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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


FACULDADE DE BIOMEDICINA

JONHY CLEBER RODRIGUES DE SOUZA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS


Setor Urinalise

BELÉM-PA
2022
JONHY CLEBER RODRIGUES DE SOUZA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS


Setor Urinalise

Relatório de estágio supervisionado em análises


clínicas setor Urinalise apresentado a
Universidade Federal do Pará, como requisito para

aprovação na disciplina estágio supervisionado l

Orientador(a): LENA MARINHO

BELÉM-PARÁ

2022
1. INTRODUÇÃO

O conceito de estágio passou por diversas mudanças desde que foi citado
pela primeira vez em 1080. Era descrito inicialmente como uma simples atividade
prática com o acompanhamento de um mestre na Idade Média. Hoje o seu conceito
se expandiu e está vinculado a uma atividade curricular prática e obrigatória nos
cursos ofertados pelas instituições de ensino, e é regulamentado pela legislação
educacional vigente (BALLÃO et al, 2014).

No Brasil, o estágio supervisionado obrigatório é regido atualmente pela


Lei 11.788, sancionada em 25 de setembro de 2008, que prevê uma série de
disposições legais acerca das regras de estágio curricular de estudante, que
engloba desde sua definição às obrigações de todas as partes envolvidas, como a
instituição de ensino representante do aluno, a parte concedente do estágio, o
estagiário e as normas de fiscalização.

O estágio supervisionado obrigatório é um componente importantíssimo


da formação acadêmica, ele oferece a oportunidade do educando a observar e
compreender sob a ótica da prática grande parte do conhecimento construído ao
longo da graduação, além de possibilitar ao aluno o convívio com a sua futura
formação e interação com uma realidade profissional ainda não vivenciada. Ele,
portanto, contribui para que o estudante, quando estiver atuando profissionalmente,
possa conduzir suas atividades com profissionalismo e competência, dessa forma,
menos sujeito a possíveis falhas na execução de suas atribuições.

Os rins desempenham importante papel na excreção de várias


substâncias assim como na manutenção da pressão osmótica do plasma tendo
como produto final a formação da urina que é constituída por água, compostos
inorgânicos (sódio, potássio, fosfatos, amônia e outros) e orgânicos (ureia, ácido
úrico, creatinina) provenientes da alimentação e do metabolismo orgânico.

A urina é formada pelos rins, é constituída por ureia e outras substâncias


químicas orgânicas e inorgânicas, dissolvidas em água. Podem ocorrer grandes
variações na concentração dessas substâncias, devido à influência de fatores como
ingestão alimentar, atividade física, metabolismo orgânico, função endócrina e até
mesmo a posição do corpo (STRASINGER, 2000).

O sistema urinário tem como principal função eliminar os produtos


(resíduos) do metabolismo, principalmente ureia, creatinina e ácido úrico, recolhidos
da corrente sanguínea e excretados em forma de urina. É responsável também pelo
controle do equilíbrio hídrico e pela remoção de resíduos tóxicos ou drogas
induzidas pelo corpo. Esse sistema consiste em rins, ureteres, uretra e bexiga.

A urinálise é um dos exames laboratoriais mais requisitados pelos


médicos para avaliação do paciente, devido à obtenção rápida para análise, de fácil
coleta e baixo custo. O teste permite detectar processos patológicos intrínsecos
funcionais (fisiológicos) e estruturais (anatômicos) do sistema urinário, bem como o
monitoramento do avanço ou retrocesso de lesões durante terapias. Além disso,
doenças patológicas sistêmicas podem ser detectadas por meio da confirmação de
quantidades anormais de metabólitos específicos excretados na urina.

A urinálise se mantém como parte integrante do exame do paciente e


isso se deve a duas características, as quais podem explicar a persistência dessa
popularidade: a amostra de urina é de obtenção rápida e coleta fácil e a urina
fornece informações sobre muitas das principais funções metabólicas do organismo,
por meio de exames laboratoriais simples. Estas características favorecem a
medicina preventiva e a redução dos custos médicos, por ser um meio barato de
examinar grande número de pessoas e, não só para a detecção de doenças renais,
mas também o início assintomático de doenças como o diabetes mellitus e as
hepatopatias. Além disso a urinálise pode ser um método valioso na triagem
metabólica.

O exame tem a finalidade de determinar as anormalidades através de


exames físicos, químicos e microscópicos da urina, avaliando os processos
patológicos intrínsecos ao sistema urinário.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

O estágio supervisionado obrigatório no setor de Urinálise ocorreu no


LAC-ICB (Laboratório de análises clínicas da Universidade federal do Pará),
localizado na Rua augusto Correa, 01, no Bairro do Guamá em Belém do Pará, o
qual faz parte do Instituto de Ciências Biológicas (ICB-UFPA). As atividades foram
instruídas pela preceptora Lena Marinho que é a responsável pelo setor e
transcorreram do dia 12/08/2022 ao dia 24/08/2022.

No setor de urinalise a rotina acontece preferencialmente no período


matutino, iniciando com o recebimento das amostras e suas respectivas
identificações, para logo depois serem liberadas para o processamento

3. Atividades desenvolvidas durante o período de estágio

Durante o período de estágio, sempre ao iniciar a rotina, a preceptora


dedicava se a explicar o uso correto dos EPIs e explanar sobre as atividades que
seriam desenvolvidas naquele momento. Entre as atividades posso ressaltar, a
análise geral da urina que consistia em verificar o exame físico, químico e
microscópico da urina.

Quanto aos equipamentos e materiais utilizados na rotina do setor de


urinalise; Água destilada, centrifuga, lâmina e lamínula para microscopia,
microscópio, álcool 70%, tira reagente de urina, pipeta e tubos de ensaio.

Após o recebimento da amostra realizava-se o exame físico da amostra


onde podíamos verificar a cor, turbidez, odor e volume da urina.

Em relação a cor avalia se os seguintes parâmetros:

- Amarelo claro: Normal

- Amarelo Escuro: Baixa ingestão de água, também pode indicar a


presença de bilirrubina (responsável pela coloração característica de problemas
hepáticos).
- Ambar: No caso de a urina apresentar tons amarronzados, a coloração
pode indicar desidratação severa e disfunção renal. Pode estar relacionada ao uso
de medicação, alimentos ou ser indício de infecção bacteriana. Essa coloração
indica presença da bile, relacionada à lesão no fígado, como inflamação e hepatite.

3.2. 3.1. Análise bioquímica

Esta etapa avalia as propriedades químicas da urina, identificando a


ausência ou presença de determinadas substâncias, pH e densidade. As
tiras reagentes são um modo simples, rápido e eficaz para análise urinária, leitura de
pH. As tiras reagentes analisam de forma semiquantitativa de 10 a 11 parâmetros
na urina, são eles os principais: leucócitos, urobilinogênio, bilirrubina, sangue oculto,
nitritos, pH, densidade específica, proteína, glicose e cetonas. Figura (1).

pH: a capacidade ou incapacidade dos rins de secretar ou reabsorver


ácidos ou bases. Valores altos ou baixos podem indicar cálculos renais e presença
de microrganismos.

Densidade: capacidade de concentração de substâncias sólidas diluídas


na urina. Baixa, pode representar uso excessivo de líquido, até diabetes e
hipertensão. Já alta densidade pode ser indicativo de desidratação, insuficiência
cardíaca etc.

Bilirrubina: característico de doenças hepáticas e biliares.

Urobilinogênio: indica danos ao fígado e distúrbios hemolíticos.

Corpos cetônicos (cetona): produtos da metabolização das gorduras,


comum durante jejum prolongado e pacientes diabéticos.

Glicose: detecção e monitoramento de diabetes.

Proteína: relacionada a doenças do trato urinário e renal.

Sangue: indica hemorragia que atinge o sistema urinário (infecção,


cálculo renal etc.).
Nitrito: infecção bacteriana nos rins ou do trato urinário.

Leucócitos (glóbulos brancos): doença do trato urinário e inflamação


renal.

figura 1.

3.3. Análise microscópica

Na microscopia, uma amostra de urina é centrifugada para obter os


sedimentos. Estes podem ser usados para examinar a presença de células
epiteliais, leucócitos, hemácias, cilindros, cristais, bactérias e fungos. A
centrifugação é um processo físico de separação. Após a centrifugação e com o
auxílio de uma pipeta, foi depositado 20 microlitros do sedimento sobre uma lâmina
e depois foi coberto por uma lamínula em seguida levado para visualização em
microscópio.

O exame microscópico do sedimento urinário pode revelar a presença de


células, cristais minerais e agentes patogênicos, como bactérias ou fungos.

Leucócitos (glóbulos brancos): indica doença do trato urinário e


inflamação renal. Figura (2).

figura 2.
Hemácias (glóbulos vermelhos): infecções, pedras nos rins e doenças
renais graves. Figura 3.

figura 3.

Células epiteliais: pode estar relacionada a algum problema renal grave,


como síndrome nefrótica. Figura (4)

figura 4.

Cristais: podem indicar cálculos renais. Figura (5 e 6).

figura 5. (oxalato de cálcio).


figura 6. (fosfato de cálcio

Parasitas: infecção por cândida ou protozoários.

Bactérias ou leveduras: infecção urinária.

4. Conclusão

Este relatório descreveu as atividades desenvolvidas ao longo de 7 dias


de estágio no setor de urinalise. Os quais foram importantes para o conhecimento e
aprofundamento das aulas teóricas ministradas em sala de aula, ressalto ainda a
importância dos conhecimentos repassados para a formação profissional.

5. Referencias

COLOMBO, I. M.; BALLÃO, C. M. Histórico e aplicação da legislação de estágio no Brasil.

STRASINGER, SK: Uroanálise & Fluidos Biológicos, 3ª edição, Editorial Premier, São Paulo,
2000.

MOTTA, V. T. Bioquímica Clínica. 5 ed. São Paulo: Medbook, 2009, 355


Quanto aos equipamentos e
materiais utilizados na rotina
de laboratório do setor de
Urinálise: água destilada,
centrífuga, lâmina e lamínula
para microscopia, microscópio,
álcool
a 70%, tira reagente de urina,
pipeta, tubos de ensaio.

Quanto aos equipamentos e


materiais utilizados na rotina
de laboratório do setor de
Urinálise: água destilada,
centrífuga, lâmina e lamínula
para microscopia, microscópio,
álcool
a 70%, tira reagente de urina,
pipeta, tubos de ensaio.

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