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UNIVERSIDADE UNIDERP

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA


(2º Semestre)

DISCIPLINA:
CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS VETERINÁRIAS APLICADAS AOS SISTEMAS
Professor Gilberto G. Facco

SÍNTESE DO ARTIGO:

“Diferenças anatômicas do Pulmão, Fígado, Rim, Baço e


Pâncreas entre bovinos e cães”

ALUNA:
Glaucia Rossatto Dias da Silva
Setembro de 2021
ARTIGO
“Diferenças anatômicas do Pulmão, Fígado, Rim, Baço e
Pâncreas entre bovinos e cães”

RESUMO
O artigo a seguir traz breve síntese descritiva das diferenças anatômicas entre
os principais componentes dos organismos caninos e bovinos, oferecendo esboço sobre
os meios de abordagem e manipulação destes órgãos.
Palavras Chave: Anatomia veterinária; diferenças morfológicas.

INTRODUÇÃO
A Anatomia Comparada é a descrição e comparação das estruturas dos
animais. As deduções relacionadas às leis gerais sobre forma e estrutura, que derivam
dos estudos da anatomia comparada, constituem a Morfologia.

DIFERENÇAS ANATÔMICAS

Rins
Os néfrons são as unidades propriamente funcionais dos rins, por sua vez
seguidos dos glomérulos e túbulos proximais. A alça de Henle, o túbulo distal e os
ductos coletores medular e cortical são componentes secundários aos incialmente
mencionados.
Em linhas gerais, tem-se que os rins são de formato elipsóide achatado, com
fixação retroperitoneal dorsal e sendo que o esquerdo geralmente é mais pesado e de
localização um pouco diversa.
Em cães, os rins possuem formato de feijão enquanto que nos bovinos, eles são
do tipo multipiramidal1, onde se verificam pirâmides medulares separadas e recobertas
por um córtex contínuo.

1
Os rins bovinos, ao olhar externo, parecem uma junção de vários gomos ao invés de sugerirem uma
unidade íntegra tal os rins caninos.
Pâncreas
A porção endócrina do pâncreas equivale às ilhotas de Langerhans, enquanto
que a exócrina constitui-se por ácinos secretórios. 2 A porção exócrina é a maior
constituinte e produz lípase e fosfolipase, tripsina e quimotripsina, além de amilase,
assim exercendo importante papel na digestão, além de gerar eletrólitos que propiciam
ambiente com ph favorável à atividade intestinal. A produção da insulina e do glucagon
ocorrem na porção endócrina.
Descritivamente, o pâncreas consiste em dois lobos que se juntam e um corpo.
Nos bovinos, o sistema excretor é usualmente reduzido a um único ducto (acessório). O
lobo esquerdo se estende dorsalmente entre o fígado, diafragma e os grandes vasos, e
dorsoventralmente através do saco ruminal e da massa intestinal dos ruminantes. Em
cães, o pâncreas é composto por lobos direito e esquerdo e porção central, e o ducto
pancreático acessório é o maior ducto excretor.

Fígado
É considerado o maior órgão interno do corpo, em todas as espécies se
localizando entre o trato digestório e o restante do corpo, exercendo papel crítico na
homeostase. Apresenta rica vascularização, cujo suprimento sanguíneo decorre de dupla
circulação eferente: a artéria hepática e a veia porta.
A unidade funcional do fígado é o hepatócito, o qual constitui 80% da estrutura
hexagonal a qual denomina-se lóbulo hepático, por sua vez constituído pelas vênulas
terminais e pelas tríades portais3.
Em ruminantes está deslocado mais para o lado direito da cavidade abdominal
do rúmen. A localização do fígado no cão não é tão assimétrica, sua superfície cranial se
une à curvatura do diafragma, a superfície caudal é côncava, e o formato geral do órgão
é levemente cônico.
Em todas as espécies, o fígado está macroscopicamente dividido em lobos por
uma série de fissuras que se estendem para o interior da margem ventral. Ambos
bovinos e caninos possuem vesícula biliar.

Pulmão
Os pulmões são separados um do outro pelo coração, vísceras e grandes vasos
do mediastino. Antes do nascimento, não são funcionais. Cada pulmão recobre-se pela
pleura pulmonar, e está ancorado apenas pela raiz, permitindo movimentar-se.
A identificação dos pulmões em cada espécie é mais conveniente com base nos
graus de lobação e lobulações. Não possuem um formato fixo, pois se adaptam às
alterações respiratórias nas dimensões do tórax, mas têm textura esponjosa e macia, com
coloração que varia conforme a irrigação sanguínea.
No cão, o pulmão esquerdo divide-se em dois lobos, e o direito em quatro. Já
nos ruminantes, existem três lobos, ainda que do lado direito haja uma diferenciação.
As características pulmonares dos bovinos os predispõem a doenças infecciosas
respiratórias. Comparativamente, há uma redução na sua eficiência que resulta
rapidamente em anóxia e acidose metabólica. A orientação anatômica dependente e a

2
Os ácinos pancreáticos formam cachos de células piramidais que armazenam
grânulos secretórios zimógenos (precursores de enzimas) na parte apical e os liberam no ducto
pancreático.
3
A tríade portal consiste em três vasos: a arteríola portal, a vênula portal e o ducto biliar. A arteríola
portal é o ramo da artéria hepática.
má perfusão de oxigênio a nível dos lobos anteroventrais resulta um fonte para a
instalação microbiana no trato respiratório inferior, além da área ser pequena para a
eliminação de toxinas.

Baço
O baço é um órgão integrado no sistema imunitário e possui a face diafragmática
e a face visceral, sendo a última marcada pelo hilo em todas as espécies doméstica, com
exceção dos ruminantes.
Nos bovinos o baço se assemelha a uma faixa larga, enquanto que no cão
apresenta-se como um órgão falciforme, estreito e longo.
Nos cães, é um órgão revestido por uma cápsula de colágeno e fibras musculares
lisas, que emite trabéculas4 para o interior do parênquima5 esplênico, enquanto que nos
bovinos as derivações circulatórias se encontram mais conjuntamente ao contorno
anatômico geral do órgão.

CONCLUSÃO
Há diferenças importantes e relevantes para a compreensão dos organismos
bovino e canino, sendo indispensável o conhecimento delas para uma adequada
abordagem médica.

4
Trave pequena. [Anatomia] Cada um dos filamentos cruzados, de que se compõe a substância esponjosa,
areolar ou reticular, do interior dos ossos.
5
Nos animais, chama-se parênquima o tecido que forma a parte funcional de muitos órgãos, como
os pulmões ou os rins, em oposição ao estroma, que se refere aos tecidos de suporte

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