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RESUMO

ANATOMIA E HISTOLOGIA
Júlio Alexandre do Lago Silva Nunes
MONITORIA

SISTEMA
URINÁRIO
AULA 3 - FUNÇÕES

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VISÃO GERAL DO SISTEMA URINÁRIO

o sistema urinário é composto por:

● Um par de rins;
● Um par de ureteres
● Uma bexiga
● Uma uretra

Funções do sistema urinário;

● Manter a homeostasia corporal, a partir do controle hidroeletrolítico, ou seja,


os rins conseguem manter o equilíbrio do corpo a partir do controle de água e
íons que ficam presentes nos líquidos corporais.
● Fazem o controle ácido básico: Liberam H+ quando o líquidos estão ácidos, ao
passo que liberam HCO3- quando os líquidos estão alcalinos
● Controlam a composição e o volume dos líquidos: Isto é, podem liberar
substâncias que são potencialmente tóxicas (ex. produtos metabólicos) ao
organismo, ao passo que conseguem manter no corpo as substâncias que são
importantes (ex. glicose). Além de que os rins conseguem controlar quantidade
de água que pode ficar ou sair do corpo, alterando o volume corporal

Além dessas funções, atua como um órgão endócrino;

● Produzem e secretam eritropoetina (EPO): Em resposta a uma baixa na


oxigenação do sangue, as células epiteliais dos capilares peritubulares
(aqueles que ficam, sobretudo, na alça de Henle) produzem o EPO, o qual age
sobre a medula óssea regulando a síntese eritrócitos. O EPO se liga a
receptores específicos nas células progenitoras dos eritrócitos (Er-P)

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● Produção de renina nas granulares do aparelho justaglomerular, a renina atua
na clivagem do angiotensinogênio em angiotensina I (precursor da
angiotensina II, hormônio que atua induzindo a produção de aldosterona para
aumentar a reabsorção de Na+)
● Faz a hidroxilação da 25-OH vitamina D3, transformando-a em 1,25 -(OH)2
vitamina D3 hormonalmente ativa. Essa substância age no intestino
aumentando a absorção de Ca2+ e fosfato além de mobilizar Ca2+ dos ossos,
portanto é fundamental para o crescimento dos ossos e dentes.

ESTRUTURA GERAL DO RIM

● Grandes e avermelhados
● Localizados lateralmente à coluna vertebral
● Fica no espaço retroperitoneal (atrás do peritônio), posteriormente no abdome.
● Se estendem da 12° vértebra torácica até a a 3° lombar, onde o rim direito é
mais inferior
● No polo superior do rim, aderido à fáscia renal, e envolto por uma camada
protetora de tecido adiposo perirrenal localiza-se a glândula suprarrenal
● Em sua borda medial (côncava), localiza-se o Hilo, uma fissura vertical pela
qual entram e saem estruturas como vasos sanguíneos, nervos e vasos
linfáticos.
● Ainda do hilo emerge a pelve renal, uma porção dilatada do ureter em forma
de funil
● Essas estruturas se localizam, dentro do rim, no seio renal, onde se
relacionam. O espaço existente entre elas é preenchido, em sua maior parte
por tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo;

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CÁPSULA

A superfície do rim é revestida por uma cápsula, a qual possui duas camadas
diferentes, uma camada externa e outra interna;

● Camada Externa: Composta por fibroblastos


● Camada interna: Composta por miofibroblastos. A contratilidade desses
miofibroblastos atua promovendo uma resistência às variações de pressão e
volume que acontecem durante alterações nas funções renais.

Nota-se que essa cápsula entre no hilo e reveste a superfície de tecido


conjuntivo do seio de modo que ainda fica contínua com o tecido conjuntivo frouxo do
seio, formando as paredes dos cálices e da pelve renal

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CÓRTEX E MEDULA

O rim é formado por duas camadas, onde elas podem ser identificadas a olho nu.

● Córtex: Parte externa castanho-avermelhada


● Medula: Parte interna, de coloração muito clara

Essa diferença na coloração se dá pela distribuição do sangue neste órgão,


uma vez que 90 a 95% do sangue que circula por ele se encontra no córtex.

O córtex é constituído por:

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● Corpúsculos renais: Estruturas esféricas, são consideradas como o segmento
inicial do néfron é onde está localizado o glomérulo, uma rede de capilares
especializados.
● Túbulos contorcidos
● Túbulos retos
● Túbulos conectores
● Ductos coletores
● Suprimento vascular extenso

OBS: Os néfrons são as unidades básicas funcionais dos rins, uma vez que são eles
que realizam praticamente toda a função renal

Nota-se que da medula partem uma série de estriações, as quais são


chamadas de raios medulares. Esses raios medulares projetam-se para dentro do
córtex a partir da medula.
Nos raios medulares são encontrados os túbulos retos e ductos coletores. Por
outro lado, no espaço entre esses raios medulares são encontrados os corpúsculos
renais, túbulos contorcidos e túbulos conectores, essa região é compreendida como
o labirinto cortical. Um néfron e um túbulo conector (se liga a um ducto coletor no raio
medular) forma o túbulo urinífero.

Do córtex partem os túbulos retos e ductos coletores, os quais irão penetrar na


medula. Tanto os túbulos retos, quanto os ductos coletores serão acompanhados de
vasos sanguíneos, os vasos retos. Vale lembrar que os vasos retos irão formar a parte
vascular do sistema de troca de contracorrente, importante no processo de filtração
da urina, pois regula sua concentração.

Devido à disposição e diferença de tamanhos dos túbulos na medula, observa-


se que, quando se agrupam, formam uma estrutura cônica, as pirâmides. Em um rim
podem haver de 8 à 12 pirâmides, podendo haver cerca de 18. A base encontra-se
voltada para a região cortical do rim, ao passo que o ápice fica voltado para o seio
renal. O ápice da pirâmide também é chamado de papila, e se projeta para dentro de
um cálice menor, uma extensão da pelve renal. A superfície da papila na qual estão
localizadas as aberturas dos ductos coletores é denominada área cribiforme.

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Os cálices menores são divisões dos cálices maiores. E os cálices maiores
formam a pelve renal.

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Há, ainda, uma divisão das pirâmides em medula externa (adjacente ao córtex)
e medula interna. A medula externa é dividida em faixa interna e faixa externa. Essa
divisão da medula e das faixas permite localizar as diferentes parte do néfron, as
quais ficam em níveis específicos da pirâmide.

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O tecido cortical fica situado sobre as pirâmides, e por ser muito extenso acaba
recobrindo a parede lateral das pirâmides. Essa projeção do tecido cortical, a qual
recobre a parede lateral das pirâmides é denominada de coluna renal (de Berlim).
Mesmo se tratando de um tecido com a mesma composição do tecido do córtex, a
coluna renal é considerada como parte da medula.

Lobos e lóbulos renais

Os lobos renais são compreendidos como uma estrutura formada pelo tecido
cortical (que envolve cerca de metade de uma pirâmide adjacente) e a medula que
fica envolta por ele. Nos humanos, a quantidade de lobos é equivalente a
quantidade de pirâmides que possui, tendo, portanto de 8 a 18 lobos. Nos humanos,
os lobos são mais visíveis durante o período de desenvolvimento fetal (onde
apresentam diversas convexidades). Nos adultos esses lobos são pouco ou nada
visíveis, apenas em alguns casos nota-se a divisão lobar.

Por outro lado, há os lóbulos, que são divisões dos lobos. Um lóbulo é formado
por um raio medular e o córtex que o circunda. O lóbulo, fisiologicamente, é muito
importante, uma vez que ele é a unidade excretora renal, devido ao fato de que o raio
medular possui o ducto coletor. Ou seja, o lóbulo é um raio medular mais metade do
labirinto cortical adjacente a cada um de seus lados.

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Néfron

É a unidade funcional e estrutural do néfron. Em cada rim, há cerca de 2


milhões de néfrons. São eles os responsáveis por produzir a urina e por corresponder
à porção secretora de outras glândulas (??????). Por modificar a concentração final
do filtrado, o ducto coletor pode ser comparado com glândulas exócrinas, cujos ductos
coletores também alteram a concentração do produto a ser secretado.

Organização geral do néfron:

De modo geral, pode-se afirmar que o néfron é composto por uma corpúsculo renal e
por um sistema de túbulos. Além disso, pode ser dividida em 2 polos, o polo vascular
e o polo urinário. O polo vascular é composto pela região ocupada pela cápsula de
Bowman e pelos vasos sanguíneos aferentes e eferentes. Já o polo urinário é formado
por todas as outras estruturas.

● Corpúsculo renal:

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O corpúsculo renal é região de início do néfron. Ele é composto, pelo glomérulo e pela
cápsula renal (de Bowman). É pela cápsula de Bowman que o sangue flui a partir do
glomérulo para formar o ultrafiltrado glomerular. O glomérulo é formado por uma rede
de capilares, os quais são supridos por uma arteríola aferente (se ramifica nos
capilares glomerulares) e são drenados pela arteríola eferente. Após isso, a arteríola
eferente se ramifica formando os capilares peritubulares, os quais irão suprir os
túbulos renais.

● Sistema de ductos:

● Segmento espesso proximal: Túbulo contorcido proximal + túbulo reto


proximal
● Segmento delgado: Parte fina da alça de henle
● Segmento espesso distal: Túbulo reto distal e túbulo contorcido distal

Há uma comunicação do túbulo contorcido distal com o ducto coletor por meio do
túbulo conector (essa união forma o túbulo urinífero). O ducto coletor, o qual começa
no córtex, segue para a medula e desemboca na papila da pirâmide renal.

OBS: Um ducto coletor é suprido por por vários outros túbulos distais.

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Túbulos do néfron:

Os túbulos são denominados de acordo com o percusso (reto ou contorcido),


localização (proximal ou distal) e por sua espessura (espesso ou delgado)

Tomando como base a cápsula de Bowman, segue-se as seguintes estruturas:

● Túbulo contorcido proximal:


○ Tem sua origem na cápsula de Bowman
○ Segue um caminho contorcido até chegar ao raio medular, onde será
contínuo com o túbulo reto proximal.

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● Túbulo reto proximal:
○ Ramo descendente espesso da alça de henle, chega até a medula

● Ramo descendente delgado:


○ É a porção que faz uma curva em forma de grampo para voltar para o
córtex. é por causa dessa curva que o sistema de contracorrente é
possibilitado.
○ Fica localizado na medula

● Túbulo ascendente delgado:


○ O ramo ascendente delgado da alça de henle
○ Volta em direção ao córtex

● Túbulo reto distal:


○ É o ramo ascendente espesso da alça de henle
○ Contínuo com o ramo delgado ascendente
○ Entra no córtex
○ Passa perto do corpúsculo renal, por entre as artérias aferente e
eferente constituindo o aparelho justaglomerular
○ Nessa região de proximidade com os vasos e corpúsculo, haverá uma
modificação do epitélio tubular, onde será formada mácula densa.
○ O túbulo reto distal formará o túbulo contorcido distal

● Túbulo contorcido distal:


○ Menos contorcido que o proximal
○ Por ser menos tortuoso, em cortes do labirinto cortical, nota-se uma
menor quantidade de túbulos contorcidos distais, havendo mais
contorcidos proximais.
○ Desemboca, em sua porção terminal, no ducto coletor cortical

OBS: O túbulo reto proximal + o túbulo descendente delgado + o túbulo ascendente


delgado + o túbulo reto distal = alça de henle

OBS: Em alças de henle em que os túbulos descendentes delgados e ascendentes


são curtos, haverá a volta em forma de grampo sendo feita pelo túbulo reto distal.

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Tipos de néfrons:

A classificação é feita com base na localização dos corpúsculos renais no córtex:

● Néfrons subcapsulares ou corticais: Corpúsculos localizados no córtex


externo. Possuem alças de henle curtas que atingem apenas a medula externa
(curva em grampo formada pelo túbulo reto distal).

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● Néfrons Justaglomerulares: ⅛ do total de néfrons. Corpúsculos próximos da
base de uma pirâmide medular. Possuem alças de henle longas, onde seus
ramos ascendentes delgados são longos também. Essa conformação será
determinante para a concentração da urina.

● Néfrons intermediários ou mesocorticais: Corpúsculos renais no linha média


do córtex com alças de henle de tamanho intermediário.

DUCTOS COLETORES

O ducto coletor é formado a partir da fusão de vários túbulos conectores de


vários néfrons. Na região cortical é chamado de ducto coletor cortical, ao passo que
o ducto coletor desce em direção a medula ele passa a ser chamado de ducto coletor
medular. No ápice da pirâmide medular, esses ductos formam um ducto maior o ducto
papilar (ducto de Bellini) que irão desembocar no cálice menor a partir da área
cribiforme.
O aspecto macroscópico do rim é reflexo do modo pelo qual os néfrons se
organizam. Ou seja, a porção do labirinto cortical é formada por pelos túbulos
contorcidos proximais,distais e pelos corpúsculos renais. Já os túbulos retos
(proximais e distais), ramos descendentes e ascendentes delgados formam os raios
medulares. Além de que o ramos delgados descentes e ascendentes delgados estão
sempre na região medular.

APARELHO DE FILTRAÇÃO DO RIM

O aparelho de filtração do rim está contido no corpúsculo renal. Lembrando


que o corpúsculo renal é composto pelo glomérulo (tufo de capilar) e pelas camadas
epiteliais viscerais e parietais da cápsula de Bowman.
Esse aparelho de filtração é composto por três componente:

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● Endotélio dos capilares glomerulares:
○ É um endotélio caracterizado por possuir grandes e numerosas
fenestrações
○ Não há um diafragma nas fenestrações dos capilares glomerulares
○ Possuem um grande número de canais de água de aquaporina 1 (AQP-
1), os quais facilitam a passagem de água

OBS: Produtos secretados das células endoteliais, como NO e protaglandina (PLE2)


atuam no aparecimento de doenças glomerulares trombóticas.

● Membrana basal glomerular:


○ Lâmina basal espessa formada pelas membranas basais do endotélio e
dos podócitos.
○ Os podócitos são as células da camada visceral da cápsula de Bowman

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○ É vista como uma estrutura proeminente, pois é muito espessa
○ Composta por:
■ Colágeno tipo IV
■ Laminina
■ ridogênio
■ Entactina
■ Proteoglicanos de heparam sulfato
■ Glicoproteínas multiadesivas
○ Alterações no gene que codifica a cadeia de alfa5 do colágeno IV podem
dar origem a doenças, como a síndrome de Alport (glomerulonefrite
hereditária) que causa hematúria (hemácias na urina) e proteinúria
(proteínas na urina), devido a um espessamento irregular da barreira.

● Camada visceral da cápsula de Bowman


○ Contém os podócitos, os quais são células especializadas
○ Os podócitos emitem prolongamentos citoplasmáticos que envolvem os
capilares glomerulares

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○ Formam uma dupla camada. A camada celular interna/visceral, voltada


para o glomérulo, e a camada celular externa/parietal, forma as células
pavimentosas da cápsula de Bowman.
○ Fos prolongamentos dos podócitos são emitidos prolongamentos
secundários, os pedícelos.
○ Os pedícelos se interligam uns com os outros
○ Os espaços que ficam entre as interdigitações dos pedicelos são
chamadas de fendas de filtração, as quais são recobertas por um
diafragma ultrafino.
■ No diafragma há uma proteína transmembrana, que age na
estruturação e funcionalidade do diafragma, a nefrina.
■ A nefrina emerge dos prolongamentos dos podócitos e interagem
no centro da fenda, o que forma uma densidade central com
poros em ambos os lados.

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■ Há ainda outras moléculas de adesão associadas a essa
proteína: Neph-1, Neph-2, P-caderina, FAT1 e FAT2.
■ Como a nefrina encontra-se ancorada a numerosos filamentos
de actina, denota-se que sua importância clínica em regular o
tamanho, permeabilidade e seletividade das fendas.
■ Esse mecanismo de regulação se dá a partir da regulação do
citoesqueleto de actina dos podócitos aos quais a nefrina está
acorada.

OBS: Além das 3 camadas já citadas, duas outras estruturas atuam na função
glomerular. Essas estruturas são a camada endotelial superficial dos capilares e o
espaço abaixo dos podócitos.

● Camada endotelial superficial: Rede espessa rica em carboidratos que fica fixa
na parede luminal. Nessa região são encontrados glicocálices, os quais são
proteoglicanos com cargas negativas, associados a cadeias laterais de
glicosaminoglicanos e proteínas periféricas de membrana. As proteínas
plasmáticas do sangue revestem o lúmen do glicocálice.

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OBS: O aparelho de filtração possui uma alta permeabilidade para água, moléculas
pequenas e médias, e uma quase que inexistente passagem de moléculas maiores.

Conforme dito anteriormente, a composição da MBG é

● Colágeno tipo IV e XVIII


● Sialoproteínas
● Glicoproteínas não colágenas
● Proteoglicanos
● Glicosaminoglicanos

Vale ressaltar que esses componentes ficam em diferentes regiões da MBG:

● Lâmina rara externa:

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É uma lâmina que fica adjacente aos prolongamentos dos podócitos. Sua
principal função é a de impedir a passagem de moléculas negativas, pois sua
composição é rica em poliânions (heparam sulfato)

● Lâmina rara interna:

Adjacente ao endotélio do capilar e possui características parecidas com a


lâmina rara externa

● Lâmina densa:

Constituida por uma sobreposição de duas lâminas basais, as quais ficam


intercaladas por lâminas raras. O colágeno tipo IV age como barreira física. Já o
colágeno tipo XVIII, percalam e agrina agem como cargas aniônicas para repelir
moléculas negativas. Por fim, outras proteínas (ex. lamininas) agem fixando as células
endoteliais e os podócitos à MBG.
Essa conformação da MBG permite que apenas moléculas consigam passar,
além de que a carga negativa das paredes dessa região não permitem a saída de
moléculas com cargas negativas, mesmo aquelas que são pequenas. Vale lembrar
que, as vezes, moléculas maiores conseguem atravessar, porém, são reabsorvidas
no túbulo proximal.

As fendas de filtração, as quais são formadas pelos prolongamentos dos


podócitos e os diafragmas atuam como barreiras para restringir a passagem de
determinados solutos e solventes pela barreira de filtração. De acordo com a
arquitetura dos diafragmas, nota-se que eles são responsáveis por fazer uma filtração
seletiva por tamanho. Essa filtração seletiva por tamanho irá determinar as
características de filtração molecular do glomérulo, ou seja, quais moléculas serão ou
não filtradas.
As cargas negativas da membrana celulas dos podócitos e da MBG e a função
de fagocitação das células mesengiais funcionam como mecanismos contra a
obstrução dos diafragmas.

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Uma característica da barreira de filtração é que alterações em apenas um dos
componentes não afetam apenas o componente afetado, uma vez que haverão
consequências nos outros componentes. Por exemplo, um alteração da MBG altera
a velocidade com a qual os solutos e solventes passam pelas outras camadas da
barreira.
Vale ressaltar que a barreira de fitração é ativa, isto é, é capaz de modificar
sua permeabilidade.

A camada parietal da cápsula de Bowman é composta por células epiteliais


parietais. Essas células formam um epitélio simples pavimentoso, o qual é contíuno
com o epitélio cubóide do túbulo contorcido proximal.
O espaço que há entre as duas camadas da cápsula de Bowman, isto é, o
espaço entre as camada visceral e parietal é denominado de espaço urinário ou de
Bowman, e é ele que recebe o ultrafiltrado, que será direcionado para o túbulo
contorcido proximal.

MESÂNGIO

A MBG é compartilhada para vários capilares, no corpúsculo renal, e, nestes


locais, são encontrados um grupo adicional de células, as células mesangiais. As
células mesangiais estão envoltas pelas MBG. O conjunto das células mesangiais
com sua matriz extracelular é denominado de mesângio.

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Vale ressaltar que as células mesangiais não são exclusivas do corpúsculo
renal, uma vez que aparecem, também, ao longo do polo vascular (onde são
chamadas de células reticuladas) e ainda fazem parte do aparelho justaglomerular.

FUNÇÕES DAS CÉLULAS MESANGIAIS:

● Fagocitose e endocitose:
Realizam a remoção de resíduos e proteínas que ficam presos na MBG
e nos diafragmas das fendas de filtração. Além disso fazem a endocitose de
várias proteínas, para que possa processar essas substâncias (um exemplo
de proteína processada por ela são imunocomplexos).
Essa é considerada uma das funções principais desse tipo celular. Uma
vez que a partir dessa função é mantida a estrutura e função da barreira
glomerular, isso porque a obstruções podem ser removidas a partir da
fagocitose e endocitose.

● Suporte estrutural:
Elas ainda são responsáveis por produzir a matriz mesangial
extracelular, a qual é responsável por dar suporte aos podócitos nos locais

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onde onde a membrana basal epitelial não está presente ou onde está
incompleta.
Essa matriz é diferente da MBG quanto à sua composição e ainda
permite que moléculas maiores consigam passar do lúmen dos vasos para
dentro do mesângio.

● Secreção:
Há a produção e secreção de interleucina-1 (IL-1) → “o principal10 agente
mediador na resposta imune contra invasão bacteriana, inflamação, infecções e11
lesões teciduais” , PGE2 → “participam de diversas ações metabólicas, processos
fisiológicos e patológicos, vasodilatação ou vasoconstrição; hiperalgesia; contração
ou relaxamanto da musculatura brônquica e uterina; hipotensão; ovulação; 2 Page 3
aumento do fluxo sanguíneo renal”, fator derivado de plaquetas (PDGF) → O PDGF

ajuda em repostas à lesões no glomérulo.

● Modulação da distensão glomerular:


Por possuir características contráteis, achou-se que elas possuiriam a função
de aumentar o volume sanguíneo e a pressão de filtração glomerular (PFG). Porém
descobriu-se que elas ajudam minimamente nesse processo. Portanto, descobriu-se
que sua contribuição principal é ajudar regulando a distensão do glomérulo em
respostas aumentos na pressão arterial.

OBS: Tanto as células mesangiais quanto as células justaglomerulares possuem


como precursor células musculares lisas do mesênquima metanéfrico (parte do
sistema embrionário que dará origem aos rins). Essas células possuem em sua
superfície receptores para o fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGFR),
o qual possui a função de se ligar com o fator de crescimento derivados das plaquetas
(PDGFbeta), o que possibilita a quimiotaxia (movimento de atração química de uma
célula para o local desejado) que é liberado pelos podócitos.

APARELHO JUSTAGLOMERULAR

O aparelho justaglomerular é formado pela “associação” entre as células da


parte reta do túbulo distal com as células endoteliais das arteríolas aferentes e
eferentes. Essa associação é possibilitada pela conformação contorcida do néfron
que permite que a porção distal consiga chegar perto do polo vascular.

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Nota-se que nessa região, as células do túbulo reto distal e das arteríolas serão
diferenciadas. As células do túbulo reto distal são chamadas de mácula densa, ao
passo que as células das arteríolas são chamadas de células justaglomerulares;
Portanto, o aparelho justaglomerular será formado por:
● Mácula densa:
São as células especializadas do túbulo reto distal. Elas são mais estreitas e
mais altas que as restantes do túbulo reto distal, além de que seus núcleos formam
aglomerados onde ficam um pouco sobrepostos, o que confere o seu nome de mácula
DENSA.

● Células justaglomerulares:
Nota-se que as células justaglomerulares são, sobretudo, células
especializadas das arteríolas aferentes adjacentes ao aparelho justaglomerular. A
principal característica dessas células é a presença de grânulos secretores, os quais
precisam de uma coloração diferente para serem visualizados. Contrário ao formado
do núcleo do músculo liso presente nas arteríolas, o núcleo das células
justaglomerulares é redondo.

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● Células mesangiais extraglomerulares:

Os aparelho justaglomerular regula a pressão arterial a partir do sistema renina-


angiotensina-aldosterona.

1. Pressão abaixa
2. Células glomerulares sintetizam e secretam renina
3. Renina converte angiotensinogênio em angiotensina I
4. Angiotensina I encontra o ECA no endotélio dos capilares pulmonares
5. ECA converte angiotensina I em angiotensina II
6. Angiotensina II encontra a suprarrenal e estimula a síntese de aldosterona
7. Aldosterona age no néfron distal promovendo uma maior reabsorção de Na+ e
água ( e excreção de K+)
8. Há p aumento da pressão arterial
9. A angiotensina ainda age como vasoconstritor tanto da circulação renal quanto
sistêmica

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OBS: O aparelho justaglomerular ainda age como um sensor do volume sanguíneo e
da composição do líquido tubular. A mácula densa age monitorando a concentração
de Na+, a taxa de filtração glomerular e ajudam na liberação de renina. Baixas
concentrações de Na+ são um estímulo às moléculas contransportadoras (Na+-K+-
2Cl-, trocadores de Na+/H+). A ativação dessas moléculas contransportadoras
modifica as concentrações do líquido tubular. Além disso´, a ativação dessas
moléculas cotransportadoras estimula a liberação de substâncias parácrinas que
modulam um sinal parácrino para a liberação de renina e para a contração das células
musculares lisas.

OBS: O estiramento das células justaglomerulares devido a um aumento do volume


sanguíneo pode criar um estímulo que fecha a alça de retroalimentação e interrompe
a secreção de renina, de modo que a pressão arterial seja reduzida.

FUNÇÃO DOS TÚBULOS RENAIS:

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Enquanto o ultrafiltrado passa pelos túbulos renais, ele tem a sua composição
alterada, seja pela reabsorção (que pode acontecer ativa ou passivamente) seja pela
secreção.
Por exemplo, a glicose é totalmente reabsorvida (exceto em casos de ecesso)
ao passo que água e Na+ são parcialmente reabsorvidos. Por outro lado, substâncias
como creatinina são secretadas, ou seja, são adicionadas ao filtrado.
Devido a esses processos, o volume e a concentração do ultrafiltrado reduz
substancialmente. Esses processos são possibilitados devido à associação dos
túbulos renais com uma grande rede de capilares que circundam os túbulos renais.
Vale lembrar que os vasos retos da alça de henle contribuem para o sistema
multiplicador por contracorrente (o que aumenta a concentração da região medular).

TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL:

Suas células cubóides são especializadas possuem especializações em


realizar os processos de absorção e transporte de líquidos.

Características das células do túbulo contorcido proximal:

● Borda/orla em escova:
Possuem microvilosidades retas, alongadas e compactadas, o que lhe confere
a função de absorção de substâncias nesse local

● Complexo juncional:

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Presença de zônulas de oclusão e zônulas de adesão, as quais possuem a
função de vedar o espaço entre as células e mantém as células juntas,
respectivamente.

● Pregas/dobras: Prolongamentos laterais achatados que se intercalam com os


prolongamentos de outras células.

● Interdigitações dos prolongamentos basais

● Estrias basais: Mitocôndrias alongadas que ficam localizadas e concentradas


nos prolongamentos basais (ficam de modo vertical com relação à superfície
basal)

OBS: Estrias basais e borda em escova ajuda a diferenciar o túbulo contorcido


proximail dos outros túbulos.

OBS: Na porção basal, nos prolongamentos interdigitantes, nota-se a presença de


microfilamentos de actina, os quais possuem o papel de regular o movimento LEC da
lâmina basal até o capilar peritubular.

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Como o túbulo contorcido proximal é responsável pela maior parte da
reabsorção de substâncias, cerca de 65% do filtrado é reabsorvido nessa parte, nota-
se a presença de duas proteínas que fazem esse processo de reabsorção ser
possibilitado.

● Bombas de Na+-K+-ATPase (bombas de sódio e postássio):


○ Prot. transmembrana
○ Responsável pela reabsorção de Na+, o que cria a força de impulso
para reabsorver água.

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○ Entra a Na+ na célula, cria gradiente eletroquímico e atrai Cl- (neutraliza
a eletricidade).
○ Forma-se NaCl, que puxa água do túbulo para o meio intracelular
○ O acúmulo de água promove a distensão da célula

● Aquaporina-1: Proteína transmembrana que permite a saída de água dos


túbulos contorcidos proximais. Uma característica dele é que não precisa de
tanta energia quando comparada com a energia gasta nas bombas de sódio e
postássio.

O acúmulo do líquido (isosmótico - pois água e soluto são absorvidos juntos)


aumenta a pressão hidrostática dentro das células. Esse aumento da pressão
hidrostática, somado à contração dos filamentos de actina das células promove a
saída da água para o interstício. Posteriormente essa água será reabsorvida pelos
capilares peritubulares.

As microvilosidades das células dos túbulos contorcidos proximais são dotadas


de glicocálices bem desenvolvidos, os quais possuem diversas ATPases, peptidases
e dissacaridases.
O túbulo contorcido proximal faz o transporte de praticamente 100% da glicose
que passa por ele. Esse processo se dá da seguinte forma:

1. Glicose é transportada para dentro da célula por meio de contransportadores


de Na+ e glicose (SGLT2)
a. SGLT2 transporta glicose juntamente com o Na+
2. Há o aumento da concentração intracelular de glicose, o que ativa a família
dos transportadores de glicose (GLUT2)
3. A GLUT2 transporta a glicose das células para o interstício, onde serão
absorvidos pelos capilares

Além disso, cerca de 98% dos aminoácidos filtrados são reabsorvidos nessa
porção. Essa reabsorção é favorecida pela existência de transportadores de
aminoácidos, os quais fazem a troca de íons de Na+, K+ e K+ ou íons de Na+ e H+
(transportadores de aminoácidos ácidos). Para conseguir reabsorver grandes
proteínas, as microvilosidades são dotadas de peptidases, as quais degradam essas
proteínas maiores em proteínas menores. Dentro da célula, essas proteínas menores
são degradadas e transportadas para o interstício na forma de aminoácidos livres.

32
OBS: O controle do ph dessa região é feito a partir da reabsorção de bicarbonato e
por uma secreção específica de ácidos e bases orgânicos.

PARTE RETA DO TÚBULO PROXIMAL / RAMO DESCENDENTE


ESPESSO DA ALÇA DE HENLE

● Células pouco especializadas em reabsorção quando comparadas com as


células do túbulo contorcido proximal
● São células mais curtas
● Bordas em escova menos desenvolvidas
● Poucos prolongamentos laterais e basolaterais
● Mitocôndrias menores
● Menos invaginações apicais, com menos vesículas de endocitose e com
menos lisossmos
● Captam a glicose restante que passou pelo túbulo contorcido proximal
● Equipadas com cotransportadores de Na+ e glicose (SGLT1) → Transportam a

glicose e o Na+ de modo conjunto


● Há, ainda transportadores de glicose (GLUT1) que vão liberar a glicose no
interstício para serem captados pelos vasos sanguíneos

OBS; Não confundir o SGLT1 e GLUT1 da parte reta, com os SGLT2 e GLUT2 do
túbulo contorcido proximal.

RAMO DELGADO DA ALÇA DE HENLE / PORÇÃO QUE FAZ A CURVA EM


FORMA DE GRAMPO

OBS; Lembrar que o comprimento dessa porção varia de acordo com de


acordo com a a localização do néfron no córtex (mais detalhado na página 14 e 15).
Há 4 tipos de células nesse ramo delgado da alça de henle. Dentre esses,
apenas dois podem ser vistos no microscópio óptico, os outros dois podem ser vistos
no eletrônico.

33
TIPOS DE CÉLULAS EPITELIAIS:

● Epitélio do tipo I

○ Epitélio simples e fino


○ Poucas organelas
○ Poucas/quase nenhumas interdigitações com células vizinhas
○ Encontradas nos ramos descendentes e ascendentes delgados das
alças de henle curtas

● Epitélio do tipo II

○ Células desse epitélio são mais altas


○ Possui mais organelas
○ Possuem numerosas e microvilosidades pequenas com formato rombo
○ Encontradas nos ramos descendentes delgados das alças longas
○ Dependendo da espécia, o tamanho das interdigitações laterais pode
variar

34
● Epitélio do tipo III

○ Epitélio mais fino


○ Estrutura mais simples
○ Menos microvilosidades que as do tipo II
○ Não há interdigitações laterais
○ Encontrada nos ramos descendentes delgados na medula interna

35
● Epitélio do tipo IV

○ Epitélio baixo e plano


○ Sem microvilosidades
○ Células com poucas organelas
○ Encontrado na curva de alças longas e em todo o ramo ascendente
delgado

36
Os papeis de cada tipo de célula epitelial está relacionado com a localização e
funcionalidade dentro do sistema de troca por contracorrete. Da mesma forma, haverá
uma relação com a composição e estrutura celular com suas funções.

Uma característica desse segmento do néfron é que a parte descendente e a


parte ascendente possuem características de permeabilidade diferentes, além de que
possuem funções diferentes. Porém, no geral essas diferenças são importantes para
transformar o líquido tubular isosmótico que entra no ramo descendente delgado no
líquido hiposmótico que sai do ramo delgado ascendente.

● Ramo descendente delgado:


○ Muito permeável à água, pois tem aquaporinas (AQP2)
○ É muito pouco permeável à Na+ e à uréia, mas mesmo assim, uma
PEQUENA QUANTIDADE dessas substâncias são secretadas nessa
região
○ A uréia é transportada para dentro do néfron por meio dos
transportadores de uréia A2 (UT-A2).

37
○ Como o LEC medular é muito concentrado, a água flui por osmose
○ Como há a perda de água, o líquido tubular fica cada vez mais
concentrado.
○ Como essa porção não faz o transporte ativo de íons, o aumento da
osmolalidade é decorrente, quase que exclusivamente, do movimento
passivo de água para o LEC

● Ramo ascendente delgado:


○ Muito permeável ao Na+ e ao Cl-
○ A permeabilidade é garantida pelos cotransportadores de Na+,2Cl-, K+,
nas membranas apicais
○ De dentro da célula, o Na+ vai para o LEC por meio do transporte ativo
da bomba de sódio e potássio, ao passo que o K+ e o Cl- saem por meio
dos seus canais por difusão.
○ Mesmo que os canais sejam abertos por ATP, o movimento das
moléculas é feito de modo passivo. Ou seja, a energia é fundamental
para abrir os canais
○ Devido à essa característica de transportar os íons para fora, ou seja,
reabsorver os íons, haverá a formação de um LEC medular
hiperosmótico
○ Por sair íons e não sair água, o líquido tubular passa a ser hiposmótico
○ Devido à característica de deixar o fluido hiposmótico ele é considerado
o segmento diluidor do néfron

OBS: UROMODULINA

● Produzida pelo epitélio espesso da do ramo ascendente


● Influencia a reabsorção de sódio e a capacidade de concentrar a urina
● Modula a adesão celular e transmissão de sinal por meio do uso de citocinas
● Inibe a agregação de cristais de oxalato de cálcio, o que evita a formação de
cálculos renais
● Defesa contra infecção urinária

PARTE RETA DO TÚBULO DISTAL / RAMO ASCENDENTE ESPESSO DA ALÇA


DE HENLE

● Possui uma porção medular e uma cortical


● A porção cortical fica localizada nos raios medulares
● Faz o transporte de íons do túbulo para o interstício

38
● Para isso usam transportadores eletroneutros (simportadores), os quais
promovem a entrada de Cl-, Na+ e K+ dentro das células
● Mais uma vez, o Na+ é transportado para fora da célula pela bomba de sódio
e potássio, enquanto os outros íons passam para forma por meio dos seus
canais por difusão
● Vale ressaltar que pela ação da bomba de sódio e potássio, haverá a saída de
Na+, porém, como consequência ocorre a entrada de K+ na célula, isso
mantém o meio intracelular sempre positivo, com relação ao interstício
● Como a célula ficará positiva, isso criará uma força propulsora para a
reabsorção de Ca2+ e Mg2+.
● Esse transporte de íons ocorre na ausência da reabsorção de água, devido à
baixa permeabilidade dessa região para a água. Isso reduz a osmolalidade

OBS: As células cubóides do túbulo distal se coram levemente pela eosina, de modo
que a margem lateral de suas células não é visível.

39
OBS: Nota-se que os núcleos das células que compõem esses túbulos ficam
localizados na porção apical da célula. Há ainda uma extensa prega basolateral, na
qual estão associadas às mitocôndrias. Em contrapartida com as células do túbulo
proximal, nota-se que há uma pequena quantidade de microvilosidades.

TÚBULO CONTORCIDO DISTAL

● Localizado no labirinto cortical


● Menor que o contorcido proximal
● Começa após a mácula densa (em distâncias variáveis)
● Células parecidas com as células do ramo ascendente espesso
● São células altas e com bordas em escova e bem desenvolvidas
● Possui um epitélio relativamente impermeável à água
● Principal local de reabsorção de Ca2+, a qual é mediada pelo paratormônio
● De todos os túbulos, é no contorcido distal que irá haver a maior quantidade
de bombas de sódio e potássio

FUNÇÕES DO TÚBULO CONTORCIDO DISTAL

● Reabsorver Na+ (pela ação da bomba o K+ é excretado)


● Reabsorve íons bicarbonato, ao passo que secreta H+ (acidifica urina)
● Reabsorve Cl-, por meio de cotransportadores de Na+/Cl-
● Secreta amônia

TÚBULO CONECTOR

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Os túbulos conectores são responsáveis por unir os túbulos contorcidos distais
ao ducto coletor. Contudo, a conformação desses túbulos varia de acordo com a
localização do néfron.
Néfrons subcapsulares possuem túbulos conectores que se unem diretamente
ao ducto coletor. Ao passo que os néfrons mesocorticais e justaglomerulares
precisam se unir a outros túbulos conectores para então se unir com o ducto coletor,
essa conformação dá origem ao túbulo conector arqueado.
As células dessa região são compostas por células presentes no ducto coletor
e no túbulo contorcido distal. Tanto que há uma presença de secreção de K+, o que
é decorrente da presença de células principais. (A liberação desse K+ é mediada pela
ação dos mineralocorticóides, os quais são produzidos no córtex da suprarrenal).

DUCTOS COLETORES CORTICAIS E MEDULARES

Por ter uma atividade na reabsorção de água, são responsáveis por determinar

a concentração final da urina. Além dessa função, nota-se que na porção medular

externa, os ductos coletores agem na reabsorção de ureia (feita pelo transportador

de ureia A1 → UT-A1). A composição geral do tecido do ducto coletor é de um epitélio

simples, onde suas características variam de acordo com a localização, isto é, se está

no córtex ou medula.
Os ductos coletores corticais apresentam um epitélio simples com células que
podem variar de pavimentosas até cubóides. Os ductos coletores medulares possuem
células cubóides, que aumentam de tamanho juntamente com o tamanho do tubo
coletor, passando de cubóide para colunar.

OBS: É possível diferencias o túbulo contorcido proximal e distal do ducto coletor pois
suas células possuem limites celulares mais nítidos.

41
TIPOS DE CÉLULAS PRESENTES NOS DUCTOS COLETORES:

● Células clara/células principais/células P/células dos ductos coletores


○ Tipo celular predominante
○ Células com coloração pálida
○ Possuem pregas verdadeiras e não interdigitações com outras células
○ Possuem apenas um cílio primário.
○ Possui poucas microvilosidades
○ Contém mitocôndrias pequenas e redondas

42
○ Possuem uma grande quantidade de canais de água, as aquaporinas II
(AQP2), as quais são reguladas pelo ADH. A AQP2 fica localizada na
porção apical do lúmen
○ Há ainda AQP3 e AQP4, que ficam na membrana basolateral
○ São os principais alvos da aldosterona, uma vez que possuem, no
citoplasma, muitos receptores mineralocorticóides

● Células escuras/células intercaladas


○ Menos numerosas
○ Muitas mitocôndrias
○ Citoplasma mais denso que as células clara
○ Possuem micropregas, pregas citoplasmáticas e microvilosidadas na
porção apical
○ Não possuem pregas basais
○ Mostram interdigitações entre as células visinhas
○ Seu citoplasma contém muitas vesículas
○ Estão envolvidas na secreção de H+ ou bicarbonato, de acordo com a
necessidade de deixar os fluidos ácidos ou básicos
○ Há dois tipos de células escuras:
■ Células alfa: Secretam H+ (de modo ativo) e liberam bicarbonato
por meio de trocadores Cl-/HCO3-
■ Células beta: Fazem o contrário, pois possuem uma polaridade
oposta

OBS: Há o aumento do tamanho das células à medida que os ductos coletores


passam da medula externa para a interna. Tanto que nas papilas renais elas já são
colunares. Ainda há o desaparecimento gradual das células escuras à medida que
chega na papila.

OBS; Ao contrário do que se pensava, a aldosterona possui uma ação principal sobre
as células principais/claras dos ductos coletores e túbulos conectores, e não no túbulo
contorcido distal.

COMO A ALDOSTERONA AGE NA REABSORÇÃO DE SÓDIO:

1. Angiotensina II e aumento na concentração de K+ estimula a produção de


aldosterona
2. Aldosterona é liberada na corrente sanguínea
3. Aldosterona entra na célula por difusão
4. Aldosterona se liga a receptores mineralocorticóides
5. Complexo receptor ligante é levado ao núcleo
6. No núcleo, o complexo atua como fator de transcrição

43
7. Atuando como fator de transcrição regula a expressão gênica de proteínas
envolvidas na reabsorção de Na+ e secreção de potássio
8. Há então, o aumento da atividade dos canais ENaC e ROMK, além das
bombas de sódio e potássio, essa é a fase rápida
9. Na fase lenta, há a produção de novos canais, porém essa produção leva cerca
de 6h
10. Há então uma reabsorção de Na+ e secreção de K+
11. Isso aumenta a a concentração de Na+, que eleva o volume sanguíneo e eleva
a pressão arterial

CÉLULAS INTERSTICIAIS

O interstício é compreendido como o tecido conjuntivo que circunda os néfrons,


ductos e vasos. Do córtex até a medula a quantidade de interstício aumenta.

● Córtex: Há dois tipos de células; Células que se assemelham a fibroblastos


(ficam na membrana basal dos túbulos e capilares peritubulares) e alguns
macrófagos ocasionais. As células que se a assemelham a fibroblastos
produzem colágeno e glicosaminoglicanos da matriz extracelular do interstício

● Medula: Possuem células que se assemelham a miofibroblastos. Ficam


paralelas às estruturas tubulares, podendo realizar a compressão dessas
estruturas. Essas células possuem filamentos de actinas proeminentes, um
RER abundante, um GOLGI bem desenvolvido e lisossomos

HISTOFISIOLOGIA DO RIM

O sistema multiplicador por contracorrente produz uma urina hiperosmótica e


é composto por 3 partes:

● Alça de henle: Atua como o multiplicador por contracorrente. O filtrado move-


se inicialmente para baixo e depois volta a subir. Os gradientes da medula são
estabelecidos ao longo do eixo da alça.

● Vasos retos: Formam alças que ficam parelas à alça de henle. Atuam fazendo
a troca por contracorrente, ajudando a manter o gradiente da medula. Formado
por duas partes, a porção descendente (arteríola reta) e ascendente (vênula
reta)

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● Ducto coletor: Faz o equilíbrio osmótico. O filtrado, nessa região, pode ser
equilibrado com o insterstício. Nessa região, o equilíbrio dependerá da ação
do ADH e da produção dos canais de água.

A estruturação da alça de henle promove a alta concentração do interstício


medular. Isso acontece porque a água que é reabsorvida no ramo descendente é
captada pelo vaso reto, e há a reabsorção de íons sem que haja reabsorção de água,
o que aumenta a concentração do interstício medular.

CIRCULAÇÃO RENAL APÓS O CORPÚSCULO RENAL:

1. Arteríolas eferentes
2. Ramificação das arteríolas eferentes que forma a rede de capilares
peritubulares
3. Em néfrons justamedulares, as arteríolas eferentes formam várias arteríolas
que não se ramificam e penetram na medula.
4. Os vasos retos são o conjunto de arteríolas retas descendentes com as
vênulas retas ascendentes
5. As arteríolas retas formam plexos de capilares fenestrados que suprem os
túbulos medulares

O líquido que deixa o ramo espesso ascendente da alça de henle é


hiposmótico, devido a alta atividade de reabsorção de íons. No córtex, haverá um
equilíbrio entre as concentrações do filtrados com as concentrações dos vasos e
interstício, tornando-se isosmóticos. Ele ficará isosmótico devido à perda de água e
pela adição de Na+ ou Cl-, o que aumenta a concentração do filtrado hiposmótico até
chegar ao equilíbrio.
Nos ductos coletores, haverá uma reabsorção de grande quantidade água, que
aumenta a medida que o ultrafiltrado desce em direção às papilas.

O vasos retos formam um sistema de contracorrente, onde o ramo


descendente, à medida que desce em direção à medula perde água e ganha íons. Na
porção em que o vaso faz a curva haverá o equilíbrio da concentração, onde a
concentração do vaso fica igual a do interstício medular. Ao longo do ramo
ascendente do vaso, nota-se que ele ganha água e perde sal)

RESUMÃO DOS PROCESSOS NO NÉFRON:

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SUPRIMENTO SANGUÍNEO

1. Artérias renais entram pelo hilo nos rins


2. Nos seios renais, as artérias renais se ramificam em artérias interlobares
3. As artérias interlobares seguem das pirâmides renais em direção ao córtex
renal
4. No córtex renal, elas se curvam ao longo da base da pirâmide renal, ficando
entre o córtex e a medula renal.
5. Essa curvatura confere o nome da artéria arqueada.
6. As artérias arqueadas se ramificam em artérias interlobulares, as quais
ascendem pelo córtex até a cápsula
7. A medida que atravessam o córtex em direção à cápsula, as arteríolas
interlobulares se ramificam em arteríolas aferentes.
a. Uma arteríola aferente pode ser originada de um única arteríola
interlobular, ou uma arteríola interlobular forma um tronco, do qual serão
formadas várias arteríola aferentes.
b. Algumas arteríolas interlobulares terminam próximas da periferia cortial,
e algumas penetram e irrigam a cápsula
8. As arteríolas aferentes se ramificam para formar os capilares glomerulares
9. Os capilares glomerulares se juntam formando a arteríola eferente
10. Uma arteríola eferente se ramifica formando uma segunda rede de capilares,
os capilares peritubulares
a. Os capilares peritubulares possuem diversos arranjos que mudam de
acordo com a localização dos glomérulos
b. Há dois tipos de arranjos dos capilares peritubulares:
i. Arteríolas eferentes dos glomérulos corticais: Formam capilares
que circundam os túbulos locais
ii. Arteríolas eferentes dos glomérulos justamedulares: Dão origem
aos vasos retos descendentes, os quais, juntos com os vasos
retos ascendentes formam o sistema de troca por contracorrente.
O ramo descendente é uma arteríola reta, já o ramo ascendente
é uma vênula reta, a qual drena o sangue de volta para a base
da pirâmide, onde tributa para a veia arqueada

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VASOS LINFÁTICOS:

Quanto aos vasos linfáticos, observa-se a presença e duas redes principais de vasos
linfáticos. Uma das redes fica na região externa do córtex e drena para os vasos
linfáticos da cápsula. A outra rede fica no parênquima renal e drena para os grandes
vasos linfáticos localizados nos seios renais.

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SUPRIMENTO NERVOSO

O plexo renal é formado, sobretudo, pela via simpática do SNA. Isso promove
a contração do músculo liso vascular e faz a vasoconstrição.

A vasoconstrição em diferentes arteríolas promove alterações diferentes:

● Constrição das arteríolas aferentes: Reduz a TFG e a produção de urina


● Constrição das arteríolas eferentes: Aumentam a TFG e a produção de urina

OBS: perda da inervação simpática aumenta o débito urinário.

URÉTER, BEXIGA E URETRA:

Após deixar os ductos coletores pela área cribiforme, a composição da urina


não será mais alterada. As estruturas agora possuem a função de armazenar e
transportar.

A partir da área cribiforme a urina segue o seguinte caminho:

1. Cálice menor
2. Cálice maior
3. Pelve renal
4. Ureter
5. Bexiga urinária
6. Uretra
7. Meio externo

As estruturas gerais dessas vias excretoras são, no geral, parecidas. Como estrutura
geral (com excessão da uretra), observa-se uma mucosa (revestida por epitélio de
transição), uma camada muscular e uma camada adventícia (que pode ser serosa em
umas regiões)

● Epitélio de transição (urotélio)


Reveste as vias excretoras que saem do rim, separando a via de transporte da
urina dos vasos, nervos e outros tecidos adjascentes. Seu epitélio é
estratificado e impermeável a sais e água.
OBS: REVESTE TODAS AS ESTRUTURAS (ATÉ A PARTE INICIAL DA URETRA)

CAMADAS QUE FORMAM O EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO:

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→ Camada superficial do endotélio:

É uma camada formada por células poliédricas, as quais podem ter um ou mais
núcleos (que fazem protuberâncias no lúmem). Essas células são descritas como
células em formato de cúpula/guarda chuva, devido ao formato curvo de sua porção
apical.
Vale lembrar que o formato dessas células varia de acordo com o enchimento
das vias. Por exemplo, em uma bexiga vazia, nota-se um formato cubóide. Ao passo
que com uma bexiga cheia, as células apresentam um formato pavimentoso.
Nas bordas dessas células são formadas critas a partir das interdigitações que
são feitas entre as células. Essas interdigitações contribuem para reforçar a função
de barreira paracelular feitas pelas zônulas de oclusão.

→ Camada celular intermediária:

Formada por células piriformes, as quais se prendem às células sobrejacentes


por meio de desmossomos. Nos humanos, há cerca de 5 camadas desse tipo celular.
Em caso de perda de células sobrejacentes, as células intermediárias se diferenciam
para substituí la

→ Camada celular basal:

Camada que contém células-tronco para o EPITÉLIO. São células com núcleo
único que fica sobre a membrana basal

NÚMERO DE CAMADAS DE EPITÉLIO DE ACORDO COM AS ESTRUTURAS:

● Cálice menor = duas camadas


● Ureter = 4/5 camadas
● Bexiga = 6/+ camadas

OBS: 6 ou mais camadas na bexiga vazia, uma vez que quando tá cheia OBSERVA-
SE apenas 3. Isso acontece porque essas células possuem a capacidade de se
acomodar à distenção. Essa acomodação é possibilitada pelo achatamento das
células em cúpula, pelo deslizamento das células intermediárias (umas sobre as
outras)

Ao examinar o tecido da bexiga vazia com o MET, nota-se que a membrana


plasmática apical possui uma aparência incomum. Essa aparência é decorrente da

50
presença das placas uroteliais, as quais possuem aparência rígida e são intercaladas
por dobradiças estreitas.
Ao observar a bicamada lipídica, nota-se que a camada externa é mais
espessa que a interna, o que confere a característica da membrana unitária
assimétrica (MUA). O folheto externo é mais espesso pelo arranjo hexagonal de 5
proteínas transmembrana, as uroplaquinas (UPIa, UPIb, UPII, UPIIIa e UPIIIb). Essas
proteínas tornam a membrana impermeável à água, ureia e prótons.
Juntamente com as zônulas de oclusão, as placas de uroplaquinas ajudam a
manter a impermebilidade. As dobradiças contém todas as proteínas de placa dos
domínios apicais.

51
À medida que as estruturas se distendem, nota-se uma distensão da mucosa.
A distensão da mucosa denota uma alteração das células em formato de cúpula, onde
essas alterações estão associadas às vesículas fusiformes.
Essas vesículas ficam orientadas próximas membrana apical, de modo
perpendicular. A vesícula fusiforme é formada pelas membranas unitárias
assimétricas. Quando a bexiga distende, a membrana apical se distende a partir da
exocitose das vesículas, as quais vão formar as membranas apicias. Na micção,
quando houver uma redução da distensão, haverá a endocitose para recuperar a
membrana.

URETERES:

● Conduz a urina da pelve renal até a bexiga


● Revestido pelo urotélio, na porção luminal
● As outras camadas são: Uma de músculo liso e outra de tecido conjuntivo
● A camada de músculo liso dividida em:
○ Uma camada longitudinal interna
○ Uma camada circular média
○ Uma camada longitudinal externa: Essa só está presente na porção
distal do ureter
● Fica no tecido adiposo retroperitoneal

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● Esse tecido adiposo, vasos e nervos formam a sua camada adventícia
● Dois mecanismos impedem o refluxo da urina da bexiga para os ureteres:
○ A distensão da bexiga que comprime a abertura dos ureteres
○ Contração do músculo liso que impede o refluxo
○ Isso impede que infecções na bexiga e ureter chegue aos rins.
● Há, uma camada adicional de músculo liso longitudinal na porção distal do
ureter, no local onde se fixa à bexiga.

URETER EM PEQUENO AUMENTO

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54
URETER EM MAIOR AUMENTO

BEXIGA URINÁRIA

● Reservatório de urina
● É distensível
● Fica na pelve, posterior à sínfise púbica
● Possui 3 aberturas/óstios
○ Dois óstios para os ureteres
○ Um óstio para a uretra
● A região entre essas 3 aberturas, o trígono da bexiga, é relativamente lisa
quando comparada com o restante do tecido. Essa diferença é visível com a
bexiga vazia e se deve às diferentes origens embrionárias
● O seu músculo liso forma o músculo detrusor da bexiga.
● Na porção do óstio da uretra, o músculo liso forma o esfíncter interno, o qual
possui uma contração involuntária
● A conformação das fibras musculares e fibras colágenas ocorre de modo
aleatório.

INERVAÇÃO DA BEXIGA:

● Simpática: Inervação dos vasos sanguíneos da parede. Formam um plexo que


fica na camada adventícia
● Parassimpática: Constituem as fibras eferentes do reflexo de micção
● São as fibras aferentes do reflexo de micção. Sai da bexiga em direção à
medula espinal, em sua porção sacral.

URETRA

● Tubo fibromuscular
● Transporta a urina da bexiga para o meio externo

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● Em homens e mulheres o comprimento é diferente

NOS HOMENS:

● Possui cerca de 20cm


● É dividida em 3 partes.

→ Parte prostática:

● Se estende através da próstata por 3 ou 4 cm a partir do colo da bexiga


● Revestido por urotélio
● Ductos ejaculatórios entram na parte posterior desse segmento junto com
ductos prostáticos pequenos

→ Parte membranácea:

● Começa depois de 1cm após o ápice da próstata até o bulbo do pênis


● Passa pelo espaço profundo do períneo, no assoalho pélvico.
● Há o esfíncter externo, o qual é composto pelo músculo esquelético da porção
profunda do períneo
● é onde termina o urotélio
● Seu urotélio é um epitélio pseudoestratificado colunar

→ Parte esponjosa:

● Se extende por todo o comprimento do Pênis até sua abertura na glande


● é circundada pelo corpo esponjoso do pênis
● Revestida por um epitélio pseudoestratificado colunar
● Na porção distal, há epitélio estratificado pavimentoso, contínuo com a pele
● Glândulas de bulbouretrais e uretrais desenbocam nessa porção

NA MULHER

● Mais curta, com 3 a 5 cm de comprimento


● Se estende da bexiga até o vestíbulo da vagina (posterior ao clitóris)
● Sua mucosa é reconhecida por haver pregas longitudinais
● Começa com um epitélio de transição e termina como um epitélio estratificado
pavimentoso
○ Pesquisadores dizem haver um epitélio estratificado colunar e
pseudoestratificado colunar na porção média

56
ANATOMIA

RINS, URETERES E GLÂNDULAS SUPRARRENAIS

Os rins são responsáveis pela produção da urina, a qual será levada para a
bexiga por meio dos ureteres.
Os rins e ureteres compõem os órgãos urinários superiores, e suas estruturas,
tais como, vasos e suprarrenal são estruturas retroperitoneais, uma vez que ficam
localizadas atrás do peritônio.
As glândulas suprarrenais ficam localizadas nas faces superomediais de cada
rim. Observa-se que um septo fascial fraco separa essas duas estruturas, o que
demonstra que eles não estão realmente fixados um ao outro.

Há uma cápsula adiposa (gordura perirrenal) que circunda os rins e seus


vasos das cavidades centrais até os seios renais.

57
Tanto o rim, quanto a suprarrenal junto com sua gordura são encerrados
(menos a parte inferior) pela fáscia renal. Medialmente, a fáscia renal encontra-se
fundida à bainha vascular dos vasos renais. Inferiormente, a delicada extensão
dessa fáscia prolonga-se ao longo do ureter, formando a fáscia periureteral. Fora da
fáscia renal, encontra-se o corpo adiposo pararrenal (gordura pararrenal), uma
gordura extraperitoneal da região lombar.

OBS: A fáscia envia feixes colágenos através do corpo adiposo pararrenal.

A posição relativamente fixa do rim é possibilitada por:

58
● Feixes de colágeno
● Fáscia renal
● Cápsula adiposa
● Corpo adiposo pararrenal
● Aprisionamento feito pelos vasos e ureteres

A posição do rim é considerada relativamente fixa pois há o movimento


quando se respira ou quando saímos do decúbito dorsal para a posição ortostática.
Sendo assim, ainda possui cerca de 3cm de mobilidade.
Nota-se que na porção superior da fáscia, ela é contínua com a fáscia
diafragmática, de modo que as glândulas suprarrenais se fixam, principalmente ao
diafragma. Já na porção inferior, a fáscia anterior e posterior não se unem ou
possuem uma união frouxa.

RINS

● Formato oval
● Situados no retroperitônio
● Ficam ao lado da coluna vertebral, ao nível da TXII a LIII
● Na margem medial, há o hilo, o qual é uma entrada para o seio renal
● Estruturas como vasos (sanguíneos e linfáticos), nervos e ureteres emergem
do hilo
● O hilo renal esquerdo situa-se no plano transpilórico, onde o hilo fica fica a 5cm
do plano mediano

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● Esse plano transpilórico atravessa o polo superior do rim direito, uma vez que
o rim direito fica mais baixo que o esquerdo (por uma diferença de cerca de
2,5cm)
● Essa diferença de altura é devido ao fígado, que força o rim direito para baixo


● Os pólos superiores dos rins se localizam ao nível das costelas XI e XII
● Vale lembrar que o rim direito se localiza a cerca de um dedo acima da crista
ilíaca

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● Os rins medem cerca de 10cm, com 5cm de largura e 2,5 de espessura
● Superiormente encontra-se associado ao diafragma
● Inferiormente encontra-se associado com os músculos psoas maior e
quadrado do lombo


● Anteriormente ao rim direito nota-se o fígado, duodeno e colo ascendente
● O rim esquerdo fica associado ao estômago, baço, pâncreas, jejuno e colo
descendente

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● No hilo, observa-se que A veia renal fica anterior à artéria renal, a qual fica
anterior à pelve renal.

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● O seio renal é ocupado pelos vasos, nervos, pelve renal e uma quantidade
variável de gordura

● O rim possui faces anterior, posterior e margens lateral e medial. As margens


laterais são convexas, ao passo que a medial é côncava

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● Além disso, possui polos superiores e inferiores

● A pelve renal é a expansão afunilada da extremidade superior do ureter. O


ápice da pelve renal é contínuo com o ureter. Cada pelve renal recebe dois ou
três cálices maiores. Cada cálice maior recebe de dois a três cálices menores,
os quais são entalhados pelas papilas.

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URETERES

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