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Biofísica renal

Estrutura e função dos rins

Biofísica – Medicina Veterinária


FCAV/UNESP/Jaboticabal
Sistema renal
Múltiplas funções

• Regulação do balanço hídrico (Filtração diária de 180 L do plasma,


eliminação de 1 a 2 L de urina);
• Regulação do balanço eletrolítico (íons Na+, K+, Mg+2, Cl-, HCO3-,
HPO42-);
• Regulação do equilíbrio acidobásico (pH) (excreção de radicais
ácidos e conservar bases);
• Excreção de produtos metabólicos (uréia, creatinina, ácido úrico) e
produtos químicos;
• Regulação da hemodinâmica renal e sistêmica: ação hipertensora e
hipotensora;
• Produção de hormônios (renina, eritropoietina, vitamina D);
• Participação na regulação do metabolismo ósseo de cálcio e fósforo:
metabolismo da vitamina D.
Regulação do fluido corporal

Homem – 70 kg
Manutenção dos fluidos corporais

PRESSÃO OSMÓTICA
força determinada pelo número de partículas de soluto (independente de
tamanho, massa ou valência) de uma solução, entre compartimentos separados
por membrana permeável à água, mas impermeável ao soluto

PRESSÃO ONCÓTICA ()


Pressão osmótica gerada por macromoléculas (especialmente proteínas) em
solução
Organização geral dos rins e sistema urinário
Organização geral dos rins e sistema urinário
Circulação sanguínea dos rins

Néfron
Estrutura dos rins

Córtex
Córtex
Medula
e
Cálices
Medula
Papilas
Pelve
Néfron
Ureter
Néfron – segmentos tubulares
2
Unidade filtradora do rim

4 1

Número de néfrons/rim

Humano: 1.000.000
Gato: 190.000 5
Suínos: 1.250.000
Cão: 400.000-415.000
Bovinos: 4.000.000
Segmentos do néfron (morfologia)
Microcirculação dos néfrons
Néfrons corticais e justa-medulares
Estrutura do glomérulo (corpúsculo renal) e cápsula glomerular
filtrante

Mácula densa

As células da mácula densa


(localizadas no complexo
justaglomerular) são sensíveis ao
fluxo tubular e segretam
substâncias vasoconstritoras ou
vasodilatadoras que atuam na
arteríola aferente.
Morfologia do corpúsculo renal

Sustentação
do glomérulo
Estrutura do glomérulo e cápsula glomerular filtrante

A barreira de filtração
glomerular é composta por 3
elementos básicos:
• Células endoteliais;
• Membrana glomerular
basal (proteínas carga
negativa
• Podócitos (pedicelos)

Seletividade da barreira

• Peso Molecular: > 5000Da tendem a ficar retidos;


• Raio molecular efetivo;
• Carga elétrica: algumas estruturas na barreira de filtração tem carga negativa
(proteínas aniônicas) – íons/compostos de carga positiva são incluídos na composição do
ultrafiltrado, mas os de carga negativa tem maior dificuldade, sendo mais retidos.
Barreira que separa a luz capilar da cavidade da cápsula glomerular
Três componentes básicos da função renal

Processos que
determinam a
formação da urina

1) Filtração glomerular
2) Reabsorção tubular
3) Secreção tubular

Urina – subproduto
da função renal
Caminhos de uma substância após filtração glomerular
Os mecanismos básicos renais

1) Filtração glomerular
Membrana filtrante – permeável a moléculas de até 5.000 D

Ex. albumina (67.000 D) – 250 vezes menor no filtrado que no plasma (4g %/ 250 =
0,015g %)

Filtrado virtualmente isento de proteínas


Formação do filtrado

Composição do filtrado
Sangue que sai na arteríola eferente é
mais concentrado em proteínas.

Moléculas menores se equilibram entre


setor urinário (filtrado) e setor sanguíneo
(sangue)
Forças físicas na filtração

10 mm Hg
Nefrologia
Indicadores de função renal

Fluxo renal plasmático - FRP

Taxa de filtração glomerular - TFG


Fluxo renal plasmático - FRP

FRP - Quantidade de plasma que entra pela artéria renal (mL/min)

Adulto humano: FRP = 600 mL/min

Se o hematócrito for = 45%, o volume do plasma = 55%

FRS – Fluxo renal sanguíneo

55%/600 = 100%/FRS ; FRS = 1.100 mL/min

Considerando o volume total de sangue do organismo = 5.600 mL

20% do sangue total passa pelo rim a cada minuto.

Circulação muito ativa: 2 rins representam 0,5-1% da massa corporal


Taxa de filtração glomerular - TFG

TFG – volume plasma filtrado por min (21% do FRP – fluxo renal plasmático)

TFG = 600 mL/min x 21 = 125 mL/min


100

TFG em 24 h = 125 x 60 x 24 = 180.000 mL/24h

180 L !!!!!! Quanto urinamos por dia? 1 a 2 L.

99 % do que o rim filtra é reabsorvido.

FEP – fluxo eferente plasmático (volume de plasma que sai na artéria eferente)

FEP = FRP – TFG [FEP = 600 mL/min - 125 mL/min = 475 mL/min]
Visão geral da função renal: transporte ao longo do néfron
Reabsorção e secreção tubular

Substâncias e locais do néfron


Onde ocorrem reabsorção
e secreção ?

Reabsorção de 65% de Na+, Cl-,


HCO3 e K+ e 100% de glicose e
Túbulo proximal amino-ácidos

Secreção de ácidos orgânicos,


bases e H+ para luz tubular
Onde ocorre reabsorção e
secreção ?

Alça de Henle

Reabsorção de 25% de Na+, Cl- e


K+ e Ca++, HCO-3 e magnésio

Secreção de H+ para luz tubular


Onde ocorre reabsorção e
secreção ?

Reabsorção de Na+, Cl-, Ca++ e


Mg++

Secreção de H+ para luz tubular

Reabsorção de Na+, K+, Cl-, HCO-3 e


e Ca++ e Mg++.

H2O (ADH)

Secreção de H+, K+ para luz tubular

Túbulo distal
Onde ocorre reabsorção e
secreção ?

Reabsorção de Na+, Cl-, uréia e


HCO3-. H2O (ADH)
Secreção de H+ para luz tubular
Túbulo coletor
Tipos de transporte de membrana durante a formação da urina

Reabsorção da
água e solutos
filtrados
Tipos de transporte de membrana durante a formação da urina

Reabsorção da
água e solutos
filtrados
Transporte ativo: primário e secundário

Importância do sódio nos


transportes tubulares

Reabsorção da
água e solutos
filtrados
Reabsorção de sais e água

Gradiente
elétrico
Mecanismo de reabsorção
no túbulo proximal

Sódio

Moléculas passam da membrana


apical para a membrana
basolateral em direção ao
capilar

1) Transporte acoplado de glicose


e sódio
2) Transporte ativo de sódio
3) Difusão facilitada de glicose
4) Difusão simples de glicose,
potássio e sódio
Reabsorção tubular proximal da água

Saída de solutos (especialmente Na) origina gradiente osmótico do lúmen


do túbulo – espaço intersticial - sangue

Pressão hidrostática Pressão coloidosmótica intra-vasal (proteínas)


Reabsorção tubular da água

Transporte passivo

1) 80% do volume de água (túbulo proximal)

2) Pequena proporção é reabsorvido na alça descendente de Henle

3) O resto do volume a ser reabsorvido – túbulo distal e túbulo coletor

Hormônio anti-diurético
pH da urina

Está relacionado à reabsorção de Na+ e à secreção de H+.

Íon bicarbonato do filtrado é impermeável – secreção de H+, que transforma


HCO3- em CO2 e H2O

Efeito tampão do fosfato e amônia


Ramo ascendente espesso da Alça de Henle

Reabsorção:
Na+
K+
Cl-
Transporte máximo de reabsorção

Parâmetro fundamental em nefrologia

• Capacidade máxima de reabsorção de uma substância.

Exemplo da importância de sua determinação:

1) Glicose – 100% reabsorvida, mas em diabéticos ela aparece na urina

Concentração plasmática excede a


capacidade máxima de reabsorção do rim

Limiar renal plasmático (LRP)

Glicose – homem – 180 mg %


Secreção tubular

Secreção de ácidos orgânicos, bases, H+, medicamentos, drogas tóxicas


Secreção tubular K+ ou H+

Dependência da
reabsorção do Na+
Secreção tubular de K+

Estimulação da aldosterona

K+ excretado é resultado da secreção


Mecanismo multiplicador de contra corrente

Sistema de trocas onde dois fluxos caminham em sentidos opostos

Onde ocorre nos rins. Qual o princípio do mecanismo?

• Entre túbulos / alças e vasos sanguíneos

• Difusão de água e eletrólitos entre os dois setores (simultâneo)

Por que o mecanismo de contra corrente?

• Controle da osmolaridade sanguínea pela eliminação de substâncias na


urina
Relação física de túbulos
e vasos

O fluido tubular ao
passar pelo ramo
descendente vai se
concentrando em
direção à curva da
alça e ao atingir a
porção ascendente
vai sendo diluído até
hipotonicidade – no
túbulo distal
Alça de Henle: Mecanismo de contracorrente

Figure 25.14
Concentração osmótica

- Humanos, bovinos, suínos: poucas alças longas (1/3 a 1/5 do


total);

- Cães, gatos, coelhos, ovelhas e cabras: muitas alças longas;

- Rato canguru: urina com osmolaridade até 6000-8000 mOsm/kg

- Castor: só néfrons com alças curtas → não concentra sua urina


- Aves: alguns néfrons têm alça de Henle e outros não

- Aves marinhas: glândula de sal

De modo geral, quanto mais comprida a alça de Henle, maior a


habilidade de concentrar urina
Papel da uréia na formação da urina

Saída do sódio (2/3)


na alça de Henle e de
uréia (1/3) do túbulo
coletor criam
hipertonicidade do
meio intersticial para
a reabsorção da água
Papel da uréia na formação da urina
Visão geral da função renal: transporte ao longo do néfron

Ureia
Locais de ação de anti-diuréticos
Curiosidade médica – interesse científico na nefrologia

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