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Erros na Fase Pré-Analítica

O laboratório de análises clínicas exerce um papel fundamental na


promoção da saúde, pois auxilia nas decisões diagnósticas e terapêuticas, por
meio da emissão do laudo. O laudo laboratorial é um documento que contém
os resultados das análises laboratoriais, validados e autorizados pelo
responsável técnico. O principal objetivo do laboratório é garantir um
atendimento eficiente e seguro, fornecendo laudos confiáveis em menor tempo
possível para direcionar a conduta clínica da equipe sobre a condição de saúde
do paciente, e para que isso ocorra os laboratórios orientam seus pacientes
para reduzir risco de erros nas etapas, especificamente na fase pré-analítica,
fase do processo onde se encontra a maioria dos erros (BRASIL. 2005).
Os erros pré-analíticos correspondem a até 75% dos erros na medicina
laboratorial. A fase pré-analítica engloba todas as etapas iniciais que
antecedem a análise laboratorial. Isto é, inclui a indicação do exame, a redação
do pedido, o preparo do paciente, os procedimentos de coleta, o
acondicionamento, o transporte e o preparo da amostra biológica (SANTOS.
2012).
As consequências dos erros laboratoriais podem ser muitas vezes graves,
especialmente quando o teste irá definir um diagnóstico, ocasionando
resultados falsos positivos, ou ainda falsos negativos. Ambas as circunstâncias
colocam em risco a saúde do paciente e produzem custos desnecessários para
o sistema de saúde, por isso e de responsabilidade do laboratório analisar a
amostrar no momento da coleta através de procedimentos operacionais padrão
(POP), a fim de identificar se a amostra esta adequada para as analises
(GUIMARÃES et al 2011) .
Porem e comum o material voltar para uma nova coleta, devidos a erros
que podem ser acontecer por varias motivos os mais comuns são: pedido ou
interpretação errada da requisição medica, orientação inadequada ao paciente,
tempo de jejum insuficiente, coleta inadequada, estase venosa prolongada,
utilização do tubo de coleta inadequado, volume insuficiente da amostra,
identificação incorreta do paciente, contaminação da amostra, recipiente
inapropriado, transporte e armazenamento, centrifugação inadequada (SILVA
et al. 2015).
Por isso e importante a orientação do profissional de saúde de acordo com
a realidade do paciente, alertar sobre a importância da coleta correta, pois
existe varias informações repassadas pelo profissional de saúde, seja pelo
médico que solicita o exame, sejam pelo laboratório clínico tais como a relação
ao tempo de jejum antes do exame, ao efeito dos exercícios físicos
extenuantes no período que antecede a coleta, à influência do tabagismo e à
caracterização correta do período do ciclo menstrual, são fundamentais para o
êxito nessa fase (BANFI; DOLCI. 2003).
Para evitar os erros na fase pré-analítica os laboratórios seguem normas
e/ou recomendações que visem diminuir erros ou mesmo evitá-los, sendo
existentes erros frequentes que. Portanto, é necessário que o profissional da
saúde, seja atuando em laboratórios de análises clínicas ou de pesquisas,
tenha consciência desses procedimentos e evitem erros o máximo possível
para não influenciar diretamente no diagnóstico por meio de resultados falso-
positivos e/ou falso-negativos (PLEBANI. 2012).
E como estratégia para a garantia da qualidade do exame laboratorial
foi criados os programas de garantia de qualidade (PGQ) que acompanha as
etapas para a realização do exame, que vai desde a preparação do paciente
para a coleta até a liberação dos resultados dos exames, e todo esse processo
tem como o objetivo a garantia que o produto final seja o mais real possível,
para assegurar que o paciente terá um diagnostico preciso e um tratamento
adequado (XAVIER. 2016).
Assim os avanços nas metodologias e técnicas, bem como os processos
de automação dos laboratórios estão diminuindo drasticamente os erros
relacionados às metodologias. Apesar disso, o exame ainda é suscetível a
várias falhas, principalmente quando falamos nos processos manuais,
realizados na fase pré-analítica (XAVIER. 2016).
Por tanto e necessário desenvolver uma ferramentas para averiguação
de possíveis falhas na fase pré-analítica, com ênfase no processo de coleta e
todo o processo que antecede a fase analítica, pois e observado que na fase
pré-analítica e onde se encontra a maior parte dos erros, visando monitorar as
potenciais fontes de erros dessa etapa, e realizar ações corretivas,
particularmente voltadas ao treinamento, com consequente de erros
(OLIVEIRA et al. 2009).
Referencias Bibliograficas
XAVIER, Ricardo M., DORA, José Miguel, BARROS, Elvino. Laboratório na Prática Clínica, 3rd
edição. ArtMed, 2016.

SILVA, Paulo da, ALVES, Hemerson Bertassoni, COMAR, Samuel Ricardo, HENNEBERG,
Railson, MER. Hematologia Laboratorial. ArtMed, 2015.

SANTOS, Paulo Caleb Júnior Lima. Hematologia – Métodos e Interpretação – Série Análises
Clínicas e Toxicológicas. Roca, 2012.

Plebani M. Quality Indicators to Detect Pre-Analytical Errors in Laboratory Testing. The Clinical
Biochemist Reviews. 2012;33(3):85-88.

BANFI, G.; DOLCI, A. Preanalytical phase of sport biochemistry and haematology. J Sports
Med Phys Fitness, v. 43, p. 223-30, 2003.

POP. Procedimento Operacional Padrão. A importância de se padronizar tarefas nas BPLC.


Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_302_2005_COMP.pdf/7038e853-
afae-4729-948b-ef6eb3931b19

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005. Dispõe sobre
regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 14 out. 2005.

OLIVEIRA et al. Controle da qualidade na coleta do espécime diagnóstico sanguíneo:


iluminando uma fase escura de erros pré-analíticos. J Bras Patol Med Lab. v. 45. n. 6. p. 441-
447. dezembro 2009.

GUIMARÃES et al. O laboratório clínico e os erros pré-analíticos. Rev HCPA. v. 31. n. 1. p. 66-
72. 2011.

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