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Função Renal: revisão anatómica e as

funções renais

A função renal refere-se à capacidade dos rins de desempenhar suas


funções essenciais no corpo humano.

Os rins são órgãos vitais responsáveis por filtrar o sangue, remover


resíduos metabólicas, regular o equilíbrio eletrolítico, controlar a
pressão arterial e manter a homeostase hídrica.

Vascularização renal
O sangue flui para cada rim através da artéria renal, que se ramifica
progressivamente para formar as artérias:

 Interlobares
 Arqueadas
 Interlobulares
 Aferentes, que levam aos capilares glomerulares, onde a filtração
dos líquidos e dos solutos começa.
Os capilares de cada glomérulo se juntam para formar uma arteríola
eferente, que leva a uma segunda rede capilar, os capilares
peritubulares, que circundam os túbulos.

Capilares peritubulares

Os capilares peritubulares se esvaziam nos vasos do sistema venoso, que


correm paralelos aos vasos arteriolares, e progressivamente formam
a veia:

 Interlobular
 Arqueada
 Interlobar
 Renal.

A veia renal deixa o rim ao longo da artéria renal e do ureter. Os vasa


recta são capilares peritubulares especializados que se estendem para
o interior da medula renal e cursam paralelamente às alças de Henle.

Córtex renal

A parte externa do rim, o córtex renal, recebe a maioria do fluxo


sanguíneo do rim e apenas 1% a 2% do total do fluxo sanguíneo renal
passa pelos vasa recta, que suprem a medula renal.

Duas características distintas da circulação renal são:

 Alta taxa de fluxo de sangue


 Presença de dois leitos capilares

Capilares glomerulares

Os capilares glomerulares filtram grandes quantidades de líquidos e


solutos.

Desses, a maioria são reabsorvidos dos túbulos renais nos capilares


peritubulares.

O néfron
É a unidade funcional dos rins. Podemos descrevê-lo como uma
estrutura microscópica formada por corpúsculos de Malpighi,
contendo o sistema tubular. Ele é composto pelo:

 Túbulo contorcido proximal


 Alça de Henle
 Túbulo contorcido distal
 Túbulo coletor.

O néfron se responsabiliza pelos dois principais processos que envolvem


a gênese da urina:

 A produção do filtrado glomerular nos corpúsculos de Malpighi


 Complexo processamento deste filtrado em seu sistema tubular.

O corpúsculo de Malpighi, os túbulos contorcidos proximal e distal e a


parte inicial do túbulo coletor são elementos corticais. Enquanto a alça
de Henle e a maior parte dos túbulos coletores fazem parte da zona
medular.

Imagem: Microcirculação do
néfron. Fonte: Guyton & Hall, Fundamentos da Fisiologia, 13a edição.

Quais as funções dos rins?


Os rins são órgãos excretores e reguladores que eliminam o excesso de
água e metabólitos do organismo. Além de controlam o volume de
líquidos corporais, contribuindo para a manutenção da homeostase.
Dentre suas várias funções, podemos citar:

 Excreção de metabólitos e substâncias exógenas


 Produção e secreção hormonal
 Regulação do equilíbrio eletrolítico e ácido-base
 Neoglicogênese
 Regulação da pressão arterial

Excreção de metabólitos e substâncias exógenas

A excreção de metabólitos e substâncias exógenas é uma função


importante dos rins no processo de filtragem do sangue e na formação
da urina.

A excreção renal envolve a remoção de:

 Resíduos metabólicos
 Produtos de degradação de substâncias
 Toxinas e outras substâncias indesejadas do corpo.

Produção e secreção hormonal

Os rins também desempenham um papel na produção e secreção de


hormônios que têm efeitos importantes no corpo. Dois hormônios
renais notáveis são a eritropoietina e a renina.

A eritropoietina é um hormônio produzido pelos rins em resposta à


detecção de baixos níveis de oxigênio no sangue. A renina é uma enzima
produzida pelas células justaglomerulares dos rins em resposta a vários
estímulos, como a baixa pressão sanguínea ou baixos níveis de sódio.

Regulação do equilíbrio eletrolítico e ácido-base

Os rins regulam a excreção de íons inorgânicos, tais como:

 Na+
 K+
 Cl–
 HCO3–
 H+
 Ca2+
 PO43-
Fazendo com que as quantidades ingeridas sejam iguais as excretadas.
Assim, não ocorre balanço negativo ou positivo de nenhuma delas.

O pH sanguíneo ideal é em torno de 7,4 e os rins, juntamente com o


fígado e com os pulmões, agem através de sistemas de tamponamento
temporários ou definitivos para mantê-lo constante.

Neoglicogênese x função renal

Em situações de jejum prolongado ou diabetes mellitus descompensada,


os rins são capazes de sintetizar glicose a partir de aminoácidos e outros
precursores.

Regulação da pressão arterial

A pressão arterial (PA) depende basicamente do débito cardíaco e da


resistência periférica total, e o aumento dessas duas variáveis, em um
indivíduo saudável, não é capaz de alterar sua pressão arterial média a
longo prazo porque os rins atuam para manter o ponto de equilíbrio da
PA através do débito renal de água e sal.

Caso ocorra aumento da PA, o débito renal de água e sal aumenta na


tentativa de diminuí-la – as excreções de água e de sal pela urina são
fenômenos denominados de diurese e natriurese pressóricas,
respectivamente. Os dois mecanismos principais pelos quais os rins
controlam esse débito renal de água e sal são:

 Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona
 Peptídeo natriurético atrial

Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona

A renina é uma enzima armazenada nas células justaglomerulares na


forma de pró-renina. Quando a PA diminui, a renina é liberada e age
sobre o angiotensinogênio, que é ativado e transforma-se em
angiotensina I. A angiotensina I é catalisada nos vasos pulmonares e
transforma-se em angiotensina II, um potente vasoconstritor que
promove a vasoconstrição das artérias e a leve vasoconstrição das veias.
Assim, há um aumento do retorno venoso e o bombeamento cardíaco.

A angiotensina II também promove a reabsorção de sódio pelos túbulos


proximais e a produção de aldosterona pelo córtex adrenal. A
aldosterona provoca o aumento da reabsorção de sódio. Com isso,
aumenta o volume extracelular, contribuindo para o aumento da
pressão arterial. Este sistema é controlado por feedback negativo, sendo
desestimulado pela redução da PA.

Peptídeo natriurético atrial x função renal

Esse mecanismo é antagônico ao sistema renina-angiotensina-


aldosterona, pois estimula a diminuição da pressão arterial. O peptídeo
natriurético atrial (PNA) é produzido pelo miócitos atriais quando o
volume sanguíneo aumenta, provocando o estiramento do músculo
cardíaco.

O PNA promove a vasodilatação da arteríola aferente e a vasoconstrição


da arteríola eferente, aumentando a taxa de filtração glomerular.
Portanto, a carga filtrada de sódio, além de inibir a reabsorção de sódio,
agem diretamente nas células do ducto coletor. Também inibe a
secreção de renina e a liberação hipotalâmica de ADH, diminuindo a
permeabilidade dos ductos coletores à água e aumentando o volume da
urina.

O aumento da ingesta de NaCl tem maior capacidade de elevar a PA do


que o aumento da ingesta de água. Isso ocorre pois enquanto a água
pura é eliminada pela urina por osmose quase na mesma velocidade
com que é ingerida, o cloreto de sódio provoca o acúmulo de líquido
extracelular. Portanto, há um aumento da reabsorção de água e a
redução do volume de urina.

Como a urina é formada?


A primeira etapa na formação da urina é a filtração que ocorre na
cápsula glomerular, sendo um processo passivo. Caracteriza-se pela
saída do filtrado do plasma do interior do glomérulo para a cápsula e
isso ocorre em virtude da alta pressão do sangue neste local.

O chamado filtrado glomerular, ou urina inicial, é livre de proteínas e


assemelha-se ao plasma sanguíneo. O filtrado resultante da etapa da
filtração apresenta substâncias que são bastante importantes para o
organismo e devem ser reabsorvidas.
Reabsorção

A reabsorção ocorre no túbulo néfrico, principalmente nos túbulos


proximais. Essa reabsorção é importante para evitar a perda excessiva
de substâncias, tais como:

 Água
 Sódio
 Glicose
 Aminoácidos.

Este processo é responsável por determinar como será a composição


final da urina.

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