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SISTEMA DIGESTÓRIO

MOTILIDADE

COMPOSIÇÃO para aumentar a superfície de contato e


1. Cavidade Oral: facilitar a atuação das enzimas.
É fundamental à preensão, mastigação e Os ruminantes e bovinos possuem dentes
deglutição do alimento, ao mesmo tempo hipsodontes, são dentes que crescem ao
que protege os animais dos produtos longo da vida. Os molares e pré-molares
alimentares. deles possuem esmalte, dentina e cemento
Cada animal possui a sua adaptação, os que garantem uma maior irregularidade e
equinos: Apresentam lábios inferiores e os deixam pontiaguados para romper a
superiores muito flexíveis que permitem o parede celular de celulose dos vegetais. Os
encaixem do alimento na boca de modo cães e gatos possuem braquiodentes,
que os incisivos consigam cortá-los pelo dentes insubstituíveis após sua erupção. Os
caule. Os ruminantes: não possuem lábios roedores e os coelhos também apresentam
flexíveis, mas em compensação possuem dentes hipsodontes (e molares do coelho)
línguas longas e flexíveis que levam o que geram problemas neles como falta de
alimento para a boca, onde será cortado apetite, perda de peso e necessidade de
pelos incisivos inferiores e o palato duro cuidados veterinários, por crescerem
dorsal (NÃO POSSUEM INCISIVOS continuamente.
SUPERIORES). Os camelídeos: embora
possuam incisivos superiores sua preensão SECREÇÕES SALIVARES
dos alimentos assemelha-se aos dos A saliva é produzida por glândulas
ruminantes. Os cães e gatos: Eles seguram ancinosas localizadas ao longo da
os alimentos com os dentes, arremessam mandíbula e maxila. Elas podem ser mais
no ar ao mesmo tempo que inclinam suas mucosas ou serosas.
cabeças para frente, a fim de capturar o Nos cães as parótidas, controladas pelo
alimento na região mais caudal da língua, nervo glossofaríngeo, produzem uma
bem como a maioria das aves e répteis. saliva mais serosa que contém amilase,
Na maneira de beber água os equinos e lipase, IgA (imuglobina salivar) e
gustativo do cérebro). substâncias antibacterianas. A sublingual,

MASTIGAÇÃO
Atividade realizada pelos dentes. controlada pelo nervo facial, produz uma
Incisivos servem para cortar os alimentos. saliva mais mucosa, que contém mucina
Molares e Pré-Molares trituram o alimento quem vai lubrificar o bolo alimentar de
modo que ele deslize no esôfago e a
involuntário começa quando o bulbo reduz
submandibular, também controlada pelo esforços respiratórios, reduzindo os riscos
nervo facial, vai produzir uma saliva de inalação do bolo. Por seguinte, o nervo
mista. craniano controla uma porção de
Em ruminantes a composição salivar movimentos, que, por ordem, são:
pode ser alterada para manter um pH 1 – A parte dorsal da língua e o assoalho
adequado ao rúmen (8,5). da boca se elevam para empurrar o
alimento para a faringe;
DEGLUTIÇÃO 2 – O palato mole se movimenta para
É um reflexo complexo que conduz os fechar a nasofaringe;
alimentos e água para o esôfago, ao 3 – O aparato hioide se eleva, a epiglote se
mesmo tempo que protege o trato move para baixo, a fim de fechar a glote;
respiratório. 4 – Os músculos laríngeos contraem-se em
Envolve 2 processos: voluntário e torno da glote para o alimento não ir para
involuntário. O voluntário consiste traqueia;
basicamente no uso de neurônios motores 5 – O esfíncter esofágico superior é
relaxado para o bolo entrar.

para empurrar o alimento para a parte


posterior da língua. A partir daí o
MOVIMENTO DE INGESTA PELO TUBO GASTRINSTESTINAL

Depois que entra no esôfago o bolo alimentar segue um trajeto por um tubo formado por 2
camadas de músculos, músculos esses que podem sofrer contração e impedir o caminho do
alimento, formando, então, esfíncteres/válvulas que se abrem num momento específico,
controlados pelo Sistema Nervoso Entérico (SNE).

SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO


S N E
Possuem 2 camadas de corpos celulares designadas com base na sua localização. Os corpos
celulares do plexo submucoso, situam-se na submucosa, abaixo da túnica mucosa e do plexo
mioentérico localizados entre as camadas de músculo liso circular ao redor do intestino e a
camada do músculo liso longitudinal externo. Esses corpos emitem fibras sensitivas para
células absortivas, secretoras e enteroendócrinas que revestem o lúmen do intestino.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO


E O TUBO GASTRINTESTINAL
- INERVAÇÃO DO TUBO PELO
S.N.PARASSIMPÁTICO
Os nervos cranianos e o vago controlam
movimentos do tubo gastrintestinal. O
vago do SNAP representa uma via eferente
de 2 neurônios. O corpo celular do 1
neurônio, o neurônio parassimpático pré-
ganglionar, presente no bulbo, recebe
impulsos aferentes do centro superior do
cérebro e de neurônios sensitivos que
ascendem ao bulbo, estimulando
potenciais de ação no neurônio
parassimpático pré-ganglionar. Esse
neurônio emite axônios até os órgãos do
abdome e do tórax, que vão alcançar o 2
neurônio, o pós-ganglionar, formando o
gânglio/sinapse, encontrado na parede do
órgão alvo. O axônio pré-ganglionar libera
ACh que interage com o pós-ganglionar e
ele, por sua vez, libera o ACh na
membrana celular dos tecidos-alvos.
Além do nervo vago, os neurônios
eferentes parassimpáticos da medula
espinal sacral podem afetar funções do
cólon descendente e do transverso.
SISTEMA URINÁRIO
h u m a um
n otúbulo de músculo liso, que conduz a
urina à bexiga, um órgão oco, também
ANATOMIA MACROSCÓPICA formado por músculo liso (o músculo
DOS RINS E DO TRATO detrusor), que armazena a urina e seu
URINÁRIO tamanho pode variar de acordo com a
Os rins consistem em um par de órgãos quantidade de urina dentro.
suspensos na parede dorsal do abdômen No colo da bexiga, que é a porção
pela prega peritoneal e os vasos que os caudal, o músculo que constitui não é mais
irrigam. São chamados retroperitoneais, somente o liso, fibras elásticas também
pois são separados do abdômen pelo entram para compor o esfíncter interno.
revestimento de peritônio. Eles são Depois do interno, tem o externo,
irrigados pela artéria renal (subdivisão da constituído por músculo esquelético e
aorta), e são drenados pela veia renal, que marca o limite funcional entre bexiga e a
mais acima forma a veia cava inferior. uretra. E por fim, a uretra é o canal de
Possui forma de feijão na maioria dos condução da urina e espermatozoides, no
animais domésticos, mas em cavalos caso dos machos, para o meio externo.
apresentam uma estrutura cordiforme NÉFRONS
(em forma de coração) enquanto os
Existem 2 tipos de néfrons que podem
bovinos apresentam estruturas lobulares.
ser identificados a partir de 2 fatores:
E aí, se fizermos um corte sagital
i) sua localização;
mediano no rim, vamos notar a presença
ii) pela profundidade da alça de Henle.
do córtex, camada mais externa do rim, e
a medula com um tecido estriado. O que
traz o aspecto estriado são as alças de Os néfrons podem ser:
Henle e a porção medular dos túbulos e Cortimedulares: localizados na região
ductos coletores inseridos. do córtex (parte média ou inicial) e
apresentam alças de Helen não tão
Temos o hilo renal é a área localizada
profundas; Justamedulares:
na região concava do rim, por onde passa
localizados mais adentro da medula e estão
o ureter, os vasos sanguíneos, os vasos
associados às alças de Henle inseridas
linfáticos e os nervos.
mais profundamente na medula. As alças
Pelve renal que é a parte alargada do podem ser tão profundas ao ponto de
ureter, onde receberá a urina. O ureter é chegarem na pelve renal. Os néfrons
justamedulares são responsáveis por
manter e desenvolvendo o gradiente inervação das células granulares JG
osmótico do líquido intersticial da medula. (produzem a renina, enzima proteolítica) e
dos néfrons, causando alterações na
*COMPONENTES DOS NÉFRONS*
hemodinâmica renal, no transporte tubular
Glomérulo – é o tufo de capilares de íons e água e na secreção da renina.
resguardados na Cápsula de Bowman,
onde serão filtrados e conduzidos aos *CONTROLE DA FUNÇÃO RENAL
POR REFLEXOS RENORRENAIS*
túbulos e ductos dos néfrons. Há 2 tipos de
arteríolas, as quais ambas carregam sangue São respostas que ocorrem em um dos
arterial, a aferente que leva sangue PARA rins, em consequência da inervação do
O glomérulo e a eferente, que leva sangue mesmo rim (ipsolateral) ou do oposto
DO glomérulo e são distribuídos (contralateral), mediados por receptores
sensoriais renais, que podem ser de 2
Túbulos e ductos dos néfrons – tipos:
conduzem o filtrado, coletado pela
Cápsula de Bowman. O filtrado passa pelo i) mecanorreceptores – respondem aos
tubo contorcido proximal, pela alça estímulos de aumento de pressão
descendente de Henle, pela ascendente, intrarenal;
que contém uma extremidade mais ii) quimiorreceptores – respondem aos
espessa, a mácula densa e em seguida vai estímulos de isquemia renal ou alteração
para o tubo contorcido distal, totalmente do ambiente químico do interstício renal.
localizado no córtex, desembocando no
túbulo coletor. Quando ele adentra à
FORMAÇÃO DA URINA
medula passa a ser chamado ducto coletor
 DO PLASMA À URETRA
(crescente à medida que sucedem) São 3 processos:
desembocando, por fim, na pelve renal. 1 – filtração glomerular;
APARELHO 2 – reabsorção tubular;
JUSTAGLOMERULAR 3 – secreção tubular.
Como resultado da filtração glomerular,
surge na Cápsula de Bowman um
ultrafiltrado de plasma, conhecido com
filtrado glomerular. Ele passa a constituir
o líquido tubular devido à mudança de
composição. A reabsorção e secreção
tubulares acontece durante toda a extensão
INERVAÇÃO
dos néfrons e ductos coletores, de modo
Essa divisão é dada pela divisão que o líquido tubular só vira urina quando
simpática (andrenérgica) do sistema chega na pelve renal.
nervoso autônomo. Os nervos renais
entram no hilo e proporcionam uma
O Fluxo Plasmático Renal (FPR) é o
fluxo de plasma nos rins, visto que o
plasma é a matéria-prima para formação
DISTRIBUIÇÃO DO SANGUE
NO GLOMÉRULO
do filtrado glomerular, existente no FSR.
O Fluxo Sanguíneo Renal (FSR) é a TFG ( Taxa de Formação Glomerular);
taxa do fluxo sanguíneo nos rins. FF (Fração de Filtração) que é a razão
entre TFG e FPR.

IMUNOLOGIA ANIMAL

O sistema imune possui 2 principais Os antígenos possuem várias estruturas


funções : espalhadas pela superfícies as quais os
anticorpos irão se ligar, os chamados
epítopos antigênicos ou
1 – induzir um resposta imune efetiva e
segura contra antígenos estranhos; determinantes antigênicos.
2 – evitar respostas contra antígenos Para saber o grau de resposta imune é
próprios. fundamental que saibamos algumas
características dos antígenos para
ANTÍGENOS combatê-los de forma eficiente e para um
Qualquer substância, estranha ou não, bom desenvolvimento de vacinas.
que seja capaz de induzir as células T e B As características a serem avaliadas:
a produzirem uma resposta imune.
a) Antígenos estranhos geram uma
Eles podem ser: infecciosos –
maior antigenicidade, ou seja, são
componentes derivados de bactérias, vírus,
altamente antigênicos;
protozoários ou helmintos; ou não
b) O tamanho. Os antígenos grandes
infecciosos – autoantígenos (derivados do
próprio organismo), alimentos, poeiras, permitem um melhor
veneno de animais e insetos, como processamento pelas células e uma
também proteínas sintéticas e de subsequente apresentação dos
membrana. peptídeos antigênicos aos
linfócitos para indução de uma
resposta imune. Os pequenos não
GRAU DE RESPOSTA IMUNE
são tão eficazes.
O grau de resposta imune é chamado de
c) Estrutura e complexidade
antigenicidade ou imunogenicidade.
bioquímica. As proteínas tendem a
ser mais antigênicas do que os
carboidratos e lipídeos, não pelo Inicialmente os antígenos têm que lidar
tamanho, mas sim pela com uma barreira física, que é a pele e
complexidade estrutural. Mas outras superfícies corpóreas e fluidos
quando associados à proteínas corporais antimicrobianos. Se os antígenos
(glicoproteínas e lipoproteínas) se sobreviverem a essa primeira linha de
caracterizam como potentes defesa terão que enfrentar as células
antigênicos. fagocíticas e a NK, que constituem o
d) Estabilidade e degradabilidade. A sistema imune inato, por não serem
estabilidade é essencial para que antígeno-específicas.
haja uma resposta imune eficiente,
por isso que antígenos flexíveis PRIMEIRA LINHA DE DEFESA
são maus antigênicos, mas A pele desempenha um importante papel
potentes quando estabilizados. como barreira, devido à secreção de sebo,
Quanto à degradação as células pelas glândulas sebáceas, que mantém um
fagocíticas precisam degradar os pH ácido, secreção de enzimas inúteis ao
antígenos em pequenos peptídeos, antígenos, por descamar, fazendo que eles
que ativaram os linfócitos T para a deslizem para fora do corpo. Além disso
resposta imune ser iniciada. ela possui, também, bactérias não
Existem outros fatores que influenciam patogênicas que evitam a aderência das
na imunogenicidade: fatores genéricos, patogênicas. A pele é rica em células
biomoléculas endógenas e o grau e via de dendríticas e células T que repelem os
exposição aos antígenos. patógenos. Em caso de qualquer trauma na
pele suas funções protetoras são
desfalcadas e os indivíduos são infectados.
DEFESA DO ORGANISMO
CONTRA ANTÍGENOS Além da pele há fluidos corpóreos
INVASORES (saliva, lágrima, mucos) são inóspitos aos
O organismo é confrontado por bilhões invasores, pois possuem um baixo pH e
de antígenos e ele precisa estabelecer uma são ricos em enzimas.
resposta imune apenas aos infecciosos. O trato GI é quase como a pele. Ele
Para essa resposta acontecer é preciso de possui bactérias não patogênicas que
energia e proteína, porém o organismo não repelem a adesão das patogênicas, além de
pode mandar uma resposta para cada possuir uma flora bacteriana que produz
antígeno, por isso ele é equipado por ácidos láctico e butírico, mantém o pH
várias vias de defesa para lidar com os ácido e são bacteriostáticos. O epitélio
antígenos antes de recorrer às respostas vaginal possui lactobacillus, secretores de
imune específicas. ácido láctico. E no trato respiratório as
paredes são ricas em muco viscoso e em lesados. Eles se ligam às moléculas de
lisozimas bactericidas, têm ação ciliar e adesão celular, por meio de receptores
conta com auxílio da turbulência criada específicos, e são impulsionados a
pela passagem do ar. atravessar a parede dos capilares
(diapedese) para dentro dos tecidos, indo
SEGUNDA LINHA DE DEFESA em direção aos tecidos. Essa perseguição é
Vai atuar quando os antígenos resistem à facilitada quando os antígenos possuem
primeira linha de defesa e adentram vasos proteínas recobrindo, as opsoninas.
e tecidos. Esse contato desencadeia uma
São células fagocíticas, constituintes da invaginação da membrana do neutrófilo e
imunidade inata e podem ser divididas em o antígeno é aprisionado em um vacúolo, o
linhagem mieloide e monocítica- fagossomo. Quando isso acontece, os
macrofágica. grânulos vão em direção ao fagossomo, se
Na mieloide há neutrófilos, eosinófilos, fundem e forma o fagolisossomo, que é o
mastócitos e basófilos. Já na monocítica- lugar onde o antígeno será destruído por
macrofágica contém os monócitos e biomoléculas bactericidas e
macrófagos. bacteriostáticas.
Os NEUTRÓFILOS estão em maioria na A explosão respiratória é outro
maior parte das espécies, exceto em mecanismo de defesa e acontece
ruminantes (20% a 25%), apresentam simultaneamente. Ela acontece graças ao
núcleo lobulado e citoplasma rico em contato neutrófilo – antígeno, também, que
grânulos (primário e secundário). Os desencadeia uma maior demanda de O2.
primários têm enzimas bactericidas e Esse aumento de demanda resulta na
ativação do NADPH oxidase que em
proteases neutras e os secundários possui algum momento formará um ânion
lisozima, lactoferrina e colagenases. superóxido O2-. Esse ânion superóxido,
Os neutrófilos são as primiras células de diante de água e enzimas, reagirá e
defesa da 2ª linha de defesa. Eles são formará o H2O2 (peróxido de
destinados a capturar e destruir os hidrogênio/água oxigenada) que é tóxico
antígenos infecciosos por 2 mecanismos aos micróbios. Além disso, os neutrófilos
complementares: 1º. fagocitose, que é liberam oxigênio “singlet” que também é
subdividida dem 4 partes: quimiotaxia, tóxico aos antígenos.
adesão, fagocitose e destruição; e 2º . Os neutrófilos têm energia limitada e
explosão respiratória. tempo de vida curto. Quando sofrem
Os neutrófilos são atraídos por apoptose essas células liberam elastases e
quimiocinas e mensageiros químicos que colagenases que são substâncias
são liberados quando os tecidos são
quimiotáticas para outro grupo de altamente antimicrobiano. Além de liberar
fagócitos, os macrófagos. radicais livres de oxigênio que também são
Os macrófagos também são atraídos pelo tóxicos.
produto de bactérias e por fatores Os macrófagos ainda podem secretar
quimiotáticos liberados em lesões e, mais de 100 proteínas. Algumas delas
mesmo não sendo tão ágeis, elas possuem desempenham um papel de ativação de
uma alta habilidade fagocítica. São células linfócitos, especialmente o T, regulam
arredondadas ou alongadas com muitas negativamente o sistema imune diante da
proteínas na superfície, difere a morfologia resposta imune efetiva, além de
de acordo com os tecidos: nos órgãos desempenhar uma função de reparação do
linfoides essas células são chamadas de tecido lesado, estimulando os fibroblastos
macrófagos, já no fígado são chamadas de a secretar colágeno para reconstruir os
células de Kupffer, nos ossos osteoclastos, tecidos. Eles também produzem citocinas.
no cérebro macroglia e etc. Elas derivam
de células hematopoiéticas da medula CITOCINAS
óssea e são dominadas inicialmente de Os macrófagos liberarão citocinas
monoblastos, depois que amadurecem vão pirogênicas, como a IL-1 e a IL-6, que
para a corrente sanguínea passa a ser mediarão a febre como uma forma de
chamadas de monócitos e quando adentra combate aos antígenos infecciosos. Elas
no tecido se chama macrófagos. atuam em vários tecidos com o objetivo de
Os macrófagos possuem receptores do eliminar o invasor, por exemplo: s atua
tipo Toll (TRLs) que reconhecem em regiões termorreguladoras do
moléculas específicas em micróbios hipotálamo para induzir a febre, que por
chamadas padrões moleculares associadas sua vez vai acelerar a motilidade do
aos patógenos (PAMPs). Esses receptores neutrófilos, melhorar sua capacidade
atuam como receptores de reconhecimento fagocítica e ativa os linfócitos ao mesmo
de padrões que desencadeiam uma tempo que impede o aumento do número
resposta imune inata aos patógenos ou a de bactérias.
outros estímulos antigênicos. Elas também atuam no fígado
Os macrófagos destroem os antígenos estimulando a produção de proteínas que
por fagocitose explosão respiratória, pois, funcionam como opsoninas para promover
quando o macrófagos fagocitam antígeno a fagocitose. Além de atuarem nas regiões
maquinaria metabólica, incluindo aumento hipotalâmicas associadas ao sono para
lisossômico e a atividade bactericida, é conservar energia e direcioná-las ao
ativada, bem como o gene (iONS) será embate infeccioso.
regulado para liberar óxido nítrico Além dos neutrófilos e macrófagos
existem as células dendríticas que atuam
no sistema imune inato. Que permitem forma de saco acima da cloaca, onde se
fisicamente que elas interajam com vários desenvolvem as células B.
antígenos ao mesmo tempo. Está presente
com abundância nos órgãos linfoides, na CÉLULAS T
pele e outros tecidos que encontram A células tronco linfóide dedestinada a
antígenos. se tornar células T, os timócitos, migram-
se para o timo onde serão maturadas. Ao
RESPOSTA IMUNE chegar no corte quis do Timo os timócitos
ESPECÍFICA carecem de marcadores importantes na
IMUNIDADE ADQUIRIDA superfície como os receptores de células t
Sistema de imunização que promove (TCRs), CD4 e CD8, que são essenciais
uma imunidade duradoura ativada pelos para ativação das células T.
linfócitos B e T, que por sua vez são Os timócitos são submetidos a um
ativados pelas APCs (células processo complexo de maturação que
apresentadoras de antígenos) do sistema consiste na aquisição de marcadores de
imune inato. superfície CD 4 e CD 8 quanto TCRS
Os linfócitos t ativados secretam quando as células estão mais maduras
citocinas para defesas intracelulares, ativa podem perder o marcador CD 4, tornando-
outras células e coordena respostas se células CD4-/CD8+, células citotóxicas,
imunes. Os linfócitos b apresentam 2 da mesma maneira que podem perder o
funções principais: 1 - se diferenciar em marcador CD8, tornando-se células
plasmócitos para produzir anticorpos; CD4+/CD8-, células T-helper
2 - atuar como APCs. (auxiliadoras).
As células do sistema imune, tanto as da Durante o processo de desenvolvimento
inata quanto as da adquirida, são derivadas das células T elas assumem 2
de células tronco multipotente localizadas responsabilidades:
na medula óssea dos ossos longos. Elas 1 - responder apenas aos antígenos
dão origem às células troncos linfóides e estranhos;
mieloides. As linfóides deu origem às 2 - não responder aos antígenos próprios.
células B, T, NK e células dendríticas caso os timócitos não possuam essas
linfóides. As células maduras se responsabilidades são exterminados por
encontram em todo o organismo, mas mais apoptose o que acontece com cerca de
concentradas nos órgãos linfóides 90%. Morrem aquelas que são defeituosas,
periféricos (baço, linfonodos) e nos tecidos ou seja, não conseguem se ligar a
ligados ao intestino. As aves apresentam antígenos ou tem receptores truncados,
um único órgão linfoide, chamado de Bem como morrem também as
Bursa de Fabricius, órgão redondo em autorreativas que se ligam a peptídeos
próprios. Assim somente as células T outras células imunes. Sua regulação
(CD4+ e CD8+) competentes imigram do anormal gera alergias.
timo como células T. 3 – Th-17: se forma pela ativação da célula
CD 4 com interleucina 6 e o fator de
POPULAÇÃO HETEROGÊNEA crescimento transformador beta. Ela atua
As células t são divididas em: 1 – células sobre células alvo para ativar moléculas
de helper; sinalizadoras-chave a partir de alguns
2 – células citotóxicas. mecanismos:
As 1 secretam proteínas, as citocinas, a) recrutamento de células
que atuam sobre outras células imunes inflamatórias para o local de
para promover ajuda e coordenar as inflamação;
respostas imunes. Expressam receptores b) ação sobre células alvos para
CD 4 e expressam molécula CD, 8 além de estimular uma gama de células
apresentarem grânulos ricos em serina pró-inflamatórias;
grazima esterase. c) fazer sinergia com os ligantes
As células da helper com base nas TLR.
citocina secretadas são divididas em 3 A exposição da CD4+ ao fator de
tipos: crescimento transformador impulsionará a
1 – Th-1: Secretam interleucina 2, sua diferenciação às células T regulatórias
interferon gama e fator de necrose tumoral (células Treg). Elas são células T que
beta. é crítica para defesa de patógenos agem como supressores de resposta imune
intracelulares vírus bactérias e mediada pelas células T células T
protozoários e certos tipos de tumores. As autorreagentes em doenças imunes.
células Th-1 são geradas quando células As células Treg secretam interleucina 10
CD4+ são expostas a interleucina 12 e sua e TGFbeta que são cruciais a diminuição
ausência (da Th 1) aumenta as chances de de respostas imunes em alergias,
infecções, podendo também gerar queimaduras, gravidez, câncer, doenças
condições inflamatórias se sua regulação virais e doenças autoimunes. Podem
for anormal. também inibir ou Infra regular todos os 3
2 – Th-2: são células CD 4 diferenciadas, subconjuntos: Th-1, th-2 e Th-17.
associadas à interleucina 4. Elas secretam
interleucina 4, interleucina na 5, INTERAÇÃO DAS CÉLULS
interleucina 6 e interleucina 10. Elas são APRESENTADORAS DE
essenciais para a defesa contra patógenos ANTÍGENOS E CÉLULAS T.

extracelulares neutralização de toxinas e


OS ANTÍGENOS MHC CLASSE 1 DE
vírus no fluido corpóreo e ativação de CÉLULAS NUCLEADAS
INFECTADAS DESEMPENHAM
PEPEL PRINCIPAL NA ATIVAÇÃO como receptores de antígenos, ou no
DE CÉLULAS T CITOTÓXICAS. sangue e secreções quando são secretadas
células b que neutralizam os antígenos
OS ANTÍGENOS MHC CLASSE 2 OU
para serem removidos.
CÉLULAS APRESENTADORAS DE
ANTÍGENOS DESEMPENHAM As imunoglobulinas, de acordo com o
PAPEL PRINCIPAL NA ATIVAÇÃO peso molecular e outras características,
DE CÉLULAS T-HELPER. podem ser divididas em classes ou
isótipos: IgM, IgG, IgA, IgD, IgE.
A imunoglobulina M é o anticorpo
ANTICORPOS predominante nas respostas imunes
O contato do animal com o antígeno
primárias, que, devido ao seu tamanho,
estranho causa uma resposta imune
raramente são encontradas em fluidos
específica essa resposta pode envolver (1)
corpóreos, a não ser no sangue. Possui 10
produção de células T especificamente
locais idênticos de combinação com
reativas e (2) anticorpos capazes de se
antígeno.
ligar especificamente com antígeno
A imunoglobulina G é o anticorpo
estranho.
predominante na resposta imune
Resposta imune primária é o nome dado
secundária, com capacidade de se
a resposta obtida após uma primeira
locomover do sistema circulatório para
exposição antígeno específico. Possui um
fluidos corpóreos e outras secreções
lapso de tempo que dura uma semana, no
(capacidade da passagem placentária).
qual a quantidade de anticorpos aumenta a
Possui 2 locais de combinação com
partir da segunda ou terceira semana até
antígenos.
atingir o platô e será diminuída.
A imunoglobulina A é um anticorpo
Resposta imune secundária ou resposta
produzido pelos plasmócitos localizados
imune amnéstica é quando o animal é
na pele, trato intestinal, glândula mamária,
reexposto pela segunda vez ao antígeno. O
trato respiratório, genital e urinário.
lapso de tempo será menor, haverá níveis
Encontra-se predominantemente em
mais elevados de anticorpos específicos e
secreções e possui uma molécula
a resposta imune durará mais tempo,
secretária de defesa. Apresenta 4 locais de
quando se comparado a resposta imune
combinação com antígeno. Sua principal
primária.
função é evitar que os antígenos consigam
Anticorpos são glicoproteínas
se aderir às superfícies das mucosas.
produzidas pelos linfócitos b diferenciados
A imunoglobulina é encontrada em
em plasmócitos. São formados por 4
quantidades mínimas e a maioria está
moléculas de glicoproteínas e encontrados
ligada aos basófilos e aos mastócitos
nas superfícies das células b onde servem
(mediadores de reações inflamatórias e As células b recém-formadas começam a
alérgicas). Ela é capaz de se ligar o produzir e secretar anticorpos específicos,
antígeno mesmo estando ligada a essas que começam a aumentar a quantidade
células desencadeando reações alérgicas. deles na circulação. Essa produção é
A imunoglobulina d está ligada à iniciada pela produção de isótipos IgM.
membrana das células B e é secretada em Em meio apropriado ou IgM não é mais
quantidades insignificantes no soro. produzido pelas células B, mas sim o IgG,
IgA ou IgE.
CÉLULAS B PRODUZEM
ANTICORPOS CONTRA REGULAÇÃO DAS
MILHÕES DE DIFERENTES RESPOSTAS IMUNE
ANTÍGENOS É necessário que as respostas imunes
Os anticorpos produzidos após a retornem ao seu estado normal para manter
exposição ao antígeno irão se ligar apenas a homeostasia. Se não regulada condições
aquele antígeno ou a outros patológicas são fomentadas, como:
estruturalmente similares ao original. doenças autoimunes, tumores linfóides,
O sistema imune é capaz de responder a alergias, amiloidose e aborto.
milhões de diferentes antígenos de modo Essa regulação conta com alguns
específico por 3 vieses: mecanismos:
1 – O BCR e a imunoglobulina apresentam 1 - as células imunes secretam
especificidade idênticas; biomoléculas como a prostaglandina;
2 - Uma única célula B pode ter apenas 2 - secreta um cinto sinas fator de
BCRs de especificidade; crescimento formativo beta e interleucina
3 - Cada célula B (há milhões) tem um 10 que infrarregulam a resposta imune;
BCR com um local diferente de 3 - os próprios anticorpos podem regular
combinação de antígeno, pois as células B negativamente as respostas imunes.
sofrem mutações gênicas aleatórias.

RESPOSTA IMUNE
SECUNDÁRIA MAIS RÁPIDA
E EFETIVA
Expansão clonal específica é um
fenômeno que consiste na rápida expansão
de células b antígeno-específicas, causada
pela ligação de alguns BCRs aos
antígenos, permitindo a multiplicação de
mais células B com mesmo BCRs.

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