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1 - SISTEMA EXCRETOR

INTRODUÇÃO

Após a digestão dos alimentos, as substâncias absorvidas participam de


inúmeros processos, pois as células estão em contínua atividade metabólica,
produzindo substâncias úteis que são mantidas e aproveitadas em benefício
do nosso próprio organismo; e resíduos do metabolismo que são eliminados
através do sistema excretor.

Além dos resíduos do metabolismo, algumas substâncias que se encontram


em excesso e que pode causar algum desequilíbrio na saúde, tais como a
água e sais minerais, são eliminados por meio da excreção. Para um bom
funcionamento do organismo, a quantidade total de água deve ser mantida
constante em nosso corpo. Esse controle é efetuado graças a existência de
mecanismos adequados, que mantém o equilibro entre a água que ingressa e
que é eliminada. A ingestão de água é regulado pela sede e o controle da
eliminação é exercido pelas vias renais.

Por meio da excreção, podemos também eliminar outras substâncias, como


as fezes que eliminamos através do sistema digestivo, e os resíduos gasosos
que eliminamos através da respiração. O sistema urinário é responsável pela
produção e excreção da urina.

1 SISTEMA URINÁRIO

O sistema urinário é formado pelos rins, verdadeiros filtros que purificam o


sangue e formam a urina, e pelas vias urinárias (ureteres, bexiga urinária e
uretra) destinados à eliminação da urina.

- RINS:

Os rins são dois órgãos de cor vermelho-escuro, situados na região lombar


dentro da cavidade abdominal, um de cada lado da coluna vertebral. Nessa
posição estão protegidos pelas últimas costelas e também por uma camada
de gordura. Têm a forma de um grão de feijão, medindo aproximadamente
12 cm. Na parte medial (côncava) de cada rim saem um conjunto de vasos
denominados hilo renal. Pelo hilo renal passa a artéria renal, a veia renal e o
início do ureter, canal de escoamento da urina.

Os rins estão envolvidos por uma cápsula fibrosa, constituída principalmente


de tecido adiposo, que protege o córtex (parte mais externa dos rins), e a
medula (mais interna).

Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e


por milhares ou milhões de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na
região mais externa dos rins. Na camada mais interna encontram-se as
pirâmides renais, formações cônicas que se abrem nos cálices renais. Estes,
por sua vez, abrem-se na pelve renal, ao qual se segue o ureter.

- URETER:

É definido como um tubo muscular que une os rins à bexiga. Partindo da pelve
renal, que constitui sua extremidade superior, o ureter com seu trajeto
descendente, penetra na pelve e vai terminar na bexiga, desembocando
neste órgão pelo óstio ureteral. Em virtude do seu trajeto, distinguem-se duas
partes do ureter: abdominal e pélvica. Esse tubo muscular é capaz de
contrair-se e realiza movimentos peristálticos.

- BEXIGA:

É uma bolsa situada posteriormente à sínfise púbica e que funciona como


reservatório de urina. O fluxo contínuo de urina que chega pelos ureteres é
transformado, graças a ela, em emissão periódica (micção). A forma, o
tamanho, a situação e a relação da bexiga com órgão vizinhos variam com as
suas fases de vacuidade, e ainda de acordo com a idade e o sexo. No adulto
vazia ela se achata sobre a sínfise púbica; cheia, toma a forma de um ovóide e
faz saliência na cavidade abdominal. No sexo masculino, o reto coloca-se
posteriormente a ela; no sexo feminino, entre o reto e a bexiga, situa-se o
útero.
A túnica muscular da bexiga tem composição complexa, descrevendo-se um
músculo esfíncter da bexiga ao nível do óstio da uretra que corresponde ao
início da uretra. O músculo esfíncter da bexiga, bem como a camada
muscular do órgão, estão envolvidos no fenômeno de micção.

- URETRA:

Constitui o último segmento das vias urinárias e será descrita junto com o
sistema genital. Aqui é importante lembrar que ele difere nos dois sexos, mais
em ambos é um tubo mediano que estabelece a comunicação entre a bexiga
urinária e o meio externo. No homem á uma via comum para a micção e
ejaculação, enquanto na mulher, serve apenas à excreção da urina.

2 URINA

A urina é formada pelo processo de filtração do plasma sanguíneo nos rins.


Como o sangue circula continuamente pelos rins, a urina é sempre produzida
e vai ficando acumulada na bexiga, antes de ser eliminada. A capacidade de
armazenamento da bexiga é de aproximadamente 300 cm³. Ao atingir esse
valor de urina, surge a necessidade de esvaziá-la.

Micção é o processo pelo qual a urina é periodicamente expulsa da bexiga,


após atingir determinado voluma. A eliminação da urina se faz através da
uretra. Um adulto normal elimina, em média 1 litro e meio de urina, em 24
horas.

A urina normal é formada de 95,5% de água e os restantes 4,5% são formados


principalmente de cloreto de sódio, uréia e ácido úrico.

A uréia é o componente resultante da decomposição das proteínas que


existem em todas as células. Forma-se no fígado, a partir da amônia. Glicose,
albuminas e outras substâncias úteis ao organismo normalmente não
aparecem na composição da urina. Caso o exame de urina, feito em
laboratório de análises clínicas, evidencie a presença de glicose (glicosúria),
por exemplo, o médico terá base para diagnosticar uma doença conhecida
como diabetes.

- FORMAÇÃO DA URINA

A urina é formada pelo processo de filtração do plasma sanguíneo nos rins.


Os rins são órgãos de depuração sanguínea e, por isso, são ricamente
vascularizados pela artéria renal. Além de filtrar o sangue, eliminando
substâncias derivadas do metabolismo celular, regulam a quantidade de
água e sais minerais, mantendo a pressão osmótica; e controlam a
concentração de uréia e outros elementos no organismo.

Internamente, os rins possuem estruturas microscópicas denominadas


néfrons (temos aproximadamente 2 milhões em cada rim). Os nefros são
responsáveis pela depuração do plasma sanguíneo.

Cada nefro é constituído de um corpúsculo renal e de um túbulo unífero


(renal) seguido pior um tubo coletor de urina. O corpúsculo renal, por sua
vez, é formado de uma cápsula de parede dupla, a cápsula de Bowman, que
envolve uma rede de capilares sanguíneos, o glomérulo.

A filtração glomerular ocorre na cápsula de Bowman. Esse fenômeno


consiste no extravasamento de parte do plasma dos capilares do glomérulo
para a cápsula de Bowman. O líquido extravasado é chamado filtrado e
contém substâncias úteis, como a água, glicose, vitaminas, aminoácidos, sais
minerais diversos, etc. O filtrado contém ainda as substâncias tóxicas ou
inúteis para o organismo, como a uréia e o ácido úrico. Da cápsula de
Bowman, o filtrado passa para os túbulos renais; daí passam para os
capilares sanguíneos que envolvem esses túbulos.

Assim, substâncias úteis como glicose, vitaminas e outros, são absorvidos


pelas células dos túbulos renais e retornam para o sangue. As substâncias
tóxicas ou inúteis, como a uréia, o ácido úrico e o excesso de água e sais
minerais permanecem no interior dos túbulos renais e vão para o túbulo
coletor, formando a urina.
3 REGULAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL

A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da


quantidade de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no
interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função da maior
reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos
concentrada, em função da menor reabsorção de água.

O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o


hormônio ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado na
hipófise. A concentração do plasma sangüíneo é detectada por receptores
osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do
plasma (pouca água), esses osmorreguladores estimulam a produção de
ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre os túbulos distais
e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos
mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a
urina fica mais concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa
(muita água), há inibição da produção do ADH e, conseqüentemente, menor
absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção
do excesso de água, o que torna a urina mais diluída.

Certas substâncias, como é o caso do álcool, inibem a secreção de ADH,


aumentando a produção de urina.

Além do ADH, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do


organismo: a aldosterona, produzida nas glândulas supra-renais. Ela
aumenta a reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, possibilitando maior
retenção de água no organismo. A produção de aldosterona é regulada da
seguinte maneira: quando a concentração de sódio dentro do túbulo renal
diminui, o rim produz uma proteína chamada renina, que age sobre uma
proteína produzida no fígado e encontrada no sangue denominada
angiotensinogênio (inativo), convertendo-a em angiotensina (ativa). Essa
substância estimula as glândulas supra-renais a produzirem a aldosterona.
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.

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