Você está na página 1de 3

Centro Universitário Santa Maria – UNISM

Disciplina: Cuidados III


Professor: Diego Cavalcante
Curso: Farmácia
Turno: Noite
Aluna: Sarah Tomé Lopes Martins Soares
Matrícula: 20212004038

Resumo do artigo:
Os principais erros na fase pré-analítica em laboratório de análises clínicas

Autores:
Daniel dos Santos Souza
Rosangela Gomes do Carmo
Daniel Rodrigues Silva
Danilo Rmaciotti Caires
Roberto Santos Barbiéri

Laboratório de análises clínicas é um estabelecimento de saúde composto de vários


profissionais, onde são colhidos e analisados vários materiais biológicos para fins de diagnóstico de
doenças ou de auxílio no tratamento das mesmas, tendo por objetivo “fornecer resultados precisos e
apurados de vários parâmetros normais ou patológicos” (CRF-SP, 2013).
Deste modo, o laboratório de análises clínicas tem importante pale para a medicina,
apresentando um extenso rol de métodos laboratoriais, cuja interpretação do resultado dos mesmos
vai além da mera comparação com os valores de referência. Sendo assim, o laboratório deve
assegurar a entrega de laudos confiáveis e fidedignos garantindo um correto tratamento do paciente.
Para que isto ocorra, os laboratórios devem ter conhecimento e obedecer as normas e
programas de qualidade interna e externa existentes, evitando falhas e resultados falsos tanto
positivos quanto negativos.
De acordos com vários estudos, 68 a 93% dos erros laboratoriais se concentram na fase pré-
analítica, que corresponde a todos os processos que ocorrem desde a solicitação do exame até o
armazenamento e entrega do material no laboratório. Esses erros, na maioria dos casos, causados
por hemólises e volumes de amostra insuficientes, causando descredibilidade para o laboratório e
desconforto para os pacientes. Visando a diminuição desses erros, a OPAS (Organização
Panamericana de Saúde) “estabeleceu um procedimento de avaliação de recursos institucionais,
voluntário, periódico e reservado, para garantir a qualidade da assistência por intermédio de padrões
previamente aceitos”. Assim, o laboratório deve ser creditado pela ANVISA, ou seja, deve ser
reconhecido que cumpre os requisitos necessários para prestar esses serviços, conforme as normas
da International Organization for Standardization (ISO). No Brasil, temos dois programas nacionais
de ensaio de proficiência: programa de excelência para laboratórios médicos (PELM) e o Programa
Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ). Contudo, esses programas visam diminuir os erros na
fase analítica, não podendo avalias as fases pré e pós-analítica, que são mais propensas a erros.
O Regulamento Técnico de Funcionamento do Laboratório Clínico está normatizado na
portaria nº 864/2003, que contém todos os termos e normas que devem ser aplicados aos serviços de
saúde, públicos ou privados, para que possam atuar na área de análises clínicas, patologia clínica e
citologia clínica. Essa autorização é comprovada pelo Alvará sanitário, licença de funcionamento ou
licença sanitária, expedido pelo órgão competente. Já a estrutura física de um laboratório ou posto
de coleta, deve ser atendido os requisitos contidos na resolução RDC nº 50/2002. Os equipamentos
e instrumentos utilizados, nacionais ou importados, deves estar regularizados junto a ANVISA e ao
Ministério da Saúde.
Quanto aos programas de qualidade, estes são necessários para melhoras a qualidade dos
serviços de saúde, gerar resultados confiáveis, reproduzíveis e comparáveis, aumentar a
credibilidade do laboratório entre os médicos e seus clientes, motivar os funcionários a melhorar o
desempenho, prevenir de complicações legais advindas de liberação de resultados de baixa
qualidade. Para isso, os laboratórios devem implementar diversas gestões e programas de qualidade,
entre os quais: Planejamento da Qualidade (PQ), Controle de Qualidade (CQ), Garantia de
Qualidade (GQ), Manutenção da Qualidade (MQ) e aperfeiçoamento da qualidade (AQ).
Visando diminuir os erros ocorridos na fase pré-analítica, a ANVISA implantou a DRC
302/2005, que contém normas e instruções para nortear e padronizar a conduta laboratorial nessa
fase. Como, por exemplo, a normatização das informações necessárias que o laboratório deve
disponibilizar ao paciente ou responsável sobre o preparo e coleta das amostras, a correta
identificação do paciente para o cadastro (juntamente com as informações que devem conter neste),
os critérios de aceitação e rejeição de amostras. Esta resolução também dispõe sobre a normatização
da coleta, o recebimento do material biológico, a rastreabilidade e as orientações aos pacientes.
Os principais erros encontrados na fase pré-analítica concentram-se na identificação de
amostras, preparação do paciente e na coleta da amostra.
A coleta, apesar de ser uma etapa muito importante e complexa para que o exame seja
realizado com sucesso, ainda não há um sistema único que realize o controle ou que sejam capazes
de identificar os possíveis erros. O que há são informações que devem ser consideradas neste
momento, por exemplo: o tempo de jejum, uso apropriado dos tubos e tempo de aplicação do
torniquete. Quanto ao uso apropriado dos tubos, deve-se atentar para a ordem de preenchimento dos
mesmos, na seguinte sequência: Tubos de hemocultura; Tampa amarela, contendo gel separador
para soro; Tampa azul-clara, contendo citrato para obtenção de plasma; Tampa roxa, contendo
EDTA; Tampa vermelha, tubos de vidro siliconizado para soro, Tampa cinza, contendo fluoreto para
determinação de glicose. Outro ponto importante é a homogenização dos tubos para misturar o
material coletado com os aditivos existentes nos mesmos, com exceção dos tubos para soro.
Também são indispensáveis as informações corretas do paciente, como idade, sexo, se
pratica esportes, se fez algum esforço físico, utilização e identificação de algum medicamento,
gravidez, uso de álcool, gravidez, doença intercorrente, pois são fatores que comprometem os
resultados das análises, chegando-se ao mais próximo possível dos valores de referência.
O laboratório deve estabelecer critérios próprios para aceitação e rejeição de amostras, mas
alguns critérios devem ser observados e utilizados para rejeitar amostras, tais como: volume
insuficiente, recipiente inadequado, anticoagulante inapropriado, amostra coagulada para
hematologia, sem condições de transporte, hemolisadas ou lipêmicas, tubos coletados
desrespeitando a proporção entre sangue e anticoagulante.
Desta forma, pode-se perceber que diversos fatores podem interferir na segurança e
confiabilidade de resultado de exames laboratoriais, ocorrendo, a maioria, na fase pré-analítica, que
é aquela que antecede as práticas laboratoriais, incluindo a preparação do paciente (jejum, dieta,
atividade física, uso de medicamentos, etc.) e suas corretas informações. Isso se dá devido a
dificuldade de monitar essas práticas.
A ANVISA, através da RDC 302/2005, dispôs sobre alguns critérios que devem ser seguidos
nesta fase, como a devida instrução e orientação do paciente pelo laboratório, a fim de minimizar os
erros nesta fase, bem como a importância do treinamento e capacitação dos profissionais envolvidos
no processo de coleta dos materiais biológicos, cadastro de paciente e no transporte correto do
material coletado.

Você também pode gostar