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INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE

ANTÓNIA SUCESSO

TRABALHO DE ESTÁGIO
PRÉ-ELIMINAR

CANDIDÍASE VAGINAL

Docente
____________________

Luanda, 2023
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE ANTÓNIA SUCESSO

CANDIDÍASE VAGINAL

Curso de: Enfermagem Geral

INTEGRANTES DO GRUPO NOTA DE TRABALHO____ Valor


NOTA INDIVIDUAL
Cláudio Fonseca
Felismina Rosa J. Sapalo
Gizela Magalhães
Julieta Camucumba
Madalena Zannou
Mário Neto Carlos
Neusa Ngunza
Sebastião Hebo
Suzana Martins
Valdimira Miguel

Victória Ngungo
Sumário
Introdução................................................................................................................................4
Fundamentação Teórica...........................................................................................................5
Conceito...................................................................................................................................5
Causas da candidíase................................................................................................................6
Sinais e sintomas na candidíase...............................................................................................7
A candidíase é contagiosa?......................................................................................................7
Diagnóstico na candidíase........................................................................................................8
Candidíase na gravidez.............................................................................................................9
Complicações da candidíase.....................................................................................................9
Candidíase tem cura?...............................................................................................................9
Tratamento da candidíase......................................................................................................10
Prevenção da candidíase........................................................................................................11
Conclusão...............................................................................................................................13
Referências Bibliográficas.......................................................................................................14
Introdução

Neste trabalho iremos de abordar sobre candidíase vaginal que é uma


infecção ginecológica muito comum nas mulheres causada pelo crescimento
excessivo do fungo Candida albicans, que vive normalmente na região genital,
levando ao surgimento de sintomas, como corrimento esbranquiçado, coceira
intensa, inchaço ou vermelhidão na vulva e/ou vagina.

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Fundamentação Teórica

Conceito

A candidíase é uma infeção fúngica (causada por um fungo, a Candida


sp). É uma patologia (doença) que afeta frequentemente o sistema genital e
que produz alguns sinais e sintomas muito caraterísticos (veja em sintomas),
podendo no entanto, afetar qualquer órgão ou sistema do nosso organismo.

Este tipo de infeção vaginal da mulher (candidíase vaginal feminina) não


é considerada uma infeção sexualmente transmissível, podendo ser mais
frequente em algumas situações clínicas, como veremos mais à frente. Existem
diferentes tipos de infeção vaginal, estando cada uma associada a sintomas
distintos. Estes tipos de infeções são responsáveis por uma das principais
queixas da mulher, o corrimento vaginal. Veja mais informação em sinais e
sintomas da candidíase vaginal.

A candidíase vulvovaginal (da vulva e da vagina) é uma doença que


afeta a mulher pelo menos uma vez na vida em 75% dos casos. Cerca de 40-
45% das mulheres terão dois ou mais episódios desta infeção ao longo da sua
vida.

Note que ao longo deste artigo debruçamo-nos apenas sobre


a candidíase vaginal, contudo, esta infeção fúngica (causada pelo fungo
Candida sp), pode afetar qualquer órgão ou sistema do nosso organismo,
dependendo da condição clínica de cada doente. Este é um tipo de infeção
oportunista, uma vez que em pessoas saudáveis este tipo de fungo não causa
doença. Dependendo do local onde ocorre a infeção, como a pele (por
exemplo, candidíase mamária, candidíase peniana - no pénis), as mucosas
(por exemplo, candidíase oral - na boca -, candidíase vaginal), o sistema
gastro-intestinal (por exemplo, candidíase intestinal, do estômago ou do
esófago), entre outros, a avaliação e o tratamento deve ser realizado por
médicos de diferentes especialidades.

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Causas da candidíase

A candidíase vulvovaginal é causada pelo crescimento excessivo


do fungo Candida albicans em cerca de 90% dos casos. Nos restantes casos,
o agente responsável pode ser de outra espécie de Candida sp. (Candida
glabrata, Candida krusei, Candida tropicalis, etc.).

A candidíase vaginal é também causada principalmente por um


desequilíbrio da flora vaginal, levando ao crescimento excessivo do
fungo Candida albicans, que vive normalmente na região genital,
podendo penetrar na mucosa superficial vaginal, causando inflamação e
surgimento dos sintomas.

Alguns fatores podem contribuir para o desequilíbrio da flora vaginal e o


desenvolvimento da candidíase, como:

 Gravidez;
 Uso de pílulas anticoncepcionais contendo estrogênio;
 Terapia de reposição hormonal na menopausa;
 Estresse;
 Obesidade;
 Diabetes mellitus;
 Infecção pelo vírus do HIV;
 Quimioterapia;
 Uso de antibióticos de amplo espectro;
 Uso de remédios imunossupressores, como corticoides;
 Limpeza incorreta do ânus após evacuação, ou seja, de trás para frente;
 Maus hábitos de higiene;
 Doenças autoimunes.

Embora seja menos comum, outras espécies de Candida que também


podem causar a candidíase vaginal, são a Candida glabrata ou Candida
parapsilosis.

A candidíase pode ser considerada persistente, quando os sintomas


associados à infeção inicial não desaparecem após o tratamento correto. Por
outro lado, considera-se uma reinfeção quando surgem sintomas novamente,
após um mês sem sintomas.

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A candidíase recorrente ou crónica define-se quando ocorrem 4 ou mais
episódios de infeção sintomática durante um ano, com diagnóstico confirmado
e após terapêutica adequada.

De acordo com a apresentação clínica, o agente causal, as condições


clínicas da doente e a resposta ao tratamento, a candidíase vulvovaginal pode
ser classificada em não complicada e em complicada. A candidíase não
complicada inclui os casos de infeção esporádica, com sintomas ligeiros a
moderados, causada por Candida albicans e que ocorre na mulher não
imunocomprometida. A candidíase complicada abrange os casos de infeção
recorrente, com sintomas severos, causada por candidíase não-albicans e que
ocorre na mulher imunodeprimida, com diabetes descompensada ou debilitada.

Sinais e sintomas na candidíase

A candidíase vulvovaginal manifesta-se por sinais e sintomas que


podem ser típicos na sua fase aguda. Os sintomas iniciais passam,
fundamentalmente, pela existência de prurido (“comichão”) e ardor vulvar
intenso, que agrava à noite e na fase pré-menstrual (antes da menstruação),
dispareunia (dor nas relações sexuais) e corrimento vaginal branco, grumoso,
espesso (tipo requeijão), sem cheiro. Na avaliação ginecológica observa-se
eritema (vermelhidão), edema (inchaço) e fissuras (lesões de coceira) na
região vulvar, e o corrimento descrito aderente às paredes da vagina.

Outro tipo de sintomas ou com outras características, como por exemplo


a cor do corrimento diferente, o corrimento com sangue ou sangramento ou dor
pélvica, podem estar associados a outros diagnósticos. A avaliação por parte
do médico ginecologista é importante para permitir diagnosticar e tratar de
forma correta e antecipada a patologia subjacente à sintomatologia.

A candidíase é contagiosa?

A candidíase vulvovaginal não é considerada uma infeção de


transmissão sexual, isto é, habitualmente a transmissão da doença não
ocorre através do contacto sexual. Ou seja, a candidíase não é uma doença

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contagiosa, ou a doença não passa ou não “se pega” de pessoa para pessoa
através do contacto sexual.

No entanto, se um dos parceiros sexuais estiver debilitado e o outro tiver


uma infeção ativa pode haver contágio. Assim, o homem e a mulher podem
ter uma candidíase sintomática em simultâneo. Veja mais informação em
prevenção da candidíase.

Diagnóstico na candidíase

O diagnóstico da candidíase é feito essencialmente pelos sintomas da


doente e pode ser confirmado por exames complementares de forma a detetar
o agente causal da infeção. Os sintomas típicos são os descritos
anteriormente, que orientam para o provável diagnóstico de candidíase
vulvovaginal.

De maneira a diagnosticar de forma definitiva o tipo de infeção podem


ser realizados alguns tipos de testes como a medição do pH do fluído vaginal, o
teste das aminas e o exame microscópico a fresco ou com coloração. Este tipo
de informação pode permitir um correto diagnóstico de forma a instituir um
tratamento adequado.

Durante o exame ginecológico, o médico também pode verificar os sinais


de inflamação na vulva e na vagina, sendo que normalmente, o colo do útero
está normal, não apresentando inflamação. Além disso, a mulher não
apresenta sensibilidade ao movimento do colo do útero e corrimento cervical.

Em alguns casos, o ginecologista pode solicitar um exame de cultura,


que é feito recolhendo uma amostra da secreção vaginal para ser analisado em
laboratório e confirmar a presença do fungo Candida e sua espécie, como
a Candida albicans, Candida glabrata ou Candida parapsilosis.

Além disso, esse exame de cultura pode ajudar a descartar outras


infecções ginecológicas que têm sintomas semelhantes,
como tricomoníase, vaginose bacteriana, dermatite atópica, ou líquen
escleroso.

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Candidíase na gravidez

A gravidez é uma condição da mulher que pode propiciar a infeção


fúngica vaginal. Assim, a candidíase durante a gravidez é frequente e pode
ocorrer em qualquer fase da gestação. Este tipo de situação clínica
habitualmente não está associada a complicações para o feto (bebé).

O tratamento da candidíase vulvovaginal na mulher grávida deve ser


feito sempre que existem sintomas, tendo em atenção algumas
especificidades. Portanto, a mulher deve fazer um teste de gravidez quando
achar que pode estar grávida. Veja mais informação em tratamento da
candidíase na gravidez.

Complicações da candidíase

O fungo da Candida existe de forma normal na pele e no intestino, e


cerca de 10-20% das mulheres são portadoras sem haver infeção vaginal. Nos
casos de doenças que levam à imunodepressão (imunidade diminuída) ou de
situações clínicas debilitantes (como doentes submetidos a algumas cirurgias
mais invasivas) pode haver um crescimento excessivo deste fungo, levando à
infeção. Nestes casos pode resultar numa infeção superficial (da pele e das
mucosas) ou sistémica.

A candidíase vulvovaginal pode ser considerada complicada nos casos


de recorrência, em que os sintomas se tornam muito intensos ou nas situações
de imunodepressão, estando indicado o tratamento inicial e de manutenção
adequado. O doente nunca se deve automedicar sob pena de poder agravar o
seu estado de saúde e deve procurar o seu médico ginecologista (especialista
em ginecologia) no caso de agravamento dos sintomas.

Candidíase tem cura?

A candidíase vulvovaginal é uma infeção vaginal que, se tratada de


forma adequada, tem cura. Pode haver casos de infeções de repetição, a
candidíase recorrente ou crónica (como esclarecido acima), havendo indicação

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para tratamentos de forma intermitente (sempre que a infeção voltar) ou de
maior duração.

Tratamento da candidíase

O tratamento da candidíase vulvovaginal está indicado na mulher que


apresenta sintomas. O tipo de tratamento indicado é diferente nos casos de
candidíase não complicada e complicada. O tratamento com medicamentos
(ou remédios) de toma oral (comprimidos) ou o tratamento tópico (creme
vaginal) têm eficácia semelhante.

O tratamento dos episódios agudos da candidíase não complicada é


feito com os derivados do imidazol, de aplicação tópica local (pomada
ginecológica), tendo um início de ação rápido e com grande eficácia. O
tratamento oral pode ser feito com fluconazol ou itraconazol, em dose única.
Nos casos de candidíase complicada severa o tratamento consiste na
administração de fluconazol com tomas de repetição (com intervalo de 3 dias)
ou um derivado do imidazol durante 14 dias. Na candidíase complicada
recorrente o tratamento inicial inclui o fluconazol (com tomas de repetição) ou
um derivado do imidazol (durante 7 a 14 dias), devendo continuar o tratamento
de manutenção prolongando os dias de tratamento (fluconazol semanal
durante 6 meses).

Quando os sintomas da infeção são muito intensos e incomodativos


pode estar indicada a aplicação tópica de um corticoide ou de um anti-sético
anti-inflamatório local, de forma a aliviar a dor.

Na gravidez, a candidíase deve ser tratada com formulações tópicas


durante 6 dias, não estando indicados os tratamentos orais.

O tratamento do parceiro sexual está indicado quando este apresenta


sintomas, como a balanite. Pode estar também recomendado nos casos de
candidíase recorrente. O tratamento para candidíase masculina deve ser de
dupla abordagem (oral e tópica).

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O doente deve tomar a medicação descrita de acordo com a receita médica, na
posologia indicada e até acabar, cumprindo assim o plano terapêutico
estipulado. É importante realçar que o doente não se deve automedicar e que
não existe tratamento caseiro ou natural com eficácia comprovada no
tratamento da candidíase, exceto as medidas preventivas que descrevemos de
seguida.

Prevenção da candidíase

De forma a prevenir a candidíase vulvovaginal, devem ser adotados


medidas de higiene íntima adequadas. A frequência diária de higienização
deve ser ajustada ao clima, à atividade física e às doenças associadas,
devendo ser de uma a três vezes por dia, durante dois a três minutos, com
produtos apropriados (pH ácido e, idealmente, formulação líquida).

Algumas medidas podem ser eficazes para eliminar condições que são
naturalmente propícias ao desenvolvimento de infeção. Deve ser evitada a
utilização sistemática de penso higiénico, a roupa não deve ser demasiado
justa ou apertada e a roupa interior deve ser trocada diariamente. Sempre que
for frequentada a piscina ou praticado algum desporto, o fato-de-banho e o
vestuário deve ser trocado o mais precocemente possível.

Após as relações sexuais, deve-se lavar a área genital externa com


água e produto de higiene íntima, não estando recomendada a lavagem
vaginal. Nas fases agudas de infeção está recomendada a evicção de relações
sexuais ou a utilização de preservativo pelo agravamento dos sintomas.

É de primordial importância eliminar outros fatores de risco presentes


na doente. Na presença de uma doente diabética descompensada é essencial
fazer um bom controlo metabólico da doença. As doentes medicadas de forma
crónica com alguns fármacos (medicamentos) pode estar indicada a instituição
de tratamento profilático. A utilização de probióticos pode ser considerada nos
casos de candidíase recorrente, de forma a evitar o aparecimento de um novo
episódio agudo.

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Um estilo de vida saudável, nomeadamente fazer uma alimentação
adequada, através de uma dieta rica e equilibrada e uma correta hidratação
são medidas de prevenção. Alimentos ricos em lactobacilos podem ser úteis
pois permitem uma melhor flora vaginal, de forma a combater de uma forma
mais eficaz uma possível infeção vaginal.

Cuidados de Enfermagem em Pacientes com Candidíase


Vaginal

Diante do quadro sugestivo desta vaginose, o enfermeiro deverá orientar


ducha vaginal ou banho de assento com bicarbonato (por 5 a 10 minutos) com
solução composta por 4 xícaras água morna com 1 a 2 colheres de sopa de
bicarbonato de sódio, 2 vezes por semana, a cada 2 semanas ou até melhorar
os sintomas.

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Conclusão

Conclui-se que a candidíase vaginal, também chamada monilíase


vaginal, é uma infecção ginecológica provocada pelo fungo Candida
albicans. Essa micose é tão comum que 3 em cada 4 mulheres terão pelo
menos um episódio de candidíase vaginal ao longo da vida.

Deve se orientar as pacientes com esses transtornos, evitando


roupas interior muito justas, ter sempre uma higienização regular.

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Referências Bibliográficas

 Candida vulvovaginitis: Clinical manifestations and diagnosis  –


UpToDate.
 Vulvovaginal Candidiasis – Centers for Disease Control and
Prevention.
 Vulvovaginitis – Medscape.
 Vaginal yeast infections – U.S. Department of Health & Human
Services.
 Vulvovaginitis: Screening for and Management of Trichomoniasis,
Vulvovaginal Candidiasis, and Bacterial Vaginosis – Society of
Obstetricians and Gynecologists of Canada (SOGC).
 Manual de Orientação Trato Genital Inferior – Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
 Treatment of Recurrent Vulvovaginal Candidiasis – American Family
Physician.

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ANEXOS

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