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Cronograma Componente Curricular

Paciente adulto
Bases anatômicas e fisiologia do sistema urinário
Professor: Júlio César Bandeira Festa

SISTEMA URINÁRIO

Anatomia dos tratos urinários superior e inferiores


O sistema urinário realiza várias funções excretoras, reguladoras e secretoras; mantendo um ambiente químico interno no corpo.

Rim: estrutura de pares (2), de cor castanho avermelhada, localizado no plano retroperitoneal, na região lombar posterior. Em um
adulto o peso de um rim varia de 120-170g e com em média 12cm de comprimento e 6cm de largura por 2,5cm de espessura.
Protegidos pelas costelas flutuantes, tecido adiposo e a cápsula renal que circunda o rim. Está constituído de 2 regiões o
parênquima renal e a pelve renal. Cada rim contém aproximadamente 1 milhão de néfrons (unidades formadoras dos rins). Os
glomérulos são responsáveis pela filtração glomerular do sangue. Um rim pode substituir a função do outro, se este estiver
incapacitado de suas funções. A coleta urinária é a convergência dos ductos coletores para dentro das papilas, que desembocam
nos cálices menores, os quais drenam para dentro dos cálices maiores, e estes desembocam diretamente para dentro da pelve renal

Ureteres, bexiga e uretra: a urina formada dentro do néfron, flui para dentro dos ureteres (2), tubo fibromuscular longo, que
conecta cada rim à bexiga. Estes tubos têm aproximadamente entre 24cm à 30cm de comprimento. O ureter esquerdo é um pouco
mais curto que o direito. A bexiga urinária é um saco muscular oco, localizado exatamente atrás do osso púbis. Tem a capacidade
de aproximadamente 300 a 600ml de urina. A área oca da bexiga chama-se de vesícula, onde apresenta as 2 entradas dos ureteres
renais, superiormente. Inferiormente, na base da bexiga origina-se a uretra, onde nos homens a extensão é maior do que nas
mulheres; sendo que nos homens ela desemboca no óstio uretral do pênis (em toda a estrutura peniana) e para frente e na mulher
desemboca no óstio uretral vaginal (anteriormente a vagina). Nos homens a próstata encontra-se exatamente abaixo do colo da
bexiga e circunda a uretra posteriormente e lateralmente.

Formação da urina: formada nos néfrons em 3 etapas distintas: filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular.
Filtração glomerular: através do fluxo sanguíneo de aproximadamente 1.200ml.min., ocorro a filtração, entrando nos túbulos
renais; consistindo de água, eletrólitos, pequenas moléculas e grandes moléculas. Esta filtração depende da pressão existente no
fluxo sanguíneo.
Reabsorção tubular: é a 2ª e 3ª etapas da formação da urina que ocorre nos túbulos renais chamada de reabsorção tubular e
secreção tubular. Onde na reabsorção tubular a substância filtrada retorna para os capilares e na secreção tubular as substâncias
saem dos capilares e entram para dentro do filtrado tubular. A filtração ocorre por todo o túbulo renal. O filtrado concentrado nos
dutos coletores e sob influência do hormônio antidiurético (ADH), transforma-se em urina e entra na pelve renal.

Excreção de produtos residuais: é o principal órgão excretor do corpo humano, eliminando produtos metabólicos residuais do
corpo. O principal produto residual da proteína é a ureia; excretada na urina . Caso não seja excretada ela se acumula nos tecidos
corporais. Outros resíduos metabólicos são a creatinina, fosfatos, sulfatos e ácido úrico. Os rins são como uns dos principais
excretores de metabólitos medicamentosos. O sódio excretado são reabsorvidos para o sangue, no intuito de manter o equilíbrio
osmótico (entre sódio e água). O potássio é excretado em torno de 90% pelos rins; sendo que a retenção deste íon ocasiona
cálculos renais.

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PATOLOGIAS DO SISTEMA RENAL

Glomerulonefrite: classificada como uma glomerulopatia, é uma das condições que pode acometer os glomérulos.
Os glomérulos são uma estrutura microscópica que faz parte dos néfrons (onde se forma a urina), formada por um
emaranhado de pequenos vasos sanguíneos (capilares) – que possuem uma película filtradora em suas paredes
(envolto por uma cápsula de proteção).
É responsável por filtrar, do sangue, as substâncias que ele entende que precisam ser excretadas do organismo. De
forma resumida o glomérulo é um filtro do rim.
A glomerulonefrite caracteriza-se por apresentar um processo inflamatório nas estruturas glomerulares do rim. Esta
alteração incapacita a filtração renal, prejudicando a funcionalidade, desencadeando alterações secundárias como
comprometimento renal. A condição de incapacitação renal pode ser assintomática e ser constatado somente quando
houver alterações de exames laboratoriais, como: hematúria (sangue na urina), proteinúria (proteína na urina), sódio
com limites elevados na urina e anemia.
Contudo, pode apresentar sinais e sintomas, como: acúmulo de líquidos (ocasionando edema em diferentes locais ou
até mesmo, aumento de peso corporal), hipertensão arterial sistêmica (HAS – como os rins não conseguem filtrar o
excesso de sódio do organismo para excretá-lo, os níveis ficam concentrados no sangue, fazendo com que o coração
necessite bombear (ejetar) mais sangue a fim de tentar normalizar a alteração. Esta situação pode levar ao aumento de
pressão arterial sistêmica, aumento do nível glicêmico (glicose sanguínea – diabete mellitus), urina com presença de
sangue, indisposição (cansaço, fraqueza) relacionado com a anemia.
O tratamento vai depender dos efeitos secundários apresentados e a sua gravidade, bem como o comprometimento da
estrutura para executar a sua função. Normalmente, o plano terapêutico inicial visa controlar o processo inflamatório
instaurado e estabilizar os níveis pressóricos das alterações secundárias (principalmente a hipertensão arterial
sistêmica e o diabete mellitus).
Deve ser orientado ainda o controle nutricional da ingestão de proteínas, sal e em algumas situações, quando tiver
edema associado a diminuição hídrica.
Deve-se relatar que se não manejar de forma adequada pode evoluir para um comprometimento renal, em algumas
situações de forma rápida, podendo ocasionar a necessidade de hemodiálise ou até transplante renal.

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Pielonefrite: doença bacteriana que ocasiona um processo infeccioso, onde as estruturas responsáveis por formar a
urina e direcioná-la até os ureteres são diretamente atingidas, alterando ou, até mesmo, comprometendo o seu
funcionamento conforme a manifestação.
Pode ocorrer de forma súbita (aguda) ou em condições de repetição (mal curadas) pode evoluir para a forma crônica.
Habitualmente, é de fácil manejo e reversível, com boa resposta ao tratamento dispensado. Porém, se não tratado,
pode progredir para uma doença renal crônica; proporcionalmente a uma condição potencialmente grave.
Sinais e sintomas: tanto para a condição aguda quanto para a condição crônica, as manifestações são iguais; ocorrendo
períodos sintomáticos e assintomáticos. O comum é: febre, sudorese, calafrios, mal-estar geral, desconforto e/ou dor
em região pélvica (estendendo-se para o abdome) e lombar (estendendo-se para as costas), náuseas e vômitos, disúria
(dificuldade para urinar), piúria (presença de leucócitos - células brancas), hematúria (sangue na urina).
A pielonefrite é tratável, sendo que o principal plano terapêutico inclui o uso de antibióticos específicos para a bactéria
identificada na urocultura. Analgésicos podem ser associados a fim de diminuir a dor nos períodos de pico
principalmente ao urinar. Anti-inflamatórios devem ser evitados para minimizar a sobrecarga renal.
Em casos graves a internação hospitalar, se faz necessária; principalmente onde existe a necessidade de infusão venosa
no tratamento, ou cirurgia (que não está descartada), principalmente nas situações onde exista uma obstrução no
sistema renal, visto a possibilidade de processo infeccioso.

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Litíase renal: também conhecida como “pedra nos rins”, acometendo tanto homens como mulheres. Caracterizada
pela presença de cálculos de cálcio (tipo mais recorrente), podendo ainda serem orgânica de outras designações, como
o depósito de ácido úrico.
A litíase renal pode estar localizada em qualquer estrutura do sistema urinário, como: rins, ureteres, bexiga e uretra.
A aparência destes cálculos podem ter causas multifatoriais, sendo as alterações urinárias as mais recorrentes. Sendo
que os principais fatores de risco aumentam a possibilidade de sua manifestação incluem:

 ingestão hídrica e de cálcio inadequadas;


 excesso de consumo de proteínas de origem animal e de sódio;
 histórico clínico prévio de ocorrência de litíase renal pessoal ou hereditariedade;
 episódios de repetição de infecção urinária;
 uso prolongado de algumas medicações (aciclovir, indanavir (antirretrovirais) e sulfadiazina (quimioterápico e
anti-infeccioso));
 ser portador de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabete mellitus (DM);
 obesidade.

Muitos pacientes são assintomáticos por longos períodos. Entretanto, os sintomas clássicos abrangentes incluem a
cólica renal, com presença de sangue na urina (hematúria); outros são específicos, conforme o local que está instalado
o cálculo.

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Insuficiência renal: condição em que os rins perdem a capacidade de executar suas funções básicas. A insuficiência
renal está dividida em:
 Aguda: ou também conhecida como IRA (insuficiência renal aguda), é quando ocorre a súbita e rápida perda
das funções renais; ocorre quando há alguma lesão nos rins provocando rápida queda nas suas funções;
 Crônica: ou também conhecida como IRC (insuficiência renal crônica), é quando a perda é lenta, contínua /
progressiva e irreversível.

Principais causas:
 choque circulatório (deficit cardiogênico na ejeção, não proporcionando sangue suficiente para a filtragem);
 sepse (infecção generalizada) (por não excretar dejetos não absorvidos no organismo);
 desidratação (deficit de líquido no organismo);
 queimaduras extensas (desidratação intensa);
 excesso de diuréticos (excesso de excreção urinária, provocando também a desidratação);
 obstrução renal (impedindo a realização das funções renais);
 insuficiência cardíaca grave (deficit de ejeção sanguínea);
 glomerulonefrite aguda (inflamação nas unidades filtrantes do rim, chamadas glomérulos, impedindo de que
os mesmos realizem suas funções).

Vários medicamentos são tóxicos para os rins, podendo levar à insuficiência renal aguda, dentre eles:
 anti-inflamatórios;
 antibióticos;
 alguns quimioterápicos;
 contraste à base de iodo para exames radiológicos.

A recuperação da insuficiência renal aguda depende de: idade e associação com outras doenças e função renal prévia
antes da lesão. Alguns recuperam a função completamente, outros ficam com função permanentemente abaixo dos
níveis normais e há ainda aqueles que nada recuperam, ficando dependentes de hemodiálise.

Fases da Insuficiência Renal Crônica

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A prevenção da insuficiência renal, tem medidas simples, que podem prevenir o aparecimento de doenças renais:
 dieta: evitar o excesso de sal (sódio – litíase renal / cálculo), carne vermelha (dieta rica em proteína animal
vermelha favorece a produção de litíase renal, além disto a produção de ácido úrico um dos principais
componentes dos cálculos renais) e gorduras (o excesso de gordura provoca sobrecarga do rim no que tange a
necessidade de filtrar mais vezes o sangue);
 evitar excesso de peso (colapso renal por excesso de gordura adipósita);
 fazer exercícios regularmente (diminui o tecido adipócito, aumenta a ingestão hídrica de água);
 não fumar (diminui o risco de obstrução de veias e artérias capilares renais);
 controlar a pressão arterial e o diabetes (HAS – torna os vasos sanguíneos renais mais espessos; DM – o
excesso de glicose nos rins diminui a capacidade de filtração renal.

É necessário o uso adequado de medicamentos, verificar periodicamente a saúde dos rins por meio de exames,
consultar regularmente seu clínico e nefrologista. Idosos, portadores prévios de cardiopatia e pacientes com história
familiar, possuem grande potencial para lesão renal.

Fístula Arteriovenosa (FAV): sempre com o mesmo fluxo e intenso onde, este fluxo é 3 vezes maior que o fluxo
normal do sangue. É assim que funciona uma fístula artério venosa. Pacientes renais dialíticos (que fazem
hemodiálise) necessitam de uma veia calibrosa com alto fluxo para servir de acesso para “puxar” o sangue para a
máquina de hemodiálise e “devolver” o sangue filtrado. Este vaso é criado com uma pequena cirurgia
confeccionando-se uma fístula arteriovenosa (FAV). Ou seja, a FAV é a ligação entre uma artéria e uma veia
´procedimento realizado em sala cirúrgica. A ligação entre a veia e a artéria possibilita um aumento de fluxo
sanguíneo da veia permitindo às paredes do vaso a ficarem resistentes ao intenso fluxo, além das várias punções para
as sessões de hemodiálise.

Após a confecção, cirúrgica, de uma fístula arteriovenosa; há a necessidade de cuidados específicos:


não pode haver sangramento vivo (hemorragia);
 o curativo sobre a fístula, e após a sua confecção cirúrgica, não pode ser compressiva;
 não realizar punção venosa periférica no membro superior que foi realizado a FAV;
 não verificar a pressão arterial (PA) no membro que foi realizado a FAV;
 não realizar coleta de sangue no membro superior que foi realizado a FAV.

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Após a confecção da FAV é necessário aguardar de 6 a 8 semanas para ela apta para o uso. Portanto, quem deve
decidir o momento certo para utilização da FAV é o nefrologista. Além da avaliação técnica médica especializada, há
o que tange o cuidado pessoal, ou seja, do paciente e que são:
manter pele (tegumento) onde fica a fístula e a incisão cirúrgica, que foi feita a FAV limpas; para evitar infecções;
 não permitir que seja aferido a PA, coleta de sangue e punção venosa periférica no membro superior da FAV;
 não realizar exercícios físicos que exija esforço do membro superior da FAV;
 não dormir sobre o membro superior da FAV;
 o paciente pode tocar levemente a FAV, para observar se a mesma está em funcionamento. A FAV fibra
quando está em pleno funcionamento;
 após a hemodiálise se faz necessário que o curativo seja mantido de 4 a 6 horas;

Há também as complicações de uma FAV, que são:


 trombose (criação de coágulo intra FAV);
 infecção (por uma ligação entre veia e artéria de calibres grossos, além da necessidade de serem periféricos
devido à necessidade de punção para a hemodiálise e próximo a pele, há o risco de contaminação de
organismos residentes na pele para dentro da corrente sanguínea);
 pseudoaneurisma (possibilidade de causar agrupamento de placas de ateroma causando o fechamento da
FAV);
 isquemia distal (raro porém possível, devido a todos os outros já citados, há o risco da anatomia distal, ou
seja, quirodáctilos (dedos), mão e punho perderem o fluxo sanguíneo;

Cateteres para hemodiálise:

O cateter de hemodiálise é um dos acessos vasculares para realizar o procedimento em si e representa uma condição
para fazer essa terapia.
Alguns cuidados são fundamentais a fim de preservá-lo:
 A escolha e colocação do cateter é um procedimento médico, normalmente, feito em uma veia calibrosa na
região do pescoço, tórax ou virilha (região inguinal);
 O paciente e familiar será informado sobre cuidados antes da inserção do cateter;

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 Normalmente, o cateter é utilizado durante um período curto, porém, em alguns casos pode ser necessário que
permaneça por mais tempo. É empregado quando não há outra opção de acesso ao vaso sanguíneo e, por isso,
deve ser bem cuidado.

Tipos de cateter para hemodiálise:


Curta permanência (cateter de Shilley)

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Longa permanência (cateter Permcath)

Cuidados importantes para o cateter de hemodiálise:


 O curativo deve ser mantido limpo, seco e fixado na pele com a finalidade de evitar que o cateter saia da veia;
 O curativo sempre deve ser protegido durante o banho com um filme plástico, para não molhá-lo;
 Caso o curativo molhe, por algum motivo (chuva, excesso de suor, sangramento, umidade no banho) deve ser
trocado o mais rápido possível pela equipe;
 O curativo deve ser trocado preferencialmente na unidade de hemodiálise, ou conforme avaliação do
enfermeiro, se estiver internado, ou pela equipe do serviço;
 Não mexa no cateter e mantenha sempre as tampinhas protetoras nas suas extremidades a fim de evitar
contaminação e sangramento;
 Não deite sobre o cateter para não dobrá-lo e danificá-lo;
 Use roupas folgadas a fim de que elas não fiquem roçando no cateter;
 Ao ir na sessão de hemodiálise, se o cateter estiver afixado na região do pescoço ou tórax, procurar usar
roupas abertas na frente, com gola folgada para facilitar o manuseio do cateter pela equipe;
 Se o cateter estiver na região da virilha (inguinal), usar uma calça folgada e não sentar tendo o cuidado ao
caminhar, pois isso pode dobrá-lo internamente danificando-o;
 Ficar atento aos sinais flogísticos (sinais de infecção): dor, calor, rubor, edema e possivelmente pus no local
da punção do cateter;
 Em caso de deslocamento do cateter (seja para dentro ou principalmente para fora), ou cair; o local onde o
cateter foi puncionado deve ser imediatamente comprimido com gaze ou pano limpo e seco. E procurar
serviço médico.

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Diálise: usada para a remoção de líquidos e produtos residuais urêmicos do corpo quando os rins não conseguem fazê-
lo. Também pode ser empregada para o tratamento de pacientes com edema que não respondem ao tratamento de:
coma hepático, hipercalemia (níveis de potássio elevados no sangue), hipercalcemia (níveis de cálcio elevados no
sangue), hipertensão arterial sistêmica e uremia (níveis de ureia elevadas no sangue, incapacitando o rim de exercer a
função vital – filtração). A diálise está dividida em aguda (quando os níveis de potássio, sobrecarga hídrica, edema
pulmonar, acidose orgânica, pericardite e confusão grave; estão em eminência de agravar o quadro do paciente) e
crônica (indicada para IRC – em casos terminais).
A diálise pode ser mantida durante anos. Em média tem uma boa condição nos 5 primeiros anos e a sobrevida é em
torno de 10 anos, dialisando (segundo a literatura), pois existem fatores que influenciam, como: condição fisiológica,
faixa etária, serviço disponível, atendimento, horas de diálise. O que elimina a vida dialítica é o transplante renal; não
somente tem qualidade de vida mas também a qualidade fisiológica do paciente melhora.

Diálise Peritoneal: o objetivo da diálise peritoneal é a remoção de substâncias tóxicas e resíduos metabólicos,
reestabelecendo o equilíbrio hidroeletrolítico normal. É tratamento de escolha para pacientes com insuficiência renal,
que não tem condições fisiológicas ou que não desejam realizar hemodiálise, ou transplante renal.
A diálise peritoneal esta dividida em:
1. CAPD: também conhecida como DPAC (diálise peritoneal ambulatorial contínua), ou seja, é uma modalidade
mais comum de diálise peritoneal. É realizada diariamente e de forma manual pelo próprio paciente ou familiar,
sendo uma boa opção para idosos, crianças e aqueles para as quais a hemodiálise não se mostrou propícia ou
possível.

2. DPA: é a diálise peritoneal automatizada (DPA), também conhecida como diálise peritoneal cíclica contínua
(DPCC), requer uma máquina cicladora para automatizar o processo de filtração e drenagem. A maioria dos
pacientes escolhe a DPA pois ela permite que grande parte do tratamento possa ser realizado enquanto o paciente
dorme.

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Complicações com a diálise peritoneal:


 Peritonite: complicação mais comum e mais grave, devido ao cateter estar inserido diretamente através da
pele, pelo peritônio;
 Extravasamento: o material dialisado extravasa (sai) do sítio do cateter;
 Sangramento: observa-se em mulheres, em período de menstruação e após o procedimento de inserção do
cateter. Porém deve cessar;
 Complicações a longo prazo: hipertrigliceridemia (níveis altos de triglicerídeos no sangue – gordura), hérnia
abdominal (na incisão), hérnia inguinal, hérnia umbilical, hérnia de hiato, pressão intra-abdominal, dor
lombar, hemorroidas, anorexia.

Hemodiálise: método de diálise mais comum de ser usado. Utilizada para pacientes que estão agudamente doentes, de
período curto (dias / semanas). Já a hemodiálise conhecida como DRET (doença renal em estágio terminal), requer um
dialisador, ou seja, uma máquina que faz artificialmente a função do rim. Em caso de paciente com IRC a máquina
evita a morte.
Os princípios da hemodiálise constitui em extrair as substâncias nitrogenadas (nitrogênio e carbono) tóxicas do sangue
e remover o excesso de água.

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Hemolenta: é uma terapia indicada para paciente com lesão renal aguda, que estão hemodinamicamente instáveis
(pacientes acidentados/traumatizados) e não toleram/suportam a hemodiálise convencional, devido ao quadro de
hipotensão arterial acentuada e com necessidade de remoção de grandes quantidades de líquidos em excesso.
É uma solução dialítica (fármaco para diálise), utilizado em hemodiálise de pacientes críticos (em UTI) e que deve ser
usado um dialisador (máquina).

Cuidados com dieta e ingesta hídrica: pacientes renais, e como infecção urinária de recorrente, litíase/cálculos
renais e IRC (doença renal crônica), devem ter mais atenção a sua saúde, no que tange ao não agravamento do estado
fisiológico e patológico do órgão. Sendo assim o consumo de alimentos naturais/in natura, deve ser priorizado, para a
obtenção de nutrientes necessários para o funcionamento do organismo. Além disso se faz necessário a redução da
ingestão de sal de cozinha (sódio); íon elementar que está inserido nos alimentos industrializados.
A hidratação deve ser estimulada, porém ingerir água (H 2O). A recomendação é de 1,5 a 2 litros d’água/dia associado
a alimentação a base de frutas, verduras, cereais integrais e proteínas de origem animal e vegetal(ovo, feijão, grão-de-
bico, lentilha). As carnes têm carga ácida, sendo melhor a preferência por carne de peixe e branca (frango e a tilápia).
Já alimentos industrializados, embutidos devem ser consumidos com restrições.

Em regra geral a dieta de um paciente com a função renal prejudicada deve conter em sua maior parte do dia,
alimentos naturais com diversas porções de frutas, legumes e verduras.
Em relação a restrição de consumo de água para pacientes com IRC, é maior. Isso se deve em relação a diminuição da
função renal, em produzir urina; gerando acúmulo de líquidos no organismo. O rim não filtra todo o líquido ingerido,

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sendo acumulado no espaço intra e extracelular (causando edema generalizado). Além disto o risco de não eliminar os
resíduos tóxicos para o organismo.
Em média, a ingestão de água para um paciente com IRC é de 2 a 3 copos de 200ml/dia, ou seja, 700ml/dia

Transplante renal: tornou-se um tratamento de escolha para pacientes com DRET (doença renal em estágio
terminal). O transplante renal visa transplantar um rim de doador vivo (inter vivos) ou cadáver humano, para o
receptor com DRET. Porém a necessidade de compatibilidade sanguínea e de tecidos. O rim do receptor é colocado na
fossa ilíaca anterior, sendo o ureter suturado diretamente na bexiga ou no ureter do receptor, ou seja, o rim do receptor
(biologicamente) não é retirado, o paciente (receptor) fica com 3 rins.

Urolitíase: refere-se a cálculos (pedras) nos rins, devido a concentração urinária de substâncias com: oxalato de
cálcio, fosfato de cálcio e ácido úrico (cristais presentes na filtração urinária). O tratamento cirúrgico é uma
modalidade utilizada quando o cálculo não é eliminado. Pode ser realizado por percutânea (o rim é acessado por
incisão), endoscopicamente (video), ureterolitotripsia e ureteroscopia.

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Trauma renal: os rins são protegidos pelo gradil costal e musculatura posterior (costas) além das vísceras anteriores.
Traumas podem ocorrer, como: fraturas de costelas ou vertebral com penetração renal, lesão fechada (colisão de
automóvel ou moto, quedas, agressão e lesão desportiva), ou penetrantes (arma branca ou de fogo). A falha de usar
cinto de segurança, está associado a em média 80% dos casos de trauma renal em acidente de trânsito.
O trauma renal está classificado em 4 tipos:
1. Contusão: equimose ou hemorragia, na cápsula renal;
2. Laceração: mínima: ruptura superficial do córtex renal;
3. Laceração importante: ruptura do parênquima renal (massa/órgão);
4. Lesão vascular: lesão de veias e artérias renais.

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A meta em trauma renal é controlar a hemorragia, dor e infecção, além de preservar as funções renais e manter a
drenagem urinária. Em caso de contusão e laceração mínima, a conduta é repouso de medidas conservadoras
associado a exames de imagem para acompanhamento, antimicrobianos, anti-inflamatórios e aguardar que o
organismo absorva os coágulos hemorrágicos mínimos. Já no caso de laceração importante e lesão de veia e artéria o
procedimento é invasivo, ou seja, intervenção cirúrgica para a reparação do órgão e anexos.

Câncer de rim: o mais comum é o adenocarcinoma renal, que pode gerar metástases precoces para pulmões, fígado,
cérebro, ossos e rim contralateral. O tratamento é radical, ou seja, erradicar/extirpar/remover cirurgicamente o rim
afetado antes que surja a metástase.

Nefroesclerose: é o endurecimento (esclerose) das artérias renais devido a hipertensão prolongada, provocando
alargamento definitivo das artérias e fibrose; provocando queda do fluxo sanguíneo renal e necrose no parênquima
renal (órgão), ou seja, morte do tecido renal. O tratamento é agressivo, com terapia anti-hipertensiva, na tentativa de
reduzir a incidência do evento e controlar a pressão sistêmica.

Cistos renais: são sacos cheios de líquidos anormais, que surgem no tecido renal, tem origem genética, ou adquiridos
após 60 anos, oclusão (entupimento) de canais renais que filtram o sangue, aumento da pressão interna renal e também
por causas desconhecidas. Não existe tratamento específico para o cisto renal ou doença renal policística; o alvo é o
alívio da dor, dos sintomas e complicações. Porém em casos de hipertensão e infecção do trato urinário (ITU)
recorrente, um tratamento mais agressivo se faz necessário, como cirurgia para a remoção cística.

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Considerações de enfermagem a serem observados:


 sangramentos (observar excesso de sangramento em ferida operatória (F.O.) ou drenos de pós-operatório;
 infecção (avaliar sinais flogísticos);
 trombose venosa profunda (observar coloração, irrigação e temperatura de membros inferiores encorajar a
deambulação precoce);
 avaliar nível de dor;
 administrar medicação relacionada em prescrição médica fidedignamente;
 minimizar trauma com cateteres, manipulando o mínimo possível.

Balanço Hídrico (BH)


A instabilidade hemodinâmica, e que leva a
Parâmetro essencial, para que se possa aferir / observar necessidade de balanço hídrico, refere-se há uma
a condição / quadro de saúde de um paciente / cliente, instabilidade corporal dos volumes circulantes, ou seja,
nos últimos 60 minutos (1hora) ou nas últimas 24h. Ou se faz necessário estabelecer cálculo de volume
planejar investimentos para melhor cuidado. O ingerido/infundido X (versus) volume
equilíbrio em balanço hídrico, disse quando há ganhos perdido/expelido/excretado. Não realizando este, o
nos volumes ingeridos e expelidos. risco de óbito incide no quadro do paciente.
A ingestão de líquidos é essencial para manter-se a
condição de vida, para uma condição adequada do
paciente. Porém, o corpo tem limites para o
processamento de líquidos; pela urina.
Em caso de desequilíbrios referente a perda de
volemias, sejam elas: poliúria (urina em excesso),
hiperidrose (suor em excesso), traumas que causam
hipovolemia corporal (cirurgias extensas e de perda
sanguínea, sinistros/automobilísticos/desastres),
leucemia (patológico), diarreia, vômitos; há a
necessidade do cálculo de balanço hídrico, para
manter-se a volemia “perto do normal” em relação ao
indivíduo e sua condição hemodinâmica estável
(paciente capaz de manter o pulso e a pressão
sanguínea, sem ajuda mecânica ou farmacológica.).

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Análise de BH
Quando o volume de líquidos corporais está em deficit,
há sobrecarga orgânica, no que tange: BH equilibrado (sem perda e/ou ganho): balanço
1. Coração: aumenta o débito cardíaco, devido à hídrico do paciente deve ser equilibrado de forma que
necessidade do coração bombear/ejetar com o volume de líquidos administrados seja igual ou muito
mais frequência o sangue para compensar a próximo do volume de líquidos eliminados;
perda; causando taquicardia.: BH positivo: se diz quando há retenção de líquidos,
2. Rins: há sobrecarga renal, devido a esforço de que podem ser identificados ao se avaliar os sinais
filtrar o líquido restante em relação a perda e vitais, especialmente na presença de frequência
repor na circulação.; cardíaca e níveis pressóricos elevados;
3. Pulmões: menor volume de sangue para BH negativo: Quando as perdas são superiores às
hematose (troca gasosa), maior risco de quantidades administradas.
toxicidade por dióxido de carbono não
expelido do corpo;
4. Encéfalo: intoxicação por dióxido de carbono
e menor volume de sangue circulante. Síncope
neurológica;
5. Sistema digestivo: ausência/paralisia do íleo,
estômago; paralisia peristáltica;
6. Tegumento: ressecamento dérmico.

Exemplo de planilha para averiguação de ganhos e perdas


de líquidos e posterior cálculo de BH.

Cálculo do Balanço hídrico

Para um cálculo fidedigno, há necessidade de


observarmos se houve perda ou ganho de volume
considerando a patologia (quadro de doença atual) e
anamnese das últimas 24h do paciente,
preliminarmente. Para tanto se faz necessário:
verificação no paciente correto, data correta, horário de
verificação correta, observação de todos os volumes
administrados/ingeridos assim como os
Sendo assim a importância de realizar o balanço expelidos/perdidos e o registro fiel aos volumes.
hídrico em um paciente, é nada mais do que Não se deve esquecer de nenhum modulo de ingestão,
profilaxia/antecipação de todo e qualquer evento seja: transfusional, oral, enteral, cateteral. Assim como
adverso proveniente de desequilíbrio hidroeletrolítico perdas: bolsa de colostomia, bolsa de ileostomia, bolsa
relacionado há hipovolemia, e que possa comprometer de jejunostomia, bolsa de urostomia, urokit, vômitos,
as funções vitais desencadeando passível cronicidade diarreia, hiperidrose, poliúria ou disúria, pesar roupas
regional ou sistêmica de órgãos. pessoais e de leito, fraldas.
Porém é primordial que o balanço hídrico esteja com o
cálculo correto, pois, o deficit sobrecarrega o
organismo assim como o excesso de volume;
edemaciando órgãos e todas as células corporais.

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Fórmula para o cálculo do BH:


Resposta técnica: indica que o paciente/cliente no
Volume (V) de ganho/ingesta/infusão (em ml) – período pré estipulado, apresentou um ganho positivo
Volume (V) de perda/excreta (em ml) = volume de 600ml. Registra-se em prontuário e informa-se ao
corporal (em ml) enfermeiro (a).

2– Ex.:
VOLUME DE GANHO O paciente/cliente C.F.R. 45 anos, recebeu 1.000ml de
soro fisiológico 0,9% (SF 0,9%) endovenoso (EV)
- VOLUME DE PERDA
mais (+) 500ml via oral (VO), totalizando 1500ml de
VOLUME CORPORAL ingestão (EV+VO). Ao final do plantão e para realizar
o BH, observou-se uma perda de 1.800ml em urokit
1 - Ex.: (bolsa coletora de urina.
O paciente/cliente C.F.R. 45 anos, recebeu 1.000ml de Cálculo: V ganho – V perda = V corporal
soro fisiológico 0,9% (SF 0,9%) endovenoso (EV) V ganho: 1.000ml + 500ml
mais (+) 500ml via oral (VO), totalizando 1500ml de V perda: 900ml
ingestão (EV+VO). Ao final do plantão e para realizar V corporal: 300ml - (negativo)
o BH, observou-se uma perda de 900ml em urokit Conta armada: 1.000ml
(bolsa coletora de urina). + 500ml
Cálculo: V ganho – V perda = V corporal 1.500ml
V ganho: 1.000ml + 500ml - 1.800ml
V perda: 900ml - 300ml
V corporal: 600ml + (positivo)
Conta armada: 1.000ml Resposta técnica: indica que o paciente/cliente no
+ 500ml período pré estipulado, apresentou uma perda negativa
1.500ml de 300ml. Registra-se em prontuário e informa-se ao
- 900ml enfermeiro (a).
+ 600ml

Controle de diurese: o controle de diurese tem como finalidade a verificação da filtração do aparelho renal, ou seja,
se está havendo retenção ou eliminação hídrica em excesso. O processo de controle de diurese deve ser rigoroso, pois
é mediante este procedimento que toda a equipe de saúde multiprofissional vai controlar a saúde; através de dados
fidedignos obtidos no aferimento do volume coletado, proporcionando um diagnóstico e tratamento adequados.
A técnica consiste em solicitar ao paciente que urine em um papagaio ou comadre (dispositivo de metal usados para
coleta de dejetos humanos. Após a coleta armazena-se o volume coletado em um recipiente graduado.. manter o
paciente confortável durante a coleta; e após o ambiente limpo. Ao coletar o material urinário, observa-se o seguinte:
 a frequência em que o paciente urina (quantas vezes ao dia ou ao turno);
 volume que se coletou (sem anotar em ml (mililitros);
 coloração;
 se há fragmentos, grânulos ou cristais;
 se há sangue ou restos de sangue;

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Principais termos técnicos do sistema urinários:

1. Diurese: volume urinário;


2. Micção: ato de urinar;
3. Anúria: ausência de urina (volume inferior a 100ml/24 horas);
4. Disúria: dor e dificuldade de urinar;
5. Enurese: incontinência urinária;
6. Hematúria: presença de sangue na urina;
7. Oligúria: diminuição da frequência urinária (volume inferior a 400ml/24 horas);
8. Polaciúria: aumento da frequência urinária;
9. Poliúria: aumento do volume urinário;
10. Nictúria: eliminação de urina durante a noite;
11. Piúria: presença de pus na urina.

Principais exames e diagnósticos:

Urocultura: exame que detecta e identifica a presença de bactérias no trato urinário. Os rins e a bexiga são ambientes
estéreis, onde normalmente não há bactérias, portanto, a urocultura pode indicar a presença delas.

Urinálise: ou exame de urina, pode ser necessária na avaliação de distúrbios nos rins e trato urinário e também pode
ajudar a avaliar distúrbios sistêmicos, como diabetes ou problemas no fígado. Método que obtém amostra de urina não
contaminada por cateter (sonda uretral - foley) através da uretra até a bexiga ou exame qualitativo de urina (EQU).

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Prova de função renal: empregado para avaliar a gravidade da doença renal, em que estado está as funções de
excreção e a evolução clínica do paciente referente ao tratamento. Métodos utilizados para o teste: coleta laboratorial:
níveis de creatinina (valores normais: 0,6-1,2mg/dl) mede a eficácia renal; ureia (valores normais: 7-8mg/dl) mede a
função renal; relação ureia creatinina (valores normais: 10:1) avalia o estado de hidratação no estado da doença renal;
densidade específica (valores normais: 1,01-1,02) avalia a capacidade renal de concentração e osmolalidade da urina
(valores normais: 300-900mOsm/Kg/24h) analisa a capacidade de concentração que é perdida na doença renal. Coleta
urinária de 24 horas: clearance (depuração da filtração glomerular) de creatinina (valores de referência: deve ser
medido em ml/min./1,73m2 – dependendo da idade do paciente) avalia a progressão da doença.

Ultrassonografia: procedimento não invasivo, que emprega ondas sonoras emitidas para dentro do corpo para a
detecção de anormalidades tecidual renal. Onde criam imagens e a formação normal ou anormal das estruturas.

Imageamento nuclear: através de infusão de radioisótopos por cateter intra venoso periférico, que se instala nos rins,
e uma câmara de cintilação colocada atrás dos rins. O radioisótopo circula nos rins enquanto a câmara faz imagens
sobre a função renal.

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Urografia intravenosa: inclui: urografia excretora, pielografia intravenosa e pielografia por infusão. É administrado
um radiopaco de contraste por via intravenosa. O objetivo é contrastar o sistema urinário e mostrar o seu
funcionamento em tempo real.

Pielografia retrógrada: através de cateteres inseridos via uretra, bexiga, ureter e rim na pelve renal por meio de
cistoscopia; injeta-se contraste, proporcionando imageamento do sistema coletor da urina nos rins.

Cistografia: utilizada para avaliação do refluxo vesicular, ou seja, o reflexo da urina em um ureter ou em ambos os
ureteres, ou com lesão vesical. É inserido um cateter na bexiga com contraste para delinear as paredes a serem
analisadas.

Uretrocistografia miccional: utiliza-se fluoroscopia para a visualização do trato urinário e avaliar o armazenamento
da urina. Utilizado para refluxos urinários. A técnica do exame é a mesma da cistografia, porém com a bexiga cheia de
líquido (urina com contraste).

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Angiografia renal: também conhecida como arteriografia renal, tem como objetivo o imageamento das artérias renais
através de contraste injetado por punção na artéria femoral com cateter renal.

Endoscopia urológica: ou conhecida como endo urologia. Utilizada para: exame de imageamento direto, ou seja, o
médico visualiza diretamente os planos anatômicos do sistema urinário. Realizado através de cistoscópio com fonte de
luz de fibra ótica de alta intensidade e torre de televisão. A anestesia é por sedação ou bloqueio raquidiano (medula
espinhal).

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Biópsia renal: por realização de pequeno corte no córtex renal, retira-se peça anatômica para análise da extensão da
doença renal. Utilizado para IRC inexplicada, proteinúria ou hematúria persistentes, rejeição de transplante,
glomerulopatias.

Urodinâmica: exame que proporciona a avaliação exata de problemas relacionados a: micção (fluxo de urina em ml
que permeia todo o sistema urinário), enchimento e esvaziamento da bexiga (capacidade de armazenamento urinário e
sua extensão).

Bibliografia:
1) Plotter, Patrícia A.; Perry, Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem. 6ªed. Mosby Elsevier, Rio de Janeiro,
2005;
2) Smeltzer, Suzanne C., Bare, Brenda G. Brunner & Suddarth – tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10ªed.
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005;
3) Tortora, Gerard J. Corpo Humano – fundamentos de anatomia e fisiologia. 4ªed. Artmed / edição universitária,
Porto Alegre, 2000;
4) Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Hospital de Clínicas de Porto Alegre – HCPA. Cateteres
para hemodiálise – orientações para pacientes e familiares. Educação em Saúde – coordenadoria de comunicação
do HCPA. Vol. 115-302509 / publicação autorizada. Porto Alegre, 2020.
5) Portalda Urologia - Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) - associação médica brasileira: in:
https://portaldaurologia.org.br/, acesso em 01, 04 e 09/08/2023;
6) Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) – in: https://www.sbn.org.br/, acesso em 01, 04, 09, 11/08/2023.

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