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Citologia do

Sistema urinário
Prof. Emylle Santos
Sistema Urinário
O sistema urinário é formado pelos dois rins, os dois
ureteres, a bexiga e a uretra.

A urina é produzida nos rins, passa pelos ureteres até a


bexiga e é lançada ao exterior pela uretra.

O sistema urinário contribui para a manutenção da


homeostase do corpo, produzindo a urina, por meio da
qual são eliminados água, eletrólitos, pequenas
moléculas e diversos resíduos do metabolismo.
Sistema Urinário
Os rins secretam hormônios, como a renina, que
participa da regulação da pressão sanguínea, e a
eritropoetina, que estimula a produção de eritrócitos.

Os rins também participam, junto com outros órgãos


(fígado, pele), da ativação da vitamina D3 (um pró-
hormônio esteroide) na sua forma do hormônio ativo.
Rim
Rim
O rim tem o formato de um grão de feijão, com uma
borda convexa e outra côncava, na qual se situa o hilo,
onde entram e saem vasos sanguíneos, entram nervos e
sai o ureter.

A porção central do rim, adjacente ao hilo e à região


côncava e delimitada pela medula renal, é denominada
seio renal, que é ocupado por espaços denominados
cálices menores e cálices maiores. Os cálices fazem
parte da parede de um tubo com formato de funil
chamado pélvis renal, do qual se origina o ureter.
Rim
O rim é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo
denso, e seu parênquima é constituído pela zona
cortical e pela zona medular.

A zona medular é formada por 10 a 18 pirâmides


medulares (pirâmides de Malpighi), cujos vértices fazem
saliência nos cálices renais menores e cujas bases estão
voltadas para a região cortical.
Rim
Da base de cada pirâmide partem os raios medulares,
grupos de túbulos que penetram a cortical.

As regiões das pirâmides que fazem saliência nos


cálices são as papilas renais.

A superfície de cada papila renal é perfurada por 10 a 25


orifícios, formando a região conhecida por área crivosa.
Rim
O rim é dividido em lobos.

Cada lobo renal é formado por uma pirâmide renal, pelo


segmento de córtex que recobre sua base e por uma
estreita faixa de parênquima cortical situada aos lados
da pirâmide.

Um lóbulo renal é constituído por um raio medular e


pelo tecido cortical que fica ao seu redor, sendo
delimitado pelas artérias interlobulares.
Parênquima renal
Denomina-se túbulo urinífero do rim o conjunto formado
por dois componentes funcionais, o néfron e o túbulo
coletor.

O néfron é formado por uma parte dilatada, o


corpúsculo renal ou de Malpighi, e por uma sequência
de túbulos: o túbulo contorcido proximal, as partes
delgada e espessa da alça de Henle e o túbulo
contorcido distal.
Corpúsculo renal
O corpúsculo renal é formado por um tufo de capilares,
o glomérulo renal, que é envolvido pela cápsula de
Bowman.

A cápsula é formada por dois folhetos, um interno, ou


visceral, disposto em torno dos capilares glomerulares,
e outro externo, ou parietal, que reveste internamente o
corpúsculo renal.
Corpúsculo renal
Entre os dois folhetos da cápsula de Bowman, existe o
espaço capsular (ou espaço de Bowman), que recebe o
líquido filtrado.

Cada corpúsculo renal tem dois polos: o polo vascular,


pelo qual penetra a arteríola aferente e sai a arteríola
eferente, e o polo urinário, no qual tem início o túbulo
contorcido proximal.
Corpúsculo renal
O folheto externo ou parietal é constituído por um
epitélio simples pavimentoso, que se apoia na lâmina
basal e em uma fina camada de fibras reticulares.

O folheto interno ou visceral possui células que são


chamadas de podócitos e formadas por um corpo
celular, de onde partem diversos prolongamentos
primários que dão origem aos prolongamentos
secundários.
Corpúsculo renal
Os podócitos contém actina, apresentam mobilidade e
se apoiam sobre a lâmina basal dos capilares
glomerulares.

Seus prolongamentos envolvem completamente o


capilar, e o contato com a lâmina basal é feito pelos
prolongamentos secundários.

Entre os prolongamentos secundários dos podócitos


existem espaços denominados fendas de filtração.
Células mesangiais

As células mesangiais são pericitos especializados com


características de células musculares lisas e de
macrófagos.

Elas são contráteis, fagocíticas, capazes de proliferação


e têm receptores para a angiotensina II e o fator
natriurético atrial.
Células mesangiais
As células mesangiais têm ainda outras funções:

➔ garantir suporte estrutural ao glomérulo


➔ sintetizar a matriz extracelular
➔ fagocitar e digerir substâncias normais e patológicas
retidas pela barreira de filtração
➔ produzir moléculas biologicamente ativas, como
prostaglandinas e endotelinas.
Túbulo contorcido proximal
Tem sua parede composta por um epitélio cúbico
simples, com células apresentando grande quantidade
de microvilosidades.

O citoplasma é rico em mitocôndrias.

As células do túbulo proximal têm prolongamentos


laterais que se interdigitam com os das células
adjacentes.
Túbulo contorcido proximal
Na superfície apical das células dos túbulos proximais
há grande atividade de endocitose de material presente
no lúmen dos túbulos.

Dessa maneira, as substâncias são reabsorvidas pelas


células dos túbulos macromoléculas que atravessaram
a barreira de filtração glomerular.
Túbulo contorcido proximal
No túbulo contorcido proximal, inicia-se o processo de
reabsorção do filtrado glomerular e excreção de
substâncias no lúmen tubular.

Esse segmento do néfron reabsorve a totalidade da


glicose e dos aminoácidos contidos no filtrado
glomerular, e mais de 70% da água, bicarbonato e
cloreto de sódio, além dos íons cálcio e fosfato.
Alça de Henle
A alça de Henle é uma estrutura em forma de U que
consiste em um segmento delgado interposto a dois
segmentos espessos.

O lúmen desse segmento do néfron é relativamente


amplo, porque a parede da alça é formada por epitélio
simples pavimentoso.
Túbulo contorcido distal

No túbulo contorcido distal as células são mais estreitas.

Em consequência, observam-se mais núcleos em cortes


transversais desses túbulos.

Além disso, suas células não têm borda em escova e são


menos acidófilas, pois contêm menor quantidade de
mitocôndrias
Túbulo contorcido distal
No túbulo contorcido distal existe uma troca iônica,
desde que haja quantidade suficiente de aldosterona
circulante.

Ocorre ainda absorção de sódio, e potássio é excretado.


Esse mecanismo influencia o conteúdo de sais e água no
organismo.

O túbulo distal também secreta os íons hidrogênio e


amônia para a urina, atividade essencial para o equilíbrio
acidobásico do sangue.
Túbulo contorcido distal

Uma propriedade muito importante dos túbulos distais é


o fato de um segmento desses túbulos aproximar-se do
corpúsculo renal do mesmo néfron, local onde a parede
do túbulo se modifica.

Suas células tornam-se cilíndricas, altas e com núcleos


alongados e muito próximos uns dos outros; a maioria
delas tem o complexo de Golgi na região basal.
Túbulo contorcido distal
Esse segmento modificado da parede do túbulo distal,
chama-se mácula densa.

A mácula densa é sensível ao conteúdo iônico e ao


volume de água no fluido tubular, produzindo moléculas
sinalizadoras que promovem a liberação da enzima
renina na circulação.
Túbulos e ductos coletores
O conteúdo dos túbulos distais passa para os túbulos
coletores, que desembocam em tubos mais calibrosos,
os ductos coletores, que se dirigem para as papilas
renais.

Os ductos coletores são revestidos por epitélio cúbico e


têm um diâmetro de aproximadamente 40 μm. À medida
que se fundem e se aproximam das papilas, suas células
tornam-se mais altas, até se transformarem em
cilíndricas.
Aparelho justaglomerular
O aparelho justaglomerular é um dos componentes do
mecanismo de feedback túbulo-glomerular envolvido
na auto-regulação do fluxo sanguíneo renal e da
filtração glomerular.

As células justaglomerulares possuem núcleos


esféricos e citoplasma contendo grânulos de secreção.

A secreção desses grânulos participa da regulação da


pressão sanguínea.
Aparelho justaglomerular
As células justaglomerulares produzem a enzima renina,
mas ela não atua diretamente.

A renina aumenta a pressão arterial e a secreção de


aldosterona, por intermédio do angiotensinogênio.
Atuando sobre o angiotensinogênio, a renina libera um
decapeptídio – a angiotensina I. Uma enzima do plasma
remove dois aminoácidos da angiotensina I, formando a
angiotensina II (octopeptídio).
Aparelho justaglomerular
A mácula densa do túbulo distal geralmente se localiza
próximo às células justaglomerulares, formando com
elas um conjunto chamado aparelho justaglomerular.

Também fazem parte do aparelho justaglomerular


células com citoplasma claro, de função pouco
conhecida, denominadas células mesangiais
extraglomerulares, que possuem características de
células secretoras de proteínas, tais como retículo
endoplasmático rugoso abundante e complexo de Golgi
desenvolvido.
Interstício renal
O espaço entre os componentes dos néfrons e os vasos
sanguíneos e linfáticos se chama interstício renal.

No interstício da medula existem células secretoras


chamadas de células intersticiais, que contêm gotículas
lipídicas no citoplasma e participam da produção de
prostaglandinas e prostaciclinas.

As células do interstício da cortical renal produzem 85%


da eritropoetina, um hormônio glicoproteico que
estimula a produção de eritrócitos pelas células da
medula óssea.
Bexiga e vias
urinárias
Bexiga e vias urinárias
O ureter é um órgão muscular que conduz a urina do rim
até a bexiga. Assim como os rins, são em número de
dois. Cada um mede aproximadamente 25 cm.

O ureter atravessa obliquamente a parede da bexiga, de


modo que se forme uma válvula que impede o refluxo
da urina.
Bexiga e vias urinárias
A bexiga armazena a urina formada pelos rins por algum
tempo e a conduz para o exterior pelas vias urinárias. à
medida que aumenta a quantidade de urina dentro da
bexiga, o que faz com que se eleve a pressão
endovesical (normalmente 10 cm de água) e, por volta
de 200-300 ml, desencadeie o reflexo da micção

Os cálices, a pélvis, o ureter e a bexiga têm a mesma


estrutura básica, embora suas paredes se tornem
gradualmente mais espessas na direção da bexiga.
Bexiga e vias urinárias

Túnica Túnica Túnica


Mucosa Muscular Adventícia

As células mais superficiais do epitélio de transição são


responsáveis pela barreira osmótica entre a urina e os
fluidos teciduais.
Uretra
Uretra
A uretra é um tubo que conduz a urina da bexiga para o
exterior, durante o ato da micção.

Nos homens, a uretra dá passagem ao esperma na


ejaculação.

Já nas mulheres é um órgão exclusivo do sistema


urinário.
Uretra
As glândulas de Littré, são minúsculas glândulas
responsáveis pela produção do muco que age como
lubrificante sexual.

São do tipo mucoso e se encontram em toda a extensão


da uretra, embora predominem na uretra peniana.

Algumas dessas glândulas têm suas porções secretoras


diretamente ligadas ao epitélio de revestimento da
uretra, enquanto outras contêm ductos excretores.

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