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Definir e estudar os processos

operacionais característicos aos


laboratórios de Análises Clínicas.
Profa: Taís Pereira
EXAMES LABORATORIAIS

Os exames laboratoriais têm três fases: pré-analítica,


analítica e pós-analítica. Cada uma delas tem suas
particularidades e processos específicos para garantir que
os exames sejam feitos de maneira correta e evitar não
conformidades que podem prejudicar os resultados.
EXAMES LABORATORIAIS
“a chave para melhoria da qualidade do laboratório, está na
interação entre as equipes de laboratório com aquelas que
participam do processo, mas estão fora dele, que inclui os
clínicos, corpo de enfermagem, administrativos,
coletadores, ou qualquer profissional envolvido com o
paciente ou suas amostras”.
Wiwanitkit (2001, p 5)
Estima-se que por volta de 70% das decisões e diagnósticos médicos são realizados

tomando-se como base os exames complementares. Resultados laboratoriais

incorretos podem causar sérios danos ao paciente e à saúde pública em geral, na

medida em que levam a diagnósticos e condutas médicas equivocadas.


ERROS COMUNS
Entre eles, vale destacar os aspectos relacionados à
orientação do paciente, como a necessidade ou não do
jejum e o intervalo adequado deste, o tipo de alimentação,
a prática de exercício físico, o uso de medicamentos
capazes de interferir na análise e mudanças abruptas nos
hábitos da rotina diária precedendo a coleta.
PERGUNTA

Quais as 3 fases analíticas?


FASE PRÉ-ANALÍTICA
Esta fase está relacionada às etapas iniciais que
antecedem a análise laboratorial:

indicação do exame, escrita da receita, preparo do


paciente, procedimentos de coleta, acondicionamento,
transporte e preparo da amostra.
Atenção
É muito importante que os processos desta fase ocorram
de maneira correta, os erros têm um impacto
significativo na segurança do paciente e na rotina do
laboratório, que deverá corrigi-los o quanto antes.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
Em uma abordagem mais ampla, outras circunstâncias
também precisam ser consideradas, a exemplo da
realização de procedimentos terapêuticos ou diagnósticos,
cirurgias, transfusão de sangue e infusão de soluções,
entre outras. A coleta e a adequação de amostras
igualmente têm papel essencial para um exame confiável.
COLETA
Momento mais traumático para o paciente e perigoso para o

profissional da saúde, a coleta da amostra biológica exige muita

atenção e uma sequência rigorosa de uma série de protocolos,

para que a amostra não seja comprometida e a segurança do

profissional não seja colocada em risco.


TRANSPORTE

É importante que no transporte do material coletado os recipientes com

os materiais biológicos sejam identificados e transportados por meio de

maletas e veículos adequados, que evitem a agitação das amostras e

respeitem a relação tempo e temperatura no qual o material é exposto.


Fatores pré-analíticos que
mais interferem nos exames
Posição
A mudança rápida na postura corporal determina
variações no teor de alguns componentes séricos. Quando
o indivíduo se move da posição supina para a ereta,
ocorre um afluxo de água e substâncias filtráveis do
espaço intravascular para o intersticial. Assim, proteínas
de alto peso molecular e elementos celulares elevam-se
relativamente até que o equilíbrio hídrico se restabeleça.
Posição
Por essa razão, níveis de albumina, colesterol, triglicérides,
hematócrito e hemoglobina, além de drogas que se ligam
a proteínas e também os leucócitos, podem ser
superestimados (em torno de 8% a 10%) se a coleta de
sangue for feita antes da estabilização do equilíbrio
hídrico.
Gênero
Alguns exames de sangue e urina apresentam níveis
significativamente distintos entre homens e mulheres devido a
variações hormonais, metabólicas e de massa muscular, entre
outras. As alterações típicas do ciclo menstrual também se
refletem em outras substâncias. A aldosterona fica cerca de
100% mais elevada na fase pré-ovulatória do que na folicular.
De qualquer modo, os intervalos de referência para esses
parâmetros são específicos para cada gênero.
Faixa etária
Certos indicadores bioquímicos possuem nível sérico
dependente da idade, o que se deve a fatores como
maturidade funcional dos órgãos e sistemas, conteúdo
hídrico e lipídico, massa corporal, limitações funcionais da
senilidade, etc. Convém ponderar que as mesmas causas
de variações pré-analíticas que afetam os resultados
laboratoriais em jovens interferem nos resultados de
idosos, mas com intensidade maior nestes últimos.
JEJUM
A necessidade do jejum decorre do fato de os valores
de referência dos testes terem sido estabelecidos em
indivíduos nessa condição.
Ademais, a refeição pode alterar a composição
sanguínea momentaneamente – sem o pré-requisito,
cada exame teria de ser analisado à luz do que a
pessoa ingeriu.
JEJUM
A maioria dos exames exige três horas de jejum, com
exceção da glicemia (oito horas) e do perfil lipídico (12
horas), dentro do qual, vale lembrar, existe considerável
variação intraindividual nos lipídios plasmáticos, da ordem
de 5% a 10%, para o colesterol total, e superior a 20%,
para os triglicérides.
Gestação
Existem mecanismos que mudam o nível das substâncias
no plasma durante a gravidez, os quais decorrem de
vários fatores, como a hemodiluição de proteínas totais e
albumina, as deficiências relativas em função do maior
consumo de ferro e ferritina e o aumento das proteínas
de fase aguda, como a velocidade de
hemossedimentação, apenas para citar alguns.
FASE ANALÍTICA
Essa fase é dedicada à análise do material coletado.

Nesta fase, os colaboradores do laboratório iniciam o processo de

análise de acordo com o sistema analítico empregado, os

Procedimentos Operacionais Padrão (POP) do equipamento e do

método, além do método de controle adotado, como o controle

estatístico dos processos.


FASE ANALÍTICA
Os processos da fase analítica começam com o rigoroso
controle interno de qualidade (CIQ) e incluem a verificação
de instrumentos e reagentes, verificação do estado de
controle dos sistemas, monitorização dos processos de
análises e manutenção de soroteca, por exemplo.
Erros potenciais na etapa analítica
Troca de amostras; erros de pipetagem; vidrarias e
recipientes mal lavados; reagentes e padrões
contaminados, mal conservados ou com validade vencida;
erros no preparo dos reagentes; concentração errada;
presença de interferentes na amostra: medicamentos,
lipemia, hemólise.
FASE PÓS-ANALÍTICA
Última etapa dos exames laboratoriais, inclui a verificação
das análises realizadas na fase analítica, o envio dos
resultados ao médico e, por fim, a tomada de decisão.
Erros potenciais na etapa pós-analítica
Identificação errada do paciente; transcrição de dados
incorreta; resultado ilegível; unidades erradas; não
identificação de substâncias interferentes; especificidade,
sensibilidade e precisão do teste não adequados.
Sistemas de qualidade

São sistemas implementados pela gestão para


reconhecer e minimizar os erros analíticos no
laboratório.
Sistemas de qualidade
I – Garantir a qualidade de todos os resultados obtidos na
rotina diária.
II – Tomar providências imediatas para eliminar as causas
das não conformidades encontradas através de ações
corretivas.
III – Tomar medidas preventivas para evitar uma nova
ocorrência das não conformidades encontradas.
Sistemas de qualidade
Materiais de controle (soros controle, curva e fator de
calibração, padrões de referência)
Para avaliar se um método ou um equipamento está
“funcionando” de acordo com o que precisa para gerar
resultados esperados e confiáveis, são utilizados alguns
materiais já padronizados para servir de “referência” dos
valores gerados no processo.
Creditção laboratorial
A acreditação laboratorial é uma certificação concedida
por um órgão devidamente autorizado que atesta a
qualidade dos serviços prestados pelo laboratório em
questão. Dessa forma, ele é um documento que atesta a
confiabilidade do estabelecimento. Ele não tem caráter
obrigatório.
As normas para análise dos laboratórios brasileiros por
instituições acreditadoras são coordenadas pela
Organização Nacional de Acreditação (ONA), fundada em
1999.
Entre os principais programas avaliadores estão o DICQ
(Departamento de Inspeção e Controle de Qualidade), a
norma PALC (Programa de Acreditação de Laboratórios
Clínicos) e a própria ONA. Juntas essas organizações
formam o Sistema Brasileiro de Acreditação (SBA).

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