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Unidade II
5 LIPÍDIOS
Os lipídios são substâncias químicas relativamente apolares e, por isso, apresentam a característica
de serem solúveis em substâncias apolares (lipossolubilidade); ao mesmo tempo, não são solúveis em
água (hidrofóbicas), porque a água é um solvente polar. Em geral, os lipídios são solúveis em solventes
orgânicos, como acetona, álcool isopropílico, éter, clorofórmio e benzeno.
Quimicamente, pode-se conceituá-los como sendo ésteres de ácidos graxos, ou seja, substâncias
químicas obtidas a partir da reação entre um ácido graxo (composto orgânico que contém um
grupamento carboxila (COOH ou COO-) na extremidade da cadeia carbônica que o caracteriza como
um ácido carboxílico cujo número de átomos de carbono na cadeia carbônica é maior ou igual a 4 e um
álcool (compostos orgânicos que possuem pelo menos uma hidroxila ligada a um carbono).
O organismo humano tem uma elevada capacidade de armazenar gordura em seu tecido adiposo.
E uma das várias funções dos lipídios é reservar energia. Além disso, funcionam como: componentes
estruturais, como os fosfolipídios e os esteróis que fazem parte da membrana plasmática; coenzimas,
na forma de vitamina A e K; hormônios, na forma de vitamina D e prostaglandinas; transportadores na
forma de lipoproteínas; isolante térmico e protetor do organismo contra injúrias mecânicas.
Os lipídios também funcionam como solventes das vitaminas lipossolúveis A, D, E e K e são divididos
em ácidos graxos, triacilgliceróis, glicerofosfolipídios, esfingolipídios e esteroides.
Os ácidos graxos apresentam como grupamento funcional a carboxila, que é característico da função
orgânica ácido carboxílico.
C OH
Além do grupo carboxila, os ácidos graxos têm uma cadeia carbônica que pode variar entre 4 e 36
átomos de carbono. Os ácidos graxos são compostos anfifílicos ou anfipáticos, pois o grupo carboxila
representa a parte polar da molécula, e a cadeia carbônica, a parte apolar.
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Unidade II
A cadeia carbônica é a responsável pela baixa solubilidade do ácido graxo em água. Quanto mais
longa ela for, menor será a solubilidade. O grupo carboxila é o responsável pela pequena solubilidade
apresentada por ácidos graxos de cadeia curta.
Os ácidos graxos podem ser saturados, ou seja, só apresentar simples ligações entre os átomos de
carbono; ou insaturados, ou seja, ter uma ou mais duplas ligações entre átomos de carbono.
As cadeias carbônicas dos ácidos graxos saturados são flexíveis e distendidas, já os ácidos graxos
insaturados apresentam dobras rígidas na molécula em que existe uma dupla ligação.
A. B.
O 0- O 0-
C C
As propriedades físicas dos ácidos graxos – por exemplo, o ponto de fusão – dependem do tamanho
da cadeia carbônica e da ocorrência ou não de insaturações.
Observação
Aquelas moléculas com maior cadeia carbônica têm maior quantidade de interações e, portanto, o
maior ponto de fusão (figura a seguir).
Já as cadeias com maior quantidade de insaturações têm menor quantidade de interações entre as
moléculas e, portanto, possuem menor ponto de fusão (figura a seguir).
Resumindo, pode-se dizer que a temperatura de fusão diminui com o número de insaturações e
aumenta com o comprimento da cadeia.
Existem certos ácidos graxos (AG) que não são fabricados pelos animais, mas são extremamente
necessários para várias funções, por exemplo: constituir membranas. São poli-insaturados, com duplas
ligações cis da família -3 ou -6, necessitando obrigatoriamente serem ingeridos pela alimentação.
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Unidade II
Por essa razão, são chamados de essenciais. Em termos de número de instauração, as gorduras insaturadas
se subdividem em gorduras monoinsaturadas (ômega-9) e poli-insaturadas (ômega-3 e ômega-6).
As fontes e funções desses ácidos graxos estão melhores descritas a seguir:
• Ômega-3 (OM-3): são ácidos graxos que apresentam diversas ligações duplas e poli-insaturadas,
sendo que a primeira ligação dupla pode ser encontrada nos terceiro e quarto átomos de carbono
(a primeira insaturação está entre 3 ºC e 4 ºC a partir do radical metil), tendo como ponto de partida
a extremidade oposta do grupo funcional, grupo ácido carboxílico, que é a parte final da cadeia
carbônica. De modo geral, ela abaixa os triglicerídes e LDL-colesterol e aumenta o HDL-colesterol,
controlando doenças cardiovasculares inflamatórias e hipertensão.
• Ômega-9: ácido graxo monoinsaturado, ou seja, possui apenas uma insaturação entre o 9 ºC e
o 10 ºC. Não é um ácido graxo essencial, já que pode ser sintetizado pelo organismo humano a
partir da ingestão do ômega-3 e ômega 6. O nome ômega-9 significa uma ligação dupla C=C
no nono carbono a partir da extremidade oposta à carboxila. É importante para a regulação da
temperatura do corpo, para a produção de hormônios sexuais como o estrogênio e a progesterona,
e também para o aumento da absorção de vitaminas A, D, E e K no corpo. Os alimentos que os
contêm são: semente de girassol, avelã, macadâmia, óleo de soja, azeite, amêndoa e noz. Um dos
mais importantes é o ácido oleico (18 carbonos). O ômega-9 é muito indicado para quem pratica
exercícios regularmente, pois é ótima fonte de energia.
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BIOQUÍMICA
Diversos estudos publicados demonstraram que dietas ricas em OM-3 são capazes de diminuir a
intensidade do processo inflamatório (efeito anti-inflamatório) e as disfunções e sequelas cardíacas
causadas pela ocorrência de infarto do miocárdio. Além disso, observou-se que tais substâncias
reduziram a taxa de mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca, assim como também houve
redução da concentração plasmática de diversas citocinas inflamatórias como, por exemplo, o fator
de necrose tumoral ou tecidual (TNFα) e as interleucinas (IL-1 e IL-6), relacionadas à morte súbita em
modelos animais de epilepsia.
Os glicerídeos ou acilgliceróis são compostos nos quais há a união de uma molécula de glicerol e
ácidos graxos. Entre eles estão os triacilgliceróis, triglicerídeos ou triglicérides (TG). Esses ésteres são
formados por moléculas de glicerol (álcool) ligadas a uma, duas ou três moléculas de AG. Nos animais
vertebrados, ficam armazenados no tecido adiposo, principalmente sob a pele, já que os lipídeos são
ótimos isolantes térmicos.
Também podem ser armazenados nas sementes de muitas plantas com a função de fornecer energia
para a germinação. A vantagem de armazenar triacilgliceróis em vez de polissacarídeos glicogênio e
amido é que fornecem mais energia, e como são hidrofóbicos, não há água ao seu redor (água de
hidratação). Possuem a função de reserva energética, e independentemente do tipo de AG que têm, seu
valor calórico é de 9 kcal/g.
Em função de seu elevado teor energético e por serem insolúveis em água, o organismo é capaz
de armazená-los em quantidade muito maior (e em volume mais compacto) do que o glicogênio. Caso
os TG tenham apenas AG saturados, podem ser chamados de gordura – a qual é de origem animal e
sólida ou pastosa à temperatura ambiente. Caso tenham AG insaturados, podem ser chamados de óleos.
São líquidos em temperatura ambiente (25 ºC) e podem ser de origem vegetal (soja, milho, girassol,
canola, oliva) ou animal (óleo de peixe).
A.
CH2 CH2 CH2
OH OH OH
B.
Ácido graxo
Glicerol
Ácido graxo
Ácido graxo
C.
CH2 CH2 CH2
O O O
O C O C O C
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Unidade II
A ligação entre a molécula de glicerol e as moléculas de ácidos graxos ocorre através do grupo OH do
glicerol e do grupo carboxila dos ácidos graxos, resultando em grupo funcional da função orgânica éster.
Como o grupo OH do glicerol, que forma ligações de hidrogênio com a água, está envolvido na ligação
com as moléculas de ácido graxo, a solubilidade da molécula de triacilglicerol diminui.
As moléculas de ácidos graxos podem ser iguais, formando os triacilgliceróis simples, ou podem ser variadas,
formando os triacilgliceróis mistos; sendo que estes últimos constituem a maioria dos triacilgliceróis naturais.
Os triacilgliceróis, nos animais vertebrados, ficam armazenados nos adipócitos, células que constituem o tecido
adiposo, e preenchem quase a totalidade da célula. O tecido adiposo se encontra sob a pele, na cavidade
abdominal e nas glândulas mamárias. Os triacilgliceróis também são armazenados nas sementes de muitos
tipos de plantas, fornecendo energia para a germinação. Armazenar triacilgliceróis é vantajoso se comparado
ao armazenamento dos polissacarídeos glicogênio e amido, pois eles fornecem mais energia e também são
armazenados sem a presença de água de hidratação, pois são hidrofóbicos.
Os óleos, que são líquidos à temperatura ambiente, são constituídos principalmente por triacilgliceróis
com ácidos graxos insaturados. O óleo de oliva, por exemplo, tem uma alta proporção de ácidos graxos
insaturados de cadeia longa. Os triacilgliceróis com ácidos saturados são sólidos em temperatura ambiente.
A gordura bovina apresenta uma alta proporção de ácidos graxos saturados. Os óleos podem ser convertidos
em sólidos por meio do processo de hidrogenação, o qual reduz ligações duplas a ligações simples.
Os compostos saturados são mais prejudiciais do que os insaturados. Atualmente, existe uma
tendência a trocar os compostos saturados por insaturados. A manteiga, de origem animal, que é rica
em gordura saturada, foi substituída pela margarina, que é obtida pelo processo de hidrogenação parcial
de óleos vegetais.
Durante esse processo, ocorre a quebra de duplas ligações, formando ligações simples, porém algumas
duplas ligações permanecem e, além disso, mudam sua conformação de cis para trans (figura a seguir).
CC C CC C
H H H
cis trans
Saiba mais
Exemplo de aplicação
Agora você já pode escolher se quer ou não consumir gorduras trans. Quando for ao mercado,
observe os rótulos e faça a sua escolha.
Os cerídeos são lipídeos compostos por um álcool de cadeia longa (chamado de álcool superior) e
AG. Podem ser fabricados por plantas (presentes em frutos e folhas) e animais (abelhas, aves aquáticas
e outros animais). No caso dos vegetais, a função primordial é de impermeabilização, ou seja, a de evitar
a perda excessiva da água no processo de evaporação (por exemplo: C15H31 – COOC26H53 palmitato de
cerila encontrada na cera de carnaúba).
Em animais como as aves, a função é de impermeabilizante das penas das aves aquáticas para
permitir que elas nadem sem afundar; para os seres humanos, o cerume (cera de ouvido) protege contra
a proliferação de microrganismos e nas abelhas encontradas nos favos das colmeias (C25H51 – COOC15H31
– cerotato de cetila, formadora da cera de abelhas). As ceras podem ter outras aplicações práticas, como
a fabricação de velas, ceras de assoalhos, graxas para sapato, moldes dentários etc.
Os lipídios que constituem a membrana plasmática são anfipáticos, ou seja, apresentam uma região
polar (hidrofílica) e uma região apolar (hidrofóbica). As interações hidrofóbicas entre as moléculas e sua
interação com a água organizam a membrana plasmática como uma bicamada. Os três tipos de lipídios
que constituem a membrana plasmática são: glicerofosfolipídios, esfingolipídios e esteróis.
Os glicerofosfolipídios são derivados do glicerol, que contêm fosfato na sua estrutura – aos carbonos
1 e 2 do glicerol estão ligados a ácidos graxos. Os glicerofosfolipídios diferem entre si pelo tipo de ácido
graxo ligado aos carbonos 1 e 2. Geralmente a posição 1 é ocupada por um ácido graxo saturado, e a
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Unidade II
posição 2, por um ácido graxo insaturado. Na molécula de glicerofosfolipídio, o grupo fosfato e seus
constituintes compõem a parte polar da molécula, e as cadeias carbônicas dos ácidos graxos, a parte apolar.
Ácido graxo
Glicerol
Ácido graxo
P Álcool
Os esfingolipídios não apresentam glicerol em sua estrutura, em vez disso, são compostos de uma molécula
de aminoálcool de cadeia longa, que, mais frequentemente, é a esfingosina. O grupo amino da esfingosina
liga-se a um ácido graxo por meio de uma ligação amídica, originando ceramida, precursora dos esfingolipídios.
Esfingosina
P Álcool Açúcar
A presença do grupo fosfato tanto nos glicerofosfolipídios como nas esfingomielinas coloca esses
dois compostos num mesmo grupo, chamado de fosfolipídios (figura a seguir).
Fosfolipídeos
Glicerofosfolipídeos Esfingomielinas
Ácido graxo
Esfingosina
Glicerol
Ácido graxo
Ácido graxo
P Álcool P Álcool
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BIOQUÍMICA
Os esteróis fazem parte da estrutura da membrana plasmática, sendo, portanto, um lipídio com
função estrutural. Os esteroides são compostos por quatro anéis fundidos: três anéis com seis carbonos
e um com cinco. O principal composto desse grupo é o colesterol, por ser componente da membrana
plasmática e precursor para a síntese de todos os esteróis, que incluem hormônios esteroídicos, sais
biliares e vitamina D.
CH3
HO
Colesterol
Como o colesterol não pode ser dissolvido ou solubilizado pelo sangue, proteínas chamadas
lipoproteínas o transportam pelo sangue até vários órgãos.
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Unidade II
Alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras e legumes, alimentos integrais, aveia, amaranto,
quinoa e chia; ricos em ômega-3 (linhaça e peixes como sardinha, atum e salmão); azeite de oliva
extravirgem e óleo de coco; e tubérculos, como inhame, mandioquinha e batata-doce apresentam
quantidade de colesterol baixa, além de protegerem o corpo contra os efeitos deletérios do colesterol.
Produtos vegetais – como a linhaça e o amendoim – também contêm compostos como o colesterol,
os fitoesteróis, sugeridos para diminuir os níveis de colesterol no sangue, pois, por conta de sua
semelhança com o colesterol, o corpo humano entende que já tem a quantidade correta da substância
e não a sintetiza.
Observação
O corpo utiliza o colesterol para produzir hormônios esteroides, que são agrupados em três classes:
Observação
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Unidade II
OH OH
CH3 CH3
CH3
HO O
Estradiol Testosterona
A vitamina D é chamada de hormônio, pois o corpo a produz, além de ter funções regulatórias,
ativando ou inibindo muitos outros hormônios. A vitamina D é produzida pelo organismo, porém em
pequenas quantidades e, portanto, é obtida pela alimentação.
A vitamina D pode ser obtida por meio da síntese endógena a partir do colesterol. A vitamina D3 é
produzida nos seres humanos quando as células da pele recebem radiação ultravioleta (UVB) do sol. Após
ser formada, é transportada para ser modificada pelo fígado e depois é convertida no rim em forma ativa,
dihidroxivitamina 1,25-D3. A vitamina D3 também é encontrada em óleos de fígado de peixe (como o
bacalhau e o atum), sardinhas, fígado de mamíferos, ovos e produtos lácteos, principalmente o leite.
A vitamina D2 tem origem vegetal e pode ser encontrada em cogumelos (shitake e shimeji, por
exemplo). Durante muito tempo, os pesquisadores acreditavam que as vitaminas D2 e D3 fossem
equivalentes e intercambiáveis, mas aparentemente a D2 possui uma bioeficácia menor do que a
vitamina D3, embora ambas ajudem a prevenir os efeitos de falta de vitamina D, como: problemas
cardíacos, osteoporose, mesmo câncer, gripe e resfriado, e doenças autoimunes, como esclerose múltipla
e diabetes tipo 1. Em mulheres grávidas, a deficiência de vitamina D aumenta o risco de aborto, favorece
a pré-eclâmpsia e pode elevar as chances de a criança ser autista.
Observação
92
BIOQUÍMICA
Os ácidos biliares são a principal forma de excreção do colesterol, além de apresentarem funções digestivas.
Aproximadamente 95% dos ácidos biliares agem nas porções iniciais do duodeno. Eles têm função de
detergência, ou seja, emulsificam ou envolvem os triglicerídeos da dieta, diminuindo sua tensão superficial para
que ocorra a quebra ou hidrólise pela lipase pancreática e sejam liberados ácidos graxos e glicerol. Os ácidos
biliares são produzidos exclusivamente no fígado a partir do colesterol e agregados à bile, podendo ser ligados
aos aminoácidos glicina e taurina, formando os sais biliares e, depois disso, armazenados na vesícula biliar.
Lembrete
Pouco solúvel em água, o colesterol deve ser transportado na corrente sanguínea com a ajuda de
proteínas, as chamadas apolipoproteínas, que são solúveis em água e levam tanto o colesterol como
os triglicerídeos para vários órgãos. As primeiras lipoproteínas a serem formadas após a absorção de
triglicerídeos se chamam quilomícrons (QM) e são formadas após os ácidos graxos passarem pelo
intestino e se ligarem à proteína chamada de apo B-48. Quando os QM chegam ao fígado, liberam a
proteína apo B-48 e se ligam à proteína apo B-100, se transformando em lipoproteínas de densidade
muito baixa (VLDL), liberadas no sangue. Após chegarem ao fígado novamente, são transformadas em
lipoproteínas de baixa densidade (LDL).
Quanto mais tempo o LDL fica no sangue, mais se oxida (LDLox), e mais se liga aos receptores das artérias,
que invaginam essas partículas. Por isso é chamado de mau colesterol, pois diminui o tamanho do interior das
artérias, dificultando a passagem do sangue. Os monócitos, que compõem um dos tipos de glóbulos brancos
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Unidade II
presentes no sangue, atraídos pelas partículas de gordura, invaginam-se e penetram na parede dos vasos.
Na tentativa de proteção ou remoção dessas substâncias, transformam-se em macrófagos e fagocitam o LDLox,
mas não conseguem digeri-lo, incrementando essa placa de lipídeo (chamada de ateroma), que diminui a luz do
vaso, aumentando a pressão arterial no início do processo de arteriosclerose, até bloquear a passagem de sangue.
Os triacilgliceróis são os lipídios mais abundantes na dieta. Além dos triacilgliceróis, estão presentes
na nossa alimentação o colesterol livre, os ésteres de colesterol e os fosfolipídios. Para serem absorvidos
através da parede intestinal, precisam ser convertidos em micelas microscópicas.
Os sais biliares, sintetizados no fígado a partir de colesterol e estocados na vesícula biliar, são liberados
no intestino delgado após uma refeição rica em lipídios. Eles são anfipáticos e convertem os lipídios da
dieta em micelas contendo sais biliares e triacilgliceróis. A ação dos sais biliares torna os lipídios mais
acessíveis à ação da lipase pancreática. Essas enzimas convertem os triacilgliceróis em monoacilgliceróis,
diacilgliceróis, ácidos graxos livres e glicerol. Os ésteres de colesterol e fosfolipídios são quebrados por
enzimas específicas, liberando colesterol, ácidos graxos, monoacilgliceróis e glicerol.
Os ácidos graxos e outros produtos da hidrólise são absorvidos pela mucosa intestinal e convertidos
novamente em triacilgliceróis, os quais se associam ao colesterol, proveniente da dieta, e às proteínas
presentes na corrente sanguínea, chamadas de apolipoproteínas, formando agregados lipoproteicos.
As diferentes lipoproteínas podem ser separadas por ultracentrifugação e são classificadas nos
grupos listados a seguir:
• QM: quilomícrons;
Quanto maior a quantidade de proteínas, maior sua densidade e sua solubilidade, facilitando o
transporte pela corrente sanguínea.
Pela tabela anterior, podemos observar que a fração mais rica em colesterol é a LDL.
Porções proteicas das lipoproteínas são reconhecidas por receptores que estão na superfície das
células. Os quilomícrons, que contêm a apoliproteína C- II (apoC-II), movem-se da mucosa intestinal para
o sistema linfático, de onde saem para a corrente sanguínea e são transportados para os músculos e
para o tecido adiposo. Nos capilares desses tecidos, a enzima lipase lipoproteica é ativada pela
apoliproteína C. A enzima lipase lipoproteica quebra os triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol.
Os ácidos graxos são captados pelos músculos e oxidados para a obtenção de energia ou são captados
pelas células do tecido adiposo e armazenados na forma de triacilglicerol.
A HDL retira o colesterol dos tecidos extra-hepáticos e o conduz novamente ao fígado, por isso ele
é conhecido como “bom colesterol”.
95
Unidade II
A mobilização dos estoques de triacilgliceróis dos adipócitos é feita pela ativação hormonal da
enzima lipase dos adipócitos. Essa enzima hidrolisa as ligações ésteres dos triacilgliceróis, formando
ácidos graxos livres e glicerol (figura a seguir).
O
H2C O C R H2C OH
O O
Os ácidos graxos obtidos pela hidrólise dos triacilgliceróis são liberados na corrente sanguínea e, por
serem insolúveis em água, principal molécula presente na corrente sanguínea, associam-se à albumina,
uma proteína que perfaz quase metade das proteínas presentes na corrente sanguínea. A associação
entre os ácidos graxos e a albumina se dá por ligações não covalentes. Nos tecidos que precisam de
energia e que podem utilizar ácidos graxos como sua fonte (como músculo esquelético e coração), os
ácidos graxos dissociam-se da albumina e difundem-se para o citosol da célula na qual serão oxidados.
O glicerol é liberado na corrente sanguínea e, no fígado e em outros tecidos que tenham a enzima glicerol
quinase, é convertido em glicerol 3-fosfato pela ação da enzima glicerol quinase. Posteriormente, é transformado
em diidroxiacetona fosfato, um intermediário da glicólise ou da gliconeogênese (figuras a seguir).
H2C OH H2C OH
Glicerol quinase
H2C OH H2C OH
H2C OH H2C O P
ATP ADP+H+
Glicerol Glicerol 3-fosfato
H2C OH H2C OH
Glicerol 3-fosfato
desidrogenase
H2C OH H2C O
96
BIOQUÍMICA
Observação
Os ácidos graxos são ativados e transportados para a matriz mitocondrial, local onde estão as enzimas
responsáveis pela degradação dos ácidos graxos. Essa reação de ativação é catalisada pela enzima
acil-CoA sintase, a qual está associada à membrana externa da mitocôndria:
Nessa reação, ocorre a formação de uma ligação tioéster entre o grupo carboxila do ácido graxo e o
grupo tiol (-SH) da coenzima A. Simultaneamente, o ATP é quebrado em AMP (adenosina monofosfato)
e pirofosfato inorgânico (PPi), o qual posteriormente é hidrolisado em 2 Pi, numa reação irreversível,
tornando a ativação do ácido graxo também irreversível.
Existem diferentes enzimas acil-CoA sintases, que agem em ácidos graxos de cadeia curta,
intermediária e longa.
As moléculas de acil-CoA formadas não atravessam a membrana da mitocôndria e, por isso, precisam
de um transportador que, no caso das moléculas de acil-CoA, é a carnitina. O grupo acil do ácido graxo
liga-se à carnitina formando acil-carnitina; essa reação é catalisada pela enzima carnitina aciltransferase I,
que está presente na face externa da membrana interna da mitocôndria. A molécula acil-carnitina atravessa
a membrana por difusão facilitada e, na matriz mitocondrial, o grupo acil liga-se à coenzima A, e a carnitina
é liberada. Essa reação é catalisada pela enzima carnitina aciltransferase II, que está ligada à face interna da
membrana mitocondrial interna. Dessa maneira, a molécula acil-CoA entra na matriz mitcondrial, e a carnitina
retorna para o espaço intermembrana, podendo ligar-se novamente a outro grupo acil (figura anterior).
O
Espaço
intermembranoso R C Carnitina + CoA
Carnitina
aciltransferase II
O O
Carnitina
aciltransferase I
O
R C CoA
+ Matriz
Carnitina mitocondrial
97
Unidade II
Uma vez na mitocôndria, a fim de degradar os ácidos graxos, eles sofrerão a ação das enzimas
presentes na matriz mitocondrial.
A degradação dos ácidos graxos ocorre em três estágios: o primeiro é a β-oxidação, que consiste
em remoções sucessivas de dois átomos de carbono na forma de acetil-CoA. A remoção dos átomos
de carbono ocorre pela extremidade carboxila do ácido graxo. Por exemplo, o ácido palmítico, que tem
16 carbonos, formará 8 moléculas de acetil-CoA (figura a seguir).
H3C
H2C
H2C
H2C
H2C
H2C
H2C
H2C
H2C
8 Acetil-CoA
H2C
H2C
H2C
H2C
H2C
H2C
C O-
Figura 94 – Remoção dos átomos de carbono do ácido palmítico e formação de oito moléculas de acetil-CoA
98
BIOQUÍMICA
H3C
H2C
H2C
β-oxidação
8 Acetil-CoA
H2C Primeiro
estágio
H2C Ciclo de
Krebs
H2C
H2C
Segundo
estágio
H2C
H2C
H2C
NADH
H2C FADH2
H2C
H2C Terceiro
estágio
Cadeia de transporte de elétrons
H2C e fosforilação oxidativa
H2C
C O-
ATP
O
Figura 95 – Os estágios da oxidação dos ácidos graxos
99
Unidade II
Lembrete
Quatro reações são necessárias para a oxidação de ácidos graxos saturados e com número par
de carbonos.
A primeira reação é uma desidrogenação que produz uma dupla ligação na conformação trans entre
os carbonos 2 e 3, também chamados carbonos α e β.
Lembrete
Esse primeiro passo é catalisado por três isozimas da acil-CoA desidrogenase. Uma das isozimas age
em ácidos graxos com 12 a 18 átomos de carbono, e as outras duas agem em ácidos graxos com 4 a 14
átomos de carbono. Essas enzimas têm FAD como coenzima e, portanto, nessa etapa, ocorre a formação
de FADH2 (figura anterior).
O OH O
2 1 Enoil-CoA-hidratase
R CH CH C CoA R CH CH2 C CoA
Acil-CoA-α-b-insaturado
H
H 20 b-hidroxiacil-CoA
No segundo passo, ocorre a adição de uma molécula de H2O à dupla ligação de conformação trans,
numa reação catalisada pela enoil-CoA hidratase (figura a seguir).
100
BIOQUÍMICA
O OH O
2 1 Enoil-CoA-hidratase
R CH CH C CoA R CH CH2 C CoA
acil-CoA-α-b-insaturado
H
H20 b-hidroxiacil-CoA
H
b-hidroxiacil-CoA NAD+ NADH + H+ b-cetoacil-CoA
O último passo é catalisado pela enzima acil-CoA acetiltransferase, também chamada de tiolase,
e resulta na formação de acetil-CoA e de uma molécula de acil-CoA com dois carbonos a menos
(figura a seguir).
O O O O
Tiolase
R CH CH2 C CoA R CH CoA + CH3 C CoA
acil-CoA com 2
Coenzima A Acetil-CoA
b-cetoacil-CoA carbonos a menos
A sequência de reações que ocorre na β-oxidação tem como objetivo quebrar a molécula de
ácido graxo, liberando moléculas de acetil-CoA, que serão posteriormente oxidadas pelo ciclo
de Krebs. Essas quatro reações da β-oxidação se repetem até que toda a molécula de ácido graxo
seja transformada em acetil-CoA. Quando o número de carbonos da molécula de ácido graxo for par,
a última volta na β-oxidação será iniciada com uma acil-CoA de quatro carbonos, a butiril-CoA, e,
nesse caso, são produzidas duas moléculas de acetil-CoA, uma molécula de NADH e uma molécula de
FADH2 (figura a seguir).
101
Unidade II
+
acil-CoA com 2 carbonos a menos (14) acetil-CoA
Segunda volta
+
acil-CoA com 2 carbonos a menos (12) acetil-CoA
Terceira volta
+
acil-CoA com 2 carbonos a menos (10) acetil-CoA
Quarta volta
+
acil-CoA com 2 carbonos a menos (8) acetil-CoA
Quinta volta
+
acil-CoA com 2 carbonos a menos (6) acetil-CoA
Sexta volta
+
acil-CoA com 2 carbonos a menos (4) acetil-CoA
Sétima volta
+
acetil-CoA acetil-CoA
A partir da figura anterior, podemos calcular a quantidade de moléculas de ATP formada pela
oxidação de um ácido graxo de 16 carbonos, o ácido palmítico. Para a oxidação total desse ácido graxo,
são necessárias sete voltas na β-oxidação. Como em cada volta da β-oxidação são formados uma
molécula de NADH e uma de FADH2, temos a formação de sete moléculas de NADH e sete moléculas
de FADH2. Além disso, também através da β-oxidação, são formadas oito moléculas de acetil-CoA, as
quais serão oxidadas pelo ciclo de Krebs. Nesse ciclo, para cada molécula de acetil-CoA, são formadas
três moléculas de NADH, uma de FADH2 e uma molécula de GTP, a qual, posteriormente, será convertida
em ATP. Todas as moléculas de NADH e FADH2 provenientes da β-oxidação e do ciclo de Krebs serão
oxidadas na cadeia de transporte de elétrons e formarão ATP por meio da fosforilação oxidativa.
102
BIOQUÍMICA
• Total:
— 7 + 24 = 31 NADH;
— 7 + 8 = 15 FADH2;
— 8 GTP.
Na cadeia de transporte de elétrons e na fosforilação oxidativa, são formadas três moléculas de ATP
para cada molécula de NADH e duas moléculas de ATP para cada molécula de FADH2, portanto, temos:
31x 3 + 15 x 2 + 8 = 131 moléculas de ATP.
Dessas 131 moléculas de ATP, deve-se subtrair a quantidade de moléculas de ATP gastas no processo
de ativação do ácido graxo. Nesse processo, uma molécula de ATP é quebrada em AMP e, portanto,
temos o consumo de duas ligações ricas em energia, o que equivale a um gasto de duas moléculas de
ATP. Portanto, 131 – 2 = 129 moléculas de ATP formadas.
Exemplo de aplicação
Faça o cálculo da quantidade de moléculas de ATP formadas caso o ácido graxo degradado tivesse
14 átomos de carbono.
6.3.2 Oxidação dos ácidos graxos saturados com número ímpar de átomos de carbono
Os ácidos graxos com número ímpar de átomos de carbono também são oxidados pela β-oxidação,
porém, nesse caso, na última volta da β-oxidação, a molécula de acil-CoA tem cinco átomos de carbono
e, nessa última volta, são formadas duas moléculas, uma de acetil-CoA e outra formada por três átomos
de carbono, chamada propionil-CoA (figura a seguir).
Última volta
+
Propionil-CoA Acetil-CoA
103
Unidade II
Acetil-CoA
Última volta
Oxaloacetato Citrato
+
Propionil-CoA Acetil-CoA Malato Isocitrato
α-cetoglutarato
Succinil-CoA
Fumarato
Succinil-CoA
Succinato
Observação
Grande parte dos triacilgliceróis apresenta insaturações nos ácidos graxos que os constituem.
Na maioria dos casos, as ligações estão na configuração cis e não podem ser substrato da enzima
enoil-CoA hidratase, a enzima que catalisa a adição de uma molécula de água em uma dupla ligação com
conformação trans. Para que os ácidos graxos insaturados possam passar pelo processo de β-oxidação,
são necessárias duas enzimas adicionais, uma isomerase e uma redutase.
Nos hepatócitos, as moléculas de acetil-CoA podem ser oxidadas pelo ciclo de Krebs ou formar os
corpos cetônicos por meio da condensação de moléculas de acetil-CoA.
A síntese dos corpos cetônicos ocorre na matriz mitocondrial, em que, na primeira reação, duas
moléculas de acetil-CoA originam acetoacetil-CoA por meio da ação da enzima tiolase (figura a seguir).
104
BIOQUÍMICA
O O O O
Tiolase
H3C C CoA + H3C C CoA H3C C CH2 C CoA
Acetil-CoA Acetil-CoA Acetoacetil-CoA
Coenzima A
O O OH O
b-hidroxibutirato
desidrogenase
H 3C C CH2 C 0- CH3 C CH2 C O-
Acetoacetato CH3
NADH + H+ NAD+
b-hidroxibutirato
105
Unidade II
A produção dos corpos cetônicos possibilita a contínua degradação dos ácidos graxos, mesmo que
estes não possam ser utilizados pelo ciclo de Krebs. Em condições normais, os destinos das moléculas
de acetil-CoA são a oxidação pelo ciclo de Krebs ou a síntese de lipídios, porém, quando a degradação de
ácidos graxos não é acompanhada pela de carboidratos, a síntese dos corpos cetônicos é elevada.
Na ausência da degradação de carboidratos, os níveis de piruvato são diminuídos e, consequentemente,
acontece o mesmo com os níveis de oxaloacetato, sendo assim, o acetil-CoA fica impedido de ser oxidado
pelo ciclo de Krebs, condensando-se e formando os corpos cetônicos (figura a seguir).
Glicose
Glicose 6-fosfato
Frutose 6-fosfato
Frutose 1,6-fosfato
Diidroxiacetona + Gliceraldeído
3-fosfato
Gliceraldeído
3-fosfato
2 (Gliceraldeído 3-fosfato)
2 (1,3-Difosfoglicerato)
2 (3-Fosfoglicerato)
2 (Fosfoenolpiruvato)
2 (Piruvato)
2 Oxaloacetato 2 Citrato
2 Malato 2 Isocitrato
Ciclo de
Krebs
2 α-cetoglutarato
2 Fumarato
2 Succinil-CoA
2 Succinato
106
BIOQUÍMICA
Essa situação acontece quando ocorre a redução do metabolismo da glicose, por exemplo, no jejum
ou no diabetes.
Quando a produção dos corpos cetônicos é maior que a necessidade de energia dos tecidos extra-hepáticos,
estabelece-se a condição de cetose, caracterizada por uma concentração elevada de corpos cetônicos no
plasma (cetonemia) e na urina (cetonúria). Além disso, nessa situação, o indivíduo fica com o hálito com odor
de acetona, e o pH sanguíneo sofre uma diminuição, já que acetoacetato e β-hidroxibutirato são compostos
ácidos, resultando em acidose.
A síntese de ácidos graxos ocorre quando a carga energética é alta, ou seja, quando a relação ATP/ADP
é alta. Ela ocorre no citosol das células adiposas e é a molécula precursora da síntese é acetil-CoA,
proveniente do piruvato.
Mitocôndria Citossol
Piruvato
Acetil-CoA
107
Unidade II
No citosol, a molécula de acetil-CoA pode ser utilizada como substrato para a síntese de ácidos
graxos, que é realizada pela adição de dois átomos de carbono, sendo que os dois primeiros átomos de
carbono são provenientes da molécula de acetil-CoA, e os outros da molécula de malonil-CoA, formada
por carboxilação da molécula de acetil-CoA.
Saiba mais
O texto a seguir descreve a classe das estatinas, que são fármacos que
inibem a enzima HMG-CoA redutase.
Os destinos do colesterol são: excreção fecal, sob a forma de coprostanol e colestanol; conversão
em sais e ácidos biliares, os quais participam do processo de emulsificação de gorduras; conversão em
vitamina D e conversão em hormônios esteroides.
Resumo
108
BIOQUÍMICA
Exercícios
Questão 1. (UCPel 2006) Os lipídeos são moléculas apolares que não se dissolvem em solventes
polares como a água. Com relação aos lipídeos, podemos afirmar que:
A) I, IV e V.
B) I e III.
C) II e IV.
D) II e V.
E) I e II.
110
BIOQUÍMICA
I – Afirmativa correta.
Justificativa: tais moléculas armazenam grande quantidade de energia e não são facilmente
eliminadas (hidrofóbicas).
II – Afirmativa correta.
Justificativa: os aminoácidos são as unidades formadoras das proteínas e, para a síntese proteica,
não há participação de lipídios.
IV – Afirmativa incorreta.
V – Afirmativa incorreta.
Questão 2. (UCS 2012) Acredita-se que 75% das mortes no mundo são causadas por doenças
crônicas, como diabetes, câncer e complicações cardíacas (diet, nutrition and the prevention of cronic
diseases). A comida, sobretudo a industrializada, tem sido apontada como a principal causa dessas
enfermidades. A molécula de colesterol, considerada prejudicial em grandes quantidades, e as moléculas
constituintes dos lipídios considerados “bons” para a saúde são, respectivamente:
111
Unidade II
Análise da questão
O colesterol considerado ruim é o LDL (colesterol de baixa densidade), uma vez que pode acumular
na parede dos vasos sanguíneos e formar as placas de ateroma, que dificultam o fluxo sanguíneo.
Já os ácidos graxos mono e poli-insaturados são considerados bons para a saúde. O ácido oleico,
presente no azeite de oliva é um exemplo de monoinsaturado, enquanto o ácido linoleico (também
chamado de ômega-6) presente no óleo de soja, milho e girassol é um exemplo de ácido graxo
poli-insaturado.
112