutânea
TUMORES PERIAMPULARES
Qualquer neoplasia que se desenvolve ao redor da ampola de Vater
Ca de cabeça de pâncreas, Ca de ampola de Vater, colangiocarcinoma e Ca de duodeno
Clínica
Icterícia colestática progressiva (colúria, acolia, prurido)
Vesícula de Courvoisier: palpável, mas indolor (distensão lenta)
Emagrecimento
Tratamento:
Curativo (raro): cirurgia de Whipple (duodenopancreatectomia)
Tumores de Klatskin
Colangiocarcinoma peri-hilar
Icterícia colestática progressiva + vesícula impalpável
USG: vesícula murcha + dilatação de via biliar intra-hepática
Confirmação: colangio RNM e/ou TC
Classificação de Bismuth