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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Hematologia Clínica - Coleta de Amostras II


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HEMATOLOGIA CLÍNICA - COLETA DE AMOSTRAS II

CONDIÇÕES PRÉ–ANALÍTICAS

A atividade física também é um fenômeno muito importante que interfere em vários ana-
litos. Por isso, é recomendado que a pessoa vá fazer a coleta de sangue quando ela estiver
no estado basal, sem ter praticado exercícios nas últimas horas antes da coleta. No momento
da atividade, há uma mobilização de água e de várias outras substâncias nos diferentes com-
partimentos corporais, podendo levar ao aumento da atividade enzimática. Algumas enzimas
de origem muscular, como a creatinoquinase, aldolase e diversos outros analitos, têm o seu
nível elevado após a prática dos exercícios físicos. Além disso, é possível que um indivíduo
tenha hipoglicemia ou uma elevação do ácido lático.
O jejum é um fator fundamental principalmente em alguns tipos de exame, como na gli-
cemia, para a dosagem de glicose. Isso ocorre pois se uma pessoa faz uma refeição rica
em gorduras na pré-coleta, pode-se ter uma turbidez em virtude de uma lipemia, o que pode
afetar certas dosagens laboratoriais. Logo, recomenda-se que seja feito um jejum de 8h,
tempo necessário para a dosagem de componentes que exijam esse estado. Em alguns
casos, como em crianças, períodos menores de jejum (1 a 2h) são suficientes para que a
coleta seja feita. É importante ressaltar que jejuns prolongados – mais de 16h – também
podem causar problemas na dosagem.
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Assim, a dieta também é uma condição relevante, pois dietas ricas em gordura, por
exemplo, certamente ocasionarão em um aumento de triglicerídeos. Uma dieta muito rica em
proteínas levará altos níveis de amônia, ácido úrico, ureia etc.
Por fim, os medicamentos podem interferir em diversos processos: é possível que haja
alterações in vivo, isto é, no organismo da pessoa devido a uma interação com algum tipo
de substância, e as alterações in vitro, ou seja, que podem ser no tubo de coleta utilizado e
causam uma interferência analítica relacionada com a ligação do fármaco a algum compo-
nente. Existem drogas ou medicamentos que induzem ou inibem algumas enzimas, além da
questão da competição metabólica. Dessa forma, a ação farmacológica de cada um desses
medicamentos precisa ser muito bem estudada e relatada para que o analista de laboratório,
o biomédico farmacêutico ou o biólogo responsável saiba interpretar aquele resultado alte-
rado por alguma ação medicamentosa.
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Existem ainda outros fatores, como o consumo de álcool e o tabagismo – que causa
uma elevação da concentração de hemoglobina, dos leucócitos, das hemácias etc. –, que
também podem provocar alterações no resultado laboratorial e por isso precisam ser rela-
tados durante o cadastro para que essas condições sejam consideradas no momento da
interpretação.

FASE ANALÍTICA

Análise das Amostras

Depois da coleta das amostras, há o procedimento de análise do resultado.


Na imagem a seguir, percebe-se que uma amostra lipêmica é bastante translúcida em
virtude da concentração de gordura no sangue. Na amostra hemolisada, pode ter sido uma
hemólise causada por um erro de coleta. No ictérico, é possível que se trate de um processo
de aumento de bilirrubina devido a uma anemia hemolítica autoimune, por exemplo. Assim,
deve haver os Procedimentos Operacionais (POP) para a aceitação ou rejeição das amostras.

Obs.: o POP pode indicar os graus de hemólise como leve, moderado ou intenso, por
exemplo.
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Aqui, tem-se o exemplo de uma amostra diluída, com uma coloração bastante transpa-
rente. O anticoagulante da bolsa de sangue pode ter ido para os tubos de coleta, causando
um excesso em relação à amostra. Logo, essas amostras estão inadequadas para análise.
Exemplificativamente, se a pesquisa é dos vírus HIV, HCV, HBV, sífilis e entre outras infec-
ções, e o paciente está com uma baixa carga viral, a amostra diluída pode indicar um resul-
tado falso-negativo, devido a um erro de coleta. Esse erro pode causar uma reação transfu-
sional associada à transmissão de doenças por meio da transfusão sanguínea. Assim, esse
tipo de amostra é submetido aos critérios de rejeição.


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FASE ANALÍTICA

Relaciona-se com a realização dos testes ou exames laboratoriais, seja um hemograma,


uma dosagem de glicose, uma análise urinária, um teste sorológico etc. Qualquer tipo de
exame precisa ser analisado com diversos critérios para garantir a sua qualidade:
• Calibrações e manutenções dos equipamentos;

Obs.: dentro de um laboratório, antes que qualquer processo se inicie, é preciso que uma
série de testes sejam feitos antes de se utilizar qualquer equipamento na rotina. As-
sim, é feita a qualificação, seja de instalação, seja operacional. Após o laudo garantir
que o equipamento está funcionando de acordo com as especificações técnicas do
fabricante, deverá ser feita uma qualificação de performance, em que o equipamento
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será utilizado na rotina com amostras já conhecidas para verificar se o resultado vai
ser reproduzido de acordo com os resultados prévios. Além disso, deve haver um
plano de calibração periódico e um plano de ação corretiva e preventiva. Em geral,
a maioria dos equipamentos exige calibrações anuais. Porém, a manutenção deve
ser feita periodicamente. Esses parâmetros são obrigatórios para todos os labora-
tórios de análises clínicas ou bancos de sangue e devem ser bem monitorados e
registrados.
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• Qualificações dos equipamentos e dos processos;
• Procedimentos operacionais padrões (POP’s) bem estabelecidos;
• Validações dos kits e reagentes;

Obs.: ao chegar um novo lote de reagente, deve-se tirar uma amostragem para passar
as amostras conhecidas e comparar se o resultado vai se reproduzir com o kit que
está sendo testado. Todos os procedimentos devem ser padronizados e ter uma ras-
treabilidade.

• Controles internos de qualidade;


• Descarte adequado dos resíduos;
• Treinamento da equipe, de preferência de forma continuada.
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Apesar do tema central da aula ser voltado para a coleta de amostras, a parte de gestão
que envolve o programa de gerenciamento de resíduos, a questão de calibração e qualifica-
ção também são de competência de um analista de laboratório e já foram alvos de questões
de prova em concursos.

FASE PÓS–ANALÍTICA
• Análise dos resultados;
• Liberação dos laudos;
• Conferência.

É importante tentar reduzir em todas as fases o erro humano, e o interfaceamento dos


resultados do equipamento para o sistema de liberação e a dupla conferência são formas de
tentar garantir um resultado mais fiel e de qualidade.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Diego Franciel Marques Mühlbeier.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.

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