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FISIOLOGIA RENAL

Funções renais: regular o equilíbrio ácido-base (se o Ph se torna muito ácido, os rins excretam H+ e reter
HCO3-; se o ph está muito básico, os rins excretam HCO3- e reter H+ no organismo), excreção de resíduos
metabólicos e substâncias estranhas, regular a pressão arterial, filtrar o sangue, produção de hormônios
(regulam a produção de eritrócitos), manter constante o equilíbrio hidroeletrolítico (o equilíbrio de sal e água),
realizar a glicogênese (síntese de glicogênio devido à baixa quantidade de O2), regular a osmolaridade dos
líquidos corporais. Os rins realizam filtração, reabsorção, secreção e excreção.
 Produtos do metabolismo: ureia (aminoácidos), creatinina (do metabolismo muscular), ácido úrico
(ácidos nucleicos), bilirrubina (hemoglobina), urobilinogênio (metabólico da hemoglobina
responsável pela cor amarelada da urina).
 Substâncias estranhas: substâncias tóxicas (drogas, resíduos de medicamentos), adoçantes, corantes
(encontrados em refrigerantes).
A pressão arterial é controlada tanto a longo prazo quanto a curto prazo. A longo prazo, PA é controlada pela
excreção de Na+ e água; a curto prazo, pela liberação de substâncias vasoativas – renina – que aumenta a
quantidade de produtos vasoativos: angiotensina II.
O equilíbrio ácido-base também sofre regulação a longo e a curto prazo. A longo praz ocorre a atuação dos
rins excretando ácidos e regulando os tampões com a liberação de ácido sulfúrico e fosfórico oriundos do
metabolismo das proteínas; a curto prazo, o sistema respiratório é responsável pela regulação, aumentando a
ventilação.

Produção de eritrócitos: os rins secretam o hormônio eritropoetina que regula a formação de eritrócitos,
atua diretamente na medula óssea promovendo uma maior formação de glóbulos vermelhos. Além disso,
também estimulam a produção de PTH (hormônio) na tireoide; e produzem calcitriol (forma ativa da
vitamina D3) responsável por aumentar a reabsorção de cálcio.

Anatomia do sistema urinário: o sistema urinário é composto por rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. Os
rins – onde a urina é formada – se localizam na parte posterior do abdome, atrás do pertiônio. O rim esquerdo
é mais superior que o rim direito. São envolvidos por 3 camadas de cápsula fibrosa: cápsula verdadeira,
gordura perirrenal e fáscia renal. São formadas pelo córtex e medula renal (onde se localizam os néfrons,
nervos, vasos sanguíneos e linfáticos), pirâmides renais, papila, cálice renal maior e menor, pelve renal e
bexiga urinária.
Basicamente, a formação da urina no sistema urinário acontece, primeiramente, com o deslocamento da água
e dos solutos do plasma para os néfrons (túbulos ocos que compõe a maior parte dos rins). Nos néfrons, esse
líquido sofre alterações na sua composição, após isso, ele vai para um tubo oco que é o ureter, como existem
dois rins, há dois ureteres que partem para a bexiga urinária, levando este líquido. A bexiga se expande
devido ao volume de urina e por uma ação reflexa, a bexiga se contrai e “expulsa” a urina pela uretra
(processo de micção).

Vascularização: as artérias renais, parte abdominal da artéria aorta, trazem o sangue para os rins. Enquanto
que as veias renais levam o sangue para a veia cava inferior. Os rins recebem 20-25% do débito cárdico,
condição fundamental para o funcionamento renal, já que vão filtrar o sangue e devolver para o retorno
venoso.
Arteríolas arqueadas chegam aos néfrons formando a arteríola aferente que vai até o glomérulo, saindo dele
temos as arteríolas eferentes.
 Arteríolas (aferente e eferente): ↑ pressão hidrostática = filtração rápida.
 Região tubular: ↓ pressão hidrostática = reabsorção.

Inervação: sistema nervoso autônomo: inervação simpática promove produção de noradrenalina e adrenalina
nos rins, as fibras eferentes são as fibras simpáticas adrenérgicas (norepinefrina e dopamina) que causam
três efeitos:
1. Catecolaminas causam a vasoconstrição, pela alteração da hemodinâmica capilar peritubular
proximal.
2. Catecolaminas aumentam a reabsorção de Na+ na região tubular proximal.
3. Estimulam a secreção de renina.
As fibras aferentes conduzem impulsos barroceptores (estimulados com o aumento da pressão de perfusão
renal) e quimioceptores (estimulados pela isquemia renal) originados nos rins.
A defecção e micção são controladas pela inervação parassimpática.
O tônus renal e as catecolaminas regulam a excreção e reabsorção de renal de Na+, modificam o ritmo de
filtração glomerular e do fluxo sanguíneo renal, além de modular o sistema renina-angiotensina-aldosterona.

Néfrons: cada rim apresenta 1 milhão de néfrons, sendo a unidade funcional do rim. Apresentam células
especializadas em filtrar o sangue (glomérulos) enquanto que a região tubular é responsável pela reabsorção.
80% dos néfrons são encontrados no córtex, sendo chamados de néfrons corticais; e 20% se encontram na
medula, néfrons justamedulares, estes são os funcionais e é nesta região que temos a formação da urina
concentrada. O aparelho justaglomerular é formado pela mácula densa e células glanulares.
Como o glomérulo (novelo de capilares glomerulados) tem uma alta pressão hidrostática (maior que a pressão
coloidosmótica dos capilares), lá que ocorre a filtração do sangue. Os glomérulos são revestidos pela cápsula
de Bowman, essa junção glomérulo + cápsula é chamada de corpúsculo renal. O sangue chega aos néfrons, é
filtrado nos glomérulos, recebendo o nome de filtrado glomerular, e depois é processado e transformado em
urina. Vasa recta é a junção de capilares peritubulares especializados que penetram na medula dos néfrons
justamedulares.
Os néfrons têm 3 funções: filtrar, reabsorver e secretar. A filtração é o movimento do líquido do sangue para
o lúmen dos néfrons, sendo chamado de filtrado. A reabsorção é o transporte de substâncias do filtrado do
lúmen do túbulo para o sangue pelos capilares peritubulares. A secreção é a remoção de moléculas específicas
do sangue e as adicionam ao filtrado, no lúmen do túbulo, a fim de ser excretada na urina.
Vasa recta (ou vasos retos) apresentam 4 funções principais: fornecer O2 e nutrientes; transportar as
substâncias que serão secretadas; via de retorno de água e solutos; concentrar e/ou diluir a urina.

A filtração ocorre no corpúsculo renal → temos uma reabsorção seguida de secreção no túbulo contorcido
proximal → tanto no ramo ascendente quanto no descente da alça de Henle ocorre apenas reabsorção → no
túbulo contorcido distal acontece reabsorção seguida de secreção → a urina vai para o ducto coletor, depois
para a bexiga urinária e é excretada para o meio externo pela uretra.
Quant . excretada=(quant . filtrada−reabsorvida)+ secretada

Processos renais – formação da urina: de acordo com a necessidade do organismo, cada substância do
plasma sofre uma combinação particular de filtração, reabsorção e secreção.
a. Apenas filtração: toda creatinina (resíduo do metabolismo muscular) que é filtrada, é excretada como
urina.
b. Filtração e absorção parcial: a ureia é filtrada, uma parte é reabsorvida e a outra, excretada.
c. Filtração e completa reabsorção: toda a glicose ou aminoácidos que são filtrados, são reabsorvidos,
não havendo excreção.
d. Filtração e secreção: alguns ácidos, como ácido úrico, e bases orgânicas são filtradas, todo este
filtrado é secretado e, posteriormente, excretado.

O primeiro passo para a formação da urina é a filtração – filtração do plasma para dentro dos túbulos renais –
do filtrado (água + solutos dissolvidos) no corpúsculo renal (capilares glomerulados envoltos pela cápsula de
Bowman). Para o plasma ser filtrado, é necessário atravessar 3 barreiras no corpúsculo renal: endotélio do
capilar glomerular, lâmina basal e o endotélio da cápsula de Bowman – nesta último, encontra-se células
especializadas em filtrar as proteínas do plasma: os podócitos, assim, formando as fendas de filtração, as
proteínas e hemácias não passam para os túbulos renais. Essas barreiras apresentam carga elétrica negativa,
por isso repelem moléculas com carga elétrica positiva, como as proteínas, impedindo sua filtração. Se a urina
apresenta proteínas (quantidade maior que 150mg por dia), isto significa a destruição do glomérulo (já que é a
célula especializada por filtrar e impedir que isso ocorra) e, consequentemente, uma disfunção do néfron →
característica da proteinúria.
O volume de líquido filtrado para dentro da cápsula por unidade de tempo é a taxa de filtração glomerular
(TFG) que filtra o plasma 60x por dia, tendo uma filtração média de 125ml/min ou 180L/dia sendo capaz de
remover rapidamente do corpo os produtos indesejáveis. Há três fatores que influenciam a taxa de filtração
glomerular: a pressão de filtração resultante – determinada pela pressão sanguínea renal e a pressão sanguínea
–, o coeficiente de filtração glomerular* – medida da condutividade hidráulica e da área de superfície dos
capilares glomerulados – e o equilíbrios das forças hidrostáticas e coloidosmóticas. A TFG é relativamente
constante em uma faixa de pressões sanguíneas, então, o aumento da pressão sanguínea ou sua diminuição,
quando não é uma alteração brusca, não irá interferir diretamente nesta taxa. Porém, a TFG é altamente
controlada pela regulação do fluxo sanguíneo das arteríolas renais, se a resistência das arteríolas aumenta, o
fluxo sanguíneo renal diminui e o sangue é desviado para outros órgãos. Se aumenta a resistência nas
arteríolas aferentes, a pressão hidrostática diminui e a TFG diminui; se aumenta a resistência nas arteríolas
eferentes, a pressão hidrostática aumenta e, consequentemente, a TFG também aumenta.
A fração de filtração glomerular é a fração do fluxo plasmático filtrado, sendo:
TFG
Fração de filtração=
fluxo plasmático renal
20% do plasma, ou 0,2, é filtrado pelos rins de acordo com esta equação.
A TFG também sofre uma autorregulação renal, protegendo as barreiras de filtração da pressão sanguínea
elevada que pode danificá-las.
A taxa de filtração glomerular (TFG) e a taxa de reabsorção tubular agem de modo coordenado para produzir
a excreção.
 Excesso de sódio: tem uma grande filtração, mas uma baixa reabsorção.

Vantagens da TFG:
 Filtrar e processar o líquido corporal várias vezes ao dia, cerca de 60x.
 Remover rapidamente os produtos indesejáveis do corpo.

Toda substância aquosa passa completamente pelas barreiras do glomérulo, a albumina tem uma filtrabilidade
muito pequena e, por isso, aparece em quantidades muito pequenas na urina. Se aparecer entre 30 à 300mg/dia
de albumina na urina, a pessoa pode ter microalbuminúria.
Microalbuminúria juntamente com a proteinúria causam doença renal em diabéticos caracterizada pela “urina
espumosa” decorrente da lesão no glomérulo que acarreta em disfunção dos néfrons.

*A diminuição do coeficiente de filtração glomerular indica que diminuiu o número de capilares glomerulados
funcionais e aumentou a espessura da membrana capilar.
 ↑ pH da cápsula de Bowman = ↓ TFG
 ↓ pH da cápsula de Bowman = ↑ TFG
 ↑ Pressão Coloidosmótica Capilar = ↓ TFG
Fatores que influenciam a pressão hidrostática: pressão arterial, resistência da arteríola aferente e resistência
da arteríola eferente. A pressão coloidosmótica na arteríola aferente é 28mmHg; na arteríola eferente é
36mmHg; e a média é 32mmHg.

O segundo passo para a formação da urina é a reabsorção. Aproximadamente, 99% dos líquidos filtrados nos
túbulos renais voltam para o sangue de acordo com que o filtrado percorre o néfron e 1% é excretado na urina.
A maior parte dessa reabsorção ocorre no túbulo contorcido proximal, reabsorvendo eletrólitos (Na+, K+,
H2O, Cl-) enquanto secreta ácidos e bases orgânicas. Há três tipos de transporte que compõe o mecanismo de
reabsorção tubular:
 Transporte ativo primário: bomba de sódio-potássio (com gasto de energia).
 Transporte ativo secundário: acoplado indiretamente a uma fonte de energia - glicose.
 Transporte passivo: osmose - ureia.

Transporte ativo primário: responsável por mover os solutos contra uma gradiente eletroquímico havendo
gasto de energia pela hidrólise de ATP. A ATPase é um transportador ativo. Isso ocorre porque o filtrado, que
flui da cápsula de Bowman para o túbulo contorcido proximal, tem a mesma concentração de solutos do LEC,
então para o soluto ser transporte para fora do lúmen (de volta para o sangue) é necessário ir contra o
gradiente eletroquímico. As vias de transporte podem ser: através da membrana (transepitelial) ou através dos
espaços juncionais (via paracelular).
O Na+ entra na célula do epitélio tubular pela difusão passiva, a favor do gradiente eletroquímico, já que há
menor quantidade de Na+ intracelular; e o meio intra tem um potencial negativo, favorecendo ainda mais a
entrada de Na+. Dentro da célula, o Na+ é transportada pela bomba sódio/potássio para o líquido intersticial.
Os transportadores ativos (ATPase) realizam a clivagem do ATP, gerando energia responsável por manter as
concentrações intracelulares de Na+ baixas, e altas concentrações de K+, impulsionando, assim, o Na+ para o
interstício pela bomba. No interstício, acontece a reabsorção por ultrafitração do Na+ pelos capilares.

Transporte ativo secundário: co-transporte de Na+ responsável pela reabsorção de muitas substâncias,
principalmente, glicose e aminoácidos. Co-transporte é quando uma substância aproveita-se de outra que está
sendo transportada a favor do gradiente eletroquímico para, assim, a primeira também ser transportada
ativamente contra o gradiente.
Na membrana apical da porção proximal do túbulo do néfron, há cotransportadores de Na+glicose que movem
a glicose contra o seu gradiente de concentração usando a energia do movimento do Na+ a favor do seu
gradiente. Para ambos entrarem no interstício, o Na+ faz uso da bomba sódio-potássio e a glicose é difundida
com o auxílio de um transportador de difusão facilitada.

Transporte máximo de reabsorção: limite máximo de transporte de um soluto.

Transporte gradiente-tempo: transporte que depende do gradiente de concentração/eletroquímico e do


tempo → substâncias de transporte passivo (água) + algumas substâncias de transporte ativo (sódio).
Taxa de transporte determinada por outros fatores: gradiente eletroquímico por difusão; tempo de
permanência da substância no túbulo; permeabilidade da membrana.
O Na+ não apresenta transporte máximo (limite máximo de transporte do soluto) no túbulo contorcido
proximal, já que a capacidade da bomba sódio-potássio é superior à taxa de reabsorção real → transporte
gradiente-tempo. Quanto maior a concentração de sódio nos túbulos proximais, maior é a sua reabosrção; e
quanto mais lento for o fluxo tubular, aumenta ainda mais a reabsorção de Na+, aumentando assim a água que
o indivíduo precisa ingerir, deixando-o “Inchado”.

Arrasto de solvente: processo pelo qual a água carrega alguns solutos e solventes ao atravessar as junções
oclusivas. A osmose da água é facilitada pela reabsorção de sódio, então, alterações na reabsorção de sódio
promovem alterações na reabsorção de água e de outros solutos.
O túbulo contorcido proximal reabsorve 65% do filtrado; o ramo descente da alça de Henle reabsorve
20%; o ramo ascendente da alça de Henle é impermeável, tendo assim, uma alta atividade metabólica,
reabsorvendo 25% do soluto e não da água e secreta H+.
O mecanismo contracorrente é fundamental para a formação da urina concentrada:
1. Filtrado glomerular chega na alça de Henle.
2. Ativação da bomba sódio/potássio para a entrada do Na+ no meio intracelular, por ter uma menor
concentração.
3. Diminuição da concentração de Na+.
4. Ativação do cotransportador 1Na+/2Cl-/1K+.
5. Retrovazamento de K+.
Os diuréticos de alça inibem o cotransportador 2-cloreto de sódio-1-potássio, diminuindo a osmolaridade
medular.

O túbulo contorcido distal, mais especificamente o aparelho justaglomerular (mácula densa + células
glanulares) é impermeável à água e à ureia, tendo uma absorção dos íons Ca++, Na+, Cl-, K+Mg++. O
cotransportador de cloreto de sódio é responsável pela reabsorção de 5% do Na+Cl-.
Na outra porção do túbulo contorcido distal temos dois tipos de células:
 Células principais: responsáveis por reabsorver Na+ e H2O e secretar K+.
 Células intercaladas: responsáveis por reabsorver K+ e secretar H+.

E, por último, 10% do filtrado é reabsorvido no ducto coletor que secreta H+. No ducto, a permeabilidade da
água é influenciada pelo ADH: ↑ADH = ↑ reabsorção de água. Os íons H+ liberados na urina atuam para
regular o equilíbrio ácido-base juntamente com a retenção da HCO3-, íons H+ são liberados quando o
organismo se encontra muito ácido.

Aquaporinas são canais de proteínas que permitem a passagem de água através das células.

Como dito anteriormente, a taxa de filtração glomerular (TFG) trabalha coordenadamente com a taxa de
reabsorção tubular para a produção da excreção. O equilíbrio glomerulotubular é basicamente para isso, ele
é responsável pelo aumento da reabsorção tubular devido ao aumento da taxa de filtração tubular, assim, evita
a sobrecarga nos segmentos tubulares distais além de ser a segunda linha de defesa sobre o débito urinário –
evitando alteração no fluxo dos líquidos de acordo com o aumento da pressão arterial; e manutenção da
homeostasia de sódio e volume.

Outro passo para a formação da urina é a secreção – transporte ativo (contra o gradiente eletroquímico) de
moléculas do líquido extracelular para o lúmen tubular; a maioria dos compostos orgânicos são transportados
pelo transporte ativo secundário – acoplados indiretamente à uma fonte de energia.

Com a urina formada, ocorre a excreção, ao chegar nesse último processo, o filtrado não se parece nada com
o que era na cápsula de Bowman. Os aminoácidos, glicose e metabólicos úteis foram reabsorvidos pelo
sangue e o que restou foram resíduos orgânicos concentrados e íons + água (estes são variáveis de acordo com
a necessidade do organismo). Se o corpo precisa reter água, como ocorre durante o sono, terá pouca água na
urina e uma alta concentração de resíduos orgânicos, caracterizando a urina concentrada.

↑ pressão arterial = ↑ TFG = ↑ débito urinário.


↑ pressão arterial = ↓ reabsorção de sódio e água = ↑ débito urinário.
↓ angiotensina II = ↓ aldosterona = ↓ reabsorção de sódio e água = ↑ débito urinário.

Depuração renal: também chamada de clearence, é a taxa na qual um determinado soluto desaparece do
corpo por excreção ou metabolização. Então, depuração é o volume plasma limpo sem soluto pelos rins por
unidade de tempo.
Micção: processo no qual a urina é esvaziada após um ato reflexo, contração, e libera a urina. O músculo
detrusor quando se contraí, aumenta a pressão na bexiga, provocando o seu esvaziamento. *caderno página 8
Urinar voluntariamente: contração dos músculos abdominais → aumenta a pressão na bexiga → aumenta a
atividade dos receptores de estiramento → inibição do m. esfíncter externo → micção.

ADH, hormônio antidiurético, que regula o volume e a osmolaridade da urina.


 Baixos níveis de ADH = grande débito urinário = urina diluída.
 Altos níveis de ADH = baixo débito urinário = urina concentrada. Lembrando que o ADH, quando em
alta quantidade, ativa as aquaporinas e aumenta a taxa de reabsorção tubular.
Quando ingerimos álcool, ele inibe o ADH, fazendo com que ele fique em baixas quantidades e a pessoa vá
toda hora ao banheiro.

Volume urinário obrigatório: quantidade mínima de urina produzida pelos rins em condições extremas,
sendo absurdamente concentrada para reter o máximo possível de água no corpo.
Os rins mantém a osmolaridade e o volume dos fluídos corporais em uma faixa estreita pela regulação da
excreção de água e NaCl.

Urina diluída: para sua formação, os rins precisam reabsorver os solutos sem deixar com que a água os siga
por osmose, para isso, as membranas apicais das regiões tubulares precisam ser impermeáveis.

Urina concentrada: quando os rins precisam reter água, a urina se torna muito concentrada, podendo chegar
até 1200mOsm (enquanto que no sangue é 300mOsm). Para formar a urina concentrada, o néfron precisa
reabsorver a água e deixar os solutos no lúmen tubular e isso é possível graças as aquaporinas (canais de
proteínas que permitem a passagem de água através das células) encontradas nas células tubulares. É preciso
que as células tubulares e o líquido intersticial estejam mais concentrados que o filtrado, assim não ocorre à
passagem de solutos e só a água consegue migrar por osmose graças a presença de aquaporinas. A alta
osmolaridade intersticial medular – devido a ação do co-transportador 1-sódio-2-cloreto-1-potássio na alça
ascendente de Henle – permite que a urina seja concentrada conforme flui pelo ducto coletor.
O córtex renal tem uma osmolaridade intersticial de 300mOsm enquanto que a osmolaridade da medula pode
chegar até 1200mOsm. O filtrado chega à alça de Henle com uma osmolaridade de 300mOsm, tem a
reabsorção de água no ramo ascendente da alça de Henle, aumentando a osmolaridade que chega até
1200mOsm. Após passar pela alça, sua osmolaridade é 100mOsm, isso acontece porque como o ramo
ascendente da alça de Henle é impermeável, ele reabsorve K+, Cl- e Na+ para fora do lúmen sem reabsorver a
água, deixando o filtrado hiposmótico. A permeabilidade ou não em relação à água na porção distal do néfron
(tanto no ducto quanto no túbulo contorcido distal) depende da regulação hormonal da vasopressina ela que
adicionará ou removerá poros na membrana apical. Quando o filtrado chega ao ducto coletor, uma pequena
quantidade de solutos podem ser reabsorvidos e, assim, a osmolaridade diminui para 50mOsm.
Quando o ducto coletor é permeável à água, temos a remoção da mesma por osmose, concentrando a urina.
Quando a permeabilidade é máxima, a urina fica muito concentrada, chegando até a 1200mOsm. Quando o
corpo precisa reabsorvê-la há a formação de poros nas membranas apicais do ducto, assim, a água é levada
por osmose do lúmen tubular até o líquido intersticial, sobrando uma grande quantidade de solutos na urina
deixando-a concentrada.
Como a vasopressina causa retenção de água no corpo, ela também, juntamente com o ADH, é um hormônio
antidiurético. Com a ausência de vasopressina, as porções distais do néfrons são impermeáveis a água, já que
não tem a presença de poros, então a urina se torna diluída.
Requisitos básicos para a urina concentrada:
 Altos níveis de ADH: aumento da permeabilidade dos túbulos distais e ductos coloteros.
 Alta osmolaridade intersticial medular: grande osmótico favorável.

Mecanismo de contracorrente:
1. Utiliza-se energia do gradiente eletroquímico do Na+ para transportar K+ (que veio devido ao
retrovazamento de K+ em direção ao túbulo que saiu pela ativação da bomba Na+/K+) e Cl-.
2. K+ fica circulando na membrana apical e o Cl- circula na membrana basolateral.
3. Esta recirculação gera uma corrente virtual transepitelial que move o Na+ para o interstício.
4. Gera um transporte transepitelial de NaCl → gradiente osmótico de 200mOsm.
Um sistema de troca contracorrente na qual a troca é aumentada pelo transporte ativo de solutos é chamado de
multiplicador de contracorrente que atua na alça de Henle. Este multiplicador faz com que tenha o líquido
intersticial hiperosmótico na medula e o filtrado hiposmótico saindo da alça de Henle.

Vasa recta: além das 4 funções – via de retorno de água e soluto, transportar O2 e nutrientes,
concentrar/diluir a urina, transportar substâncias para a secreção – primordiais, os capilares que penetram na
medula dos néfrons justamedulares são importantes para manter a hiperosmolaridade medular e impedir que a
hiperosmolaridade se dissipe.

Papel da ureia na urina concentrada: ↑ ADH = ↑ reabsorção de água no túbulo contorcido distal e no ducto
coletor = ↑ concentração de ureia que tem sua difusão facilitada por transportadores UT-AI = ↑ concentração
de ureia no instertício medular = ↑ osmolaridade intersticial medular + urina concentrada.

Sistemas primários da regulação osmótica:


1. Sistema osmorreceptor-ADH – os osmorreceptores, encontrados nas células da mácula densa,
detectam variações da osmolaridade dos fluidos corporais e, caso seja detectado desequilíbrio hídrico,
a síntese de ADH.
2. Mecanismo de sede – principalmente após um aumento na concentração de sódio.

Mecanismos de estímulo da sede


1. Osmolaridade elevada do LEC → desidratação intracelular nos centros da sede.
2. ↓ PA e do volume do LEC → barroceptores arteriais e cardiopulmonares.
3. Angiotensina II → hipovolemia e baixa PA = ↓ excreção renal de líquido.
4. Ressecamente da boca e do esôfago → alívio da sensação de sede após ingestão.

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