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BRASÍLIA-DF, 2013.
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BRASÍLIA-DF, 2013.
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RESUMO
O exame de urina constitui um recurso laboratorial de largo emprego na clínica,
sendo capaz de fornecer elementos a elucidação diagnóstica. O exame de urina
compreende a descrição dos caracteres gerais da urina, pesquisa de elementos anormais
e o estudo microscópio do sedimento. A fase pré-analítica se inicia com a requisição do
exame, seguindo com uma orientação ao usuário, obtenção da amostra biológica (coleta),
acondicionamento, transporte até o laboratório de análise, triagem e digitação para que se
possa executar o exame. A fase pré-analítica é a fase mais suscetível aos erros, isso
porque todos os processos que envolvem essa fase são realizados fora do laboratório
clínico e estão diretamente ligadas a tarefas manuais. Foram analisadas 148 amostras
provenientes do Laboratório privado, localizado na cidade de Ceilândia, Distrito Federal,
no período de 01 de abril de 2013 a 30 de abril de 2013, através de aplicação de
questionário estruturado. Das amostras analisadas, observou-se que 84 (57%)
apresentavam algum tipo de erro pré-analítico. Em relação à freqüência desses erros,
notou-se um predomínio de erro quanto ao jato colhido, demonstrando uma estreita
ligação entre uma orientação de qualidade e o sucesso na coleta do material. Observou-
se também que uma orientação precária ou sua ausência tem reflexo em todas as etapas
que compreendem a fase pré-analítica. A fim de reduzir os erros e aumentar a segurança
nos processo pré-analíticos, torna-se necessária a implantação de atividades que visam a
formação, educação e cultura de todos os profissionais envolvidos nos processos que
antecedem a analise do material.
ABSTRACT
The urinalysis is a laboratory feature wide use in the clinic, being able to adduce the
diagnosis. The test involves the description of the general characteristics of urine,
abnormal elements and research microscope study of the sediment. The preanalytical
phase begins with the examination of the request, passing the user guidance, obtaining
the biological sample (collection), packing, transportation to the laboratory for analysis,
sorting and typing so you can perform the examination. The pre-analytical phase is more
susceptible to errors, that because all processes involving this phase are performed
outside the clinical laboratory and are directly linked to tasks. We analyzed 148 samples
from the private laboratory, located in Ceilândia, Distrito Federal, in the period from April 1,
2013 to April 30, 2013, through a structured questionnaire. Of the samples analyzed, it
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was observed that 84 (57%) had some type of pre-analytical error. Regarding the
frequency of these errors, noticed a predominance error regarding jet harvested,
demonstrating a close link between a quality orientation and success in collecting material.
It was observed also that guidance precarious or its absence is reflected in all the steps
that comprise the pre-analytical phase. In order to reduce errors and improve safety in the
pre-analytical, it is necessary to implement activities aimed at training, education and
culture for all professionals involved in the processes leading up to analyze the material.
1. INTRODUÇÃO
reativas de urina constituem um meio simples e rápido de realizar dez ou mais análises
bioquímicas clinicamente importantes, como pH, proteínas, glicose, cetonas,
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hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, densidade e leucócitos .
Para exame parcial, de rotina, visando a pesquisa de substâncias anormais e ao
exame do sedimento (EAS), deve-se coletar sempre a primeira micção da manhã, já que
esta fornece uma amostra de urina relativamente volumosa e bem conservada. No
decorrer de 24 horas, a composição e a concentração da urina modificam-se
continuamente. A concentração de urina varia de acordo com a ingestão de água e as
atividades pré-teste. Para obter uma amostra realmente representativa do estado
metabólico de um paciente, frequentemente é necessário controlar alguns aspectos da
coleta da amostra, como horário de coleta, duração do período de coleta, alimentação e
medicamentos tomados pelo paciente, e método de coleta8.
O processo de urinálise determina as seguintes propriedades da urina: coloração,
odor, turvação, densidade específica, pH, glicose, cetonas, sangue, proteínas, bilirrubina,
urobinogênio, nitrito, esterase leucocitária e outros constituintes normais revelados por
exame microscópico do sedimento urinário9.
A fase pré-analítica se inicia com a requisição do exame, passando pela orientação
ao usuário, obtenção da amostra biológica (coleta), acondicionamento, transporte até o
laboratório de análise, triagem e digitação, até a fase instrumental da realização do
exame10.
Os fatores pré-analíticos são difíceis de monitorar e controlar, uma vez que a
grande parte destes ocorre fora do laboratório. Por isso, esta fase é tão delicada e exige
uma atenção e dedicação constantes11-12. A fase pré-analítica é uma das mais importante
na realização de um exame laboratorial. Caso ocorra erro, nesta fase, tudo o que se fizer
daí em diante, estará comprometido, no que diz respeito ao resultado final13.
Apesar da abundante literatura científica sobre a melhoria da qualidade nos
laboratórios, é escassa a literatura sobre erros em Laboratório Clínico. Uma das razões
para isso, além da atenção insuficiente dedicada ao problema, é a dificuldade prática de
relatar e registrar o número de erros11.
A fase pré-analítica é a fase no qual se encontra a maior frequência de erros, os
maiores riscos à saúde dos profissionais e ainda é a fase que ocorre as mais elevadas
taxas de erro humano. Esses problemas, geralmente, são oriundos da elevada
rotatividade de pessoal, negligência, falta de entendimento sobre boas práticas em
laboratório e treinamento ineficiente14.
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2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS
15%
Ens. Fundamental
36% Ens. Técnico/Médio
Ens. Superior
49%
SIM NÃO
Erros pré-analíticos Número de Número de
amostras amostras
Orientação prévia pelo laboratório quanto
78 70
a forma correta de coletar.
Assepsia da região urogenital. 106 42
A tabela 1 mostra que, embora 70 pacientes não tenham tido orientação prévia
sobre a maneira de coletar, a quantidade de coletas erradas em relação ao jato médio
ainda foi maior (80 pacientes). Possivelmente, mesmo que o paciente tenha sido
orientado, pode ter havido dificuldades de entendimento, ou ate mesmo esquecimento no
momento da coleta. O gráfico 2 mostra a frequência de cada erro pré-analítico no período
analisado.
SIM NÃO
72%
61%
53% 54%
47% 46%
39%
28%
1% 4% 1%
4. DISCUSSÃO
5. CONCLUSÃO
A fase pré-analítica é a fase mais suscetível aos erros, isso porque todos os
processos que envolvem essa fase são realizados fora do laboratório clínico e estão
diretamente ligadas a tarefas manuais. A falta de capacitação e de treinamento dos
profissionais envolvidos nos processos pré-analíticos ainda é a grande responsável por
altas freqüências de erros dentro do laboratório.
Neste trabalho foi encontrada uma maior freqüência de erros quanto à coleta
errada do jato 54%. Pode-se notar a estreita ligação entre uma orientação de qualidade e
11
o sucesso na coleta do material. Tendo em vista que uma orientação precária ou sua
ausência tem reflexo em todas as etapas que compreendem a fase pré-analítica, podendo
causar alterações no exame e até mesmo a rejeição da amostra.
A fim de reduzir os erros e aumentar a segurança nos processos pré-analíticos,
faz-se necessária a implantação de atividades que visam a formação, educação de todos
os profissionais envolvidos nos processos que antecedem a analise do material. Vale
ressaltar que os erros pré-analíticos sempre irão existir, porém eles podem ser
minimizados com o apoio de estratégias de controle de qualidade adotados por todos que
trabalham no laboratório clínico.
6. AGRADECIMENTOS
7. REFERÊNCIAS
2. Strasinger SK. Uroanálise e fluidos biológicos. 3. Ed. São Paulo: Premier, 2000.
3. Miller O; Gonçalves RR. Laboratório para o clínico. 8. Ed. São Paulo: Atheneu, 1999.
5. Lammers RL. et al. Comparison of test characteristics of urine dipstick and urinalysis
at various test cutoff points. Annals of Emergency Medicine, v. 38, n. 5, p. 505-512,
2001.
6. Lima AO; Soares JB, et. al. Métodos de laboratório aplicados à clínica: Técnica e
interpretação. 8. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
7. Ravel R. Laboratório clínico. Aplicações clínicas dos dados laboratoriais. 6. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
9. Henry JB. Diagnósticos Clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 20. Ed.
Barueri-SP: Manole, 2008.
10. Lopes HJJ. Garantia e controle de qualidade no laboratório clínico. Manual Gold
Analisa Diagnóstica Ltda, Belo Horizonte, 2003.
14. Guimarães AC; Wolfart M; Brisolara MLL, Dani C. O laboratório clínico e os erros pré-
analiticos. Revista do Hospital das Clinicas de Porto Alegre, v. 31, n. 1, p. 66-72,
2011.
15. Stankovic AK. The laboratory is a key parter in assuring patient safety. Clin Lab Med,
2004.
16. Plebani M. Does POCT reduce the risk of erros in laboratory testing? Clin Chim Acta.
p. 59-64, 2009.
17. Morita MLM; et al. Avaliação da qualidade da informação nas requisições e condições
das amostras biológicas nos Laboratórios de Saúde Pública Lapa e Ipiranga do
município de São Paulo. Boletim Epidemiológico Paulista, v. 7, n.79, p. 12-22, 2010.
18. Mccay LLC. Laboratory safety and the Who world alliance for Patient Safety. Clin
Chim Acta. p. 6-11, 2009.
19. Plebani M, Carraro P. Mistakes in a stat laboratory: types and frequency. Clin Chem.
1997;43(8):1348-51.
20. ANVISA . Resolução RDC N° 302, de 13 de Outubro de 2005. Diário Oficial da União
de 14 de outubro de 2005. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/segurancadopaciente/documentos/rdcs/RDC%20N%
C2%BA%20302-2005.pdf Acesso em 03/06/2013.
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21. Joint Commission International. National Patient Safety Goals, 2007. Disponível em:
http://www.jointcommission.org/NR/rdonlyres/1AD5F8C0-CB2D-46F0-8052-
C2AD126C1377/0/07_cah_npsgs.pdf Acesso em 05/06/2013.
24. Burtis CAT, Fundamentos de Química Clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
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8. ANEXOS
ANEXO I
Questões:
1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
2. Idade:
3. Escolaridade:
4. Você recebeu alguma orientação prévia quanto a forma correta de coletar o material
solicitado? ( ) SIM ( ) NÃO
ANEXO II
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