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ROTEIRO DE ESTUDOS

CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS
VETERINÁRIA APLICADAS AO
SISTEMA GENITO URINÁRIO
Este roteiro orientará a sua aprendizagem por meio da leitura de livros e artigos que cabem na sua
rotina de estudos. Experimente esse recurso e aumente a sua habilidade de relacionar a teoria à
prática profissional.
No seu caminho de aprendizagem, você encontrará os seguintes tópicos:

 Texto de apresentação de cada leitura indicada;


 Links para acesso às referências bibliográficas.

É importante ressaltar: o seu esforço individual é fundamental para a sua aprendizagem, mas você
não estará sozinho nessa!

UNIDADE 2
SISTEMA URINÁRIO 2

Desequilíbrios hidro-eletrolítico e ácido-básico:


discutir o envolvimento renal e tratamento nas
desidratações, hiper-hidratações, hipernatremia,
hiponatremia, hiperpotassemia, hipopotassemia,
acidose metabólica e respiratória, alcalose
metabólica e respiratória

Na maioria das vezes pensamos que a principal função dos rins é remover os resíduos e o excesso
de líquido do corpo. Estes produtos residuais e excesso de fluidos são removidos através da
urina. A produção de urina envolve etapas altamente complexas de excreção e reabsorção. Este
processo é necessário para manter um equilíbrio estável de produtos químicos do corpo. A
regulação da concentração de sódio, potássio e ácidos do organismo é realizada pelos rins. Os
rins também produzem hormônios que afetam a função de outros órgãos. Por exemplo, a
eritropoetina produzida pelos rins estimula a produção de glóbulos vermelhos. Outros
hormônios produzidos pelos rins como a renina e o calcitriol ajudam a regular a pressão arterial
e controlar o metabolismo do cálcio. Além disso, os rins respondem a distúrbios ácido-base
modulando a excreção renal de ácido e bicarbonato. Esses processos são coordenados para
retornar o pH do fluido extracelular e, portanto, o pH do sangue, ao normal após um desarranjo.

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O termo acidose refere-se a um excesso de concentração de H+ no fluido extracelular e,
portanto, a um pH anormalmente baixo. A resposta renal à acidose envolve a excreção urinária
íons de hidrogênio, a reabsorção de quase todo o bicarbonato filtrado e a geração de novo
bicarbonato que é adicionado ao fluido extracelular. Processos de excreção de ácido renal
resultam em secreção direta de íons de hidrogênio livres, acidificando assim a urina, bem como
secreção de hidrogênio na forma de amônio. Esses mecanismos são acoplados molecularmente
à geração de bicarbonato, que é adicionado ao fluido extracelular. Além disso, quase todo o
bicarbonato filtrado é reabsorvido e, portanto, sua perda urinária é minimizada. Juntos, esses
processos reduzem lentamente os íons de hidrogênio do líquido extracelular e aumentam as
concentrações de bicarbonato, elevando gradualmente o pH do sangue. Em contrapartida, o
termo alcalose refere-se a uma concentração insuficiente de H+ no fluido extracelular e,
portanto, a um pH anormalmente alto. A resposta renal à alcalose envolve a secreção urinária
reduzida de hidrogênio e a excreção urinária de bicarbonato filtrado. A excreção de ácido renal
é minimizada no contexto de alcalose, evitando assim novos aumentos no pH do líquido
extracelular. Além disso, a excreção renal de bicarbonato é aumentada, resultando em perda de
bicarbonato do líquido extracelular e uma alcalinização da urina. Juntos, esses processos
reduzem as concentrações de bicarbonato e, ao fazê-lo, podem reduzir gradualmente o pH do
sangue ao normal.

Referências e Link do material na Biblioteca Virtual


e artigo
CUNNINGHAM, J. G. Tratado de fisiologia veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2008.

CURI, R; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732307/cfi/6/2!/4/2/2@0:0>.
Acesso em: 10 mai. 2019.

GUYTON, A. C.; ESBERARD, C. A. Fisiologia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2009.

REECE, W. O. (ed.) Dukes | Fisiologia dos Animais Domésticos, 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2017.

REECE, W. O.; DUKES, H. H. Dukes fisiologia dos animais domésticos. 12. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.

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DOENÇAS RENAIS
Os rins dos mamíferos são órgãos bastante complexos. A unidade funcional do rim é o néfron,
que desempenha muitos papéis na manutenção da homeostase no organismo. As principais
funções incluem a excreção dos produtos residuais do metabolismo, a regulação do equilíbrio
do sal e da água do corpo, a manutenção do volume do fluido extracelular, a manutenção do
equilíbrio ácido-base e a eliminação de substâncias estranhas. Geralmente, as doenças que
acometem os rins são classificadas com Injúria Renal Aguda ou Doença Renal Crônica. A injúria
renal aguda é caracterizada por uma queda rápida na taxa de filtração glomerular, ocorrendo
dentro de horas a semanas, juntamente com a retenção de resíduos nitrogenados como
resultado da redução da perfusão renal (azotemia pré-renal), dano parenquimatoso renal
necrose intersticial aguda e glomerulonefrite) ou obstrução do trato urinário (azotemia pós-
renal). As causas mais comuns de necrose tubular aguda são isquemia, inflamação e exposição
a nefrotóxicos. A Doença Renal Crônica é um processo fisiopatológico multifatorial que resulta
em perda progressiva de néfrons em número e função, frequentemente culminando em doença
renal terminal. As manifestações clínicas resultam da perda irreversível da função renal, levando
ao desenvolvimento de uremia. Portanto, é imperativo diagnosticar a doença renal e sua
etiologia subjacente em um estágio inicial, de modo que as intervenções médicas possam
ocorrer de maneira efetiva. A progressão da DRC é caracterizada por mudanças morfológicas
continuamente progressivas e irreversíveis no parênquima renal.

Referências e Link do material na Biblioteca Virtual


e artigo
CUNNINGHAM, J. G. Tratado de fisiologia veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2008.

CURI, R; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732307/cfi/6/2!/4/2/2@0:0>. Acesso em:
10 mai. 2019.

DIBARTOLA S. P.; DAVENPORT D. J.; CHEW D. J. Renal Failure in Young dogs. In: Kirk R. W. Current
Veterinary Therapy X. WB Saunders. Philadelphia, 1989.

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

REECE, W. O. Função Renal nos Mamíferos. In: SWENSON, M. J; REECE, W. O. Dukes, Fisiologia dos
Animais Domésticos. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2006.

POLZIN D. J.; OSBORNE C. A. Pathophysiology of renal failure and uremia. In: POLZIN D. J.; OSBORNE C.
A. (Eds.). Canine and Feline Nephrology and Urology. William & Wilkins. Baltimore, 1995.

INTERNATIONAL RENAL INTEREST SOCIETY. 2015 IRIS CKD Staging Guidelines. Disponível em:
http://www.iris-kidney.com/pdf/003-5559.001-iris-website-staging-of-ckd-pdf_220116-
final.pdf. Acesso em: 14 mai. 2019.

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Identificar as malformações congênitas do trato
urogenital e discorrer sobre o diagnóstico,
fisiopatologia, etiologia e tratamento
Irregularidades urológicas congênitas são deformidades congênitas envolvendo os sistemas
urológico e genital (ou sistema geniturinário). “Congênita” significa que elas ocorrem durante o
desenvolvimento fetal ou logo depois do nascimento. Essas falhas do trato urinário podem
envolver diferentes partes do sistema geniturinário, bem como outros sistemas orgânicos,
incluindo: rins, ureteres, bexiga e órgãos genitais. O termo malformações congênitas do trato
urogenital inclui um número considerável de doenças causadas por defeitos na morfogênese do
sistema urinário, incluindo alterações no número, tamanho e /ou posição dos rins, dilatação
obstrutiva ou não obstrutiva do trato urinário e lesões renais displasicas, incluindo distúrbios
císticos. Podem ocorrer isoladamente ou no contexto de uma síndrome. As malformações
congênitas do trato urinário predispõem os pacientes a muitas complicações, incluindo infecção
do trato urinário, obstrução, estase, formação de cálculo e comprometimento da função renal.

As anomalias congênitas e hereditárias do sistema urinário compõem um grupo de defeitos


anatômicos que, embora incomuns, podem ter consequências subclínicas a graves
consequências funcionais. Existem muitos problemas congênitos e hereditários que podem
afetar os rins. Entre eles estão malformações renais, insuficiência do rim (s) para se desenvolver,
rins policísticos e cistos renais.

Referências e Link do material na Biblioteca Virtual


e artigo
CUNNINGHAM, J. G. Tratado de fisiologia veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2008.

CURI, R; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732307/cfi/6/2!/4/2/2@0:0>.
Acesso em: 10 mai. 2019.

GUYTON, A. C; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

KOLB, E. et al. Fisiologia veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984.

SWENSON, M. J.; REECE, W. O. Dukes Fisiologia dos Animais Domésticos. 12. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.

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Tumores renais, testiculares, do epitélio de
transição do trato urinário
As neoplasias de trato urinário são situações incomuns na Medicina Veterinária em geral. Em
relação as neoplasias renais os processos benignos são achados incomuns, geralmente
incidentais, na necropsia, e geralmente de pouca significância clínica. Adenomas, lipomas,
fibromas e papilomas foram os mais relatados na literatura. As neoplasias renais malignas
primárias (exceto nefroblastomas) são mais comuns em animais de meia-idade e mais velhos.

Nenhuma predileção de raça foi encontrada, exceto pela predileção hereditária para o
desenvolvimento de cistoadenocarcinomas bilaterais e multifocais em pastores alemães,
geralmente entre 5 e 11 anos de idade. A neoplasia renal maligna primária mais comum é o
carcinoma, que se origina do epitélio tubular renal. Geralmente, é unilateral, localizada em um
pólo do rim e bem demarcada. Os sinais de neoplasias renais são inespecíficos e podem incluir
perda de peso, anorexia, depressão e febre. As neoplasias bilaterais podem destruir de maneira
incomum o tecido renal suficiente para causar doença renal crônica e sinais associados de
uremia. Neoplasias dos ureteres, bexiga e uretra são também incomuns em animais domésticos.

No entanto, é mais provável que as neoplasias primárias sejam malignas do que benignas. Entre
as neoplasias malignas primárias do trato urinário inferior, os carcinomas de células transicionais
são mais frequentemente diagnosticados. Carcinomas de células escamosas, adenocarcinomas,
fibrossarcomas, leiomiossarcomas, rabdomiossarcomas, hemangiossarcomas e osteossarcomas
também são encontrados. Os carcinomas de células transicionais podem ser projeções solitárias
ou múltiplas semelhantes a papilas da mucosa ou podem se desenvolver como uma infiltração
difusa do ureter, bexiga, próstata e/ou uretra. As neoplasias ureteral e da bexiga podem causar
obstrução crônica ao fluxo urinário com hidronefrose secundária. Os tumores uretrais são mais
propensos a causar uropatia obstrutiva aguda. Infecções bacterianas secundárias intratáveis do
trato urinário são comumente associadas a neoplasias da bexiga e da uretra. Hematúria, disúria,
estrangúria e polaciúria são os sinais mais comuns. Animais com obstrução ureteral e
hidronefrose unilateral podem apresentar sinais de dor abdominal e apresentar rim aumentado
palpável. Sinais de uremia podem ser aparentes em animais com obstrução ureteral bilateral e
hidronefrose ou com obstrução uretral.

Referências e Link do material na Biblioteca Virtual


e artigo
CUNNINGHAM, J. G. Tratado de fisiologia veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

CURI, R; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732307/cfi/6/2!/4/2/2@0:0>. Acesso em:
10 mai. 2019.

ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária: doenças do cão e do gato. 5.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. v.2.

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GUYTON, A. C.; ESBERARD, C. A. Fisiologia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

NELSON, R.; COUTO, C. G. Manual de medicina interna de pequenos animais. 2. ed. São Paulo: Elsevier,
2006.

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