Você está na página 1de 15

FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA

CURSO DE BACHAREL EM BIOMEDICINA

ANÁLISE DA FASE PRÉ-ANALITICA DO EXAME DE URINA DE ROTINA


EM LABORATÓRIO DE CEILÂNDIA – DF

ALUNOS: LORENA GUIDA DE MIRANDA FONSECA


LUAN MACHADO CEDRO
ORIENTADORA: KARINA SANTOS

BRASÍLIA-DF, 2013.
2

LORENA GUIDA DE MIRANDA FONSECA


LUAN MACHADO CEDRO
CURSO DE BACHAREL EM BIOMEDICINA

ANÁLISE DA FASE PRÉ-ANALITICA DO EXAME DE URINA DE ROTINA EM


LABORATÓRIO DE CEILÂNDIA – DF

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial do
curso de Biomedicina, para obtenção
do título de Bacharel sob a orientação
da professora e Mestre Karina Santos.

BRASÍLIA-DF, 2013.
3

RESUMO
O exame de urina constitui um recurso laboratorial de largo emprego na clínica,
sendo capaz de fornecer elementos a elucidação diagnóstica. O exame de urina
compreende a descrição dos caracteres gerais da urina, pesquisa de elementos anormais
e o estudo microscópio do sedimento. A fase pré-analítica se inicia com a requisição do
exame, seguindo com uma orientação ao usuário, obtenção da amostra biológica (coleta),
acondicionamento, transporte até o laboratório de análise, triagem e digitação para que se
possa executar o exame. A fase pré-analítica é a fase mais suscetível aos erros, isso
porque todos os processos que envolvem essa fase são realizados fora do laboratório
clínico e estão diretamente ligadas a tarefas manuais. Foram analisadas 148 amostras
provenientes do Laboratório privado, localizado na cidade de Ceilândia, Distrito Federal,
no período de 01 de abril de 2013 a 30 de abril de 2013, através de aplicação de
questionário estruturado. Das amostras analisadas, observou-se que 84 (57%)
apresentavam algum tipo de erro pré-analítico. Em relação à freqüência desses erros,
notou-se um predomínio de erro quanto ao jato colhido, demonstrando uma estreita
ligação entre uma orientação de qualidade e o sucesso na coleta do material. Observou-
se também que uma orientação precária ou sua ausência tem reflexo em todas as etapas
que compreendem a fase pré-analítica. A fim de reduzir os erros e aumentar a segurança
nos processo pré-analíticos, torna-se necessária a implantação de atividades que visam a
formação, educação e cultura de todos os profissionais envolvidos nos processos que
antecedem a analise do material.

Palavras-Chave: Exame de urina; fase pré-analítica; erros laboratoriais.

ABSTRACT
The urinalysis is a laboratory feature wide use in the clinic, being able to adduce the
diagnosis. The test involves the description of the general characteristics of urine,
abnormal elements and research microscope study of the sediment. The preanalytical
phase begins with the examination of the request, passing the user guidance, obtaining
the biological sample (collection), packing, transportation to the laboratory for analysis,
sorting and typing so you can perform the examination. The pre-analytical phase is more
susceptible to errors, that because all processes involving this phase are performed
outside the clinical laboratory and are directly linked to tasks. We analyzed 148 samples
from the private laboratory, located in Ceilândia, Distrito Federal, in the period from April 1,
2013 to April 30, 2013, through a structured questionnaire. Of the samples analyzed, it
4

was observed that 84 (57%) had some type of pre-analytical error. Regarding the
frequency of these errors, noticed a predominance error regarding jet harvested,
demonstrating a close link between a quality orientation and success in collecting material.
It was observed also that guidance precarious or its absence is reflected in all the steps
that comprise the pre-analytical phase. In order to reduce errors and improve safety in the
pre-analytical, it is necessary to implement activities aimed at training, education and
culture for all professionals involved in the processes leading up to analyze the material.

Keywords: Urinalysis; preanalytical phase; laboratory errors.

1. INTRODUÇÃO

A análise da urina foi o começo da medicina laboratorial. Referências ao estudo da


urina foram encontradas em desenhos dos homens das cavernas e nos hieróglifos
egípcios, como o papiro cirúrgico de Edwin Smith, cujos quadros representavam os
médicos da Antiguidade examinando um frasco de urina. Embora não contassem com
métodos sofisticados de exame, eles eram capazes de obter informações diagnósticas de
observações básicas, como cor, turvação, odor, volume, viscosidade e até mesmo a
presença de açúcar em certas amostras, por observar a aproximação de formigas e
outros insetos da urina de alguns pacientes1. Em decorrência do aumento do
conhecimento científico-tecnológico observado no século XX, a realização do exame de
urina evoluiu, tornando-se a ciência plena, denominada urinálise2.
O exame de urina constitui um recurso laboratorial de largo emprego na clínica,
sendo capaz de fornecer elementos a elucidação diagnóstica. O exame parcial de urina
compreende a descrição dos caracteres gerais da urina, pesquisa de elementos anormais
e o estudo microscópio do sedimento3-4.
Pela sua simplicidade, baixo custo, facilidade de obtenção da amostra e,
principalmente a capacidade do exame de fornecer informações importantes sobre
patologias renais, extra-renais e do trato urinário, o exame de urina é considerado um
exame de rotina5-6-7.
Usualmente a análise dos constituintes bioquímicos da urina é feita através de tiras
reagentes, objetivando tornar a determinação de elementos da urina mais rápida, mais
simples e mais econômica6. Atualmente há no mercado instrumentos que executam a
leitura das fitas reagentes, melhorando assim o grau de precisão ao eliminar parte do
elemento subjetivo inerente à leitura das mudanças de cor pelo olho humano 7. As tiras
5

reativas de urina constituem um meio simples e rápido de realizar dez ou mais análises
bioquímicas clinicamente importantes, como pH, proteínas, glicose, cetonas,
2
hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, densidade e leucócitos .
Para exame parcial, de rotina, visando a pesquisa de substâncias anormais e ao
exame do sedimento (EAS), deve-se coletar sempre a primeira micção da manhã, já que
esta fornece uma amostra de urina relativamente volumosa e bem conservada. No
decorrer de 24 horas, a composição e a concentração da urina modificam-se
continuamente. A concentração de urina varia de acordo com a ingestão de água e as
atividades pré-teste. Para obter uma amostra realmente representativa do estado
metabólico de um paciente, frequentemente é necessário controlar alguns aspectos da
coleta da amostra, como horário de coleta, duração do período de coleta, alimentação e
medicamentos tomados pelo paciente, e método de coleta8.
O processo de urinálise determina as seguintes propriedades da urina: coloração,
odor, turvação, densidade específica, pH, glicose, cetonas, sangue, proteínas, bilirrubina,
urobinogênio, nitrito, esterase leucocitária e outros constituintes normais revelados por
exame microscópico do sedimento urinário9.
A fase pré-analítica se inicia com a requisição do exame, passando pela orientação
ao usuário, obtenção da amostra biológica (coleta), acondicionamento, transporte até o
laboratório de análise, triagem e digitação, até a fase instrumental da realização do
exame10.
Os fatores pré-analíticos são difíceis de monitorar e controlar, uma vez que a
grande parte destes ocorre fora do laboratório. Por isso, esta fase é tão delicada e exige
uma atenção e dedicação constantes11-12. A fase pré-analítica é uma das mais importante
na realização de um exame laboratorial. Caso ocorra erro, nesta fase, tudo o que se fizer
daí em diante, estará comprometido, no que diz respeito ao resultado final13.
Apesar da abundante literatura científica sobre a melhoria da qualidade nos
laboratórios, é escassa a literatura sobre erros em Laboratório Clínico. Uma das razões
para isso, além da atenção insuficiente dedicada ao problema, é a dificuldade prática de
relatar e registrar o número de erros11.
A fase pré-analítica é a fase no qual se encontra a maior frequência de erros, os
maiores riscos à saúde dos profissionais e ainda é a fase que ocorre as mais elevadas
taxas de erro humano. Esses problemas, geralmente, são oriundos da elevada
rotatividade de pessoal, negligência, falta de entendimento sobre boas práticas em
laboratório e treinamento ineficiente14.
6

A fase pré-analítica de um exame laboratorial é extremamente importante para o


sucesso do resultado final de uma análise de qualidade 11-12. Muitos pacientes vão,
desacompanhados, e, talvez, por falta de conhecimento, acabam não entendendo as
explicações fornecidas pelo laboratório e têm a coleta do material feita, de maneira
inadequada13.
A grande maioria dos erros laboratoriais quando detectados, dentro ou fora do
laboratório, irão gerar a rejeição da amostra e posterior recoleta da amostra biológica.
Além de gerar dano direto ao paciente, esses erros trazem insatisfação, ansiedade,
transtornos e insegurança ao médico e ao paciente. Para o laboratório clínico, os erros
geram custos desnecessários, demora na liberação do laudo, trabalho dobrado e ainda o
mais importante, a perda da credibilidade, da confiança e da segurança. As evidências na
literatura das últimas décadas mostram a fase pré-analítica com o maior percentual de
erros dentro do laboratório clínico, sendo responsável por 62% dos erros. A principal
razão para a alta prevalência de erros nesta fase do processo está na dificuldade de
controlar as variáveis pré-analíticas e de realizar melhoria nos processos, pois diversas
variáveis encontram-se no preparo do paciente e no momento da coleta, nem sempre sob
controle da supervisão do laboratório clínico15.

2. METODOLOGIA

Foi aplicado um questionário estruturado (ANEXO I) cujas variáveis analisadas


foram: sexo, idade, escolaridade, orientação dada pelo laboratório quanto à forma correta
de coletar, higienização prévia da região urogenital, recipiente no qual material foi
entregue, tempo decorrido entre a coleta e a entrega no laboratório, acondicionamento da
amostra e identificação da mesma.
Os pacientes analisados foram os que aceitaram participar de forma voluntária,
mediante assinatura de TCLE (Termo de Consentimento Livre Esclarecido) (ANEXO II).
Os critérios de inclusão e exclusão para o estudo foram: pacientes que
compareceram ao laboratório privado, localizado na cidade de Ceilândia, Distrito Federal,
no período matutino entre os dias 01 de abril de 2013 a 30 de abril de 2013.
Durante o período de análise do procedimento pré-analítico foi possível verificar os
procedimentos feitos na recepção, como: identificação da amostra e transporte ao setor
de análise.
7

3. RESULTADOS

O perfil dos participantes da pesquisa foram homens e mulheres entre 18 e 60


anos, com nível de escolaridade variada, predominante o técnico e/ou médio, que
correspondem a 49% dos participantes; conforme gráfico 1. Do número total dos
participantes, 28 (19%) correspondem a indivíduos do sexo masculino enquanto 120
(81%) referem-se a amostras de indivíduos do sexo feminino.

15%
Ens. Fundamental
36% Ens. Técnico/Médio
Ens. Superior

49%

Gráfico 1: Distribuição do nível de escolaridade dos participantes da pesquisa.

Das 148 amostras analisadas, observou-se que 84 amostras (57%) apresentavam


algum tipo de erro pré-analítico. Em relação à freqüência dos erros pré-analíticos
analisados, notou-se um predomínio de erro quanto ao jato colhido.
Os principais erros pré-analíticos analisados e o número de amostras identificadas
com os erros listados são mostrados na tabela 1.

SIM NÃO
Erros pré-analíticos Número de Número de
amostras amostras
Orientação prévia pelo laboratório quanto
78 70
a forma correta de coletar.
Assepsia da região urogenital. 106 42

Coleta de jato-médio urinário. 68 80


Material entregue em recipiente
146 2
adequado.
Acondicionamento adequado da 90 58
amostra.
Tempo decorrido entre a coleta e a
entrega no laboratório maior que duas 6 142
horas.
Ausência/Falha na identificação da 2 146
amostra.
Tabela 1: Distribuição dos principais erros pré-analíticos analisados.
8

A tabela 1 mostra que, embora 70 pacientes não tenham tido orientação prévia
sobre a maneira de coletar, a quantidade de coletas erradas em relação ao jato médio
ainda foi maior (80 pacientes). Possivelmente, mesmo que o paciente tenha sido
orientado, pode ter havido dificuldades de entendimento, ou ate mesmo esquecimento no
momento da coleta. O gráfico 2 mostra a frequência de cada erro pré-analítico no período
analisado.

SIM NÃO

99% 96% 99%

72%
61%
53% 54%
47% 46%
39%
28%

1% 4% 1%

Gráfico 2: Frequência dos erros pré-analíticos analisado.

4. DISCUSSÃO

Atualmente, o objetivo mais importante da medicina diagnóstica é garantir aos


médicos e pacientes um atendimento eficiente e seguro, fornecendo laudos, sejam eles
laboratoriais ou de imagem, com resultados rápidos e confiáveis, para posterior tomada
de decisão dos médicos em relação à conduta clínica dos seus pacientes 11-16.
A utilização de ferramentas de qualidade pelos laboratórios de análises clínicas é
cada vez mais comum e necessária, a fim de se minimizar ou mesmo evitar a ocorrência
de erros que comprometam a qualidade e segurança do resultado final do exame17. Ainda
assim, os testes laboratoriais continuam sendo uma importante fonte de erros médicos
que afetam a segurança do paciente18.
A ênfase dos cuidados pré-teste é na seleção apropriada de testes, obtenção de
consentimento, preparo adequado, educação individualizada do paciente, apoio
emocional e comunicação efetiva. Essas intervenções são fundamentais para atingir os
resultados desejados e evitar equívocos e erros8.
9

Através da bibliografia pesquisada, foi possível verificar que aproximadamente 60 a


90% dos erros laboratoriais encontrados são consequência da falta de padronização na
fase pré-analítica14. Portanto, é de extrema importância implementar metodologias mais
rigorosas para detecção, classificação e redução destes erros. Um destes trabalhos
realizado no Departamento de Medicina Laboratorial da Faculdade de Medicina da
Universidade de Chulalongkorn na Tailândia evidenciou a fase pré-analítica como
responsável por cerca de 80% do total de erros no laboratório18. Em outro trabalho,
realizado no Departamento de Medicina Laboratorial do Hospital Universitário de Padova
na Itália, Carraro & Plebani (2007) evidenciaram que a fase pré-analítica é a mais
vulnerável, com aproximadamente 87% dos erros, mesmo o laboratório tendo um
avançado controle de qualidade19.
Apesar da identificação de apenas 1% (duas amostras) que tiveram problemas
como ausência/falha na identificação da amostra, é importante destacar tais erros tendo
em vista que à troca de amostras pode levar a análise laboratorial incoerente. Para obter
maior segurança na identificação do paciente e das amostras, devem-se usar no mínimo
duas formas de identificação das amostras. Deve-se perguntar de forma clara e objetiva o
nome completo e a data de nascimento do paciente, e as amostras devem ser
identificadas no momento da coleta ou da sua entrega ao laboratório clínico20. Para
facilitar a identificação, transporte, armazenamento e rastreabilidade das amostras
biológicas recomendam-se o uso de etiquetas com código de barras que vinculam, de
forma segura, a amostra em todas as fases do processo21.
Conforme a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial
(SBPC/ML) o médico solicitante, ou seus auxiliares diretos, devem ser responsáveis pela
primeira instrução ao paciente sobre as condições requeridas para a realização do exame
informando-o sobre a eventual necessidade de preparo para a sua realização. Isso
reforça que o Laboratório de Analises Clinicas, não é o único responsável por orientar os
pacientes quanto ao preparo para realização dos exames, entretanto tem papel
fundamental, pois muitas vezes o tempo decorrido entre a solicitação do exame e a
execução é longo. Os laboratórios clínicos necessitam passar informações adicionais e
complementares, tais como procedimentos corretos de coleta, horários adequados, jejum
e a necessidade de retirada de frascos próprios para a coleta domiciliar de algum material
biológico, por exemplo, o exame de urina22.
Cinquenta e quatro por cento das amostras (54%), não realizaram a coleta do jato
médio, o que pode comprometer de forma direta o resultado final do exame de urina, uma
vez que o primeiro jato de urina traz células, restos celulares e secreções que podem
10

estar presentes na uretra, principalmente se existir um processo inflamatório e/ou


infeccioso. Daí a necessidade de desprezar o primeiro jato e coletar o jato médio, ou seja,
uma urina que representa bem o material que está na bexiga23.
Muitos pacientes comparecem aos laboratórios desacompanhados e, por falta de
conhecimento ou desatenção, não entendem as explicações fornecidas pelo recepcionista
a cerca do preparo para a coleta do material. Com este trabalho foi observado que a
incidência maior de erros pré-analíticos encontra-se na coleta errada do jato médio de
urina, que pode ter ocorrido em decorrência da deficiência de orientação pelo laboratório.
Por isso, se faz tão importante fornecer instruções verbais e por escrito, principalmente,
quando o paciente é responsável pela coleta do material; neste caso a preocupação é
maior, devido o laboratório deter um menor controle sobre a coleta.
Também é necessário salientar quanto à importância da higienização prévia, e a
necessidade de se entregar o material no laboratório em um prazo menor que duas horas.
Isso porque algumas substâncias presentes na urina sofrem alterações na sua
composição com o decorrer do dia8. Características como: cor, aspecto, cheiro e pH, são
facilmente alterados caso a análise do material de urina não seja realizada em um período
máximo de duas horas após a coleta. Contudo, a refrigeração da amostra pode melhorar
a conservação da urina e aumentar este tempo entre a coleta e a execução do exame.
Normalmente, a urina tem um aspecto claro e transparente logo após a sua emissão e
com o passar do tempo, ela tende a ficar turva pela presença de muco e precipitação de
cristais amorfos (fosfatos e uratos). A urina recém emitida tem um pH normal próximo de
6 (seis), este valor tende a aumentar pela ação das bactérias sobre a uréia formando
amônia, quando a analise não é feitas logo após a micção. Assim, uma urina de pH
alcalino, quase sempre indica uma conservação e/ou manipulação inadequada. Nestes
casos, deve-se solicitar nova amostra ao paciente. No entanto, uma amostra fresca com
pH alcalino pode significar uma infecção urinária24.

5. CONCLUSÃO

A fase pré-analítica é a fase mais suscetível aos erros, isso porque todos os
processos que envolvem essa fase são realizados fora do laboratório clínico e estão
diretamente ligadas a tarefas manuais. A falta de capacitação e de treinamento dos
profissionais envolvidos nos processos pré-analíticos ainda é a grande responsável por
altas freqüências de erros dentro do laboratório.
Neste trabalho foi encontrada uma maior freqüência de erros quanto à coleta
errada do jato 54%. Pode-se notar a estreita ligação entre uma orientação de qualidade e
11

o sucesso na coleta do material. Tendo em vista que uma orientação precária ou sua
ausência tem reflexo em todas as etapas que compreendem a fase pré-analítica, podendo
causar alterações no exame e até mesmo a rejeição da amostra.
A fim de reduzir os erros e aumentar a segurança nos processos pré-analíticos,
faz-se necessária a implantação de atividades que visam a formação, educação de todos
os profissionais envolvidos nos processos que antecedem a analise do material. Vale
ressaltar que os erros pré-analíticos sempre irão existir, porém eles podem ser
minimizados com o apoio de estratégias de controle de qualidade adotados por todos que
trabalham no laboratório clínico.

6. AGRADECIMENTOS

Agradecemos especialmente a nossa orientadora Karina Santos, por todo o apoio e


dedicação na elaboração desse trabalho; agradecemos também ao doutor Willian Khalil
EL Chaer pela ajuda dada na coleta de dados; e ainda ao professor Esp. Flaviano Oliveira
pelos ajustes técnicos realizados no trabalho.

7. REFERÊNCIAS

1. Bolodeoku J; Donaldson D. Origins of: Urinalysis in clinical diagnosis. Journal of


Clinical Pathology, v. 49, n. 8, p. 623-626, 1996.

2. Strasinger SK. Uroanálise e fluidos biológicos. 3. Ed. São Paulo: Premier, 2000.

3. Miller O; Gonçalves RR. Laboratório para o clínico. 8. Ed. São Paulo: Atheneu, 1999.

4. Gonçalves EP. Iniciação a pesquisa científica. 2. Ed. Campinas-SP: Alínea, 2001.

5. Lammers RL. et al. Comparison of test characteristics of urine dipstick and urinalysis
at various test cutoff points. Annals of Emergency Medicine, v. 38, n. 5, p. 505-512,
2001.

6. Lima AO; Soares JB, et. al. Métodos de laboratório aplicados à clínica: Técnica e
interpretação. 8. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

7. Ravel R. Laboratório clínico. Aplicações clínicas dos dados laboratoriais. 6. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.

8. Fischback F. Manual de Enfermagem: Exames laboratoriais e diagnósticos. 7. Ed. Rio


de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
12

9. Henry JB. Diagnósticos Clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 20. Ed.
Barueri-SP: Manole, 2008.

10. Lopes HJJ. Garantia e controle de qualidade no laboratório clínico. Manual Gold
Analisa Diagnóstica Ltda, Belo Horizonte, 2003.

11. Bonini P; Plebani M; Ceriotti F; Rubboli F. Erros em laboratório Clínico. Clinical


Chemistry. 2002. Disponível em:
http://www.pncq.org.br/participantes/atualizacao_baixo_008.asp. Acesso em: 23 de
outubro de 2012.

12. Brandão A. Controle de qualidade na fase pré-analítica. Revista Pharmacia Brasileira.


V. março-abril, p. 12-15, 2010.

13. Tuma U. Análises Clínicas: controle de qualidade na fase pré-analítica. Revista


Pharmacia Brasileira. V. março/abril, p. 12-15, 2010.

14. Guimarães AC; Wolfart M; Brisolara MLL, Dani C. O laboratório clínico e os erros pré-
analiticos. Revista do Hospital das Clinicas de Porto Alegre, v. 31, n. 1, p. 66-72,
2011.

15. Stankovic AK. The laboratory is a key parter in assuring patient safety. Clin Lab Med,
2004.

16. Plebani M. Does POCT reduce the risk of erros in laboratory testing? Clin Chim Acta.
p. 59-64, 2009.

17. Morita MLM; et al. Avaliação da qualidade da informação nas requisições e condições
das amostras biológicas nos Laboratórios de Saúde Pública Lapa e Ipiranga do
município de São Paulo. Boletim Epidemiológico Paulista, v. 7, n.79, p. 12-22, 2010.

18. Mccay LLC. Laboratory safety and the Who world alliance for Patient Safety. Clin
Chim Acta. p. 6-11, 2009.

19. Plebani M, Carraro P. Mistakes in a stat laboratory: types and frequency. Clin Chem.
1997;43(8):1348-51.

20. ANVISA . Resolução RDC N° 302, de 13 de Outubro de 2005. Diário Oficial da União
de 14 de outubro de 2005. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/segurancadopaciente/documentos/rdcs/RDC%20N%
C2%BA%20302-2005.pdf Acesso em 03/06/2013.
13

21. Joint Commission International. National Patient Safety Goals, 2007. Disponível em:
http://www.jointcommission.org/NR/rdonlyres/1AD5F8C0-CB2D-46F0-8052-
C2AD126C1377/0/07_cah_npsgs.pdf Acesso em 05/06/2013.

22. Sociedade Brasileira de Patologia Clinica Medicina Laboratorial. Recomendação da


Sociedade Brasileira de Patologia Clinica Medicina Laboratorial para coleta de sangue
venoso. 2 ed, 2009. Disponível em:
http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/320090814145042.pdf. Acesso em: 21 de
maio de 2013.

23. Laboratório Central do Estado do Pará (LACEN-PA). Disponível em:


http://www.lacen.pa.gov.br/?q=faq. Acesso em: 17 de abril de 2013.

24. Burtis CAT, Fundamentos de Química Clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
14

8. ANEXOS

ANEXO I

QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS


ETAPAS DA COLETA INDIVIDUAL DE MATERIAL PARA REALIZAÇÃO DO EXAME DE URINA

Questões:
1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

2. Idade:

3. Escolaridade:

4. Você recebeu alguma orientação prévia quanto a forma correta de coletar o material
solicitado? ( ) SIM ( ) NÃO

5. Essa orientação foi escrita ou oral? ( ) ESCRITA ( ) ORAL

6. Você realizou higiene prévia do local? ( ) SIM ( ) NÃO

7. De que modo realizou a higiene?

8. Como foi realizada a coleta?

9. Em que recipiente o material foi coletado?

10. Quanto tempo depois da coleta, você entregou o material no laboratório?

11. Após a coleta, como você armazenou o material?

12. Como foi feito o transporte até o laboratório?


15

ANEXO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa de trabalho de conclusão
de curso da Faculdade Unicesp/Promove, para o curso de Biomedicina; sob a orientação da professora Karina Cunha
Santos.
Desde logo fica garantido o sigilo absoluto de quaisquer informações individuais prestadas. Em caso de
recusa você não será penalizado (a) de forma alguma. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no
caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a
outra é do pesquisador responsável.
Os benefícios que esperamos com o estudo é verificar as condições de execução do exame no laboratório,
as orientações dadas ao paciente durante o atendimento, bem como a maneira de coletar e armazenar a amostra de
urina. Para isso, você precisará apenas responder o questionário apresentado pelos pesquisadores devidamente
identificados.
Este estudo apresenta risco mínimo para os respondentes, como a perda ou extravio das informações
prestadas, embora não haja identificação do nome do paciente ou numero de identidade no questionário. O risco
mínimo é o mesmo risco existente em atividades rotineiras como conversar, tomar banho, ler, etc.
Você não receberá qualquer indenização ou benefício, caso concorde em participar da pesquisa.
Os questionários serão aplicados no laboratório do Hospital São Francisco, no período de 01/06 a
30/06/2013.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:


Título do Projeto: ANÁLISE DA FASE PRÉ-ANALÍTICA DO EXAME DE URINA EM LABORATÓRIO DE CEILÂNDIA-
DF
Local de coleta de dados: Laboratório do Hospital São Francisco – Ceilândia/DF
Pesquisador Responsável: LORENA GUIDA E LUAN CEDRO
Telefone para contato: (61) xxxx-xxxx / (61) xxxx-xxxx

 CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu, ____________________________________________________________ abaixo assinado, concordo em


participar da pesquisa: ANÁLISE DA FASE PRÉ-ANALÍTICA DO EXAME DE URINA EM LABORATÓRIO DE
CEILÂNDIA-DF como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador
______________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis
riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido o sigilo das informações e que posso retirar
meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção de meu
acompanhamento/assistência/tratamento. Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

Local e data: Brasília, ____/____/____

Assinatura do sujeito ou responsável:

_______________________________

Você também pode gostar