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Unidade II
5 A COMUNICAÇÃO E O TRANSPORTE CELULAR
A membrana plasmática é a estrutura que delimita o meio interno e o externo de uma célula, é a
interface entre a célula e o meio em que se encontra. Resumidamente, podemos relacionar as principais
funções a seguir:
• Constitui uma barreira permeável seletiva que controla a passagem de íons e pequenas moléculas.
• Forma o suporte físico para a atividade ordenada das enzimas nela contidas.
Observação
A estrutura dessa membrana é responsável pela sua capacidade de permeabilidade seletiva, afirmação
que ainda é válida para muitas organelas citoplasmáticas de membrana.
O citoplasma possui uma matriz citoplasmática também denominada citossol. É formado por
substância coloidal, a qual é aquosa e contém moléculas químicas simples e complexas, além das
organelas citoplasmáticas, do citoesqueleto, de inclusões e pigmentos. No citoplasma, ocorre uma
série de reações químicas vitais para o funcionamento celular. Também no citoplasma está o núcleo,
que é o coordenador das atividades celulares. Portanto, a membrana plasmática envolve, protege, faz
comunicações e realiza uma série de atividades, mantendo a integridade celular.
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
Por ser a estrutura que separa o meio extracelular do intracelular, a membrana plasmática facilita e regula
o transporte de substâncias para dentro e para fora da célula, através dos seus constituintes químicos.
A estabilidade dessa estrutura membranosa, como também das demais membranas que formam
as organelas citoplasmáticas portadoras de membrana, como o retículo endoplasmático, é devida aos
seus constituintes fosfolipídicos. Assim, as proteínas e os carboidratos presentes nessa membrana,
desempenham funções como:
• realizar a comunicação com células adjacentes e com o meio extracelular através das
proteínas integrinas.
Há proteínas que atravessam toda a espessura da membrana, comunicando moléculas extracelulares com
moléculas intracelulares – são as proteínas transmembranas. A estrutura de bicamada de fosfolipídios (são
moléculas anfipáticas) possui a cabeça polar hidrofílica, a qual possui afinidade por água e repele lipídios, e a
sua porção alongada, que é hidrofóbica, de hidrocarbonetos repele água e possui afinidade por lipídios.
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Unidade II
O modelo de mosaico fluido corresponde à disposição das proteínas na bicamada lipídica. Essas
proteínas são dinâmicas, porém muitas delas estão presas a outras moléculas do citoesqueleto celular,
que também é formado por proteínas. Quando há uma comparação entre a membrana plasmática e
a membrana das organelas de membrana, como as que formam o Golgi, entre outras, nestas, há uma
quantidade maior de enzimas (proteínas simples). Na superfície externa da membrana plasmática, há
hidratos de carbono (HC) ligados a lipídios e a proteínas, que constituem o glicocálice. Essa estrutura é,
na realidade, uma extensão da membrana, e na sua constituição há porções de açúcar das moléculas de
glicolipídeos, glicoproteínas e proteoglicanas.
Veja a seguir um esquema do experimento que demonstra a hipótese do mosaico fluído no qual se
incubaram células de camundongo com anticorpos marcados com rodamina (fluorescência vermelha), os
quais reagem com proteínas de membrana de células de camundongo, e incubaram‑se células humanas com
anticorpos marcados com diacetato de fluorceína (fluorescência verde), os quais reagem com proteínas de
membrana de células humanas. Promoveu‑se a fusão das células de camundongo com as células humanas,
ambas já ligadas aos anticorpos. Após a fusão, em quarenta minutos, observou‑se que as proteínas do
camundongo e as humanas estavam dispersas e misturadas ao longo da membrana plasmática.
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
As células se comunicam entre si por sinais químicos (moléculas sinalizadoras) e por sinalização
elétrica através da despolarização de membrana associada à alteração de permeabilidade, conferindo
uma estabilidade funcional e coordenada entre os diversos tecidos, órgãos e sistemas. Toda a variedade
de atividades metabólicas ocorrem de modo integrado, nenhuma é isolada e independente da outra.
Entre os diversos tipos condução de moléculas de sinalização química, os mecanismos mais conhecidos
são os sistemas endócrino e a regulação parácrina. Mas é importante lembrar que existem mecanismos
difusos internos e externos ao organismo que atuam conjuntamente e com igual importância na
manutenção da homeostase:
Saiba mais
Na sinalização endócrina, as moléculas são os hormônios, que são transportados pelo sangue e
podem agir bem distantes dos locais onde foram produzidos. Já na sinalização parácrina, as moléculas
produzidas agem bem próximas ao local de origem e são prontamente inativadas.
Cabe registrar que estas duas formas de sinalizações dependem de moléculas sinalizadoras e
também dos receptores dessas moléculas, os quais se encontram tanto na membrana plasmática como
nas organelas citoplasmáticas. A molécula sinalizadora liga‑se à proteína receptora, ativando uma
rota de sinalização intracelular mediada por uma sequência de proteínas sinalizadoras; uma ou várias
dessas proteínas interagem com uma proteína‑alvo, alterando‑a e levando, assim, a uma mudança no
comportamento da célula.
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Unidade II
A captação de sinais é feita pela proteína G, que é uma proteína associada a receptores e que atua
por modificação conformacional do receptor, que, por sua vez, ativa no complexo G –GDP a liberação
da subunidade alfa, que atua sobre os complexos efetores. Outro exemplo é a fosfolipase C, que cliva
um inositol‑fosfolipídeo do folheto citosólico da membrana plasmática, gerando dois fragmentos: o
diacilglicerol, que permanece na membrana e auxilia na ativação da proteína quinase C, e o IP‑3 (inositol
trifosfato), que é liberado no citosol e estimula a liberação do cálcio do reticulo endoplasmático. Portanto,
o processo é altamente seletivo.
• Parácrina: as moléculas sinalizadoras são secretadas e podem ser levadas para longe, agindo em
alvos distantes ou como mediadores locais.
• Sináptica: sinal químico chamado neurotransmissor. Esses sinais são secretados em junções
celulares especializadas.
• Endócrina: essas células secretam suas moléculas sinalizadoras chamadas hormônios na corrente
sanguínea, que se encarrega de transportá‑las para células‑alvo distribuídas por todo o corpo.
• Autócrina: célula que secreta moléculas sinalizadoras que se ligam aos seus receptores na própria
célula. Por exemplo, quando uma célula decide seguir uma determinada rota de diferenciação, ela
começa a secretar sinais autócrinos, o que reforça a sua decisão.
• Elétrica: aqui, são gerados impulsos nervosos com alteração no potencial elétrico da membrana
plasmática, pela entrada de íons sódio e saída de íons potássio. Esse processo é muito rápido
quando comparado com processos de sinalizações químicas realizadas pelos hormônios, os quais
são lentos.
Todos os processos no interior das células envolvem moléculas hidrossolúveis; logo, a membrana deve
impedir que a água e outras moléculas fluam descontroladamente para dentro ou para fora das células.
Assim, a membrana mantém a integridade das células, função diretamente ligada a sua composição
de fosfolipídeos. Esses fosfolipídios são denominados fosfatidilcolina, esfingomielina, fosfotidilinositol,
fosfatidilserina e fosfatidoletanolamina. Todos são neutros, exceto a fosfatidilserina, que tem carga
negativa, e quase sempre estão voltados para a face citosólica (interna). A assimetria dos fosfolipídeos
das suas membranas plasmáticas é útil para distinguir células vivas de mortas. Quando as células animais
sofrem uma morte celular programada, ou apoptose, a fosfatidilserina, que normalmente fica confinada no
folheto citosólico na bicamada lipídica da membrana plasmática, é translocada para o folheto extracelular.
A fosfatidilserina serve como um sinal para induzir células adjacentes a fagocitar e digerir a célula morta.
Pela membrana, há transportes, isto é, ocorrem passagens entre os meios intra e extracelular. Esses
transportes são classificados em passivo (quando há difusão de uma substância sem gasto de energia),
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
ativo (quando há gasto energético) e em massa (endocitose, que pode ser de material sólido, a fagocitose,
e de material líquido, a pinocitose).
A endocitose (transporte de massa) é um processo em que as células transferem para o seu interior
moléculas grandes e partículas (micro‑organismos) por meio da fagocitose e até da pinocitose,
constituindo atividades endocíticas. A transferência de material do meio intra para o extracelular
denomina‑se atividade exocítica – exocitose. Há mais atividades de fagocitose do que de pinocitose.
A seguir, serão descritos detalhadamente os diferentes tipos de transportes realizados pela membrana:
• O transporte ativo requer consumo de energia que vem da quebra da molécula de ATP (adenosina
trifosfato ou trifosfato de adenosina), formando ADP (adenosina difosfato + fósforo). Ocorre
contra o gradiente de concentração; aqui, o transporte do soluto é do meio menos concentrado
para o meio mais concentrado.
A bomba de sódio (Na+) e potássio (K+) ocorre por transporte ativo. Na maioria das células, a
concentração de sódio (Na+) no meio extracelular é maior que no meio intracelular e a concentração
de potássio (K+) no meio intracelular é maior que no meio extracelular. No mecanismo da bomba de
(Na+) e (K+), o transporte iônico ocorre através do canal iônico presente na proteína transmembrana e
se dá contra o gradiente de concentração; o sódio (Na+) sai da célula e o potássio (K+) entra na célula.
O processo de fagocitose ocorre quando uma célula realiza o englobamento de partículas grandes
ou elementos estranhos para a célula vindo do meio extracelular (material sólido). O reconhecimento
do que vai ser fagocitado é feito através dos receptores de membrana presentes na célula fagocitária
(células: macrófagos, certos tipos de leucócitos e osteoclastos).
A saída do material pela membrana (exocitose) pode ocorrer por secreção (quando o material foi
elaborado pela célula) e por clasmocitose (resíduos de processos de endocitoses). Assim, à medida que a
atuação dos lisossomos vai ocorrendo no interior da bolsa formada, o material interiorizado vai sendo
quebrado em partículas menores para ser utilizado no citoplasma ou, então, para formar o corpo residual
e ser eliminado da célula por clasmocitose.
Figura 40 – Esquema que demonstra a pinocitose mediada por receptores e a identificação de endossomos (pequenas vesículas) a
partir de proteínas de cobertura associadas à membrana
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Unidade II
Edemas são alterações dos tecidos por acúmulo de água, e a osmose pode ser um fator determinante
na formação de edemas. Por exemplo, em subnutridos é comum a observação de regiões edemaciadas
no corpo, o que ocorre devido às diferentes concentrações entre o sangue e os tecidos (conjuntos
celulares). O sangue de um subnutrido é “ralo”, com baixas concentrações de nutrientes, enquanto os
tecidos apresentam maior concentração, pois suas células contêm proteínas, lipídios etc. Portanto, a
água sai do plasma sanguíneo por osmose e se acumula nos tecidos, formando o edema.
Hidratantes isotônicos apresentam a mesma concentração dos fluídos corporais humanos (próximo a
0,9%). A velocidade de absorção de água não aumentará, uma vez que as concentrações são as mesmas
– se fosse maior (hipertônica), promoveria a desidratação; se menor (hipotônica), seria rapidamente
absorvida. A “vantagem” anunciada dos isotônicos é a reposição dos sais minerais (eletrólitos) ao
organismo, porém, para que ocorra a reposição, o organismo deve estar sofrendo falhas nutricionais
ou tratar‑se de um atleta de alto desempenho que perde excessivamente seus eletrólitos em atividades
físicas. Portanto, ocorre um sério risco na ingestão desnecessária desse produto: a pressão arterial pode
se elevar em decorrência da maior concentração sanguínea, que passou a ter maior pressão osmótica
(capacidade de reter líquidos), e ainda pode ocorrer a formação de cálculos renais, devido à sobrecarga
de sais que o rim passa a ter para eliminar o excedente.
Em 2003, médicos americanos (MacKinnon e Agre) ganharam o Prêmio Nobel de Química, pois
descobriram os canais existentes na membrana plasmática que controlam o fluxo de água e de íons
cálcio. Afirmam os pesquisadores que há, na membrana, canais específicos para entrada e saída de água
e de íons: cálcio, potássio, sódio, cloro, entre outros. Esses canais são específicos, só reconhecem estes
tipos de íons.
Proteínas canais são proteínas integrais que formam poros hidrofílicos, também chamados de canais
iônicos. Para a criação dos poros, as proteínas apresentam‑se pregueadas, de maneira que os aminoácidos
hidrófobos aparecem internamente, enquanto os hidrófilos compõem o revestimento interno do canal.
A maioria das porinas é seletiva, permitindo a passagem de íons de acordo com o tamanho e a carga
elétrica. Assim, para exemplificar, canais estreitos bloqueiam íons grandes, enquanto os canais com
revestimento interno negativo atraem e permitem a passagem de íons positivos. A aquaporina é uma
proteína que forma o canal que permite a passagem da água.
Os deslocamentos de organelas e outras partículas são devido às proteínas motoras divididas em dois
grupos: as dineínas e quinesinas, que causam deslocamentos em associação com os microtúbulos, e as
miosinas, que podem formar filamentos e atuam em associação com filamentos de actina. A semelhança
estrutural entre a miosina e a quinesina sugere uma origem evolucionária comum.
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Unidade II
Os neurônios migram no embrião para localidades especiais utilizando mobilidade baseada na actina.
Uma vez no local, emitem uma série de processos longos e especializados em receber sinais elétricos
(dentritos) ou transmitir esses sinais para células‑alvo (axônios). Ambos os processos (neuritos) são
preenchidos por microtúbulos, que são essenciais para sua estrutura e função.
Veja agora algumas fotomicrografias de fluorescência dos três tipos de filamentos do citoesqueleto
em uma mesma célula (fiboblasto) que demonstram as distribuições e localizações características. Os
três sistemas de fibras contribuem para a forma e os movimentos celulares.
Figura 42 – Fotomicrografias de fluorescência dos três tipos de filamentos do citoesqueleto em uma mesma célula (fibroblasto)
6.1 Microtúbulos
Estão presentes no citoplasma, com 25 nm de diâmetro e peso de 110 kD, tubulina α e tubulina β (5
nm cada), presentes no citosol, que se juntam para formar dímeros (a molécula GTP da α‑tubulina está tão
fortemente ligada, que pode ser considerada uma parte integral da proteína; já a β‑tubulina não está tão
firmemente ligada). Em corte transversal, sua parede é constituída por 13 pares de dímeros. Estão em constante
reorganização, havendo polarização dos dímeros em uma extremidade (extremidade +) e despolarização na
outra (extremidade –). A polarização é mediada por Ca2+ (polarização rápida) e pelas proteínas associadas aos
microtúbulos (Maps – microtubule‑associated proteins) para polarização mais durável.
Podem ser permanentes nos cílios e flagelos, com a região central bem organizada.
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
Um cílio possui parte central constituída de dois microtúbulos (axionema) circundados por nove
duplas de microtúbulos. Nas duplas, o microtúbulo A é complexo e possui 13 subunidades + dois braços de
dineína. O microtúbulo B possui dois ou três subunidades comuns com microtúbulo A. Quando ativados
na presença de ATP, os braços de dineína ligam‑se ao microtúbulo adjacente, encurvando os microtúbulos.
Há um par de centríolos com ângulo reto entre si, com 150 nm de diâmetro por 200 a 500 nm
de comprimento, próximos ao aparelho de Golgi, chamados de centrossomo ou centro celular. São
constituídos de nove trincas de microtúbulos unidos por pontes proteicas. O microtúbulo A é complexo,
com 13 subunidades; já os microtúbulos B e C têm subunidades de tubulina em comum.
Os centríolos são enigmáticos. Na maioria das células animais, residem nos centrossomos, um
complexo macromolecular que organiza o sistema de microtúbulos. Os centríolos mãe e filho possuem
um comportamento diferente. Algumas horas após a divisão celular, os centríolos vagam pelo corpo
celular separado da mãe por muitos micrômetros. A motilidade gradualmente diminui até parar,
coincidindo com o início da duplicação de DNA no núcleo.
A concentração de αβ‑tubulina livre é pequena. Por esse motivo, para haver formação de
microtúbulos, é necessária uma concentração elevada de αβ‑tubulina livre. Já o alongamento de
microtúbulos pré‑existentes é rápido.
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Unidade II
As tubulinas liberadas ficam como estoque no citoplasma (num fibroblasto, cerca de metade das
tubulinas se encontram dessa forma), disponíveis para o crescimento de microtúbulos. As moléculas
de tubulina no reservatório trocam seu GDP por GTP, tornando‑se novamente competentes para serem
adicionadas a outro microtúbulo que esteja na fase de crescimento.
Numa célula normal, como consequência da instabilidade dinâmica, o centrossomo (ou centro
organizador) está continuamente emitindo novos microtúbulos num padrão exploratório em diferentes
direções e os retraindo. Entretanto, o microtúbulo poderá se estabilizar pela adição de outra molécula
ou estrutura celular que impeça a despolimerização da tubulina. O centrossomo pode ser comparável
a um pescador que lança sua linha em diversas direções e, quando não é fisgada, é recolhida depressa,
mas se é fisgada, a linha permanece no local, segurando o peixe para o pescador.
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
• Morfologia celular: a célula é especializada com uma determinada estrutura fixa, de modo
que a instabilidade dos microtúbulos é suprimida por proteínas que se ligam no término dos
microtúbulos e os estabilizam para a manutenção da forma celular.
• Polarização celular: por exemplo, célula nervosa, com o axônio de um lado e os dendritos de
outro (os microtúbulos do axônio apontam para a mesma direção com a terminação + apontada
para o terminal axônico. Células secretoras geralmente mantêm o Golgi em direção ao local de
secreção. A polarização é decorrente dos microtúbulos, mantendo organelas em determinados
locais e direcionando o tráfego de movimento entre uma parte da célula e outra.
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Unidade II
As proteínas motoras se ligam aos filamentos de actina ou aos microtúbulos, utilizam energia
derivada da hidrólise do ATP e trafegam sobre o filamento em uma direção. Podem também aderir a
outros componentes celulares e transportar suas cargas ao longo dos filamentos.
São duas grandes famílias: as dineínas, que geralmente se movem em direção ao terminal + dos
microtúbulos (para longe do centrossomo), e as quinesinas, que se movem em direção ao terminal –
(em direção ao centrossomo). As duas possuem duas cadeias pesadas e várias cadeias leves. Cada cadeia
pesada forma uma cabeça globular, que interage com o microtúbulo de maneira estéreo específica. Elas
são ATP dependente e “caminham” pelo microtúbulo.
Os cílios são prolongamentos longos com motilidade presentes nas superfícies de algumas células
epiteliais. Com 5 a 10 µm de comprimento por 0,25 µm de diâmetro, são envolvidos por membrana plasmática
e contêm dois microtúbulos centrais cercados por nove pares de microtúbulos periféricos unidos entre si.
Estão inseridos nos corpúsculos basais, que são estruturas eletrondensas presentes no ápice das células, sob
a membrana (análoga aos centríolos). Exibem rápido vaivém, movimento que em geral é coordenado e gera
uma corrente de fluído ou de partículas numa determinada direção. Além disso, utilizam ATP.
Uma célula da traqueia pode ter 250 cílios (mais de um bilhão por cm2). Eles são constituídos por
um feixe de microtúbulos paralelos envoltos por membrana. Nos mamíferos, são presentes na árvore
respiratória (deslocam o muco e partículas a ele aderidas) e oviduto (deslocam o oócito). Nos protozoários,
podem ser utilizados para locomoção e alimentação.
Os microtúbulos são um pouco diferentes dos encontrados nas células. Cada um dos pares de
microtúbulos (nove) são constituídos por um microtúbulo A (inteiro) com um microtúbulo B (um
pouco maior, que se encaixa como uma orelha no A). Encontramos ainda raios radiais, uma bainha
interna que envolve o par de microtúbulos centrais (ambos inteiros e separados entre si). Entre os nove
pares encontramos uma ligação de nexina. Cada um dos microtúbulos possui um braço interno e um
externo de dineína ciliar, como se aproximando o microtúbulo adjacente. Essas dineínas fazem contatos
periódicos com o microtúbulo adjacente e se movem ao longo dele na presença de ATP, produzindo a
força para o batimento ciliar. Outros tipos de proteínas atuam para ancorar e ligar aos microtúbulos
juntos e converter o movimento de deslocamento produzido pelas ligações de dineínas.
Os flagelos são mais longos e, em geral, se apresentam individualmente. Nos vertebrados, encontra‑se
apenas no espermatozoide, sendo um por células. É diferente do flagelo bacteriano, embora ambos
sejam feixes de nove pares de microtúbulos em círculo (fundidos) com um par central (separados).
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
A proteína dineína tem atividade ATPásica. Ela forma um par de braços ligados aos microtúbulos dos
pares periféricos. É a interação entre a dineína e os túbulos vizinhos, que acarreta num deslizamento
entre pares vizinhos e promove a torção de toda estrutura, gerando o movimento ciliar ou flagelar.
Nos axônios os microtúbulos estão orientados na mesma direção, com o terminal – apontando
para o corpo celular. Não há um microtúbulo cobrindo todo o axônio, há uma série de sobreposições
de microtúbulos paralelos de poucos µm que fazem o transporte pelo axônio mais rápido. Nos
dendritos, a polaridade dos microtúbulos é mista. Há muitas proteínas transportadoras de vesículas
específicas, e elas são necessárias nos terminais axônicos, onde as sinapses são construídas e
mantidas (são produzidas exclusivamente no corpo celular). Muitas mitocôndrias, grande número
de proteínas específicas de transporte de vesículas e precursores de vesículas sinápticas realizam
sua longa jornada (em neurônios longos) na direção anterógrada. São conduzidas por proteínas
da família das proteínas motoras kinesinas (movem‑se um metro/dia), muito mais rápido que
por difusão (levaria oito anos para uma mitocôndria percorrer a mesma distância). O transporte
retrógrado pelo axônio acontece pela dineína.
A estrutura dos axônios depende dos microtúbulos e também dos filamentos de actina e
filamentos intermediários. Os filamentos de actina se orientam no córtex do axônio, logo abaixo
da membrana plasmática, e as proteínas baseadas na actina, como a miosina V, são também
abundantes. Filamentos intermediários especializados das células nervosas fornecem o suporte
estrutural mais importante para o axônio.
Dendritos são em geral muito mais curtos que os axônios, e sua função é mais receber sinais que
enviá‑los. Os microtúbulos nos dendritos são paralelos uns aos outros, mas suas polaridades são mistas.
Todavia, os dendritos são resultantes da atividade do cone de crescimento. Expandindo-se sozinhos
por seus próprios caminhos, os cones de crescimento nas extremidades de ambos, dendritos e axônios,
criam uma morfologia intricada e altamente individual de cada célula neuronal madura. Dessa forma, o
citoesqueleto fornece o mecanismo para construção de todo sistema nervoso, assim como o suporte e
estabilização do fortalecimento das suas partes.
A imagem a seguir mostra uma eletromicrografia da porção apical de uma célula epitelial ciliada.
Os cílios aparecem seccionados longitudinalmente e, no detalhe, seccionados transversalmente. As
pontas de setas indicam microtúbulos dispostos longitudinalmente. A ultraestrutura ciliar de nove
pares de microtúbulos em disposição circular em torno de um par central é facilmente evidenciada
no detalhe à esquerda.
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Unidade II
É muito abundante no músculo e constitui 5‑30% das proteínas totais do citoplasma. Forma o
córtex medular, camada imediatamente abaixo da membrana plasmática, que reforça a membrana
e participa dos movimentos da célula (por exemplo, fagocitose). São moléculas muito conservadas
filogeneticamente.
A actina nos eucariontes se concentra, em geral, em uma camada logo abaixo da membrana
plasmática, chamada de córtex celular. Os filamentos de actina estão ligados por proteínas de ligação
da actina, formando uma rede que suporta a superfície celular externa e fornece resistência mecânica.
Nos eritrócitos, são responsáveis pela forma discoide da célula. De maneira geral, o córtex celular é mais
espesso e complexo, sendo capaz de uma série de movimentos e formas.
Muitas células rastejam na superfície em vez de nadarem por cílios ou flagelos à procura de alimento,
como as amebas carnívoras e células do sangue, que percebem moléculas difusíveis relacionadas com
bactérias, migram, fagocitam e destroem (por exemplo, neutrófilos e macrófagos).
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
A direção da migração celular pode também ser influenciada por sinais químicos aderidos à matriz
extracelular ou na superfície das células. Receptores a esses sinais podem causar adesão celular em
adição à polimerização de actina direcionada. A maioria das migrações de células animais em longas
distâncias, incluindo o crescimento da crista neural e crescimentos neuronais através de cones, depende
da combinação de sinais difusíveis e não difusíveis.
São instáveis como os microtúbulos, mas podem formar estruturas estáveis, como no músculo ou
nos microvilos do epitélio intestinal. Além disso, são associados com um grande número de proteínas
que se ligam à actina.
Figura 45 – Dinâmica da conversão da actina G em actina F; as regiões que promovem polimerização (+)
e despolimerização (‑) permitem o movimento do filamento
Podem se contrair (músculos das células), emitir prolongamentos, como nos fibroblastos, ou formar
o anel que se contrai durante a divisão celular.
São flexíveis, sendo formados por uma estrutura quaternária fibrosa composta de actina F (7 nm de
diâmetro), constituída de duas cadeias em espiral de filamentos compostos de actina G, lembrando um
colar de pérolas. Estão arranjados em forma de hélice, que completa um giro a cada 37 nm. Possuem
ainda polaridade com um terminal + e um –. É bastante flexível e em geral menor que os microtúbulos,
e a quantidade (comprimento total) de filamentos de actina na célula é cerca de 30 Xs de microtúbulos.
Raramente estão isolados nas células: é comum vários filamentos de actina se agregarem para formar
feixes mais espessos.
Os filamentos de actina podem crescer pela adição de actina G nas terminações, sendo mais rápida
na terminação + que na –.
Um filamento de actina puro, como um microtúbulo, é muito instável e pode se desmontar por ambos
os lados. Cada actina G possui um ATP fortemente ligado, que é hidrolizado à ADP após ser incorporado à
actina F. A hidrólise reduz a força da ligação (como nos microtúbulos) e reduz a estabilidade do polímero.
A hidrólise de nucleotídeos promove a despolimerização, ajudando a desmantelar os filamentos de
actina após serem formados.
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Unidade II
Os filamentos de actina, após formados, duram alguns minutos. O equilíbrio entre os filamentos
de actina e a reserva de actina G são essenciais para a sua função. Cerca de 5% da proteína total de
uma célula animal é actina; cerca de metade está na forma de filamentos (actina F), e o restante, no
citosol (actina G). A célula possui pequenas proteínas, como timosina (que mantém a actina G como
reserva até ser necessária) e profilina. Elas se ligam à actina G no citosol, impedindo que eles se unam às
terminações da actina F, e assim regulam a polimerização da actina. Há muitas outras proteínas que se
une à actina na célula. A maioria se liga à actina F e controla o comportamento do filamento.
Lembrete
Actina e miosina compõem 55% das proteínas do músculo estriado. A associação dos miofilamentos
de actina e miosina forma uma família e hidrolisa ATP, que fornece energia para o movimento ao longo
do filamento de actina em direção à teminação –. Há muitas subfamílias, sendo as miosinas I e II as mais
abundantes. A miosina I é encontrada em todas as células e é a mais simples, pois possui apenas uma
cabeça e uma cauda. A cabeça interage com o filamento de actina, que possui a atividade de hidrolisar
o ATP, e assim a miosina se move sobre o filamento de actina em direção à terminação +, transportando
a vesícula a ela ligada sobre o filamento de actina em ciclos repetitivos. A cauda pode também se ligar
à membrana plasmática e modificar a forma desta.
• Actina F (fibrosa), hélice dupla de actina G polimerizada com sítio de ligação para miosina.
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
— TnC, com afinidade por Ca++ no fim da molécula, que muda sua forma após a ligação Ca2+ e
causa o deslocamento da molécula de tropomiosina, expondo o sítio de ligação da actina com
a miosina; e
• Titin, uma molécula elástica que muda sua forma à medida que o sarcômero contrai ou relaxa,
ligando o disco z à miosina.
• Nebulina, que determina o tamanho de cada filamento. É uma proteína com 35 aa repetitivos
compondo a actina. A nebulina move‑se do disco Z para a terminação – de cada filamento de
actina, atuando como uma “régua molecular” para dizer o tamanho do filamento.
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Unidade II
Figura 46 – Desenho esquemático demonstrando a organização de uma fibra muscular e sua unidade funcional, o sarcômero
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
O desenho a seguir ilustra o Modelo de Huxley (Prêmio Nobel em 1963). A contração muscular
obedece à Teoria dos Filamentos Deslizantes. Segundo esse modelo, quando ocorre a contração, os
miofilamentos de actina e miosina não se encurtam nem se esticam; eles deslizam uns sobre os outros
de maneira que os filamentos de actina se aproximam, diminuindo a faixa H. Observando a figura
que segue, notamos que a banda A não altera suas dimensões durante a contração e o relaxamento,
enquanto a banda I diminui de comprimento na contração e aumenta no relaxamento:
Como os únicos contatos observáveis entre os miofilamentos são as pontes laterais, que partem
dos miofilamentos de miosina, admite‑se que tais pontes sejam as responsáveis pelo deslizamento,
deslocando‑se os filamentos de actina em relação aos de miosina. Se a proteína miosina de um
músculo for relativamente dissolvida, a faixa A desaparece. Assim, demonstra‑se que os filamentos
grossos sejam constituídos de miosina e que os filamentos finos, na sua maior parte, sejam constituídos
da proteína actina.
Como já observado, moléculas de proteína actina são globulares (actina G), polimerizam-se e
criam fios enrolados, dois a dois, em forma de hélice (actina F). No sarcômero, associam‑se a esta mais
duas proteínas, denominadas troponina e tropomiosina. A miosina cria bastonetes longos com uma
extremidade dilatada, lembrando um taco de golfe. Há a formação de uma ponte entre a miosina e
a actina, ocasionando a contração muscular. Na contração muscular, as “cabeças” da miosina de um
filamento grosso encaixam‑se aos receptores da actina (filamento fino), dobrando‑se e ocasionando o
deslizamento desses filamentos de actina, o que lembra o movimento de uma “engrenagem de dentes”
e encurta o sarcômero.
87
Unidade II
Figura 49 – Esquema demonstrando o mecanismo de ligação entre a actina e a miosina e a contração do sarcômero
A contração se inicia quando o músculo esquelético recebe o sinal do sistema nervoso. O sistema
desencadeia um potencial de ação na membrana sarcoplasmática, em ms viajam até os túbulos T
(transversos), que estendem o sinal pelas membranas plasmáticas ao redor de cada miofibrila. O sinal
elétrico é então retransmitido ao retículo sarcoplasmático, um grupo de vesículas achatadas ao redor
de cada miofribila, que armazena Ca2+ e, em resposta à excitação, libera o Ca2+ no citosol através de
canais iônicos que se abrem. O íntimo contato entre os túbulos T e o retículo sarcoplasmático permite
que a despolarização que progride pelos túbulos T atue diretamente nos grandes canais de liberação
de Ca2+, que o liberam no sarcolema através de um mecanismo aberto por proteínas transmembrana
sensíveis à voltagem.
O Ca2+ liga ao TnC e o complexo miosina ATP é ativado, formando ponte entre a cabeça de miosina
e a subunidade de actina G. Assim, ATP → ADP = Pi + E, e esta ativação deforma a cabeça da miosina,
que aumenta a curvatura e empurra a actina ligada, promovendo a contração muscular.
Observação
O aumento do Ca2+ no citosol cessa assim que o sinal nervoso para, porque o Ca2+ é rapidamente
bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático por uma série de bombas de Ca2+. As concentrações
de Ca2+ voltam ao normal e as moléculas de troponina e tropomiosina movem‑se de volta a sua posição
original, onde bloqueiam a ligação entre actina e miosina.
88
BIOLOGIA (CITOLOGIA)
Quando a fibra muscular está relaxada, a actina se encontra bloqueada pela troponina. No momento
em que o Ca++ está disponível e se liga à unidade TnC da troponina, ocorre alteração da configuração
espacial das três subunidades de troponina, que, por sua vez, empurra a molécula de tropomiosina mais
para dentro do sulco da hélice de actina, expondo os sítios de ligação dos componentes globulares de
actina, de modo que estas ficam livres para interagir com as cabeças de miosina. A ponte entre a cabeça
de miosina e a subunidade de actina G ganha atividade ATPásica (ATP → ADP = Pi + E). A consequente
liberação de energia promove a deformação da cabeça da miosina, que aumenta curvatura e empurra
a actina ligada a ela. Assim, ocorre o deslizamento da actina sobre a miosina. As pontes antigas só se
desfazem depois que a miosina se une a uma molécula de ATP, fazendo com que a cabeça de miosina
volte à sua posição normal, o que inicia um novo ciclo.
A remoção do Ca++ é realizada por transporte ativo. Sem ATP, o complexo actina/miosina fica estável,
determinando o estado de rigor mortis, que é caracterizado pela rigidez muscular do estado cadavérico.
Veja a seguir um desenho dos miofilamentos finos de actina e tropomiosina e da troponina. Quando
o cálcio se liga na troponina, ela sofre alteração de sua conformação molecular e desloca a tropomiosina;
consequentemente, o sítio de afinidade da actina pela miosina é exposto, permitindo que o braço de
meromiosina pesada se ligue na actina.
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Unidade II
Lembrete
Os filamentos são chamados de intermediários por estarem entre os diâmetros da actina e da miosina.
São mais estáveis que os microtúbulos e que os filamentos de actina. Não participam da contração
celular nem nos movimentos de organelas. São abundantes em células que sofrem atrito (epiderme),
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
Um tipo está presente na lâmina nuclear, logo abaixo da membrana nuclear interna. Outros tipos
se estendem através do citoplasma, fornecendo à célula resistência mecânica, pois resistem a grandes
forças tensoras. São os mais duráveis dos três (resistem a salinas concentradas e detergentes não iônicos).
Encontram‑se no citoplasma da maioria das células animais, formando uma rede através do citoplasma,
circundando o núcleo e se estendendo até a periferia da célula.
Em geral, ancoram-se nas junções celulares como desmossomos, dentro do núcleo (lâmina nuclear)
que fornece estrutura à carioteca. Também protegem as células de estresse mecânico.
São como cordas trançadas juntas, fornecendo resistência à tensão. Formam ligações em meio
às α hélices entre as espirais, proporcionando grande resistência ao estiramento. Nos fibroblastos, os
filamentos intermediários são constituídos de proteína vimetina.
• Queratina: exclusiva das células epiteliais, são mais de 30 tipos, formados da combinação de
diferentes subunidades de queratina, em geral de uma extremidade da célula epitelial a outra
e ancorados nos desmossomos, associando‑se lateralmente com outro compartimento celular
através de seus domínios da cabeça e caudas globulares. Esses arranjos distribuíram o estresse
entre todas as células.
• Neurofilamentos: nas células nervosas, no corpo celular e dos prolongamentos dos neurônios.
A vimetina, por exemplo, liga os filamentos intermediários aos microtúbulos, aos filamentos de
actinas e a estruturas adesivas dos desmossomos.
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Unidade II
Os envelopes nucleares são apoiados por uma rede de filamentos intermediários. Formam a rede
bidimensional de filamentos intermediários chamada de lâmina nuclear na face interna da carioteca,
que fornece local de ligação para as cromatinas contendo DNA. São constituídos de lamin, desfazem-se e
se reorganizam a cada divisão celular, quando o envelope nuclear se desfaz e se forma nas células‑filhas.
Resumo
Exercícios
Questão 1 (Enade, 2005). Hemácias humanas foram imersas em duas soluções das substâncias I e
II, marcadas com um elemento radioativo, para estudar a dinâmica de entrada dessas substâncias na
célula. Os resultados estão apresentados no gráfico a seguir:
Figura 53
Com base nesses resultados, pode‑se concluir que as substâncias I e II foram transportadas para
dentro da célula, respectivamente, por:
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Unidade II
D) Fagocitose e pinocitose.
Resolução do exercício
Substância I – A passagem dessa substância para o interior celular (incorporação) pode ser analisada
em dois momentos distintos: (1) quando a concentração do meio externo é inferior a 2 dpm.10‑3/cm3
e (2) quando essa concentração é superior a esse valor.
Assim, o comportamento da curva apresentada no gráfico pode ser explicado da seguinte forma: antes
de a concentração exterior da substância I atingir o valor de 2 dpm.10‑3/cm3, havia uma quantidade
livre de carreadores suficiente para promover a passagem dessa substância pela membrana de modo
eficiente. Entretanto, quando a concentração se tornou muito elevada, todos os carreadores ficaram
ocupados por moléculas da substância I, fazendo com que a taxa de incorporação dessa substância
atingisse um valor máximo e constante, registrado pelo platô que marca o momento 2 do gráfico. Nesse
caso, costuma‑se dizer que a proteína carreadora está saturada.
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BIOLOGIA (CITOLOGIA)
Figura 54
Substância II – A reta que representa o ocorrido com a substância II indica uma perfeita correlação
entre a concentração da referida substância no meio externo e sua taxa de incorporação celular: quando
a concentração no meio externo é baixa, a incorporação é baixa; quando a concentração extracelular
é alta, a incorporação é igualmente elevada. Isso revela que a substância II tem livre passagem do
meio externo para o meio interno através da membrana plasmática das células e segue o gradiente
de concentração. Essa passagem sem restrições sugere que o mecanismo pelo qual a substância
II é incorporada à célula é a difusão simples ou passiva, ocorrida através da bicamada lipídica. Nas
demais modalidades de transporte, há a participação de proteínas de membrana, as quais atuam
como carreadoras de substâncias ou formadoras de canais, o que impõe limitações de diversos graus à
passagem de substâncias.
Figura 55
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Unidade II
Questão 2 (UFRGS). As células animais para a produção de energia necessitam de oxigênio, enzimas
e substrato. Em relação ao processo de produção de energia, considere as afirmações a seguir:
É(são) correta(s):
A) Apenas a afirmativa I.
E) Todas as afirmativas.
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