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Disciplina de Fisiologia 1

Fisiologia Renal interlobulares (também chamadas artérias radiais) e


arteríolas aferentes, que terminam nos capilares
O sistema renal tem como função eliminar restos glomerulares, onde grandes
metabólicos e substâncias tóxicas ao organismo tais quantidades de líquido e de solutos (exceto as proteínas
como a uréia (aminoácidos), ácido úrico (ácido nucléico), plasmáticas) são filtradas para iniciar
creatinina ( creatinina muscular), etc.. a formação da urina.
Essa eliminação ocorre ao nível dos capilares - troca As extremidades distais dos capilares, de cada
entre as células e o sangue. glomérulo, coalescem para formar a arteríola
eferente, que forma segunda rede de capilares, os
capilares peritubulares, que circundam os túbulos renais.
Anatomia geral dos rins
São retroperitoneais, ou seja, localizados atrás do
peritônio. os rins apresentam, na borda medial, o hilo
renal (sintopia ântero-posterior: veia, artéria e pelve renal
- sintopia crânio-caudal: artéria, veia e pelve renal). No
polo superior encontra-se a glândula supra renal e
protegendo o rim, existe uma capsula fibrosa
denominada cápsula renal.
Internamente o órgão é dividido em córtex e medula. A
medula é formada pelas pirâmides renais, que
desembocam na papila renal, que desembocam nos
cálices menores, que desembocam nos cálices maiores,
que desembocam na pelve renal (ou bacinete renal).
O suprimento sanguíneo renal é feito pela arterial renal,
que sofrerá inúmeras divisões.
A circulação renal possui 2 leitos, peritubular e
glomerular. A organização dos capilares peritubulares
convergem para a formação do retorno venoso renal.

O néfron

Cada rim contém cerca de 800.000 a um milhão de


Néfrons. É formado por um corpúsculo renal, que
compreende o glomérulo e a cápsula de Bowman e, por
túbulos renais, que compreende o túbulo contorcido
proximal, alça de Henle, túbulo contorcido distal e túbulo
coletor.
Mas profundamente e detalhado, o passo a passo da
localização dos componentes do Néfron:

Glomérulo + Capsula de Bowman = corpúsculo renal.


 O líquido filtrado dos capilares glomerulares flui para o
interior do TUBULO PROXIMAL que se situa na zona
Anatomia fisiológica dos rins cortical renal.
Os dois rins situam-se na parede posterior do abdômen,  A partir do Túbulo Proximal, o líquido flui para o
fora da cavidade peritoneal. Cada rim interior da ALÇA DE HENLE, que mergulha no interior da
pesa em média 150 gramas e tem um tamanho medula renal.
aproximado de uma mão fechada. Cada alça consiste em RAMOS DESCENDENTE e
O fluxo sanguíneo renal corresponde a 22% do débito ASCENDENTE respectivamente.
cardíaco ou 1.100 mL/min. A artéria renal entra no rim  No final do Ramo Ascendente espesso, está a
pelo hilo e então se divide progressivamente para formar MÁCULA DENSA, que regula a taxa de filtração
artérias interlobares, artérias arqueadas, artérias

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glomerular (GFR) a partir de informações sobre a


concentração de Na+.
 Depois da Macula Densa, o líquido entra no TÚBULO
DISTAL que, como o Túbulo Proximal, se situa no córtex
renal.
 O Túbulo Distal é seguido pelo TÚBULO CONECTOR
e DUCTO COLETOR CORTICAL. As partes iniciais de 8
a 10 ductos coletores corticais se unem para formar o
único ducto coletor maior que se dirige a medula e forma
o DUCTO COLETOR MEDULAR.
 Os Ductos Coletores se unem e formam ductos
maiores que se esvaziam na pelve renal, pelas
extremidades das Papilas Renais.

Processos renais envolvidos na produção da Urina


Ultrafiltração Glomerular: as substâncias do plasma são
filtradas livremente para o Espaço de Bowman.
 Reabsorção de substâncias dos túbulos renais para o
sangue. Pode ser Transcelular ou Paracelular.
 Secreção de substâncias do sangue para os túbulos
renais.
 Excreção: a excreção de uma determinada substância
se relaciona matematicamente pela seguinte equação:
Taxa Excreção Urinária = Taxa Filtração – Taxa
Reabsorção + Taxa Secreção

Componentes estruturais do Néfron: DETALHADO


É constituído pelo glomérulo capilar, que é
envolto pela Cápsula de Bowman.
GLOMÉRULO: é um enovelado capilar formado a partir
Existe dois tipos principais de Néfron: da arteríola aferente. Esta se divide em 5 a 8 ramos, que
 Corticais: localizados na zona cortical externa, eles têm por sua vez se dividem em 20 a 40 alças capilares.
alças de Henle curtas que penetram apenas em pequena Essas são sustentadas pelas CÉLULAS MESANGIAIS,
extensão no interior da medula. que contémm elementos contráteis e fagocita agregados
Todo o sistema tubular é envolvido por extensa malha de moleculares presos à parede capilar e possuem
capilares peritubulares. Tornam a urina fluida. receptores para vários hormônios. Posteriormente, as
 Justamedulares: são cerca de 20% a 30%, com alças capilares se reúnem e formam a arteríola eferente
glomérulos mais profundos no córtex renal, perto da do glomérulo.
medula. Tem longas alças de Henle que mergulham
profundamente no interior da medula, em direção às
papilas renais. Nele longas arteríolas eferentes se
estendem dos glomérulos para a região externa da
medula, se dividindo em capilares peritubulares
especializados, os Vasa Recta. Tornam a urina
concentrada.

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CÁPSULA DE BOWMAN: tem forma de cálice,


possuindo parede dupla entre as quais fica o Espaço de
Bowman ocupado pelo filtrado glomerular. As células da
parede interna da capsula possuem os PODÓCITOS,
que são formados por um corpo celular com
prolongamentos primários e secundários, denominados
PEDICÉLIOS, que se interpenetram formando as Fendas
de Filtração.
Durante a filtração glomerular o plasma atravessa 3
camadas: ENDOTÉLIO CAPILAR, MEMBRANA BASAL
e a PAREDE INTERNA DA CAPSULA DE BOWMAN.
membrana basal: determina as propriedades de
permeabilidade do glomérulo.

TÚBULO PROXIMAL
Possui uma porção convoluta, localizada junto ao
glomérulo, e outra porção reta, que se encontra na
região mais profunda do córtex e na mais externa da
APARELHO JUSTAGLOMERULAR medula. Epitélio simples cúbico. Células com grande
Formado pela Mácula Densa do túbulo distal, pelas quantidade de mitocôndrias (fornecem energia para o
Células Justaglomerulares próximas e pelas Células transporte ativo). Numerosos microvilos (borda em
Mesangiais Extraglomerulares (função desconhecida). A escova). Interdigitações laterais (facilitam
camada média da arteríola aferente se modifica e trocas/transporte de íons).
contém, em vez de músculo liso, células epiteliais Recebe primeiramente o ultrafiltrado. Absorve toda a
cúbicas, chamadasCÉLULAS GRANULARES ou glicose e aminoácidos, e cerca de 85% do cloreto de
JUSTAGLOMERULARES, que apresentam citoplasma sódio (transporte ativo) e da água do filtrado. Absorve
rico em grânulos que contém renina, que faz parte do também fosfato e cálcio.
sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona, que tem Transfere, do líquido extracelular para o filtrado,
papel central no balanço de Na+ e água do organismo e creatinina e substâncias estranhas ao organismo
também, por meio da Angiotensina II, na regulação do (processo ativo chamado secreção tubular).
fluxo sanguíneo renal e do ritmo de filtração glomerular.
A parede do túbulo distal convoluto dessa região possui ALÇA DE HENLE
as CÉLULAS DA MÁCULA DENSA. Essas células Esse segmento possui 3 ramos: Ramo Fino
detectam a variação do volume e composição do fluido Descendente, Ramo Fino Ascendente e Ramo Espesso
tubular distal e enviam essas informações às Células Ascendente. Participa da retenção de água.
Granulares da arteríola aferente. Um outro grupo de Parte delgada: maior porção é geral descendente.
células, denominado CÉLULAS MESANGIAIS Epitélio simples pavimentoso: é muito permeável,
EXTRAGLOMERULARES, ALMOFADA POLAR, lacis permitindo passagem livre de água, Na+ e Cl-.
cells ou polkissen, que localizam-se Parte espessa: maior porção é ascendente. Epitélio
entre as duas arteríolas e ocasionalmente também simples cúbico: é impermeável. O cloreto de sódio é
apresenta células granulares secretoras. É possível que ativamente transportado para fora do túbulo
sejam elementos de sustentação dos capilares e que
removam os resíduos que, pela filtração, ficam presos à TÚBULO DISTAL
parede do capilar glomerular. Área onde a alça de Henle penetra no córtex e torna-se
tortuosa. Ocorre saída de sódio por processo ativo e
também sai água. Adicionam íons hidrogênio, potássio e
amônia ao filtrado, sendo sua atividade importante para a
manutenção do equilíbrio acido-básico do sangue. A
saída de água é inibida pelo hormônio antidiurético
(ADH).
Epitélio simples cúbico. Células possuem pouco menos
mitocôndrias que o túbulo proximal e microvilos esparsos

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e mais curtos. Sua parede se modifica quando encosta glomerulares são relativamente impermeáveis às
no corpúsculo renal: células cilíndricas, altas, c/ núcleos proteínas, assim, o líquido filtrado (chamado de Filtrado
alongados; e esse segmento modificado chama-se Glomerular) é essencialmente livre de proteínas e
mácula densa que é sensível à concentração de Na+ e desprovido de elementos celulares como as hemácias. A
Cl-. Filtração Glomerular (FG) é controlada basicamente pelo
diâmetro das arteríolas. O Sistema Nervoso Simpático
DUCTO COLETOR exerce
A urina passa dos túbulos contorcidos distais para os influencia direta por vasoconstrição, ao passo em que o
Ductos Coletores. Absorção final da água, contribuindo sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAAS) e o
para a concentração da urina. Transportam e modificam ADH desempenham papel
o ultrafiltrado do néfron para os cálices renais menores. direto no controle. A FG se dá por meio das fenestrações
Na medula se unem uns aos outros, formando tubos e dos prolongamentos dos podócitos. Mas o que faz com
cada vez mais calibrosos e se dirigem as papilas. Maior que ocorra efetivamente a filtração é a diferença
parte medular e segue seu trajeto retilíneo. existente entre a pressão hidrostática e a pressão
Epitélio simples cúbico nos túbulos mais delgados e à oncótica. A pressão hidrostática exercida pelos capilares
medida que se fundem e se aproximam das papilas suas do glomérulo faz com que o líquido e pequenos
células tornam-se cilíndricas. metabólitos tendam a passar pelas fenestrações, ao
O ADH age no ducto coletor, aumentando a reabsorção passo que as proteínas são mantidas nos vasos pela
de água, permitindo pois que o fluido tubular entre em pressão oncótica de sentido contrário às fenestrações,
equilíbrio com o interstício hipertônico. De um modo mantendo o máximo possível de proteínas na luz dos
geral, pode-se dizer que o Ducto Coletor reabsorve Na+ vasos.
e Cl- (estimulado pela A Autorregulação mantém o suprimento sanguíneo e a
Aldosterona) e secreta amônia, podendo tanto secretar FG, o que previne de um aumento da pressão renal. A
como reabsorver potássio, hidrogênio e bicarbonato. alta pressão hidrostática nos capilares glomerulares é
O ducto coletor cortical e medular externo são devido às: Arteríolas Aferentes serem largas e curtas;
impermeáveis à uréia. Arteríolas Eferentes serem estreitas e longas. Formada
então o filtrado, devido à dificuldade imposta pela
pressão oncótica, muitos metabólitos não conseguem
retornar ao vaso sanguíneo. Daí a importância da
Reabsorção tubular, que faz com que, em nível dos
túbulos renais, alguns metabólitos e uma parte da água
seja ativamente trazidos de volta para o sangue. Caso
esta reabsorção tubular não aconteça, o paciente virá a
óbito facilmente.
A taxa de filtração glomerular representa exatamente a
função do néfron, que corresponde ao ato de deixar
passar de maneira seletiva metabólitos para a excreção.

Filtração glomerular

Começa com a filtração de grande quantidade de liquido


FILTRAÇÃO GLOMERULAR E HEMODINÂMICA através dos capilares glomerulares.
RENAL - Em um ser humano de porte médio a filtração
glomerular é de cerca de 125ml/minuto ou cerca de
Mini resumo 180L/dia.
-A filtração glomerular corresponde a cerca de 20% do
A formação da urina começa com a filtração de grandes fluxo plasmático renal, e a reabsorção tubular
quantidades de líquido, por meio dos capilares corresponde a 178 a179L/dia, com isso a excreção
glomerulares para a cápsula de Bowman. Como a urinaria é de cerca de 1 a 2L/dia.
maioria dos capilares, os capilares Membrana dos capilares glomerulares: constituída por
três camadas:

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 Endotélio fenestrado (endotélio capilar)  Ritmo de Filtração Glomerular ou Filtração Glomerular


 Membrana basal Global: É a quantidade de plasma (20%) que entra no
 Podócitos (camada de células epiteliais) rim e alcança os capilares glomerulares que são filtrados,
Em seu conjunto estas três camadas formam uma atingindo o Espaço de Bowman.
barreira de filtração que faz a depuração renal, por  Filtrado Glomerular:
exemplo, deixando passar H2O e solutos, mas O líquido produzido pelo glomérulo durante o processo
permeável a proteínas. de filtração glomerular.
ENDOTÉLIO FENESTRADO: exibe milhares de  Regulação Intrínseca ou (Autorregulação):
pequenas perfurações que são relativamente São mecanismos de feedback intrínsecos dos rins , que
grandes sendo por isso chamado de fenestrado, as mantem o fluxo sanguíneo renal e o Fluxo Sanguíneo
células endoteliais são ricas em cargas negativas fixas o Renal (FSR) e a Filtração Glomerular (FG) relativamente
que impede a passagem de proteínas plasmáticas, mas constantes, mesmo com alterações acentuadas da
deixando passar H2O, pressão sanguínea arterial.
sódio e pequenos solutos. Tamanho dos poros cerca de A principal função da auto-regularão renal é manter a
70 nanômetros. FG relativamente constante e permitir o controle preciso
MEMBRANA BASAL: circunda todo o endotélio sendo da excreção renal de água e solutos. Possui duas
constituída por uma rede de fibras colágenas e teorias, a MIOGÊNICA e a de BALANÇO TÚBULO-
proteoglicanas, com amplos espaços pelo qual podem GLOMERULAR.
ser filtradas grandes quantidades de H2O e solutos,
sendo uma barreira para proteínas. Cerca de 7 a 10 Mecanismo Miogênico: envolve uma propriedade
nanômetros. intrínseca do músculo liso arterial, por meio da qual o
Podócitos: camada epitelial de células em forma de pés, músculo contrai-se ou relaxa-se em resposta a um
sendo separadas por lacunas denominadas poros em respectivo aumento ou queda da tensão da parede
fenda pelo qual passa o filtrado glomerular, aqui vascular. Baseia-se na Lei de Laplace.
monócitos e macromoléculas são filtrados.
Balanço Túbulo-Glomerular (BTG): envolve um
Hemodinâmica Renal mecanismo de feedback. Quando aumenta o RFG
(Ritmo de Filtração Glomerular) em um néfron, e
Os rins recebem normalmente 20% do débito cardíaco, o consequentemente aumenta o fluxo de fluido pelo túbulo
que representa um fluxo sanguíneo de 1.0 a 1.200 ml/ distal inicial, na região da Mácula Densa, o RFG nesse
min para um homem de 70-75 kg. Este alto fluxo é ainda mesmo néfron é reduzido. O oposto acontece, embora
mais significativo se considerado pelo peso dos rins, em menor grau: quando cai ofluxo de fluido pela mácula
cerca de 300 gramas. Assim, o fluxo sanguíneo por densa, aumenta o RFG.
grama de rim é de cerca de 4 ml/min, um fluxo 5 a 50
vezes maior que em outros órgãos. Este sangue que
atinge o rim passa inicialmente pelos glomérulos, onde
cerca de 20% do plasma é filtrado, totalizando uma taxa
de filtração glomerular de 120 ml/min ou 170 litros/dia. Regulação Extrínseca ou Hormonal:

 Fluxo Sanguíneo Renal (FSR): Refere-se ao ritmo em São hormônios e autacoides que podem influenciar a FG
que o sangue flui para os rins, ou seja, os rins recebem e o Fluxo Sanguíneo Renal. Norepinefrina, Epinefrina e
cerca de 20% do débito cardíaco, o que representa um Endotelina provocam constrição dos vaso sanguíneos
fluxo sanguíneo de 1.000 a 1.200 ml/min para um renais e diminuem a FG. A Angiotensina II
homem de 70-75 kg. preferencialmente provoca constrição das arteríolas
 Fluxo Plasmático Renal (FPR): Refere-se á parte do eferentes na maioria das condições fisiológicas. O Óxido
FSR que é o plasma, que é 2 dl/min. Nítrico derivado do endotélio diminui a Resistência
 Filtração Glomerular por Néfron (FGn): FGn= Kf x Vascular Renal e aumenta a FG. Prostaglandinas e
Peuf, onde Kf, o coeficiente de permeabilidade Bradicininas tendem a aumentar a FG.
glomerular, é igual ao produto de k e S, sendo k o
coeficiente de permeabilidade hidráulica do capilar Papel das camadas na composição do ultrafiltrado:
glomerular, e S é a área, ou superfície filtrante de todo o
glomérulo.
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Endotélio fenestrado: as células endoteliais são ricas em peritubulares, retornar ao sangue. Dessa forma, a
cargas negativas fixas o que impede a passagem de reabsorção de água e de solutosinclui uma série de
proteínas plasmáticas, mas deixando passar H2O, sódio etapas de transporte. O processo de reabsorção tubular
e pequenos solutos. renal ocorre tanto por transporte ativo como por
Membrana basal: circunda todo o endotélio sendo transporte passivo.
constituída por uma rede de fibras colágenas e  Por transporte ativo as substâncias são transportadas
proteoglicanas, com amplos espaços pelo qual podem através das membranas celulares contra o gradiente de
ser filtradas grandes quantidades de H2O e solutos, concentração e esta movimentação requer gasto direto
sendo uma barreira para proteínas. de energia.
Podócitos: camada epitelial de células em forma de pés,  O transporte passivo de substâncias ocorre por
sendo separadas por lacunas denominadas poros em gradiente osmótico o que não requer consumo
fenda pelo qual passa o filtrado glomerular, aqui direto de energia. A água e os solutos podem ser
monócitos e macromoléculas são filtrados. transportados através das membranas celulares
(via transcelular) ou através dos espaços juncionais entre
Peptídeo Atrial Natriurético (ANP) as células (via paracelular).
Os miócitos atriais liberam o Peptídeo Atrial Natriurético, A seguir, após a absorção, através das células epiteliais
em resposta ao aumento da pressão arterial e, então, ao tubulares, para o líquido intersticial, há o transporte,
volume circulatório efetivo. O principal efeito do ANP é através das paredes dos capilares peritubulares, para o
hemodinâmico: esse peptídeo causa pronunciada sangue, por ultrafiltração (fluxo de massa), que é
vasodilatação das arteríolas aferente e eferente, mediada por forças hidrostáticas e coloidosmóticas.
aumentando fortemente o fluxo sanguíneo renal cortical Os capilares peritubulares comportam-se de modo muito
e medular, reduzindo a sensibilidade do Balanço Túbulo semelhante às extremidades venosas da maioria dos
Glomerular. O efeito resultante é um aumento do FPR e outros capilares, visto que existe uma força reabsortiva
do RFG. Em altos níveis, o ANP diminui a pressão efetiva, que desloca o líquido e os solutos do interstício
arterial sistêmica e aumenta a permeabilidade capilar. para o sangue.

REABSORÇÃO, SECREÇÃO E METABOLISMO


TUBULAR

 O que é reabsorção: É o processo de transporte de


uma substância do interior do túbulo para o sangue que
envolve o túbulo.
 Secreção: A secreção tubular atua em direção oposta
à reabsorção. As substâncias são transportadas do
interior dos capilares para a luz dos túbulos, de onde são
eliminadas pela urina. Os mecanismos de secreção
tubular, à semelhança dos mecanismos de reabsorção,
podem ser ativos ou passivos, quando incluem a
utilização de energia pela célula para a sua execução ou
não.
 Metabolismo: É o processo de troca entre os túbulos
renais e os capilares sanguíneos.
 Excreção: É responsável pela manutenção do volume
e da composição do líquido extracelular do indivíduo No TÚBULO PROXIMAL, em condições normais são
dentro de limites compatíveis com a vida. reabsorvidos 80% da água existente no filtrado. Por
transporte ativo, 100% da glicose e 95% dos
Mini resumo: aminoácidos enquanto a reabsorção do sódio ocorre ao
nível de 85% por transporte ativo que envolve a bomba
Para que a substância seja reabsorvida, ela deve de sódio e potássio. A reabsorção tubular de glicose
primeiro ser transportada através das membranas apresenta taxa máxima (Tm) de 180 m/dL,
epiteliais tubulares para o líquido intersticial renal e, aproximadamente, isto significa que quando a
posteriormente, através da membrana dos capilares concentração sérica ultrapassar este limite parte da

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glicose não será mais reabsorvida porque os carreadores cerca de 180L/dia, as só excretamos cerca de 1,44 L por
estão lotados. Também são reabsorvidas, nos túbulos dia (média 2L), que cerca de 178 L são reabsorvidos por
proximais, por transporte ativo, outras substâncias como: dia pelos túbulos renais. Reabsorvemos 99% de água
aminoácidos, ácido úrico, bicarbonato, cálcio, fosfato, filtrada, 100% de
magnésio e sulfato, enquanto, a reabsorção de água, glicose, 50% da uréia e 99,5% do sódio. A maioria
ácidos fracos não ionizados e uréia ocorrem por desses processos ocorre nos túbulos contorcidos
transporte passivo, a favor do gradiente osmótico. A proximais. Os capilares peritubulares fornecem
reabsorção dos cloretos, por sua vez, ocorre nutrientes para o epitélio tubular e captam os fluidos
passivamente por gradiente elétrico. As proteínas, reabsorvidos por eles. A pressão oncótica é maior do
encontradas no filtrado, em quantidade reduzida, são que a pressão hidrostática, portanto ocorre reabsorção, e
reabsorvidas em quase sua totalidade por pinocitose. não filtração.
Após, reabsorvidas, as proteínas sofrem a digestão -Água e soluto saem na mesma proporção
celular, sendo os seus aminoácidos, posteriormente -Túbulo Distal: Impermeável à água
reutilizados. No RAMO DESCENDENTE DA ALÇA DE A quantidade de Na+ extracelular é cerca de 1700 mEq
HENLE é reabsorvida de forma passiva a água, para um adulto de 60Kg e apenas de 100 mEq no
enquanto no RAMO ASCENDENTE ocorre a reabsorção espaço intracelular devido à baixa permeabilidade de
de cloreto por transporte ativo e do sódio e da uréia por sódio da maioria das membranas e extrusão ativa de
transporte passivo. No RAMO ASCENDENTE não ocorre sódio pela bomba Na+ / K+ que é ubiquitária (que pode
a reabsorção de água porque este segmento é estar em vários lugares ao mesmo tempo).
impermeável à água.
Nos TÚBULOS DISTAIS são reabsorvidos por transporte
passivo água e uréia. O transporte passivo do sódio
depende da ação da aldosterona enquanto o da água
depende do hormônio antidiurético. (ADH/ Vasopressina)
A reabsorção de água nos TUBOS COLETORES
também depende do hormônio
antidiurético.
A secreção tubular proximal de substâncias que se
encontram nos capilares peritubulares para a luz dos
túbulos se constitui em importante meio de eliminação de
material não filtrado pelos glomérulos e manutenção do
equilíbrio ácido base. É através da secreção tubular renal
que os de íons de hidrogênio em excesso são eliminados
e o pH normal do sangue é mantido. Outras substâncias
que não são filtradas pelos glomérulos porque se
encontram ligadas a proteínas plasmáticas se dissociam
das mesmas nos capilares peritubulares e são
transportadas para o filtrado pelas células tubulares
proximais, principalmente. São também secretados nos  Túbulo proximal
túbulos contornados distais uréia, creatinina e ácido úrico - 65% do Na+ e água filtrados são reabsorvidos ao longo
do túbulo proximal;
- A concentração de Na+ no fluido tubular permanece
constante até ao final do túbulo
proximal;
- A osmolalidade do fluído tubular proximal diminui
ligeiramente relativamente ao plasma;
REABSORÇÃO PERITUBULAR de ÁGUA e SÓDIO - A concentração de Cl- aumenta e a de HCO3-
- diminui ao longo do túbulo proximal.
A reabsorção peritubular é de fundamental importância Os Túbulos Proximais reabsorvem em torno de 65% do
para a nossa sobrevivência. É sódio,
mais relevante ainda quando observamos que a cloreto, bicarbonato e potássio filtrados, e praticamente
quantidade de líquido filtrada pelos rins é de toda a glicose e aminoácidos filtrados. Os túbulos

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proximais também secretam ácidos orgânicos, bases e


íons hidrogênio para dentro do lúmen tubular Mecanismos de reabsorção de sódio, glicose, água e
outros.
 Alça de Henle
- A reabsorção de água ocorre no ramo descendente da Reabsorção de Água:
alça; o ramo ascendente éimpermeável à água; Ocorre por osmose, quando os solutos são transportados
- De modo contrário, a reabsorção de Na+ não ocorre no para fora do túbulo, ou seja, para dentro da célula tubular
ramo descendente, mas 20% a 25% da reabsorção de tanto por transporte primário quanto secundário, a
Na+ ocorre no ramo ascendente. Por isso, o fluido concentração dentro do túbulo tende a diminuir e a
tubular na parte final da alça é sempre hipotônico concentração dentro da célula tubular tende a aumentar,
isto cria um diferencial do gradiente de concentração
A parte descendente do segmento fino da alça de Henle iônico que por sua vista provoca a osmose da água no
é altamente permeável à água e moderadamente sentido de maior concentração, ou seja, dentro da célula
permeável à maioria dos solutos, mas tem poucas tubular. A água como é uma molécula pequena e muito
mitocôndrias e pouca ou nenhuma reabsorção ativa. O solúvel através da membrana celular, ela passa
componente ascendente espesso da alça de Henle livremente através da própria célula.
reabsorve cerca de 25% das cargas filtradas de sódio,
cloreto e potássio, além de grandes quantidades de A alta permeabilidade à água correlaciona-se com a
cálcio, bicarbonato e magnésio. Esse segmento também presença das aquaporinas (canais de água) presentes
secreta íons hidrogênio para o lúmen tubular em ambas as membranas (apical e basolateral). A
reabsorção transtubular de água é seguida pelo
 Túbulo Distal e Ducto Colector transporte de fluido do interstício para o sangue capilar,
Aproximadamente 10% de Na+ e 20% de água são transporte este conduzido por forças de Starling.
reabsorvidos ao longo deste segmento; no entanto, é Note-se que, ao contrário do que acontece na maioria
nesta parte do néfron que ocorre a regulação da dos capilares do corpo, no rim os capilares
reabsorção de Na+ e de água. O Túbulo Distal Inicial especializados na filtração e na reabsorção estão
tem muitas características da alça de Henle ascendente anatomicamente separados: capilares glomerulares
espessa, e reabsorve sódio, cloreto, cálcio e magnésio, filtram e os capilares peritubulares absorvem. A pressão
mas é praticamente impermeável à água e à uréia. Os oncótica dos capilares peritubulares também regula uma
Túbulos Distais Finais e os Túbulos Coletores Corticais fracção de fluido absorvido ao longo do epitélio.
são compostos de 2 tipos de células: as células
principais e as células intercaladas. As células principais Reabsorção de Sódio e Glicose:
reabsorvem o sódio do lúmen e secretam O Na+ é reabsorvido por intermédio de uma proteína,
íons potássio para o lúmen. As células intercaladas que ao mesmo tempo também transporta a glicose para
reabsorvem íons potássio e bicarbonato do lúmen e dentro da célula. Quando tanto o sódio como a glicose
secretam íons hidrogênio no lúmen. CONTROLE ‘’ADH’’ ao mesmo tempo se ligam a essa proteína, a mesma
Os Ductos Coletores medulares reabsorvem ativamente muda a sua conformação o que permite a entrada de
o sódio e secretam íons hidrogênio e são permeáveis à ambos para dentro da célula epitelial do túbulo proximal,
uréia, que é reabsorvida nestes segmentos tubulares. A para então serem reabsorvidos para o sangue.
reabsorção de água nos ductos coletores medulares é Na membrana basolateral há o GLUT NA+ independente,
controlada pela concentração de hormônio e mas o problema desse transportador é a sua saturação:
antidiurético. quando a glicemia está acima de 180mg/ml, a glicose
deixa de ser reabsorvida e passa a se apresentar cada
vez mais, na urina.

Reabsorção de Sódio e Aminoácidos:


Se tem uma proteína transportadora de sódio e
aminoácidos, este processo é o Transporte ativo
secundário, pois ambos processos dependem das
bombas de Na+/K+ ATPase que existem por toda a
célula tubular. A finalidade do processo de reabsorção de
aminoácidos é apreservação máxima destes nutrientes

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essenciais. Para cada classe de aminoácido, existe um pelos vasa recta, sendo novamente filtrada e lançada na
transportador específico. luz tubular.

Reabsorção de Cloro:
Quando o sódio é reabsorvido através da membrana
celular para o capilar peritubular, ou seja, para fora do
lúmen deixa o mesmo com uma carga negativa, o oposto
ocorre com liquido intersticial que devido ao influxo de
sódio fica com carga positiva, esta diferença de carga faz
com que o cloro (Cl-) que devido a sua carga negativa e
atraído pela carga positiva do sódio para fora do lúmen,
através da via paracelular (através da junção aberta).

Reabsorção de Bicarbonato:
Nas escovas das células epiteliais renais, tanto do lado
interno quanto do lado externo existe a enzima anidrase
carbônica.
-O sódio é reabsorvido junto com o a glicose ou
aminoácidos, o restante do sódio é transportado do
lúmen tubular para as células por mecanismos de
contratransporte;
-Mecanismo de contratransporte: reabsorve sódio,
enquanto secreta outras substancias para o lúmen
tubular geralmente íons H+ ou seja, influxo de sódio e
secreção de hidrogênio esta secreção propicia a
formação de água e CO2 no lúmen.
O CO2 é permeável à membrana celular, ocorrendo
então o seu influxo para dentro da célula, dentro da
célula o CO2 se combina com H2O.
O íon H+ sai da célula através do contratransporte, com
o influxo de sódio.
CLEARENCE RENAL
O Clearence de uma substância indica o volume virtual
Reabsorção de Potássio:
de plasma que fica livre da substância,
O K+ é o principal cátion intracelular e seu metabolismo
Em determinada unidade de tempo, assim o clearance
é fundamental para a manutenção da vida. Quando o
de uma substância é também denominado DEPURAÇÃO
potássio é jogado na luz do túbulo, necessita ser
PLASMÁTICA DA SUBSTÂNCIA. O Clearence pode ser
reabsorvido de modo que a calemia mantenha valores
aplicado ao organismo inteiro, ou em apenas um órgão.
regulares entre 3,0 e 5,5 mEq/L.
Para o conhecimento do CLEARENCE RENAL de uma
O K+ é reabsorvido em nível dos túbulos proximais e no
dada substância, basta medir a quantidade absoluta da
ramo da alça de Henle (onde há o transportador triplo:
substância excretada na urina por minuto e relacioná-la
que reabsorve Na+, K+ e Cl- e é secretado nos túbulos
com sua concentração plasmática:
distais e coletores corticais. O responsável pelo controle
da calemia é a Aldosterona

Recirculação da Uréia:
Mecanismo pelo qual alta concentração de uréia é
mantida na medula (1) à custa da sua difusão da luz do
ducto coletor edular interno para a papila e reabsorção
ao nível da porção fina ascendente da alça de Henle
(etapas 1 a 7) e (2) à custa da sua retirada do interstício

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Disciplina de Fisiologia 10

REGULAÇÃO DO VOLUME, DO VEC, FLUIDO homeostáticos responsáveis por regular o equilíbrio


EXTRACELULAR E TONICIDADE CORPORAL hídrico. Fatores que podem contribuir: insuficiências
cardíaca e renal e cirrose do fígado.
Uma das principais funções dos rins é a manutenção do  Hiponatremia: é um transtorno de eletrólitos,
volume e da tonicidade do FEC (Fluido transtorno dos sais presentes no sangue
no qual a concentração de Sódio no plasma sanguíneo
Extracelular), apesar das variações diárias da ingestão (nível sérico) é menor do que o normal, 135 mEq/l.
de sal e água que ocorrem em um  Hipernatremia: é um desequilíbrio na concentração de
indivíduo normal. sódio no sangue, que se encontra em excesso, mais que
Enquanto a regulação do volume é relacionada 145 mEq/l.
primeiramente com modificação no balanço de sódio, a  Hipocalemia: Indica um déficit real nas reservas totais
regulação da tonicidade compreende essencialmente de potássio, < 3,5 mEq/l. Com o excesso de potássio a
modificações no balanço de água. célula hiperpolariza, criando uma dificuldade para um
É importante regular o volume do FEC para manter a novo potencial de ação, pode levar a insuficiência
pressão sanguínea, a qual é essencial para a adequada cardíaca.
perfusão nos tecidos. E é importante regular a tonicidade
do FEC, pois tanto a HIPOTONICIDADE como a  Hipercalemia: Concentração de potássio sérico maior
HIPERTONICIDADE causam modificação no volume que o normal, raramente ocorre nos pacientes com
celular, o que compromete a função celular, função renal normal. Volume maior que 5,0 mEq/l. Com a
especialmente no SNC falta de potássio a célula tem uma dificuldade para
repolarizar, causando fraqueza muscular e também
Os líquidos corporais estão distribuídos entre dois problemas para o miocárdio.
compartimentos:
LEC – líquido extracelular OSMOSE
LIC – líquido intracelular. É o fluxo de água através da membrana semipermeável,
Em estado estável, basicamente a concentração de devido a diferença de concentração
proteínas e íons determina o deslocamento de água de solutos. Essa concentração leva a uma diferença
entre os compartimentos LIC e LEC. Ou seja, a água se pressão osmótica e essa dessa pressão faz com que a
desloca entre os compartimentos de acordo com a água flua por osmose.
osmose. PRESSÃO OSMOTICA: é a pressão necessária para
 LEC: formado pelo líquido intersticial e pelo plasma impedir o fluxo de água pela membrana semipermeável.
sanguíneo (parte não celular do sangue), sendo que Em outras palavras, a Osmose é o movimento da água
ambos possuem composições iônicas similares, sendo segundo o gradiente de atividade da água, isto é, o fluxo
que a diferença entre os dois está nas proteínas e nos osmótico da água ocorre dos locais de baixa
íons totais, mais presente no plasma. Os íons Na+, Cl- e concentração de partículas (alta concentração de água)
HCO3- estão presentes nesse compartimento. para os locais de alta concentração de partículas (baixa
 LIC: responsável por 2/3 do conteúdo total de água do concentração de água). É determinado pela área da
organismo, o líquido membrana, pela permeabilidade à água e pela diferença
intracelular corresponde ao líquido no interior celular. Os da concentração da partícula impermeável. Em parte, a
íons K+, PO4-3 e Mg+2 estão presentes nesse permeabilidade à água é determinada pelas
compartimento. aquaporinas, proteínas transmembranares desenhadas
especificamente
Fluido Corporal: é a água (solvente) e os solutos para a passagem da água. Este movimento osmótico de
dissolvidos nele. FIC (Fluido Intracelular): 64% água através dos canais pode arrastar
FEC (Fluido Extracelular): 36% substâncias dissolvidas de um ponto para outro.
- A água vai para o lado que tem mais soluto.  Solução hipertônica: solução que está mais
- Quem determina a solubilidade é o soluto. concentrada em soluto que o meio;
 Hipovolemia: Resulta na perda dos líquidos corporais  Solução hipotônica: solução que está menos
e ocorre com maior rapidez quando associado à concentrada em soluto que o meio;
diminuição da ingesta de liquido.  Solução Isotônica: quando a concentração de soluto
 Hipervolemia: Está relacionado à simples sobrecarga na célula e no meio são iguais.
de liquido ou à função diminuída dos mecanismos

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Disciplina de Fisiologia 11

-Na solução hipotônica, a água se move para dentro da do plasma, sendo necessário diluir o filtrado para
célula. excretar o excesso de água e concentrar o filtrado para
-Na solução hipertônica, a água se move para fora da conservar água.
célula. Como diluir o filtrado? Reabsorvendo solutos. No túbulo
-Íon osmoticamente ativo do FEC: Na+ // e no FIC: K+ contorcido proximal (TCP) o líquido filtrado se mantém
isosmótico em relação ao plasma,devido a igual
reabsorção de solutos e água.

No Ramo descendente da alça de Henle (RAH), a água é


reabsorvida por osmose, o líquido tubular atinge
equilíbrio com o do interstício que é hipertônico (2 a 4
vezes a osmolaridade do líquido tubular original).
O ramo ascendente delgado reabsorve pouco NaCl,
parte da uréia reabsorvida no ducto medular se difunde
para o ramo ascendente, devolvendo uréia à medula
(medula hiperosmótica) - ação do hormônio antidiurético
(ADH).
No Ramo ascendente da alça de Henle, segmento
espesso, ocorre reabsorção de Na+, K+ e Cl-,
impermeável água, o líquido tubular fica mais diluído,
com diminuição progressiva da osmolaridade até o
túbulo contorcido distal (TCD)=100 mOsm/l.
OSMOLARIDADE O líquido que chega ao TCD é hiposmótico (1/3 da
Habilidade do soluto em diminuir concentração da água. osmolaridade do plasma), com ou sem ADH.
A concentração total de solutos no líquido extracelular Ocorre reabsorção adicional de NaCl nas porções iniciais
(osmolaridade) é determinada pela quantidade de soluto e finais do TCD, ducto coletor cortical e medular. Na
dividida pelo volume de líquido extracelular. Assim, a ausência do ADH as porções finais do TCD e DC são
concentração de sódio e a osmolaridade do líquido impermeáveis à água, e a reabsorção adicional do soluto
extracelular são em grande parte reguladas pela dilui ainda mais o líquido tubular (50 mOsm/l). O rim
quantidade de água extracelular. humano pode produzir concentração máxima de urina
- Pressão osmótica, expressa com mOsm/kg H2O; 1 1200 a 1400 mOsm/l (4 a 5 vezes a concentração do
mOsm = 19,3 mmHg. plasma) e mínima de 50 mOsm/l (1/6 do plasma).
- Osmolaridade = soma da concentração molar de
solutos, expressa como mOsm/L. -Mecanismo de Contracorrente-
Exemplo: NaCl 0,9% = 154 mmol/L NaCl = 154 + 154 =
308 mOsm/L, osmolaridade = 287 Fatores que contribuem para medula hiperosmolar
mOsm/kg H2O. (1200 a 1400 mOsm/l):
-Temos cerca de 290 mOsm 1) Transporte ativo de íons Na+, co-transporte de íons
K+ Cl- e outros íons para fora da alça de Henle
Regulação das osmolaridade : segmento espesso para o interstício medular
2) Transporte ativo de íons dos ductos coletores para o
Entrada=Saída interstício medular
Controle do balanço de água: 3) Difusão passiva de uréia dos ductos coletores
 Controlado pela ingestão medulares internos para o interstício medular 4)Difusão
de líquido (sede) de pequena quantidade de água dos ductos medulares
 Controlado pela excreção para o interstício medular.
renal de água Uréia - contribui para interstício medular hiperosmótico e
A osmolaridade - concentração de partículas para a formação de urina concentrada, com 40% da
osmoticamente ativas em uma solução (dependo do osmolaridade do interstício medular hiperosmótico. Tem
número de íons e da concentração molar do soluto). reabsorção passiva a partir do túbulo (ducto coletor
Osmolaridade normal do plasma varia entre 280 e 295 medular). O fluxo sanguíneo medular é relativamente
mOsm/l. A Osmolaridade do filtrado glomerular é igual a baixo quando comparado com o cortical. Os capilares

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medulares (vasa recta) originam-se das arteríolas diurese daí resultante geralmente não afeta os níveis
eferentes dos nefrons plasmáticos de H+ ou K+.
justamedulares e dispõem-se em contracorrente: descem Níveis normais de ADH levam à produção de cerca de
para a medula e ascendem em direcção ao córtex. Ao 1litro/dia de urina concentrada.
longo dos capilares descendentes o sangue fica Quando há pouca ingestão de água ou a sudorese é alta,
progressivamente mais concentrado, uma vez que os os níveis plasmáticos de ADH se
vasa elevam e o fluxo de urina diminui, chegando até 0,2
recta são altamente permeáveis à água e solutos. Nos ml/min ou 300 ml/dia.
ascendentes, o sangue torna-se progressivamente Em outras palavras, o ADH é um peptídeo de 8 aa
menos concentrado (à medida que os solutos voltam sintetizada por neurônios dos núcleos supra-óptico e
para o interstício e a água entra para os capilares. O paraventricular do hipotálamo. É armazenada nos
resultado final é a manutenção da alta osmolalidade e terminais axonais ao nível da hipófise posterior. É
tonicidade da libertada para a circulação sistêmica a partir deste local.
medula renal. O seu duplo nome deve-se aos seus dois principais
efeitos:
-Osmorregulação-  efeito antidiurético - ocorre via receptores V2 e com
A osmolaridade plasmática se mantém notavelmente concentrações plasmáticas
constante entre 280 a 295 mOsm/l e relativamente baixas;
constitui o fator mais importante na regulação da  efeito vasoconstritor - é mediado por receptores V1 e
secreção de ADH. ocorre com concentrações plasmáticas superiores.
Os osmorreceptores (células osmoticamente sensíveis) A sua libertação é controlada por osmorreceptores
estão localizados em contiguidade aos núcleos supra- (presentes no hipotálamo) e por barorreceptores
ópticos, no hipotálamo anterior e são distintas daquelas periféricos. Um aumento da osmolalidade plasmática
que regulam a percepção da sede, as quais estão muito acima dos 280 mOsm/Kg provoca um aumento nos
próximas e parcialmente superpostas. níveis plasmáticos da ADH. A sede é estimulada a
ADH ou Hormônio Antidiurético (também conhecido por osmolaridades superiores como segunda linha de defesa
Arginina-Vasopressina), tem o contra a hiperosmolalidade.
papel de conservar a água corporal e regular a
tonicidade dos líquidos corporais. Efeitos da ADH:
Alterações na osmolaridade do líquido tubular, à 1) Redução do fluxo urinário e aumento da osmolalidade
medida que ele passa pelos diferentes segmentos da urina (faz a ligação fisiológica
tubulares, na presença de altos níveis de ADH e na entre as osmolalidades plasmática e urinária)
ausência desse hormônio. 2) Aumento da permeabilidade à água do epitélio do
ducto coletor (10 a 20 vezes)
ADH (Hormônio Anti Diurético) Ao nível do ducto coletor, a ADH liga-se ao receptor V2
A permeabilidade à água do segmento final do presente na membrana basolateral, o qual conduz à
túbulo distal e do ducto coletor é regulada pelo formação de AMPc que ativa a proteína cinase A; esta
hormônio antidiurético (ADH). leva à produção de aquaporinas tipo 2 (por intermédio da
O hormônio antidiurético (ADH) é um hormônio protéico fosforilação de proteínas ainda desconhecidas) que são
produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A inseridas na membrana apical aumentando assim a
partir da neuro-hipófise o ADH é liberado para o sangue. permeabilidade à água das células epiteliais do ducto
A principal ação do ADH é regular a tonicidade do fluido coletor.
extracelular, aumentando a permeabilidade à água dos
epitélios do túbulo distal, túbulo coletor e ducto coletor.
O ADH aumenta a permeabilidade à água pela
abertura dos poros nas células epiteliais do ducto
coletor. Pode-se dizer que o ADH é o hormônio da
conservação da água.
Algumas substâncias podem atuar como inibidora da
secreção do hormônio antidiurético, tais como, o álcool, a
cafeína e a água. Entretanto, como o ADH atua sobre a
região coletora do túbulo distal e do ducto coletor, a

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alça de Henle fica muito diluído. Nos túbulos distais e


nos túbulos coletores, o líquido tubular é ainda mais
diluído pela reabsorção do cloreto de sódio e pela
reabsorção de água quando os níveis do ADH estão
muito baixos. Essa falha na reabsorção de água e a
reabsorção continuada de solutos levam à produção de
grande volume de urina diluída. (valores em mOsm/L).
Na ausência de ADH, a porção coletora do túbulo distal e
o ducto coletor não são permeáveis à água e a
recuperação de água a partir da urina no ducto coletor é
mínima.
Os 20% da carga filtrada de água que ficam sem ser
reabsorvidos na ausência do ADH correspondem a um
débito urinário de cerca de 20ml/min, um pouco menos
de 30 litros/dia
Formação da urina concentrada quando os níveis de
ADH estão elevados. O líquido que sai da alça de Henle
está diluído, mas fica concentrado à medida que a água
é absorvida nos túbulos distais e nos túbulos coletores.
Com altos níveis de ADH, a osmolaridade da urina é
quase a mesma da do líquido intersticial medular
próximo às papilas, que é de cerca de 1.200 mOsm/L.
(valores em mOsm/L).
Quando o ADH está presente, a água pode equilibrar-se
através das paredes do túbulo distal e do ducto coletor e
a urina descendente
torna-se mais concentrada, pois a água é reabsorvida.
Como a parede do ducto coletor é muito
permeável à uréia, alguma uréia é reabsorvida. Assim, a
urina final que sai do ducto coletor é reduzida em seu
volume e altamente concentrada.

CENTROS DA SEDE
Situada anterolateralmente no núcleo pré-óptico, existe
outra área diminuta que, quando estimulada
eletricamente, provoca sede imediata que continua
enquanto durar a estimulação.
Os neurônios do centro da sede respondem a injeções
de soluções salinas hipertônicas, por estimular o
comportamento de ingestão de água. É quase certo que
essas células atuem como osmorreceptores, ativando o
Formação da urina diluída quando os níveis de ADH são
muito baixos. O líquido tubular do ramo ascendente da
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mecanismo da sede, da mesma forma como os Quando há uma diminuição do volume circulante
osmorreceptores estimulam a liberação de ADH. (hipovolemia), a hipoperfusão renal estimula
Um dos estímulos para a sede mais importantes o aparelho justaglomerular a secretar RENINA,
consiste: responsável por converter ANGIOTENSINOGÊNIO
 Na Osmolaridade elevada do líquido extracelular, que (produzido pelo fígado) em ANGIOTENSINA I. Esta sofre
promove a desidratação ação de uma enzima produzida pelos pulmões
intracelular nos centros da sede, estimulando o desejo denominada ENZIMA CONVERSORA DE
de beber. ANGIOTENSINOGÊNIO (ECA, ou em ingês, ACE),
 Na baixa do volume do líquido extracelular e da convertendo-se em ANGIOTENSINA II. A Angiotensina II
pressão arterial. será responsável por exercer 3 ações:
 Angiotensina II, auxiliando no restabelecimento da 1) Estimular o centro da sede no Hipotálamo (área lateral
pressão e do volume sanguíneo, do mesmo) para aumentar a volemia.
 Ressecamento da boca e das mucosas do esôfago. 2) Em nível renal, diminuir a excreção de sódio e de
 Estimulos gastrointestinais e faríngeos. água, na tentativa de aumentar a pressão sanguínea e a
volemia.
HIPERTONICIDADE MEDULAR 3) Estimular a Adrenal a sintetizar e secretar
A formação da Hipertonicidade Medular deve-se a duas ALDOSTERONA, também responsável por diminuir a
propriedades do ramo ascendente da alça de Henle excreção de sódio e água (estimulando a
(tanto em sua porção grossa como a fina): reabsorção de reabsorção dos dois).
Cloreto de Sódio e impermeabilidade à água. Portanto, o eixo Renina-Angiotensina-Aldosterona é
O mecanismo de reabsorção de NaCl sem reabsorção responsável por promover uma hipertensão fisiológica, e
de água pelo ramo ascendente é chamado Efeito é ativado em condições de Hipovolemia.
Unitário do Sistema Contracorrente.
Os ductos coletores medulares internos também
reabsorvem ativamente NaCl, mas sua contribuição mais
importante para a hipertonicidade medular é a
reabsorção de uréia.
Embora os ductos coletores corticais e medulares
externos sejam impermeáveis à uréia, a
porção terminal do ducto coletor medular interno (DCMI)
é altamente permeável à uréia graças ao transporte de
uréia mediado por um carreador. A permeabilidade à
uréia no DCMI terminal é favorecida pelo ADH, que
acentua esse processo de transporte de uréia facilitado.
Assim sendo, a uréia é conservada no liquido tubular ate
alcançar o DCMI terminal profundamente na medula, ALDOSTERONA
onde a reabsorção de uréia para o liquido intersticial é Secretada pelas células da zona glomerulosa do córtex
moderada adrenal, é regulador importante da reabsorção de sódio e
pelo ADH, de maneira que, quando as condições exigem da secreção de potássio pelos túbulos renais.
maior concentração de água (aumento da concentração O primeiro sítio tubular renal da ação da Aldosterona é o
de urina), a reabsorção de uréia é favorecida. Conjunto das Células Principais do Túbulo Coletor
Cabe aos vasos retos, que caminham ao longo das Cortical.
estruturas tubulares medulares, remover do interstício O mecanismo pelo qual a Aldosterona aumenta a
medular o cloreto de sódio, a uréia e a água reabsorção de sódio enquanto, ao mesmo tempo,
acrescentados ao interstício pelas diferentes porções aumenta a secreção de Potássio é por estimulação da
tubulares medulares. A geração da hipertonicidade e a bomba Na+/K+ ATPase, na face basolateral da
diluição do liquido tubular nos segmentos distais de membrana do túbulo coletor cortical. A Aldosterona
néfrons determinam o estagio para a eliminação de urina também aumenta a permeabilidade ao sódio da face
concentrada ou diluída, conforme garantido pelo estado luminal da membrana.
do volume de liquido Os estímulos mais importantes para a Aldosterona são:
 Concentração de Potássio Extracelular aumentada
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA
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 Níveis de Angiotensina II elevados, o que ocorre, expansão do volume extracelular que sinaliza ao rim
geralmente, em condições associadas à depleção de para aumentar sua taxa de excreção de Na+.
sódio e de volume ou pressão sanguínea baixa. Uma dieta com sódio elevado é caracterizada por um
aumento de volume do FEC e da excreção de sódio, e
REGULAÇÃO DO VEC (Volume Circulatório Efetivo): uma dieta com sódio baixo, pela queda do volume do
HOMEOSTASE DE SÓDIO FEC e da excreção de sódio.
O conteúdo corporal de Na+ é o mais importante Sensores de volume e variáveis dependentes do volume:
determinante do volume de FEC (Fluido Extracelular), O volume plasmático determina a magnitude de algumas
pois o Na+, associado aos ânions Cl- e HCO3-, é o variáveis hemodinâmicas.
principal constituinte osmótico do FEC; assim, quando o 1) Modificações no volume plasmático causam
Na+ se move, a água se move com ele. alterações diretas na tensão da parede de certas
Como o organismo normal mantém a osmolaridade do estruturas vasculares – veias intratorácicas, aurículas e
FEC dentro dos limites estreitos (cerca de 290 +ou- 4 ventrículos – que possuem terminais nervosos sensíveis
mOsm/Kg), o conteúdo de Na+ corporal total, que é ao estiramento. Através do nervo vago, os impulsos são
controlado pelos rins, é o principal determinante do processados nos centros cardiovasculares no tronco
volume de FEC. cerebral.
Em condições isotônicas, o volume do FEC é 2) Alterações no retorno venoso, enchimento cardíaco e
determinado pela massa de solutos extracelulares: como débito cardíaco provocam modificações na pressão
os sais de Na+ são o soluto extracelular mais abundante, arterial que são detectadas pelos barorreceptores
o FEC aumenta quando o conteúdo corporal de Na+ arteriais no arco aórtico e seio carotídeo. Os impulsos
aumenta e diminui quando este diminui. atingem os centros cardiovasculares através dos nervos
vago e glossofaríngeo.
Volume Circulatório Efetivo: 3) Alterações no volume plasmático são detectadas pelo
Corresponde a parte do fluido extracelular que está complexo justaglomerular (sensível à concentração de
contida no espaço vascular que, efetivamente, perfunde NaCl no fluido tubular e à pressão na arteríola aferente)
os tecidos em geral e varia diretamente com o volume do que atua localmente, modificando a secreção de Renina
fluido extracelular.
As ações renais do Peptídeo Natriurético Atrial,Nervos
Balanço de sódio: Simpáticos, Sistema Renina-
Angiotensina-Aldosterona e do ADH para manter a
Ingestão média de sódio: 159 mEq de sódio por dia. homeostase de sódio: Atividade Simpática Renal: A
Excreção média na urina: 159 mEq de sódio por dia = expansão do Volume Extracelular reduz a atividade
balanço zero de sódio simpática renal, o que conduz ao aumento da excreção
Absorção de sódio ingerido é feita principalmente por via de Na+. A depleção do VEC aumenta a
intestinal, no jejuno (pouco no Íleo e atividade simpática renal, estimulando a reabsorção de
no Cólon). Eliminação se dá através da URINA, fezes e Na+ por efeito tubular direto e por vasoconstrição.
suor A inervação simpática reduz o fluxo sanguíneo renal,
causando queda da excreção renal de Na+. No outro
caminho efetor, a neuro-hipófise aumenta a
secreção de ADH, elevando a retenção renal de
Reabsorção do sódio: água. Entretanto, esta via torna-se ativa somente
65-70% de sódio filtrado é reabsorvido pelo túbulo após grande queda do Volume Circulatório Efetivo.
contorcido proximal, 20-25% pela porção ascendente da Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona: A Renina
Alça de Henle, 5% no túbulo distal, 3% no túbulo coletor. é uma enzima sintetizada e libertada
Cerca de 99,5% do sódio filtrado é reabsorvido pelos pelas células granulares (células musculares lisas
rins. modificadas localizadas na média das arteríolas
 Explicar a mudança no volume de compartimentos por aferentes renais) que integram o complexo
ganho ou perdas de Na+: justaglomerular.
O Volume intracelular não aumenta porque não há força A Renina degrada o Angiotensinogênio (proteína
osmótica para a água atravessar a membrana celular (ou circulante produzida no fígado e rins) em Angiotensina I
seja, a osmolaridade celular está normal). É a moderada que, por sua vez, é convertida em Angiotensina II pela
enzima de conversão da angiotensina (ECA-ACE). O

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nível plasmático da Angiotensina II é determinado pelo


nível de Renina plasmática. A secreção de Renina é
estimulada por 3 mecanismos principais:
 Aumento da atividade simpática através de receptores
presentes na células granulares);
 Redução da pressão arteriolar aferente (mecanismo
ainda desconhecido);
 Diminuição da concentração de NaCl na mácula densa.
A concentração de NaCl neste local é dependente do
sódio corporal total.
A Angiotensina II estimula diretamente a reabsorção de
Na+ em vários segmentos
tubulares, particularmente no túbulo proximal, onde ativa
o trocador Na+ / H+.
A Aldosterona é um hormônio esteróide sintetizado na DIURÉTICOS
zona glomerulosa do córtex da glândula suprarrenal. O São substâncias que reduzem a reabsorção renal de
fator principal no controle de secreção de Aldosterona é solutos e provocam aumento da diurese.
a Angiotensina II plasmática. Diurese: formação de fluxo urinário.
A aldosterona estimula a reabsorção de Na+ renal REDUZEM O VOLUME DO FLUIDO EXTRACELULAR.
atuando sobre as células principais do ducto coletor. A maioria dos diuréticos inibe a reabsorção
Peptídeo Natriurético Atrial (ANP): O ANP é formado por de sódio pelos túbulos renais.
28 aminoácidos. É liberado em Cafeína, café, chá, refrigerantes (inibem a reabsorção de
resposta ao estiramento atrial induzido por expansão do sódio).
volume de sangue circulante. Assim, a O álcool é diurético e inibe a secreção do ADH.
queda do volume circulatório efetivo inibe a liberação do NATRIURÉTICOS
ANP e reduz a excreção de Na+. Promovem a perda de sódio, quanto aos
O principal papel do ANP é normatizar a volemia e a Antinatriuréticos, que previnem a perda de sódio.
pressão sanguínea através dos seguintes mecanismos:
 Vasodilatação Generalizada
 Aumento da permeabilidade vascular à água
 Vasodilatação Renal
 Aumento da filtração glomerular
 Diurese e Natriurese
Em conclusão, pode-se dizer que o ANP tem muitos
efeitos sinérgicos que promovem a excreção renal de
Na+ e de água.

Hormônio Anti Diurético (ADH): O ADH responde


primeiramente ao aumento da osmolaridade plasmática.
Ele, aumentando a permeabilidade à água das porções
finais do néfron, promove a
retenção de água.
A neuro-hipófise também libera ADH em resposta a
pronunciadas quedas do volume circulatório efetivo
(como na hemorragia), sendo que uma ação secundária
do ADH, aumentando a reabsorção de Na+, é a resposta
apropriada a este estímulo

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