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O néfron
TÚBULO PROXIMAL
Possui uma porção convoluta, localizada junto ao
glomérulo, e outra porção reta, que se encontra na
região mais profunda do córtex e na mais externa da
APARELHO JUSTAGLOMERULAR medula. Epitélio simples cúbico. Células com grande
Formado pela Mácula Densa do túbulo distal, pelas quantidade de mitocôndrias (fornecem energia para o
Células Justaglomerulares próximas e pelas Células transporte ativo). Numerosos microvilos (borda em
Mesangiais Extraglomerulares (função desconhecida). A escova). Interdigitações laterais (facilitam
camada média da arteríola aferente se modifica e trocas/transporte de íons).
contém, em vez de músculo liso, células epiteliais Recebe primeiramente o ultrafiltrado. Absorve toda a
cúbicas, chamadasCÉLULAS GRANULARES ou glicose e aminoácidos, e cerca de 85% do cloreto de
JUSTAGLOMERULARES, que apresentam citoplasma sódio (transporte ativo) e da água do filtrado. Absorve
rico em grânulos que contém renina, que faz parte do também fosfato e cálcio.
sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona, que tem Transfere, do líquido extracelular para o filtrado,
papel central no balanço de Na+ e água do organismo e creatinina e substâncias estranhas ao organismo
também, por meio da Angiotensina II, na regulação do (processo ativo chamado secreção tubular).
fluxo sanguíneo renal e do ritmo de filtração glomerular.
A parede do túbulo distal convoluto dessa região possui ALÇA DE HENLE
as CÉLULAS DA MÁCULA DENSA. Essas células Esse segmento possui 3 ramos: Ramo Fino
detectam a variação do volume e composição do fluido Descendente, Ramo Fino Ascendente e Ramo Espesso
tubular distal e enviam essas informações às Células Ascendente. Participa da retenção de água.
Granulares da arteríola aferente. Um outro grupo de Parte delgada: maior porção é geral descendente.
células, denominado CÉLULAS MESANGIAIS Epitélio simples pavimentoso: é muito permeável,
EXTRAGLOMERULARES, ALMOFADA POLAR, lacis permitindo passagem livre de água, Na+ e Cl-.
cells ou polkissen, que localizam-se Parte espessa: maior porção é ascendente. Epitélio
entre as duas arteríolas e ocasionalmente também simples cúbico: é impermeável. O cloreto de sódio é
apresenta células granulares secretoras. É possível que ativamente transportado para fora do túbulo
sejam elementos de sustentação dos capilares e que
removam os resíduos que, pela filtração, ficam presos à TÚBULO DISTAL
parede do capilar glomerular. Área onde a alça de Henle penetra no córtex e torna-se
tortuosa. Ocorre saída de sódio por processo ativo e
também sai água. Adicionam íons hidrogênio, potássio e
amônia ao filtrado, sendo sua atividade importante para a
manutenção do equilíbrio acido-básico do sangue. A
saída de água é inibida pelo hormônio antidiurético
(ADH).
Epitélio simples cúbico. Células possuem pouco menos
mitocôndrias que o túbulo proximal e microvilos esparsos
e mais curtos. Sua parede se modifica quando encosta glomerulares são relativamente impermeáveis às
no corpúsculo renal: células cilíndricas, altas, c/ núcleos proteínas, assim, o líquido filtrado (chamado de Filtrado
alongados; e esse segmento modificado chama-se Glomerular) é essencialmente livre de proteínas e
mácula densa que é sensível à concentração de Na+ e desprovido de elementos celulares como as hemácias. A
Cl-. Filtração Glomerular (FG) é controlada basicamente pelo
diâmetro das arteríolas. O Sistema Nervoso Simpático
DUCTO COLETOR exerce
A urina passa dos túbulos contorcidos distais para os influencia direta por vasoconstrição, ao passo em que o
Ductos Coletores. Absorção final da água, contribuindo sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAAS) e o
para a concentração da urina. Transportam e modificam ADH desempenham papel
o ultrafiltrado do néfron para os cálices renais menores. direto no controle. A FG se dá por meio das fenestrações
Na medula se unem uns aos outros, formando tubos e dos prolongamentos dos podócitos. Mas o que faz com
cada vez mais calibrosos e se dirigem as papilas. Maior que ocorra efetivamente a filtração é a diferença
parte medular e segue seu trajeto retilíneo. existente entre a pressão hidrostática e a pressão
Epitélio simples cúbico nos túbulos mais delgados e à oncótica. A pressão hidrostática exercida pelos capilares
medida que se fundem e se aproximam das papilas suas do glomérulo faz com que o líquido e pequenos
células tornam-se cilíndricas. metabólitos tendam a passar pelas fenestrações, ao
O ADH age no ducto coletor, aumentando a reabsorção passo que as proteínas são mantidas nos vasos pela
de água, permitindo pois que o fluido tubular entre em pressão oncótica de sentido contrário às fenestrações,
equilíbrio com o interstício hipertônico. De um modo mantendo o máximo possível de proteínas na luz dos
geral, pode-se dizer que o Ducto Coletor reabsorve Na+ vasos.
e Cl- (estimulado pela A Autorregulação mantém o suprimento sanguíneo e a
Aldosterona) e secreta amônia, podendo tanto secretar FG, o que previne de um aumento da pressão renal. A
como reabsorver potássio, hidrogênio e bicarbonato. alta pressão hidrostática nos capilares glomerulares é
O ducto coletor cortical e medular externo são devido às: Arteríolas Aferentes serem largas e curtas;
impermeáveis à uréia. Arteríolas Eferentes serem estreitas e longas. Formada
então o filtrado, devido à dificuldade imposta pela
pressão oncótica, muitos metabólitos não conseguem
retornar ao vaso sanguíneo. Daí a importância da
Reabsorção tubular, que faz com que, em nível dos
túbulos renais, alguns metabólitos e uma parte da água
seja ativamente trazidos de volta para o sangue. Caso
esta reabsorção tubular não aconteça, o paciente virá a
óbito facilmente.
A taxa de filtração glomerular representa exatamente a
função do néfron, que corresponde ao ato de deixar
passar de maneira seletiva metabólitos para a excreção.
Filtração glomerular
Fluxo Sanguíneo Renal (FSR): Refere-se ao ritmo em São hormônios e autacoides que podem influenciar a FG
que o sangue flui para os rins, ou seja, os rins recebem e o Fluxo Sanguíneo Renal. Norepinefrina, Epinefrina e
cerca de 20% do débito cardíaco, o que representa um Endotelina provocam constrição dos vaso sanguíneos
fluxo sanguíneo de 1.000 a 1.200 ml/min para um renais e diminuem a FG. A Angiotensina II
homem de 70-75 kg. preferencialmente provoca constrição das arteríolas
Fluxo Plasmático Renal (FPR): Refere-se á parte do eferentes na maioria das condições fisiológicas. O Óxido
FSR que é o plasma, que é 2 dl/min. Nítrico derivado do endotélio diminui a Resistência
Filtração Glomerular por Néfron (FGn): FGn= Kf x Vascular Renal e aumenta a FG. Prostaglandinas e
Peuf, onde Kf, o coeficiente de permeabilidade Bradicininas tendem a aumentar a FG.
glomerular, é igual ao produto de k e S, sendo k o
coeficiente de permeabilidade hidráulica do capilar Papel das camadas na composição do ultrafiltrado:
glomerular, e S é a área, ou superfície filtrante de todo o
glomérulo.
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Disciplina de Fisiologia 6
Endotélio fenestrado: as células endoteliais são ricas em peritubulares, retornar ao sangue. Dessa forma, a
cargas negativas fixas o que impede a passagem de reabsorção de água e de solutosinclui uma série de
proteínas plasmáticas, mas deixando passar H2O, sódio etapas de transporte. O processo de reabsorção tubular
e pequenos solutos. renal ocorre tanto por transporte ativo como por
Membrana basal: circunda todo o endotélio sendo transporte passivo.
constituída por uma rede de fibras colágenas e Por transporte ativo as substâncias são transportadas
proteoglicanas, com amplos espaços pelo qual podem através das membranas celulares contra o gradiente de
ser filtradas grandes quantidades de H2O e solutos, concentração e esta movimentação requer gasto direto
sendo uma barreira para proteínas. de energia.
Podócitos: camada epitelial de células em forma de pés, O transporte passivo de substâncias ocorre por
sendo separadas por lacunas denominadas poros em gradiente osmótico o que não requer consumo
fenda pelo qual passa o filtrado glomerular, aqui direto de energia. A água e os solutos podem ser
monócitos e macromoléculas são filtrados. transportados através das membranas celulares
(via transcelular) ou através dos espaços juncionais entre
Peptídeo Atrial Natriurético (ANP) as células (via paracelular).
Os miócitos atriais liberam o Peptídeo Atrial Natriurético, A seguir, após a absorção, através das células epiteliais
em resposta ao aumento da pressão arterial e, então, ao tubulares, para o líquido intersticial, há o transporte,
volume circulatório efetivo. O principal efeito do ANP é através das paredes dos capilares peritubulares, para o
hemodinâmico: esse peptídeo causa pronunciada sangue, por ultrafiltração (fluxo de massa), que é
vasodilatação das arteríolas aferente e eferente, mediada por forças hidrostáticas e coloidosmóticas.
aumentando fortemente o fluxo sanguíneo renal cortical Os capilares peritubulares comportam-se de modo muito
e medular, reduzindo a sensibilidade do Balanço Túbulo semelhante às extremidades venosas da maioria dos
Glomerular. O efeito resultante é um aumento do FPR e outros capilares, visto que existe uma força reabsortiva
do RFG. Em altos níveis, o ANP diminui a pressão efetiva, que desloca o líquido e os solutos do interstício
arterial sistêmica e aumenta a permeabilidade capilar. para o sangue.
glicose não será mais reabsorvida porque os carreadores cerca de 180L/dia, as só excretamos cerca de 1,44 L por
estão lotados. Também são reabsorvidas, nos túbulos dia (média 2L), que cerca de 178 L são reabsorvidos por
proximais, por transporte ativo, outras substâncias como: dia pelos túbulos renais. Reabsorvemos 99% de água
aminoácidos, ácido úrico, bicarbonato, cálcio, fosfato, filtrada, 100% de
magnésio e sulfato, enquanto, a reabsorção de água, glicose, 50% da uréia e 99,5% do sódio. A maioria
ácidos fracos não ionizados e uréia ocorrem por desses processos ocorre nos túbulos contorcidos
transporte passivo, a favor do gradiente osmótico. A proximais. Os capilares peritubulares fornecem
reabsorção dos cloretos, por sua vez, ocorre nutrientes para o epitélio tubular e captam os fluidos
passivamente por gradiente elétrico. As proteínas, reabsorvidos por eles. A pressão oncótica é maior do
encontradas no filtrado, em quantidade reduzida, são que a pressão hidrostática, portanto ocorre reabsorção, e
reabsorvidas em quase sua totalidade por pinocitose. não filtração.
Após, reabsorvidas, as proteínas sofrem a digestão -Água e soluto saem na mesma proporção
celular, sendo os seus aminoácidos, posteriormente -Túbulo Distal: Impermeável à água
reutilizados. No RAMO DESCENDENTE DA ALÇA DE A quantidade de Na+ extracelular é cerca de 1700 mEq
HENLE é reabsorvida de forma passiva a água, para um adulto de 60Kg e apenas de 100 mEq no
enquanto no RAMO ASCENDENTE ocorre a reabsorção espaço intracelular devido à baixa permeabilidade de
de cloreto por transporte ativo e do sódio e da uréia por sódio da maioria das membranas e extrusão ativa de
transporte passivo. No RAMO ASCENDENTE não ocorre sódio pela bomba Na+ / K+ que é ubiquitária (que pode
a reabsorção de água porque este segmento é estar em vários lugares ao mesmo tempo).
impermeável à água.
Nos TÚBULOS DISTAIS são reabsorvidos por transporte
passivo água e uréia. O transporte passivo do sódio
depende da ação da aldosterona enquanto o da água
depende do hormônio antidiurético. (ADH/ Vasopressina)
A reabsorção de água nos TUBOS COLETORES
também depende do hormônio
antidiurético.
A secreção tubular proximal de substâncias que se
encontram nos capilares peritubulares para a luz dos
túbulos se constitui em importante meio de eliminação de
material não filtrado pelos glomérulos e manutenção do
equilíbrio ácido base. É através da secreção tubular renal
que os de íons de hidrogênio em excesso são eliminados
e o pH normal do sangue é mantido. Outras substâncias
que não são filtradas pelos glomérulos porque se
encontram ligadas a proteínas plasmáticas se dissociam
das mesmas nos capilares peritubulares e são
transportadas para o filtrado pelas células tubulares
proximais, principalmente. São também secretados nos Túbulo proximal
túbulos contornados distais uréia, creatinina e ácido úrico - 65% do Na+ e água filtrados são reabsorvidos ao longo
do túbulo proximal;
- A concentração de Na+ no fluido tubular permanece
constante até ao final do túbulo
proximal;
- A osmolalidade do fluído tubular proximal diminui
ligeiramente relativamente ao plasma;
REABSORÇÃO PERITUBULAR de ÁGUA e SÓDIO - A concentração de Cl- aumenta e a de HCO3-
- diminui ao longo do túbulo proximal.
A reabsorção peritubular é de fundamental importância Os Túbulos Proximais reabsorvem em torno de 65% do
para a nossa sobrevivência. É sódio,
mais relevante ainda quando observamos que a cloreto, bicarbonato e potássio filtrados, e praticamente
quantidade de líquido filtrada pelos rins é de toda a glicose e aminoácidos filtrados. Os túbulos
essenciais. Para cada classe de aminoácido, existe um pelos vasa recta, sendo novamente filtrada e lançada na
transportador específico. luz tubular.
Reabsorção de Cloro:
Quando o sódio é reabsorvido através da membrana
celular para o capilar peritubular, ou seja, para fora do
lúmen deixa o mesmo com uma carga negativa, o oposto
ocorre com liquido intersticial que devido ao influxo de
sódio fica com carga positiva, esta diferença de carga faz
com que o cloro (Cl-) que devido a sua carga negativa e
atraído pela carga positiva do sódio para fora do lúmen,
através da via paracelular (através da junção aberta).
Reabsorção de Bicarbonato:
Nas escovas das células epiteliais renais, tanto do lado
interno quanto do lado externo existe a enzima anidrase
carbônica.
-O sódio é reabsorvido junto com o a glicose ou
aminoácidos, o restante do sódio é transportado do
lúmen tubular para as células por mecanismos de
contratransporte;
-Mecanismo de contratransporte: reabsorve sódio,
enquanto secreta outras substancias para o lúmen
tubular geralmente íons H+ ou seja, influxo de sódio e
secreção de hidrogênio esta secreção propicia a
formação de água e CO2 no lúmen.
O CO2 é permeável à membrana celular, ocorrendo
então o seu influxo para dentro da célula, dentro da
célula o CO2 se combina com H2O.
O íon H+ sai da célula através do contratransporte, com
o influxo de sódio.
CLEARENCE RENAL
O Clearence de uma substância indica o volume virtual
Reabsorção de Potássio:
de plasma que fica livre da substância,
O K+ é o principal cátion intracelular e seu metabolismo
Em determinada unidade de tempo, assim o clearance
é fundamental para a manutenção da vida. Quando o
de uma substância é também denominado DEPURAÇÃO
potássio é jogado na luz do túbulo, necessita ser
PLASMÁTICA DA SUBSTÂNCIA. O Clearence pode ser
reabsorvido de modo que a calemia mantenha valores
aplicado ao organismo inteiro, ou em apenas um órgão.
regulares entre 3,0 e 5,5 mEq/L.
Para o conhecimento do CLEARENCE RENAL de uma
O K+ é reabsorvido em nível dos túbulos proximais e no
dada substância, basta medir a quantidade absoluta da
ramo da alça de Henle (onde há o transportador triplo:
substância excretada na urina por minuto e relacioná-la
que reabsorve Na+, K+ e Cl- e é secretado nos túbulos
com sua concentração plasmática:
distais e coletores corticais. O responsável pelo controle
da calemia é a Aldosterona
Recirculação da Uréia:
Mecanismo pelo qual alta concentração de uréia é
mantida na medula (1) à custa da sua difusão da luz do
ducto coletor edular interno para a papila e reabsorção
ao nível da porção fina ascendente da alça de Henle
(etapas 1 a 7) e (2) à custa da sua retirada do interstício
-Na solução hipotônica, a água se move para dentro da do plasma, sendo necessário diluir o filtrado para
célula. excretar o excesso de água e concentrar o filtrado para
-Na solução hipertônica, a água se move para fora da conservar água.
célula. Como diluir o filtrado? Reabsorvendo solutos. No túbulo
-Íon osmoticamente ativo do FEC: Na+ // e no FIC: K+ contorcido proximal (TCP) o líquido filtrado se mantém
isosmótico em relação ao plasma,devido a igual
reabsorção de solutos e água.
medulares (vasa recta) originam-se das arteríolas diurese daí resultante geralmente não afeta os níveis
eferentes dos nefrons plasmáticos de H+ ou K+.
justamedulares e dispõem-se em contracorrente: descem Níveis normais de ADH levam à produção de cerca de
para a medula e ascendem em direcção ao córtex. Ao 1litro/dia de urina concentrada.
longo dos capilares descendentes o sangue fica Quando há pouca ingestão de água ou a sudorese é alta,
progressivamente mais concentrado, uma vez que os os níveis plasmáticos de ADH se
vasa elevam e o fluxo de urina diminui, chegando até 0,2
recta são altamente permeáveis à água e solutos. Nos ml/min ou 300 ml/dia.
ascendentes, o sangue torna-se progressivamente Em outras palavras, o ADH é um peptídeo de 8 aa
menos concentrado (à medida que os solutos voltam sintetizada por neurônios dos núcleos supra-óptico e
para o interstício e a água entra para os capilares. O paraventricular do hipotálamo. É armazenada nos
resultado final é a manutenção da alta osmolalidade e terminais axonais ao nível da hipófise posterior. É
tonicidade da libertada para a circulação sistêmica a partir deste local.
medula renal. O seu duplo nome deve-se aos seus dois principais
efeitos:
-Osmorregulação- efeito antidiurético - ocorre via receptores V2 e com
A osmolaridade plasmática se mantém notavelmente concentrações plasmáticas
constante entre 280 a 295 mOsm/l e relativamente baixas;
constitui o fator mais importante na regulação da efeito vasoconstritor - é mediado por receptores V1 e
secreção de ADH. ocorre com concentrações plasmáticas superiores.
Os osmorreceptores (células osmoticamente sensíveis) A sua libertação é controlada por osmorreceptores
estão localizados em contiguidade aos núcleos supra- (presentes no hipotálamo) e por barorreceptores
ópticos, no hipotálamo anterior e são distintas daquelas periféricos. Um aumento da osmolalidade plasmática
que regulam a percepção da sede, as quais estão muito acima dos 280 mOsm/Kg provoca um aumento nos
próximas e parcialmente superpostas. níveis plasmáticos da ADH. A sede é estimulada a
ADH ou Hormônio Antidiurético (também conhecido por osmolaridades superiores como segunda linha de defesa
Arginina-Vasopressina), tem o contra a hiperosmolalidade.
papel de conservar a água corporal e regular a
tonicidade dos líquidos corporais. Efeitos da ADH:
Alterações na osmolaridade do líquido tubular, à 1) Redução do fluxo urinário e aumento da osmolalidade
medida que ele passa pelos diferentes segmentos da urina (faz a ligação fisiológica
tubulares, na presença de altos níveis de ADH e na entre as osmolalidades plasmática e urinária)
ausência desse hormônio. 2) Aumento da permeabilidade à água do epitélio do
ducto coletor (10 a 20 vezes)
ADH (Hormônio Anti Diurético) Ao nível do ducto coletor, a ADH liga-se ao receptor V2
A permeabilidade à água do segmento final do presente na membrana basolateral, o qual conduz à
túbulo distal e do ducto coletor é regulada pelo formação de AMPc que ativa a proteína cinase A; esta
hormônio antidiurético (ADH). leva à produção de aquaporinas tipo 2 (por intermédio da
O hormônio antidiurético (ADH) é um hormônio protéico fosforilação de proteínas ainda desconhecidas) que são
produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A inseridas na membrana apical aumentando assim a
partir da neuro-hipófise o ADH é liberado para o sangue. permeabilidade à água das células epiteliais do ducto
A principal ação do ADH é regular a tonicidade do fluido coletor.
extracelular, aumentando a permeabilidade à água dos
epitélios do túbulo distal, túbulo coletor e ducto coletor.
O ADH aumenta a permeabilidade à água pela
abertura dos poros nas células epiteliais do ducto
coletor. Pode-se dizer que o ADH é o hormônio da
conservação da água.
Algumas substâncias podem atuar como inibidora da
secreção do hormônio antidiurético, tais como, o álcool, a
cafeína e a água. Entretanto, como o ADH atua sobre a
região coletora do túbulo distal e do ducto coletor, a
CENTROS DA SEDE
Situada anterolateralmente no núcleo pré-óptico, existe
outra área diminuta que, quando estimulada
eletricamente, provoca sede imediata que continua
enquanto durar a estimulação.
Os neurônios do centro da sede respondem a injeções
de soluções salinas hipertônicas, por estimular o
comportamento de ingestão de água. É quase certo que
essas células atuem como osmorreceptores, ativando o
Formação da urina diluída quando os níveis de ADH são
muito baixos. O líquido tubular do ramo ascendente da
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Disciplina de Fisiologia 14
mecanismo da sede, da mesma forma como os Quando há uma diminuição do volume circulante
osmorreceptores estimulam a liberação de ADH. (hipovolemia), a hipoperfusão renal estimula
Um dos estímulos para a sede mais importantes o aparelho justaglomerular a secretar RENINA,
consiste: responsável por converter ANGIOTENSINOGÊNIO
Na Osmolaridade elevada do líquido extracelular, que (produzido pelo fígado) em ANGIOTENSINA I. Esta sofre
promove a desidratação ação de uma enzima produzida pelos pulmões
intracelular nos centros da sede, estimulando o desejo denominada ENZIMA CONVERSORA DE
de beber. ANGIOTENSINOGÊNIO (ECA, ou em ingês, ACE),
Na baixa do volume do líquido extracelular e da convertendo-se em ANGIOTENSINA II. A Angiotensina II
pressão arterial. será responsável por exercer 3 ações:
Angiotensina II, auxiliando no restabelecimento da 1) Estimular o centro da sede no Hipotálamo (área lateral
pressão e do volume sanguíneo, do mesmo) para aumentar a volemia.
Ressecamento da boca e das mucosas do esôfago. 2) Em nível renal, diminuir a excreção de sódio e de
Estimulos gastrointestinais e faríngeos. água, na tentativa de aumentar a pressão sanguínea e a
volemia.
HIPERTONICIDADE MEDULAR 3) Estimular a Adrenal a sintetizar e secretar
A formação da Hipertonicidade Medular deve-se a duas ALDOSTERONA, também responsável por diminuir a
propriedades do ramo ascendente da alça de Henle excreção de sódio e água (estimulando a
(tanto em sua porção grossa como a fina): reabsorção de reabsorção dos dois).
Cloreto de Sódio e impermeabilidade à água. Portanto, o eixo Renina-Angiotensina-Aldosterona é
O mecanismo de reabsorção de NaCl sem reabsorção responsável por promover uma hipertensão fisiológica, e
de água pelo ramo ascendente é chamado Efeito é ativado em condições de Hipovolemia.
Unitário do Sistema Contracorrente.
Os ductos coletores medulares internos também
reabsorvem ativamente NaCl, mas sua contribuição mais
importante para a hipertonicidade medular é a
reabsorção de uréia.
Embora os ductos coletores corticais e medulares
externos sejam impermeáveis à uréia, a
porção terminal do ducto coletor medular interno (DCMI)
é altamente permeável à uréia graças ao transporte de
uréia mediado por um carreador. A permeabilidade à
uréia no DCMI terminal é favorecida pelo ADH, que
acentua esse processo de transporte de uréia facilitado.
Assim sendo, a uréia é conservada no liquido tubular ate
alcançar o DCMI terminal profundamente na medula, ALDOSTERONA
onde a reabsorção de uréia para o liquido intersticial é Secretada pelas células da zona glomerulosa do córtex
moderada adrenal, é regulador importante da reabsorção de sódio e
pelo ADH, de maneira que, quando as condições exigem da secreção de potássio pelos túbulos renais.
maior concentração de água (aumento da concentração O primeiro sítio tubular renal da ação da Aldosterona é o
de urina), a reabsorção de uréia é favorecida. Conjunto das Células Principais do Túbulo Coletor
Cabe aos vasos retos, que caminham ao longo das Cortical.
estruturas tubulares medulares, remover do interstício O mecanismo pelo qual a Aldosterona aumenta a
medular o cloreto de sódio, a uréia e a água reabsorção de sódio enquanto, ao mesmo tempo,
acrescentados ao interstício pelas diferentes porções aumenta a secreção de Potássio é por estimulação da
tubulares medulares. A geração da hipertonicidade e a bomba Na+/K+ ATPase, na face basolateral da
diluição do liquido tubular nos segmentos distais de membrana do túbulo coletor cortical. A Aldosterona
néfrons determinam o estagio para a eliminação de urina também aumenta a permeabilidade ao sódio da face
concentrada ou diluída, conforme garantido pelo estado luminal da membrana.
do volume de liquido Os estímulos mais importantes para a Aldosterona são:
Concentração de Potássio Extracelular aumentada
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA
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Níveis de Angiotensina II elevados, o que ocorre, expansão do volume extracelular que sinaliza ao rim
geralmente, em condições associadas à depleção de para aumentar sua taxa de excreção de Na+.
sódio e de volume ou pressão sanguínea baixa. Uma dieta com sódio elevado é caracterizada por um
aumento de volume do FEC e da excreção de sódio, e
REGULAÇÃO DO VEC (Volume Circulatório Efetivo): uma dieta com sódio baixo, pela queda do volume do
HOMEOSTASE DE SÓDIO FEC e da excreção de sódio.
O conteúdo corporal de Na+ é o mais importante Sensores de volume e variáveis dependentes do volume:
determinante do volume de FEC (Fluido Extracelular), O volume plasmático determina a magnitude de algumas
pois o Na+, associado aos ânions Cl- e HCO3-, é o variáveis hemodinâmicas.
principal constituinte osmótico do FEC; assim, quando o 1) Modificações no volume plasmático causam
Na+ se move, a água se move com ele. alterações diretas na tensão da parede de certas
Como o organismo normal mantém a osmolaridade do estruturas vasculares – veias intratorácicas, aurículas e
FEC dentro dos limites estreitos (cerca de 290 +ou- 4 ventrículos – que possuem terminais nervosos sensíveis
mOsm/Kg), o conteúdo de Na+ corporal total, que é ao estiramento. Através do nervo vago, os impulsos são
controlado pelos rins, é o principal determinante do processados nos centros cardiovasculares no tronco
volume de FEC. cerebral.
Em condições isotônicas, o volume do FEC é 2) Alterações no retorno venoso, enchimento cardíaco e
determinado pela massa de solutos extracelulares: como débito cardíaco provocam modificações na pressão
os sais de Na+ são o soluto extracelular mais abundante, arterial que são detectadas pelos barorreceptores
o FEC aumenta quando o conteúdo corporal de Na+ arteriais no arco aórtico e seio carotídeo. Os impulsos
aumenta e diminui quando este diminui. atingem os centros cardiovasculares através dos nervos
vago e glossofaríngeo.
Volume Circulatório Efetivo: 3) Alterações no volume plasmático são detectadas pelo
Corresponde a parte do fluido extracelular que está complexo justaglomerular (sensível à concentração de
contida no espaço vascular que, efetivamente, perfunde NaCl no fluido tubular e à pressão na arteríola aferente)
os tecidos em geral e varia diretamente com o volume do que atua localmente, modificando a secreção de Renina
fluido extracelular.
As ações renais do Peptídeo Natriurético Atrial,Nervos
Balanço de sódio: Simpáticos, Sistema Renina-
Angiotensina-Aldosterona e do ADH para manter a
Ingestão média de sódio: 159 mEq de sódio por dia. homeostase de sódio: Atividade Simpática Renal: A
Excreção média na urina: 159 mEq de sódio por dia = expansão do Volume Extracelular reduz a atividade
balanço zero de sódio simpática renal, o que conduz ao aumento da excreção
Absorção de sódio ingerido é feita principalmente por via de Na+. A depleção do VEC aumenta a
intestinal, no jejuno (pouco no Íleo e atividade simpática renal, estimulando a reabsorção de
no Cólon). Eliminação se dá através da URINA, fezes e Na+ por efeito tubular direto e por vasoconstrição.
suor A inervação simpática reduz o fluxo sanguíneo renal,
causando queda da excreção renal de Na+. No outro
caminho efetor, a neuro-hipófise aumenta a
secreção de ADH, elevando a retenção renal de
Reabsorção do sódio: água. Entretanto, esta via torna-se ativa somente
65-70% de sódio filtrado é reabsorvido pelo túbulo após grande queda do Volume Circulatório Efetivo.
contorcido proximal, 20-25% pela porção ascendente da Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona: A Renina
Alça de Henle, 5% no túbulo distal, 3% no túbulo coletor. é uma enzima sintetizada e libertada
Cerca de 99,5% do sódio filtrado é reabsorvido pelos pelas células granulares (células musculares lisas
rins. modificadas localizadas na média das arteríolas
Explicar a mudança no volume de compartimentos por aferentes renais) que integram o complexo
ganho ou perdas de Na+: justaglomerular.
O Volume intracelular não aumenta porque não há força A Renina degrada o Angiotensinogênio (proteína
osmótica para a água atravessar a membrana celular (ou circulante produzida no fígado e rins) em Angiotensina I
seja, a osmolaridade celular está normal). É a moderada que, por sua vez, é convertida em Angiotensina II pela
enzima de conversão da angiotensina (ECA-ACE). O