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VIAS BILIARES
FISIOLOGIA
Sintomas: em geral são resultado da obstrução, infecção ou ambas. A obstrução pode ser extramural (câncer pancreático),
intramural (colangiocarcinoma), intraluminal (coledocolitíase)
o Dor abdominal: cálculos e inflamações. A obstrução gera uma “cólica biliar” porém se apresenta como uma dor
constante no epigátrio e/ou hipocôndrio D, que aumenta de intensidade e pode se irradiar para o dorso/região
interescapular/ombro D. Pode haver associação com náuseas e vômitos e é comumente desencadeada por ingestão
de alimentos, principalmente os gordurosos
A dor da colecistite aguda é diferente porque apesar da mesma localização, é exacerbada pelo toque
(Murphy +) somática e associada à febre e leucocitose
o Icterícia: torna-se visível quando a concentração de bilirrubina excede 2,5 mg/dL na esclera e 5 mg/dL na pele
↑ bilirrubina direta = problema na excreção
↑ bilirrubina indireta = hemólise
o Febre: T > 38°C representam manifestação sistêmica de processo inflamatório. A contaminação bacteriana é uma
característica comum de coledocolitíase com obstrução ou colescistite aguda
TRÍADE DE CHARCOT: conjunto dos três sintomas supracitados que representam uma infecção ativa do sistema biliar
denomina colangite aguda, o tratamento é clínico
PÊNTADE DE REYNOLD: tríde de Charcot + hipotensão + alteração de estado mental representa a colangite grave com
indícios de choque séptico e com tratamento cirírgico (desobtrução) ou clínico (drenagem)
EXAMES
Laboratoriais
o A cólica biliar com ausência de obstrução do colédoco não é acompanhada por alterações laboratoriais
o Nos casos de obstrução pode-se notar associação com disfunção hepática e lesão aguda com elevações nos exames
da função hepática
↑ bilirrubina não conjugada ou indireta, devido ao aumento da produção de bilirrubina e diminuição na
absorção de hepatócitos com conjugação
↑ bilirrubina conjugada ou direta, defeitos na excreção de bilirrubina ou obstrução biliar extra-hepática
Fofatase alcalina (FAL), patognomônico de obstrução do ducto biliar
Em casos de infecções, inflamações, colecistite aguda ou colangite, leucocitose (predomínio de
neutrófilos) inespecífico
Carol Luz – Turma XXXIII A
Complementares
o Radiografias: raramente são úteis nesses casos, na maioria das vezes o cálculo não é radiopático; apresenta
espessamento da parede da vesícula (em porcelana) que pode significar edema ou calcificação
o USG: alta especificidade e sensibilidade. Geralmente é o exame inicial para pacientes com indícios de obstrução
biliar extra-hepática
Lama biliar: precursor da litíase, é uma massa flúida que se deposita nas porções de maior declive da VB
o Colecistografia oral: identifica defeitos de enchimento em uma vesícula biliar opacificada, visualizada após a adm VO
de radioisótopo
o TC: apresenta a desvantagem de que os cálculos e a bile são isodensos na TC. Sensibilidade para a árvore biliar e na
Vb de 55% a 65%, porém é mais acurada ao local e da causa da obstrução extra-hepática
o Colangiopgrafia: envolve a instalação de contraste na árvore biliar e é o método mais acurado e sensível
disponibilidade para delineado anatômico da árvore biliar intra e extra-hepática. É mais útil quando a localização
precisa ou a causa da obstrução tem que ser investigada.
CPRM: Não invasiva, sem adm de contraste
CPRE (colangiopancreatografia retrógrada endocópia): invasivo com 2 a 5% de complicações (principal
delas, pancreatite), útil para pacientes com processo malignos hepatobiliares e coledocolitíase. Não
fornece informações em relação ao tamanho do tumor, invasão local ou disseminação distante e tem uso
limitado para o estadiamento
o Cintilografia: útil para visualizar a árvore biliar, função hepática e VB e diagnosticar vários distúrbios comuns como a
colecistite, é bom para avaliar a permeabilidade dos ductos mas não identifica cálculos
o Laparoscopia: diagnóstica e tratamento
Seleção de ATB:
outras manipulações das vias biliares, como CPRE e CTP. Nos pacientes
que não farão procedimentos invasivos, não se beneficiam de profilaxia
antibiótica
Prevalência de 11 a 36%
Fatores de risco: sexo feminino, obesidade, gravidez, alimentos gordurosos, doença de Crohn, anemia falciforme, talassemia,
operação gástrica, histórico familiar
É a dor em andamento com episódio reicidivantes de cólica biliar ou dor proveniente do ducto cístico
Apresentação clínica: dor referida, constante que dura de 1 a 5h, se persistir por mais de um dia provavelmente a
colecistite aguda é etiologia subjacente; náuseas e vômitos associados; exame físicos e testes de função hepáticas
estão normais
Diagnóstico: clínica + exame de imagem
Tratamento: padrão-ouro colecistectomia laparoscópica eletiva; orientação acerca da dieta até a operação;
COLEDOCOLITÍASE
São descobertos em 6 a 12% dos pacientes com cálculos biliares
o Primários: formam-se na VB e migram, ↑ probabilidade de recorrência e associados à estase biliar
(estenose biliar ou papilar, tumores, outros cálculos) e infecção
o Secundários: formam-se nas vias biliares
Apresentação: cólica biliar, icterícia, febre, acolia e colúria; exames de função hepática, bilirrubina sérica e FAL
podem estar elevadas mas não são específicas
Diagnóstico: USG, CPRM, CPRE
Tratamento: colangiografia endoscópica, exploração laparoscópica do colédoco, exploração aberta do colédoco
COLANGITE AGUDA
Infecção bacteriana ascendente do sistema ductal biliar com obstrução mais comumente consequente de
coledocolitíase
Carol Luz – Turma XXXIII A
Tríade de Charcot
Outras etiologias menos comuns: estenoses benignas ou malignas, colangiocarcinomas
Diagnóstico: pode ser autolimitada ou tóxica, pode incluir pêntade de Reynold, os sintomas mais comuns são febre
e calafrios + refluxo conlangiovenoso e colangiolinfático
Tratamento: ATB, hidratação agressiva inicial; descompressão das vias biliares por CPRE ou CTP