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MOVIMENTO I:
ANATOMIA E
FISIOLOGIA
Introdução
O início dos estudos de anatomia humana data de centenas de anos a.C.
e, com o passar do tempo, houve sua evolução juntamente ao desenvol-
vimento de melhores métodos para a dissecação de corpos e a migração
do estudo em animais para seres humanos. Por meio deles, pode-se
compreender melhor como o corpo humano é constituído e as células
que compõem os órgãos, os quais formam sistemas presentes no interior
das cavidades anatômicas. Assim, torna-se possível combater doenças
e melhorar não somente os níveis de saúde, como também preservar
e propiciar melhores condições para aumentar a expectativa de vida.
Neste capítulo, você estudará os aspectos históricos e a evolução da
anatomia, as particularidades do seu estudo e as principais cavidades
do corpo para compreender suas funções.
Anatomia humana
A anatomia é o estudo micro e macroscópico da estrutura física dos seres
orgânicos, no qual se considera seu formato e sua disposição. Tal palavra se
originou do latim anátomo, que tem sua definição criada pelos gregos, de
modo que ana significa por meio de; e tomos, corte. Portanto, pode-se afirmar
2 Introdução ao estudo da anatomia
que ela é a ciência que, por meio de corte e dissecação do corpo, seja humano,
animal ou vegetal, busca conhecer sua estrutura interna. A anatomia também
se trata de um ramo da medicina que estuda a forma e a estrutura dos diferentes
elementos que constituem o corpo humano.
Os primeiros estudos sobre anatomia datam de centenas de anos a.C.,
quando se iniciaram as primeiras dissecações em animais, mas com o passar do
tempo e a necessidade de se identificar a causa da morte de alguns indivíduos,
seja por uma questão criminal ou pela posição que ocupava na sociedade, foi
necessária a evolução nas dissecações e na análise das causas de morte. Nesse
sentido, houve a evolução nos estudos anatômicos e nos modos de dissecar
organismos vivos.
Anatomia moderna
Em meados de 1600, iniciou-se um terceiro período na história da anatomia
humana no momento em que o médico inglês William Harvey conseguiu
realizar uma combinação da anatomia italiana com a ciência experimental
característica da Inglaterra.
No ano de 1628, William publicou o Exercitatio Anatomica de Motu Cordis
et Sanguinis em Animalibus, cuja tradução é estudo anatômico da movimenta-
ção do coração e do sangue em animais. Pode-se dizer que esse livro explorou
o sistema circulatório, porque demonstrou como o sangue é bombeado em
6 Introdução ao estudo da anatomia
raios X, que são aplicadas ao estudo das células, descrevem suas estruturas
íntimas em nível molecular.
A evolução da ciência veio com a evolução tecnológica e, atualmente, existe
a possibilidade de estudar anatomia em pessoas vivas por meio de técnicas
de imagem, como a radiografia, endoscopia, angiografia, tomografia axial
computadorizada, tomografia por emissão de positrões, imagem de ressonância
magnética nuclear, ecografia, termografia, entre outras. Portanto, estudar
anatomia significa analisar as estruturas do corpo humano. Segundo Marieb
e Hoehn (2009, p. 2), “[...] a anatomia estuda a estrutura das partes do corpo
e suas relações. Ela tem um certo atrativo, pois é mais concreta. As estruturas
do corpo podem ser vistas, sentidas e examinadas de perto; não é necessário
imaginar o que elas parecem”.
possui uma grande densidade hídrica; e mista, em que se tem pele graxa na
zona central do rosto e alípica nas bochechas.
Em relação à perda de líquidos e sua excreção, há outro sistema muito
importante para o funcionamento do corpo, o linfático, que possui uma com-
posição semelhante ao circulatório, porém, em vez de transportar e atuar com
o sangue, ele age com a linfa. Portanto, o sistema linfático é uma rede de
vasos que transporta a linfa pelo organismo, atuando juntamente ao sistema
imunológico e na proteção das células imunes.
Esse sistema é composto de baço, linfonodos (nódulos linfáticos), tonsilas
palatinas (amídalas), tonsila faríngea (adenoides) e timo. Pelo fato de produzir
linfócitos, alguns autores consideram a medula óssea um órgão pertencente
ao sistema linfático. Seus órgãos possuem uma organização responsável por
suportar a circulação dos linfócitos A e B entre outras células imunológicas,
como macrófagos e células dendríticas, por isso, em algumas situações, esse
sistema atua no combate aos organismos estranhos, como o pólen.
O sistema linfático ainda atua na absorção dos ácidos graxos, realizando o
equilíbrio dos fluidos presentes nos tecidos. Porém, você deve estar atento ao
fato de que ele não é o único responsável por regular os líquidos do organismo,
pois essa função também cabe ao sistema renal.
O sistema renal, ou urinário, é constituído de rins e vias urinárias, como
os ureteres, a bexiga e a uretra. Com essa composição, uma de suas funções
se trata da produção e eliminação da urina, em que realiza uma filtração de
impurezas do sangue no organismo — os líquidos expelidos pelo sistema lin-
fático são diferentes dos expelidos por ele. Portanto, os rins fazem a regulação
do volume e da composição química do sangue, mantendo o equilíbrio dos
sais minerais, da água, dos ácidos e das bases do corpo.
Esse sistema ainda é responsável pela gliconeogênese no período de jejum;
pela produção dos hormônios renina, que atua nos rins como uma enzima que
auxilia na regulação da pressão sanguínea e na função renal, e eritropoietina, a
qual estimula a produção dos eritrócitos; e por metabolizar a vitamina D para
o seu modo mais ativo no organismo. Além da sua relação com o linfático, ele
também está próximo e se relaciona com o sistema reprodutor.
O sistema reprodutor também é conhecido como genital e, diferentemente
dos demais sistemas (que logo quando a pessoa nasce, são responsáveis por
realizar ações para o seu desenvolvimento e sua manutenção), fica em stand by
até o indivíduo chegar à puberdade. Ele pode ser constituído de duas formas, o
masculino e o feminino, definindo o sexo e sendo responsável pela reprodução
dos seres vivos. Na sua composição, o sistema reprodutor masculino se constitui
de testículos, que podem ser chamados de gônadas (as sementes), epidídimos,
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não será mais utilizado no organismo. Assim, pode-se dizer que os locais
de produção de enzimas, ou das demais secreções produzidas pelos órgãos
acessórios externos do TGI, são chamados de locais de digestão química. Na
Figura 6, você pode conferir como é o sistema digestório.
Cavidade dorsal
A cavidade dorsal do corpo humano é formada pela cavidade craniana, cons-
tituída de ossos que compõem o crânio, o encéfalo e suas membranas, que
se chamam meninges. Ainda faz parte dela o canal vertebral, que contém a
coluna vertebral, a medula espinhal e a raiz dos nervos espinhais. Ela fica
localizada na parte superior e dorsal do organismo.
Para saber mais sobre a cavidade craniana, sua composição e os substratos energéticos,
assista ao vídeo no link a seguir.
https://qrgo.page.link/sUhx
Cavidade ventral
A cavidade ventral do corpo humano é formada pelas cavidades torácica e
abdominopélvica. A primeira se compõe de cavidade pleural, pericárdica e
mediastino; já a segunda, de cavidade abdominal e pélvica, como você pode
conferir na Figura 8.
Na cavidade ventral, suas paredes, as superfícies externas e os órgãos são
recobertos por uma membrana muito fina, denominada serosa. Portanto, a
membrana que reveste essas paredes é conhecida como serosa parietal, que
dobra sobre si mesma formando a serosa visceral, a qual reveste os órgãos
que estão dentro da cavidade.
A cavidade torácica é separada pela cavidade abdominal e pelo diafragma,
nela, há as cavidades pleurais, que têm a função de receber e ter no seu interior
os pulmões. Ela fica entre as pleuras visceral e parietal, na qual existe um
líquido lubrificante. Além da pleural, tem-se a cavidade pericárdica, que se
localiza em torno do coração, cercando este e os grandes vasos, e apresenta
uma camada fina de tecido conectivo, composto de pericárdio parietal, formado
por fibras, e de pericárdio visceral, que tem a composição mais serosa e é
responsável por cobrir a superfície externa do coração.
Figura 8. Representação da cavidade abdominopélvica.
Fonte: Tortora, e Derrickson (2017, p. 18).
Introdução ao estudo da anatomia
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22 Introdução ao estudo da anatomia
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 1072 p.
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2009. 904 p.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia.
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 704 p.
VANPUTTE, C.; REGAN, J.; RUSSO; A. Anatomia e fisiologia de Seeley. Porto Alegre: AMGH;
Artmed, 2016. 1264 p.
Leituras recomendadas
BECKER, R. O. et al. Anatomia humana. Porto Alegre: Sagah, 2018. 560 p.
BEHNKE, R. S. Anatomia do movimento. Porto Alegre: Artmed, 2014. 344 p.
TANK, P. W.; GEST, T. R. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre, Artmed, 2009. 448 p.