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FUNÇÃO RENAL

Regulação ou Excreção?
Os rins são órgãos reguladores mais que excretores!

1. Excreção:
Água, sais, produtos do metabolismo final, substâncias estranhas ao corpo.
2. Homeostase:
Equilíbrio ácido/eletrolítico.
3. Formação de hormônios:
Eritropoetina Calcitriol.
A eritropoetina é o principal regulador da eritropoese, que é o processo de
formação das hemácias ou células vermelhas do sangue. Ela age estimulando a
mitose e a diferenciação celular das células progenitoras das hemácias,
conhecidas como eritróides.
4. Metabolismo:
Aminoácidos → Glicose → Sangue (Gliconeogênese).
Aminoácidos → NH3 (amoníaco) → Urina.
Para o que serve?
❖ Regulação do equilíbrio eletrolítico;
O rim é responsável pelo controle hídrico e eletrolítico, controla o volume de
líquido extracelular (volemia) e dos níveis plasmáticos dos íons, como sódio,
cálcio e potássio.
Eletrólitos são minerais que carregam uma carga elétrica quando estão
dissolvidos em líquidos, como sangue.
Os eletrólitos do sangue ajudam a regular as funções dos nervos e músculos e
manter um equilíbrio ácido-base.
❖ Regulação da osmolaridade dos líquidos corporais e da concentração de
eletrólitos;
❖ Regulação do equilíbrio ácido-básico;
❖ Excreção dos produtos de degradação metabólica e substâncias químicas
estranhas;
❖ Regulação da pressão arterial;
❖ Secreção de hormônio: eritropoetina;

Fisiologia Renal
➢ Néfron:
Unidade funcional do rim.
Existem aproximadamente um milhão de néfrons em cada um dos rins.
São estruturas tubulares que apresentam uma expansão em forma de taça.
➢ Corpúsculo Renal:
Onde o sangue é filtrado.
➢ Túbulo Renal:
Onde passa o líquido filtrado e onde ocorre a reabsorção de água e materiais
úteis, como glicose e aminoácidos.
A glicose é uma molécula pequena, filtrada pelos rins, não é excretada porque é
importante para o organismo realizar apropriação de energia, sendo assim, é
reabsorvida pelos capilares.
Os podócitos têm cargas negativas e que repelem substâncias que também são
negativas, como por exemplo as proteínas, outro fator para que as proteínas não
passem pelo processo de filtração é porque são moléculas grandes. Logo, se há
presença de proteína na urina, possui algum problema funcional.
O processo de filtração glomerular ocorre nos corpúsculos renais.
A cápsula de Bowman e o glomérulo associado a ela formam o corpúsculo
renal.
Serão nesses corpúsculos que o processo de filtração glomerular ocorrerá.
Glomérulo
É uma rede de capilares sanguíneos presentes dentro da cápsula renal, onde
água e resíduos serão filtrados do sangue para formar o filtrado glomerular.
O glomérulo é responsável pela filtração sanguínea e é composto por um tubo
de capilares.

Túbulo Contorcido Proximal


Reabsorção passiva de glicose, creatinina, ácido úrico, aminoácidos, vitamina
C, lactato, piruvato e etc.
Secreção de 90% dos íons hidrogênio excretados pelo rim.
Reabsorção de 60 a 80% do filtrado.
Água e solutos reabsorvidos quase na mesma proporção.
Alça de Néfron
A porção descendente e a parte ascendente é delgada, tem baixa atividade
metabólica.
Porção descendente é altamente permeável à água e permeabilidade moderada
para solutos como ureia e sódio.
A porção ascendente é formada de células epiteliais espessas, com alta atividade
metabólica, sendo impermeável à água, tornando o filtrado mais diluído.
Túbulo Distal e Túbulo Coletor Cortical
Impermeáveis à ureia.
Reabsorção de sódio controlada pela aldosterona.
Secreção de íons de potássio no sangue para o túbulo regulado pela aldosterona.
Secreção de hidrogênio ativo.
Permeabilidade à água controlados pelo ADH.
Ducto Coletor Medular
Local de finalização do processamento da urina.
Reabsorção de 10% de água e sódio.
Secreção de íons H contra o gradiente de concentração pela regulação de
ácido-básico.

Formação da Urina
❖ Filtração Glomerular:
É a primeira etapa da produção de urina.
A pressão sanguínea força a água e a maioria dos solutos no plasma sanguíneo
através da parede dos vasos capilares glomerulares, formando o filtrado
glomerular.
❖ Reabsorção Tubular:
Ocorre quando o filtrado glomerular passa pelo túbulo renal até o túbulo coletor.
As células de ambos os túbulos retornam quase 99% da água filtrada e muitos
solutos úteis para o sangue.
❖ Secreção Tubular:
Acontece no mesmo percurso que a reabsorção tubular.
As células de ambos os túbulos removem substâncias tais como resíduos, drogas
e íons excessivos do sangue dos vasos capilares e os transportam para o filtrado
glomerular nos túbulos renais.

Depois de todo o processo de formação da urina, os ureteres a transportam dos


rins até a bexiga urinária, cuja única função é o armazenamento deste líquido
até o momento de micção.
Da bexiga, sai um tubo chamado uretra, que liga a bexiga ao exterior do corpo.
O reflexo de micção consiste no relaxamento do esfíncter interno da uretra e da
concentração da musculatura lisa da bexiga, o que resulta em seu esvaziamento

Processo de Filtração
1. Filtração:
Primeira etapa, que ocorre quando o sangue passa pelo rim, mais
especificamente no glomérulo.
A diferença de pressão, faz com que as substâncias saiam dos vasos dos
glomérulo e passem para a cápsula de Bowman, formando o filtrado glomerular.
Esse processo é não seletivo, passando todas as moléculas e substâncias
pequenas e ficando retidas as macromoléculas.
2. Reabsorção:
Recupera as moléculas (glicose, aminoácidos, uréia, sódio e água) que foram
filtradas, mas são essenciais ao organismo e devem retornar para a circulação.
Esse processo acontece no túbulo proximal do néfron.
Quando a glicose começa a aparecer na urina significa que o limiar de
reabsorção foi atingido (glicemia de 160-180 mg/dL).
3. Secreção:
Existem moléculas que precisam ser eliminadas, mas não filtradas.
O papel da secreção é remover essas moléculas. A remoção de íons de
hidrogênio, potássio e amônia estão entre os processos de secreção mais
importantes.
Medicamentos e macromoléculas também são secretados.
4. Excreção:
Depois desses processos, a urina está formada e pronta para ser eliminada,
sendo armazenada primeiramente na bexiga.
A excreção ocorre quando a urina é eliminada do corpo, através da micção.

O fluxo e a pressão da filtração do sangue nos néfrons varia de acordo com a


regulação da pressão hidrostática e eletrolítica.
Pressão hidrostática alta = Filtração capilar.
Pressão coloidosmótica alta = Dificulta a filtração capilar.
O Sistema Nervoso Simpático tem ligação direta com os rins (via aferente), em
sensação de período, os rins param de produzir urina.
Menos pressão hidrostática faz a via aferente sofrer vasoconstrição:
aumenta a velocidade do sangue, mas diminui o volume.
Maior pressão hidrostática faz a via aferente sofrer vasodilatação: aumenta
o volume de sangue no capilar e diminui a velocidade.
O consumo de suprimentos faz a pressão coloidosmótica aumentar, diminui a
filtração e acumula sólidos nos rins, gerando cálculos renais. Pode ser revertido
com aumento do consumo de água.
Pressão hidrostática: pressão do sangue na parede do vaso.
Pressão coloidosmótica: pressão que as proteínas no sangue fazem na parede do
vaso.

Vasopressina
Hormônio antidiurético secretado em casos de desidratação e queda da pressão
arterial.
Faz com que os rins conservem a água no corpo, concentrando e reduzindo o
volume da urina.

Controle Fisiológico da Filtração Glomerular


Influenciado pelo SNS, hormônios e substâncias vasoativas liberadas nos rins
que atuam localmente.
SNS: as arteríolas e praticamente todos os vasos sanguíneos renais são
inervados pelo SNS e sua ativação causa vasoconstrição das arteríolas renais
diminuindo a filtração glomerular.
➢ Norepinefrina e Epinefrina: causam constrição da arteríola aferente e
eferente.
➢ Angiotensina II: constrição da arteríola eferente que a longo prazo causa
diminuição da filtração glomerular. Alteram a reabsorção de água e íons
nos túbulos.
➢ Vasoativos: prostaglandina e bradicinina aumentam a filtração
glomerular por provocar vasodilatação.

Reguladores da Excreção Renal


Aparelho justaglomerular.
Constituído pelas células da mácula densa, na porção inicial do túbulo distal e
pelas células justaglomerulares que se encontram na parede das arteríolas
aferentes e eferentes.
A mácula densa entra em estrito contato com arteríolas aferentes e eferentes.
A diminuição da concentração de NaCl na mácula densa provoca liberação de
renina pelas células justaglomerulares.

Sistema RRA
❖ Angiotensina II:
Estimula o córtex da adrenal para a liberação de aldosterona.
Vasoconstritor.
Controle da pressão arterial pelo controle da excreção de água e sódio.
Aumento da pressão arterial.
❖ Aldosterona:
Reabsorção de Na+ principalmente no túbulo coletor cortical.
Reabsorção de água e secreção de K+.
Aumenta a pressão arterial.

❖ ADH (Hormônio Antidiurético):


Aumento da pressão arterial.
Reabsorção de água.
Estimulada pela diferença de osmolaridade pelos osmorreceptores.
Vasoconstrição.
Aumento na inserção de aquaporinas na membrana do ducto coletor.
Inibida pelo álcool.
Também chamado de vasopressina.

Insuficiência Renal Aguda e Crônica

➢ Aguda:
Insuficiência Renal Aguda → Processo Inflamatório → Passa mais “coisas”
para urina.
Proteinúria (processo inflamatório + aumento da permeabilidade vascular
= aumento da pressão hidrostática).
Calcemia.
Fosfatemia.
Magensemia.
Rim é a principal forma de excretar potássio, seu acúmulo gera parada
cardíaca.
Súbito declínio da capacidade do rim em manter as funções homeostáticas,
eletrolíticas, equilíbrio ácido-base e volemia.
Causa pré-renal, renal e pós-renal.
-Pré-Renal (vascularização do rim):
Causada pela diminuição de suprimentos de sangue para os rins.
Consequência de insuficiência cardíaca com menor débito cardíaco e
diminuição da pressão arterial.
Condições associadas a diminuição do volume sanguíneo e da pressão arterial:
hemorragia grave.
Hipóxia causando lesão ou morte celular renal sobretudo nas células epiteliais
tubulares.
Isquemia por mais de trinta minutos leva a um quadro de insuficiência aguda
irreversível.
-Renal:
Anormalidades do próprio rim.
Glomerulonefrite (pós-estreptocócica, rapidamente progressiva, membrano e
etc) → Forma complexos insolúveis que ficam retidos nos glomérulos,
anticorpos recrutam leucócitos e proliferação de células gerando bloqueio da
filtração.
Nefrite.
Síndrome nefrótica.
Pielonefrite.
Vasculopatias renais.
Grávidas são mais vasodilatadas (alta pressão hidrostática) → alta taxa de
filtração glomerular = apresenta fisiologicamente proteinúria.
-Pós-Renal:
Causada pela obstrução do sistema coletor urinário em qualquer ponto, desde o
cálice até a saída da bexiga.
Cálculos renais produzidos pela precipitação de cálcio, urato e cistina.
Tumores.
➢ Crônica:
Insuficiência Renal Crônica → Pouca/nenhuma urina.
Lesão tecidual (perda de função).
Néfron é substituído por tecido inflamatório.
Produz menos urina, sobe os níveis de ureia no sangue, creatinina e
potássio.
Fatores de suscetibilidade: idade avançada e histórico familiar.
Diabetes tipo I e II.
Aumento da pressão arterial, doenças autoimunes e infecções sistêmicas.
Infecções do trato urinário.
Doenças císticas.
Doenças de transplante (rejeição, toxicidade de fármacos).
Doenças renais recorrentes (glomerulares ou tubulointersticiais).

Diagnóstico Laboratorial
O catabolismo de proteínas e ácidos nucléicos resulta em compostos
nitrogenados não protéicos que são eliminados na urina produzida pelos rins.
Padrão ouro de função renal: Creatinina (Clearance de Creatinina).
● Ureia:
Processo inflamatório crônico → Catabolismo celular → Degradação muscular
→ Libera aminoácidos.
Grupo carboxílico dos aa → Gliconeogênese
Grupo amino dos aa → Amônia (tóxica) → Produz ureia (altas concentrações
de ureia para excretar amônia de forma não tóxica).
Uréia sofre influência da alimentação por isso não é um bom marcador de
função renal.
Alimentação com muita proteína, gera muita ureia, os rins funcionam mas não
dão conta de absorver toda uréia.
Catabolismo proteico, dieta hiperproteica e hidratação → afetam a ureia por isso
não é um bom marcador.
Hipouremia (doença hepática, desnutrição, síndrome de secreção inadequada de
ADH).
Análise em soro ou plasma.

● Creatinina:
Marcador estável.
Sofre menos influência, vem do metabolismo muscular.
Só sofre influência se houver atividade física.
Creatina é uma molécula pequena de proteína que armazena fosfato, que
futuramente será usado para gerar ATP. Quando perde fosfato armazenado, a
Creatina é transformada em Creatinina.
Proporcional à massa muscular.
Homens têm maior taxa de creatinina do que as mulheres.
Hipocreatinemia: aumenta a taxa de filtração glomerular, aumenta na
formação/excreção da urina.
Clearance de Creatinina: quantidade de creatinina filtrada.
● Ácido Úrico:

Exame Urina Tipo I


Dividido em três momentos: análise macro (física), micro (química) e
bioquímica.
● Urobilinogênio (<1 mg/dL):
Se estiver aumentado há deficiência hepática (maior produção de bilirrubina e o
fígado consegue conjugar, reabsorve mais).
Distúrbio hemolítico.
● Glicose:
Tem que ser ausente.
Glicosúria = Diabetes.
● Corpos Cetônicos:
Tem que ser ausente.
Presente em dietas cetogênicas ou diabetes.
● Bilirrubina:
Tem que ser ausente.
Distúrbios hepáticos de obstrução biliar.
Obstrução do ducto: ainda consegue conjugar bilirrubina, mas não consegue
excretar para o intestino → não há formação de urobilinogênio no intestino.
Bilirrubina conjugada é excretada pelo Rim.
Doença hemolítica: ainda consegue conjugar tudo, vai para o intestino, forma
urobilinogênio, reabsorve mais e excreta mais na urina.
Bilirrubina urinária é lipossolúvel.
● Proteína (<10 mg/dL):
Se houver mais de 30 mg/dL = Proteinúria.
Gravidez ou Insuficiência Renal Aguda.
● Nitrito:
Tem que ser ausente. Existem bactérias que convertem nitrato em nitrito.
Presença de nitrito significa presença de células bacterianas.
● pH:
Processos metabólicos produzem compostos ácidos.
No túbulo contorcido distal há liberação de hidrogênio.
Exame Microscópico
Celularidade, cristais e cilindros.

Processo inflamatório.

Dano tubular.
Acúmulo de compostos orgânicos que precipitam com alteração de pH.
EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO

Definições

Sistema Tampão Ácido Carbônico-Bicarbonato


É o sistema mais importante do espaço extracelular.
Formado por:

A reação ocorre da seguinte maneira:

Célula do túbulo distal A: libera H+ na urina;


Célula do túbulo distal B: libera HCO-3 na urina;
Indivíduo Acidótico: produção de compostos ácidos, baixo HCO-3,
(consumido)→ Metabólico.
Aumenta a quantidade de CO2 (retendo) → Respiratório.
Indivíduo Alcalino: acúmulo de HCO-3 → Metabólico.
Eliminando muito CO2 → Respiratório.

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