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Introdução à Anatomia Humana

UNIDADE 1
UNIDADE 1

DISCIPLINA: INTRODUÇAO À ANATOMIA HUMANA

Para início de conversa


Olá caro (a) aluno (a)! Tudo bem?

Bem-vindo(a) à disciplina de Anatomia Humana. Nesta unidade, vamos investigar o


corpo humano, conhecendo as suas fascinantes estruturas, e como elas se organizam
para funcionar tão bem.

Você irá estudaramos um sistema de cada vez, mas é importante lembrar que eles não
funcionam de maneira independente no nosso corpo, e sim em conjunto.

Orientações da Disciplina
Antes de compreender as estruturas desta “maquinaria” você deverá conhecer alguns
termos anatômicos importantes para descrever a localização e as relações entre as
estruturas do corpo humano como a posição anatômica padrão do corpo, os planos
anatômicos, a terminologia anatômica e a divisão do corpo humano. Tudo isso é o
estado atual de uma ciência que se iniciou há muito tempo atrás dentre muitos erros e
acertos, mas essa história será resumidamente apresentada a seguir.

Lembre-se que esta aula é de extrema importância para melhor compreensão da


disciplina por inteiro. Não adianta querer achar o tesouro com um mapa na mão, sem
saber o que o mapa está informando!

INTRODUÇÃO À ANATOMIA

A anatomia está presente na sociedade há muito tempo, só pelo fato de um dia um hHomo sapiens ter
pegado um osso de um parente falecido há um tempo, e ter percebido que aquela estrutura pertencia a
ele, pode-se considerar este fato um estudo anatômico.

Na pré-história os conhecimentos em anatomia comparada e humana eram vistos nas pinturas rupestres
que indicavam órgãos vitais dos animais, relacionadas à caça. Na Ppaleopatologia, a presença de crânios
perfurados indicama presença de crânios perfurados indica a prática da trepanação na época, refletindo
que os homens primitivos adquiriram conhecimentos básicos para a sobrevivência.

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Já noNo período científico, os egípcios foram iniciadores dos trabalhos de conservação de cadáveres
e dissecações, no cuidado dos corpos dos faraós e no sepultamento dos seus mortos. Em 3400 a. C.,
Menes escreve o primeiro manual de anatomia. Na Grécia, os conhecimentos anatômicos de Hipócrates e
Aristóteles tornam-nos os pais da medicina e medicina veterinária. Em Alexandria, Herófilo e Erasístrato
no século II a.C. relacionam conceitos da física para explicar as funções do corpo humano, contribuindo
na fisiologia da época. .

No século II, a religião dominava e por ela foi proibido o uso de cadáveres humanos, predominando
assim registros de dissecação em animais. O grande marco deste período foi Galeno, que trabalhou como
médico na arena de gladiadores de Roma, chamada de Coliseu, e realizou inúmeras dissecações em
animais, criando teorias e representações que se enquadrassem também ao corpo humano, porém hoje
defasadas.

Durante os três séculos seguintes a Escola de Galeno predominou por todo continente Europeu, até que,
com a queda do Império Romano e a ascensão do Clero cristão ao poder, no século V, tanto suas descobertas
quanto quaisquer outros estudos sobre anatomia – em animais ou humanos – foram proibidos, sendo
atribuídas a eles características de cunho hediondo. Tal situação culminou com uma estagnação que
durou aproximadamente 700 anos, quando em Salerno, na Itália, foi criada a primeira Universidade de
Medicina, trazendo à tona os registros de Galeno.

Outro passo ainda maior, foi dado quando foram novamente legalizadas as práticas de dissecação de
cadáveres humanos nas universidades – prática ainda muito rudimentar, a qual, devido à inexistência de
quaisquer formas de conservação dos corpos, deveria ser realizada sempre em até 48 horas – marcando
o início de uma época de irrefreáveis avanços da Anatomia. Tal progresso se deveu, em grande parte,
ao aumento do número de pessoas interessadas na área durante o período Renascentista, sendo muitas
delas, artistas que buscavam na Anatomia, bases para retratarem de maneira mais precisa a figura
humana. O mais famoso deles, Leonardo da Vinci, dentre seus diversos trabalhos, ainda é reconhecido
por seus diversos esboços e obras baseados na arte da dissecação. Assim, entre os séculos XVII e XVIII
a anatomia atingiu inigualável aceitação com demonstrações públicas de dissecações humanas em
primorosos anfiteatros.

Então, em 1543 foi produzido o primeiro livro Atlas de Anatomia – “De Humani Corporis Fabrica” – pelo
médico belga Andreas Vesalius, iniciando a anatomia moderna. Com a disseminação do conhecimento
e a crescente busca por respostas, ao final do século XVII, Swammerdam, Ruysch e outros estudiosos
passaram a produzir peças anatômicas para exposição em Museus de Anatomia.

Atualmente, com o desenvolvimento da microscopia, anatomia radiográfica (raios X), tomografia


computadorizada, ressonância magnética e escopias (endoscopia, nasoscopia, laparoscopia) o corpo pode
ser estudado internamente sem a necessidade de dissecação, o que muito contribui no progresso da
medicina e no tratamento de diversas doenças.

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1. Assim, entre os séculos XVII e XVIII a anatomia atingiu inigualável aceitação com demonstrações
públicas de dissecações humanas em primorosos anfiteatros.

Hoje em dia a disciplina de Anatomia Humana é de caráter obrigatório para todos cursos da Área da
Saúde, visto que o seu entendimento se faz fundamental para a compreensão da fisiologia e dos processos
patológicos que acometem o ser humano.

Conceitualmente a Anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente a constituição


e o desenvolvimento dos seres organizados.

Podendo ser dividida em:

 Anatomia macroscópica – estuda as estruturas do corpo que podem ser vistas a olho nu;

 Anatomia microscópica ou histologia – examina as estruturas através de microscópios,


podendo ser subdividida em citologia (estudo das células) e histologia (estudo dos tecidos);

 Anatomia embriológica – que estuda a formação e o desenvolvimento do indivíduo.

Caro(a) aluno(a), nesta disciplina falaremos da Anatomia Macroscópica e separaremos em sistemas que
são:

• Sistema esquelético;

• Sistema articular;

• Sistema muscular;

• Sistema nervoso.

• Sistema cardiovascular e linfático;

• Sistema respiratório;

• Sistema digestório;

• Sistema urinário e reprodutor;

• Sistema endócrino;

• Sistema tegumentar.

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Variações anatômicas e anomalias congênitas

Nesta disciplina estudaremos tudo aquilo que é normal!

Mas, o que é normal?

Você é normal?

Pode ficar tranquilo estudante, pois normal para o anatomista é o estatisticamente mais comum, ou
seja, o que é encontrado na maioria dos casos; e dentro da normalidade podemos observar variações
anatômicas (é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função).

Dentro das variações, podemos relatar alguns fatores com: Idade, Sexo, Raça e Biótipo.

Na grande variabilidade morfológica humana há possibilidade de reconhecer o tipo médio e os tipos


extremos, que são:

 Longilíneo;
 Mediolíneo;
 Brevilíneo.

Figura 1 - D. Quixote e Sancho Pança (ilustração de Gustave Doré)


Fonte: LINK

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Para Pesquisar

Dom Quixote de La Mancha (Don Quijote de la Mancha, em castelhano) é um livro escrito pelo espanhol
Miguel De Cervantes y Saavedra (1547-1616). O protagonista da obra é Dom Quixote, um homem de
biótipo longilíneo, um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão por muita leitura de romances de
cavalaria e pretende imitar seus heróis preferidos. O romance narra as suas aventuras em companhia de
Sancho Pança, seu fiel amigo e companheiro de biótipo brevilíneo, que tem uma visão mais realista.

Texto adaptado: Wikipédia.

Caso você queira conhecer mais sobre o assunto, pesquise em fontes como: internet, livros, vídeos, etc.

Além das variações normais, podemos relatar brevemente a fuga destas variações:

 Anomalia - Quando ocorre prejuízo funcional;

 Monstruosidade - Anomalia acentuada que deforme profundamente a construção do corpo,


sendo em geral incompatível com a vida.

Dentro destes, podemos relatar os fatores:

 Congênito – presente ao nascimento;

 Teratógeno – agente presente durante o período embrionário ou fetal que cause uma alteração
na estrutura ou função do indivíduo.

Posição anatômica e planos anatômicos

A “Posição Anatômica” é a posição do corpo que permite o melhor estudo como referência da posição
de cada uma das estruturas presentes. Juntos com os “Planos Anatômicos”, podemos ter a referência da
localização de certo órgão, tecido, membro e estruturas. São conceitos necessários como introdução ao
estudo da Anatomia Humana, e somente pode-se partir para o estudo das estruturas após o entendimento
das Posições e Planos Anatômicos.A “Posição Anatômica” foi escolhida pela Comunidade Internacional
de Anatomia e determinada como posição padrão do corpo para a descrição dos órgãos. Portanto, todos
nós devemos imaginar o corpo na posição anatômica na hora de descrever a localização e posição de um
órgão, mesmo que o indivíduo esteja sentado, deitado, ou de cabeça para baixo. Imagina-se que o corpo
está na posição anatômica.

Esta posição é a seguinte:

Corpo ereto, pés em paralelo na mesma linha do ombro, membro superior abduzido estendido ao lado do
tronco, palma da mão virada para frente e olhar para o horizonte.

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Logo, independente da postura do corpo, a boca sempre estará inferior ao nariz e anterior à faringe, por
exemplo.

Figura 2: Representação da Posição Anatômica.


Fonte: LINK

Guarde essa ideia!

Fique atento! Além disso, os termos “direita” e “esquerda” sempre são os lados da pessoa ou do cadáver
que está sendo analisado, nunca se referem ao observador. Para estudar anatomia, então, consideramos
que a pessoa está na posição anatômica.

Para a descrição da posição das estruturas do corpo, temos que imaginar o indivíduo na posição anatômica
dentro de uma caixa cujas paredes tocam o corpo, sendo chamadas de planos anatômicos de delimitação.
São eles: superior, inferior, anterior, posterior, lateral direito e lateral esquerdo.

Para o estudo da anatomia interna, é necessário cortar o corpo sendo para isso utilizados os planos de
secção, onde os mais utilizados são:

 Sagitais – planos verticais que dividem o corpo nas partes direita e esquerda. O plano sagital mediano
(ou apenas plano mediano) define exatamente a linha mediana do corpo, passando pela cabeça, pescoço
e tronco. Os outros planos sagitais paralelos a esse, mas que não passam pela linha mediana, podem
também ser chamado de parassagitais;

 Frontais (coronais) – planos verticais que dividem o corpo nas partes anterior (frontal) e posterior
(dorsal). Eles são perpendiculares ao plano sagital mediano;

 Transversos (horizontais) – planos horizontais que dividem o corpo nas partes superior e inferior.
Eles formam ângulos retos com os planos sagitais e frontais.

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Agora vamos conhecer os eixos anatômicos: Eixos são linhas imaginárias que atravessam o corpo em
seus extremos ligando dois planos de delimitação paralelos. Estes eixos auxiliam o entendimento dos
movimentos do corpo nas articulações. Além disso, servem de referencial para comparar a posição entre
os órgãos.

São três eixos:

 Eixo latero-lateral ou Transverso: Une o plano lateral direito ao lateral esquerdo. Quando
posicionado como o pivô de uma articulação, permite os movimentos de flexão e extensão das partes
do corpo (Eexemplo: articulações do cotovelo e do joelho). Podemos descrever a posição dos olhos e das
orelhas ao longo do eixo transverso como as orelhas sendo laterais (perto do plano lateral) e os olhos
sendo mediais (perto do plano sagital mediano);.

 Eixo antero-posterior ou Sagital: Liga o plano anterior ao posterior. Quando posicionado como pivô
de uma articulação, permite os movimentos de abdução e adução (Eexemplo: articulação do ombro e do
quadril). Relacionando a posição do coração com a coluna vertebral ao longo do eixo sagital, vemos o
coração anterior (perto do plano anterior) e a coluna vertebral posterior (perto do plano posterior); .

 Eixo crânio-caudal ou Longitudinal: Estende-se do plano superior ao plano inferior. Permite


movimentos de rotação do tronco, ou dos membros, quando é o eixo da articulação. Numa disposição
longitudinal, percebemos que a boca é inferior (caudal) ao nariz, e o nariz é superior (cranial) à boca.
Quando é observado o movimento do corpo humano, aplica-se o conhecimento de eixo. Os eixos são
linhas imaginárias que atravessam os planos de secção do corpo perpendicularmente para possibilitar
movimentos. Lembrando que estes planos e eixos serão sempre aplicados nas partes do corpo humano
que permitem graus de movimentos amplos (articulações).

Os eixos são:

 Eixo Látero-Lateral: estende-se de um plano lateral ao outro, perpendicular ao plano sagital. Esse
eixo também é conhecido como Transversal ou Horizontal. Esse eixo possibilita os movimentos de flexão
e extensão.

Ex.: Articulação do ombro, do cotovelo, etc.

 Eixo Ântero-Posterior: estende-se em sentido anterior para posterior, perpendicular ao plano frontal.
Esse eixo também é chamado de sagital. Esse eixo possibilita os movimentos de abdução e adução.

Ex.: Articulação do ombro, do quadril, etc.

 Eixo Longitudinal: estende-se de cima para baixo (ou vice e versa), perpendicular ao plano transversal.
Esse eixo possibilita os movimentos de rotação lateral e rotação medial.

Ex.: Articulação do ombro, do cotovelo, etc.

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É chegada a hora de você conhecer termos anatômicos que usaremos ao longo desta disciplina.

Vamos começar!

Termos de relação e comparação

Descrevem a relação entre as partes do corpo:

• Superior (cranial, cefálico) – estrutura mais próxima do ápice;


• Inferior (caudal, podálico) – estrutura mais próxima do cóccix ou da planta do pé;
• Posterior (dorsal) – estrutura mais próxima do dorso;
• Anterior (ventral) – estrutura mais próxima da superfície frontal do corpo;
• Medial – estrutura mais próxima do plano sagital mediano (por exemplo, o dedo mínimo está na região
medial da mão);
• Lateral – estrutura mais distante do plano sagital mediano (por exemplo, o polegar está na região
lateral da mão);
• Proximal – estrutura mais próxima da inserção do membro (por exemplo, o cotovelo é proximal ao
punho);
• Distal – estrutura mais distante da inserção do membro (por exemplo, o punho é distal ao cotovelo);
• Superficial e profundo – referem-se à posição das estruturas em relação à superfície do corpo;
• Médio – quando fazemos comparação entre três estruturas, é aquela situada no meio (por exemplo,
no membro superior, o cotovelo é médio em relação ao ombro e à mão, que são proximal e distal
respectivamente);
• Intermédio – Estrutura situada no meio apenas em comparações entre estruturas lateral e medial (por
exemplo, o dedo indicador é intermédio em relação ao polegar e dedo mínimo, que são lateral e medial);
• Mediano – Usamos esse termo para toda estrutura situada no plano sagital mediano (por exemplo, o
nariz, a faringe, a coluna vertebral);

Atenção!

Apesar das três estruturas citadas no último exemplo serem medianas, numa
comparação ao longo do eixo antero-posterior o nariz seria anterior, a faringe, média,
e a coluna vertebral, posterior. Portanto, atenção para não confundir mediano, médio,
medial e intermédio!

Observação: Esses termos também podem ser usados de forma combinada. Por
exemplo, o termo inferoínfero-lateral indica uma estrutura situada mais perto dos pés
e mais distante do plano mediano; enquanto súupero-medial indica uma estrutura mais
próxima do crânio e do plano mediano.

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Termos de lateralidade

• Unilateral – estrutura presente em apenas um lado do corpo (por exemplo, o baço).


• Bilaterais – estruturas pares, ou seja, presentes nos dois lados do corpo (por exemplo, os rins).
• Ipsilateral – estrutura localizada ao mesmo lado do corpo em relação à outra estrutura (por exemplo,
o dedo mínimo da mão direita e do pé direito são ipsilaterais).
• Contralateral – estrutura localizada ao lado oposto do corpo em relação à outra estrutura (por exemplo,
o pé direito é contralateral ao pé esquerdo).

Termos de movimento

Nomeiam os movimentos dos membros e outras partes do corpo. Estes serão descritos no tema desta
unidade.

Terminologia Anatômica: falando a mesma língua

A “língua anatômica” usada na descrição das estruturas anatômicas do corpo humano passou por
adequações ao longo do tempo. Com o interesse de uniformizar esta linguagem usada em estudos e
pesquisas com o corpo humano, um grupo de anatomistas se encontrou oficialmente pela primeira vez
na França, em 1895, e juntos criaram um comitê internacional para guiar as sociedades anatômicas
que pesquisavam por todo o mundo. A partir daí, surgiu a Federação Internacional das Associações de
Anatomistas (IFAA) que perdura até hoje, na qual são realizadas conferências com os anatomistas, médicos
e profissionais da saúde do mundo todo a fim de padronizar os nomes das estruturas anatômicas. Em
1926 o Prof. Renato Locchi (SP) tornou-se o primeiro anatomista latino-americano com representação no
Congresso da Federação. A elaboração do Código Internacional de Nomenclatura Anatômica, inicialmente
chamada “Nomina Anatômica”, favoreceu o progresso da anatomia. Sua revisão ocorre aproximadamente
de cinco em cinco anos, mediante discussões em congressos e conferências, e adequações são feitas
para o lançamento de novas edições, podendo ser traduzido para cada idioma.

Por diversos anos o mundo carecia falar uma língua anatômica capaz de facilitar o entendimento de
todos os anatomistas, médicos e profissionais da saúde. A primeira tentativa de unificar e criar uma
nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895. A partir daí, sucessivos congressos internacionais
foram criados para revisar e aprovar uma linguagem oficial, chamada de Nomenclatura Anatômica. Estes
congressos continuam ocorrendo de 5 em 5 anos pois a nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico,
podendo ser criticada e modificada, sendo previamente aprovado em congresso.

Ao identificar uma estrutura no organismo, a nomenclatura procura adotar termos que tragam alguma
descrição da referida estrutura.

Todas as estruturas do corpo recebem um nome oficial, que deve informar algo a seu respeito. (Exemplos:
função, localização, formato...).

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A descrição segue os seguintes critérios:

1. Utilizar um único termo para cada estrutura;


2. Língua oficial: latim, por ser uma língua morta (atualmente não há povos que falem o latim, portanto,
não sofre mudanças), mas traduzida para cada idioma;
3. Que seja um termo descritivo ou informativo (nome da forma, da posição, do trajeto, da função...) e
de fácil memorização;
4. É inadequado o uso de EPÔNIMOS (nome de pessoas).

Divisão do corpo humano

O corpo pode ser dividido em regiões que ajudam o entendimento da anatomia: cabeça, pescoço, tronco
e membros, agrupado nas regiões axial e apendicular.

 Região axial – é o eixo principal do corpo, composto pela cabeça, pescoço e tronco. A cabeça se
divide em crânio e face. A parte posterior do pescoço é conhecida como nuca. O tronco é dividido em
tórax, abdome e pelve. À parte posterior do abdome chamamos região lombar e a da pelve, região glútea/
nádegas;

 Região apendicular – consiste nas extremidades que são os membros superiores compostos por
ombro, braço, cotovelo, antebraço, punho e mão e os membros inferiores são constituídos por quadril,
coxa, joelho, perna, tornozelo e pé.

Querido(a) estudante, você precisa saber que o corpo possui cavidades que são:

1. Cavidade dorsal – é subdividida em:

a) Cavidade craniana – situada no crânio e acomoda o encéfalo.

b) Canal vertebral – situada no interior da coluna vertebral e acomoda a medula espinhal.

2. Cavidade ventral – o diafragma (músculo de formato arqueado, utilizado na respiração)


subdivide essa cavidade em outras duas:

a) Cavidade torácica – de posição superior, cercada pelas costelas e músculos da parede torácica. Ela
tem três partes:

• Duas partes laterais, cada uma delas contendo um pulmão cercado por uma cavidade pleural.

• Uma parte central chamada mediastino, que contém o coração cercado por uma cavidade pericárdica,
e por onde passam a traqueia e o esôfago.

b) Cavidade abdominopélvica – de posição inferior, cercada pela parede abdominal e pela cintura pélvica.
Embora seja uma cavidade contínua, ela pode ser subdividida em duas partes:

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• Cavidade abdominal – é a parte superior, que contém órgãos viscerais como o fígado, o estômago e
os rins.

• Cavidade pélvica – é a parte inferior, que contém a bexiga, o reto e alguns órgãos reprodutores.

??? Você sabia?

Você sabia que nas cavidades ventrais há membranas denominadas Serosas?

Pois bem, elas revestem as paredes e envolvem os órgãos nelas contidos.

As Serosas são membranas de duplo folheto, um parietal (externo) e um visceral (interno) e que contém
uma cavidade entre eles preenchida por líquido, com a função de reduzir o atrito entre os órgãos vizinhos
e a fixar os órgãos na sua posição natural.

No tórax, o Pericárdio é a serosa que envolve o coração e as plêuras são as dos pulmões. Na cavidade
abdomnopélvica, o peritônio é a serosa que reveste e fixa especialmente os órgãos dos sistemas digestório
e urogenital.

Caro(a) aluno(a), agora que aprendemos alguns conceitos importantes de Anatomia, você irá se aprofundar
nos sistemas que formam o aparelho locomotor. Ele é composto principalmente por três sistemas:

 Esquelético,
 Articular;
 Muscular.

Começaremos pelo SISTEMA ESQUELÉTICO!

Vamos lá!

SISTEMA ESQUELÉTICO

Se fizermos uma comparação com uma construção de um prédio, podemos relacionar as vigas e paredes
da construção com os ossos, onde algumas funções se equivalem como sustentação e proteção.

O sistema esquelético possui íntima relação com o sistema articular (que será estudado no próximo tema
desta unidade), pois as articulações funcionam como apoio para as extremidades dos ossos, unindo-os
para formar o esqueleto e ajudando no suporte e no movimento.

Mas é bom ressaltar que os dentes não fazem parte do sistema esquelético e sim digestório. Dente não
é osso! É um órgão de mastigação.

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As principais funções do esqueleto:

• Proteção e sustentação;

• Também funciona como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a força do
movimento proporcionado pela contração do tecido muscular;

• São grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato;

• Local de produção de certas células sanguíneas.

Divisão do Esqueleto

Como já foi dito anteriormente neste guia, podemos dividir o corpo humano em duas regiões da mesma
forma, o esqueleto humano pode ser dividido em: Axial e Apendicular.

O esqueleto axial é composto pelos ossos da cabeça (crânio e ossos faciais), do pescoço (osso hioide e
porção cervical da coluna vertebral) e do tórax (coluna vertebral, esterno e costelas).

Já o esqueleto apendicular é composto pelos ossos dos membros superiores e inferiores. Os ossos que
formam os cíngulos dos membros superiores e inferiores (que unem esses membros ao tronco) também
pertencem ao esqueleto apendicular e são chamados de cintura escapular e cintura pélvica.

Guarde essa ideia!

O corpo humano possui aproximadamente 206 ossos, aqui visualizaremos todos eles, mas calma! Lembre-
se que muitos ossos do nosso corpo estão em número par!

Então, consulte um atlas de anatomia para visualizar e compreender melhor as estruturas não se atentem
aos acidentes ósseos que estão presentes nos atlas e sim apenas no nome dos ossos e sua classificação.

Vamos começar pela região axial na parte mais cranial, ou seja, a cabeça óssea!

1 - A CABEÇA ÓSSEA é dividida em duas porções, chamadas de face ou viscerocrânio e crâneo


também conhecida como neurocrânio.

a) Crânio ou neurocrânio (protege o encéfalo): 14 ossos

• Osso frontal;

• Osso parietal (2);

• Osso temporal – partes petrosa e escamosa (2);

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• Osso occipital;

• Osso esfenoide;

• Osso etmoide;

• Ossículos do ouvido: Martelo (2), Bigorna (2) e Estribo (2).

b) Ossos faciais ou viscerocrânio (protegem as regiões da face): 14 ossos

• Osso etmoide* (processos inferiores);

• Osso nasal (2);

• Vômer;

• Osso lacrimal (2);

• Osso esfenoide* (processo pterigoide);

• Osso zigomático (2);

• Osso palatino (2);

• Maxila (2);

• Mandíbula;

• Concha nasal inferior (2);

• O osso hioide (no pescoço) pode ser agregado aos ossos do viscerocrânio pela sua relação funcional
com o a cavidade oral.

Dica!
Para ficar ainda mais por dentro da anatomia dos ossos da cabeça, acompanhe em um
atlas os nomes dos ossos para identificar sua localização e sua morfologia.

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??? Você sabia?

Curiosidade! Os três pares de ossículos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo) ficam dentro do osso
temporal e são os menores ossos do nosso corpo.

2 - COLUNA VERTEBRAL (protege a medula espinhal):

a) Cervical – vértebras C1 a C7;

b) Torácica – vértebras T1 a T12;

c) Lombar – vértebras L1 a L5;

d) Sacro – vértebras S1 a S5 fundidas entre si formando um único osso;

e) Cóccix – 4 a 5 pequenas vértebras fundidas.

Algumas vértebras como a C1, a C2 e a C7 também possuem outros nomes, por serem atípicas, que são
respectivamente Atlas (fazendo alusão ao Deus Atlas que segurava o mundo nas costas e essa vértebra
está logo abaixo da cabeça, ou seja, o nosso mundo), áxis.(forma o eixo de rotação da cabeça) e a vértebra
proeminente (transição cervical-torácica).

3 - OSSOS DO TÓRAX:

Os ossos do tórax também conhecidos como os ossos da “caixa” torácica protegem órgãos vitais como
coração e pulmões. São divididos em:

a) Esterno – Formado por 3 partes: manúbrio, corpo do esterno e processo xifoide;

b) Costelas – temos 12 de cada lado, sendo:

• 1-7 – costelas verdadeiras, chamada assim por se articular diretamente com o osso esterno através de
um tecido cartilaginoso;

• 8-10 – costelas falsas, estas se articulam à costela acima, pela cartilagem costal;

• 11-12 – costelas flutuantes que não se articulam anteriormente e protegem os rins.

Lembre-se caro(a) estudante, que no tórax, na parte posterior também é observado as vértebras torácicas
T1 a T12 que já visualizamos quando abordamos os ossos que compõem a coluna vertebral, cada qual se
articulando ao seu respectivo par de costelas.

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Divisão dos Ossos do Esqueleto Apendicular

Agora prezado(a) aluno(a), vejamos como os ossos do esqueleto apendicular estão divididos:

1. Membro Superior – em cada membro (direito/esquerdo) há:

a) Cíngulo do membro superior ou cintura escapular (une o membro superior ao tórax):

• Clavícula;

• Escápula.

b) Braço:

• Úmero

c) Antebraço:

• Rádio;

• Ulna.

d) Punho:

• Ossos carpais (8) – que podem ser separados em 2 fileiras, uma mais proximal composta pelos ossos
escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme, e a outra fileira distal composta pelos ossos trapézio,
trapezoide, capitato, hamato.

e) Mão:

• Ossos metacarpais (5);

• Falanges: proximais (5), médias (4) e distais (5).

2. Membro Inferior – em cada membro (direito/esquerdo) há:

a) Cintura pélvica (que é a porção fixa e unem o membro inferior ao tronco):

• Osso do quadril – Osso ilíaco composto por 3 partes: ísquio, ílio e púbis.

b) Coxa:

• Fêmur

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c) Joelho:

• Patela (na articulação do joelho)

d) Perna:

• Tíbia se localiza mais medial;

• Fíbula é mais fina em comparação à tíbia e está mais lateral.

e) Tornozelo:

• Ossos tarsais (7) – tálus, calcâneo, navicular, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio, cuneiforme
lateral e cuboide.

f) Pé:

• Ossos metatarsais (5);

• Falanges – proximais (5), médias (4) e distais (5).

Os dedos da mão possuem nomes próprios começando pela po-sição anatômica da lateral para medial,
temos polegar, indicador, dedo médio (por se encontrar na região média da mão), dedo anelar e mínimo.

Por favor, esqueça essa história de midinho, seu vizinho, maior de todos...

Os metacarpos e as falanges são nomeados por número a partir do polegar. Nos pés, a contagem inicia-se
a partir do Hálux (“o dedão”).

Classificação e estrutura dos ossos

De acordo com a forma, os ossos podem ser classificados em cinco categorias principais:

1. Ossos longos – onde o comprimento é maior do que a largura e a espessura. Eles possuem uma
cavidade medular no interior, como veremos adiante;

2. Ossos curtos – onde a largura, altura e espessura se equivalem. Os ossos do carpo (região do punho)
e do tarso (região do tornozelo) são curtos. Há um tipo específico de ossos curtos que se formam dentro
de um tendão, por exemplo, a patela, e recebem um nome especial: ossos sesamóides (em formato de
semente de gergelim);

3. Ossos planos – têm formato achatado, são finos e ligeiramente curvados e costumam exercer função
protetora. Por exemplo: o esterno e os ossos do crânio;

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4. Ossos irregulares – como o próprio nome já fala, eles não possuem morfologia geométrica básica.
Por exemplo: as vértebras e alguns ossos da face;

5. Ossos pneumáticos - possuem cavidades internas que abrigam ar diminuindo o peso destes ossos
(seios ou células aéreas) e ecoando os sons vocais aos próprios ouvidos (amplificação do som). Como
exemplo os ossos da face.

Em relação à estrutura, todos os ossos do esqueleto têm duas substâncias:

• Substância compacta – camada externa densa;

• Substância esponjosa – parte interna trabeculada, ou seja, com aspecto de um favo de mel. Os
espaços entre as trabéculas são preenchidos por medula óssea vermelha (rubra) ou amarela (flava).

Guarde essa ideia!

A medula óssea vermelha realiza o importante papel de produção das células sanguíneas (glóbulos
brancos e vermelhos além das plaquetas). No feto está em 100% dos ossos, mas com o crescimento vai
sendo substituída por gordura tornando-se amarela e perdendo sua função hematopoiética, restando no
adulto apenas nos ossos do quadril, esterno, em parte das vértebras, dos úmeros e dos fêmures.

Pois bem, os ossos longos típicos possuem características como:

• Diáfise - Forma o eixo longitudinal de um osso longo;

• Epífise – São as extremidades ósseas. A superfície de articulação de cada epífise é coberta com a
cartilagem articular;

• Metáfise – Encontra-se entre a epífise e diáfise óssea;

• Vasos sanguíneos – Através de uma abertura chamada de forame nutrício os ossos são vascularizados
pela artéria nutrícia e uma veia nutrícia;

• Canal medular – o interior de todos os ossos consiste em grande parte de osso esponjoso. Contudo, o
centro da diáfise de ossos longos não contém tecido ósseo esponjoso e é denominado canal medular, que
é preenchida por medula óssea;

• Membranas – Todos os ossos são recobertos por um tecido conjuntivo fibroso (periósteo). Já as
superfícies ósseas internas são recobertas por uma membrana de tecido conjuntivo muito mais fino,
denominada endósteo. Estas membranas restauram as fraturas ósseas, fazem o crescimento dos ossos
em espessura. Os tendões dos músculos se prendem aos ossos pelo periósteo.

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Desenvolvimento e remodelamento ósseo

Querido(a) aluno(a), leia este tópico no livro texto, onde você perceberá que os ossos possuem capacidade
de regeneração e remodelagem.

SISTEMA ARTICULAR

Junções de elementos ósseos vizinhos por uma variedade de arranjos estruturais.

E tem como função o crescimento ósseo, assim como transmissão de forças (tensão, compressão, torção
e cisalhamento) ajudando no movimento.

Lembre-se que quem movimenta são os músculos! Articulações, assim como o esqueleto, ajudam nestes
movimentos.

As articulações podem ser classificadas de várias formas:

 Quanto ao tempo:

a) Temporária – Articulação que possui um tempo de vida temporário, como exemplo a fontanela nas
crianças vulgarmente chamadas de moleira;

b) Permanente – Permanece durante toda a vida, como as articulações interfalângicas e articulação do


joelho.

 Quanto à maneira de fixação dos ossos:

As articulações podem articular as extremidades ósseas como material sólido, sem deixar espaço entre
os ossos, chamadas de contínuas, ou havendo espaço entre os ossos chamam-se contíguas.

 Quanto à capacidade de movimento:

Em algumas regiões o esqueleto forma cavidades protetoras de órgãos internos (crânio, coluna vertebral,
caixa torácica...) e para isso as articulações precisam ser pouco móveis. Assim, classificamos como
sinartroses aquelas sem movimentos, anfiartroses quando há movimentos discretos e diartroses as que
realizam amplos movimentos.

Quanto mais tecido houver ligando os ossos e quanto mais flexível, mais movimento a articulação
consegue realizar. Então, as contíguas e sinoviais são todas diartroses!

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 Quanto à substância que articula os ossos:

São classificadas em três grupos:

1. Articulações sinoviais – há uma cápsula articular revestindo os ossos e a cavidade articular


preenchida por líquido. Apresentam grande mobilidade. Um exemplo é a articulação do joelho.

2. Articulações fibrosas – há um tecido fibroso unindo os ossos. São praticamente imóveis e


classificadas de acordo com a quantidade de tecido entre os ossos em três tipos:

• Suturas – pouco tecido. Por exemplo, suturas entre os ossos do crânio;

• Gonfoses – quantidade intermediária de tecido. Por exemplo, articulação dentoalveolar (o ligamento


periodontal une a raiz do dente ao processo alveolar da maxila);

• Sindesmoses – maior quantidade de tecido. Por exemplo, membrana interóssea do antebraço (une a
ulna e o rádio).

Guarde essa ideia!


Quanto maior a quantidade de tecido interposto entre os ossos, maior será a capacidade
de movimento da articulação fibrosa. Nós não mexemos as suturas do crânio, mas
podemos perceber pequena mobilidade na raiz dos dentes ao mastigar objetos duros.

Você já percebeu que depois morder um palito de pirulito por certo tempo você modifica
o encaixe entre os dentes momentaneamente?

É uma evidencia de que as gonfoses podem mover-se, mesmo que discretamente.

3. Articulações cartilagíneas – há cartilagem hialina ou fibrocartilagem unindo os ossos.

• Sincondroses ou articulações cartilagíneas primárias (são imóveis) – por exemplo, lâmina epifisial
(unindo a epífise e a diáfise durante o desenvolvimento de um osso longo). São formadas de cartilagem
hialina, ou “pura cartilagem”;

• Sínfises ou articulações cartilagíneas secundárias (são levemente móveis) – por exemplo, discos
intervertebrais e sínfise púbica. São formadas por fibrocartilagem (tecido conjuntivo cartilaginoso
misturado com pequena quantidade de tecido fibroso).

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As articulações sinoviais

Caro(a) estudante, você irá compreender melhor as articulações sinoviais! Elas são as mais comuns!

Vamos lá!

Elas apresentam uma cápsula articular que envolve e aproxima as superfícies articulares dos ossos,
formando um espaço interno: a cavidade articular, que é um espaço virtual com uma pequena quantidade
de líquido sinovial lubrificante.

A cápsula articular é fibrosa externamente e firmemente aderida ao periósteo, e internamente é revestida


pela membrana sinovial. Essa membrana secreta o líquido sinovial. Na face articular dos ossos está à
cartilagem articular, que reduz o atrito protegendo-os contra desgaste.

É impressionante quão esse tipo de articulação é importante para nossa locomoção, pois ela permite
grande mobilidade entre os ossos e, por isso, é muito comum nos membros. Ela é reforçada por vários
ligamentos e elementos acessórios que evitam a sua luxação e degeneração.

Os elementos acessórios são vistos apenas nas articulações que precisam melhorar a união entre os
ossos, ou melhor, protege-los contra o desgaste e luxação. São; o disco articular, a orla e o menisco
articular.

As articulações sinoviais podem ser estudadas de acordo com a morfologia das extremidades ósseas que
se articulam, sendo:

1. Planas – permitem o deslizamento entre as superfícies ósseas, com pouco movimento, devido às
suas firmes cápsulas articulares (não possuem eixos). Por exemplo: articulação acromioclavicular (entre a
escápula e a clavícula) e ossos curtos do carpo e tarso;

2. Gínglimos – articulação em dobradiça onde ocorre o movimento de flexão e extensão com um


único eixo transversal (articulações uniaxiais). Por exemplo: articulação do cotovelo;

3. Selares – em formato de sela onde permitem movimentos de flexão e extensão e também de


abdução e adução (articulações biaxiais). Por exemplo: articulação carpometacarpal (na base do polegar);

4. Elipsoides – permitem flexão e extensão e abdução e adução, assim como circundução. Por
exemplo: articulações metacarpofalângicas;

5. Esféricas – permitem movimento em diversos planos e eixos (articulações multiaxiais) e, por


isso, apresentam grande mobilidade. Por exemplo: articulação do quadril;

6. Trocoides – permitem movimento rotatório em torno de um eixo central (articulações uniaxiais).


Por exemplo: articulação atlantoaxial mediana (entre as vértebras C1 e C2).

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Tipos de movimento

Para a realização dos movimentos, você terá que recordar da posição e dos planos anatômicos.

 Flexão e extensão ocorrem geralmente em planos sagitais:

• Flexão – diminuição do ângulo entre os ossos;

• Extensão – aumento do ângulo entre os ossos.

 Por exemplo, dobrar ou estender o joelho:

• Dorsoflexão – ocorre ao levantar os dedos do chão;

• Hiperextensão – extensão de um membro além do limite normal.

 Abdução e adução ocorrem geralmente no plano frontal:

• Abdução – afastamento do plano mediano do corpo;

• Adução – aproximação do plano mediano do corpo.

 Oposição e reposição referem-se aos movimentos do polegar:

• Oposição – aproximação da polpa do polegar à polpa de outro dedo;

• Reposição – retorno do polegar à posição anatômica.

 Rotação refere-se ao giro de uma parte do corpo em torno de seu eixo longitudinal:

• Rotação medial – aproximação da superfície anterior do membro ao plano mediano;

• Rotação lateral – afastamento da superfície anterior do membro do plano mediano.

 Pronação e supinação referem-se aos movimentos do antebraço:

• Pronação – rotação medial do antebraço. Por exemplo, quando o cotovelo está fletido, a palma da mão
fica voltada para baixo;

• Supinação – rotação lateral do antebraço. Por exemplo, quando o cotovelo está fletido, a palma da mão
fica voltada para cima.

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 Protusão e retrusão referem-se aos movimentos da mandíbula, lábios ou língua:

• Protusão – movimento anterior (para frente);

• Retrusão – movimento posterior (para trás).

 Protração e retração referem-se aos movimentos da escápula na parede torácica:

• Protação – movimento anterolateral da escápula, causando movimento anterior do ombro (para frente);

• Retração – movimento posteromedial da escápula, causando movi-mento posterior do ombro (para trás).

 Elevação e depressão:

• Elevação – desloca uma parte do corpo para cima. Por exemplo, elevar os ombros, as pálpebras
superiores ao abrir os olhos e a língua em direção ao palato;

• Depressão – desloca uma parte do corpo para baixo. Por exemplo, rebaixar os ombros, a língua e as
pálpebras superiores (ao fechar os olhos).

 Inversão e eversão referem-se aos movimentos da planta do pé:

• Inversão – giro da planta do pé em direção ao plano mediano;

• Eversão – giro lateral da planta do pé, afastando-a do plano mediano.

 Circundução: refere-se ao movimento circular, combinando flexão, abdução, extensão e adução. Por
exemplo, as articulações do ombro e do quadril permitem esse movimento.

SISTEMA MUSCULAR

Caro(a) aluno(a), saiba que quando relatamos o sistema muscular estamos falando de todos os músculos
do nosso corpo, que não são poucos, podendo chegar a mais de 500 músculos!

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Tipos e funções dos músculos

Os músculos podem ser divididos em três tipos:

1. Músculo estriado esquelético – é um músculo voluntário, responsável por mover ou estabilizar


ossos e outras estruturas.

2. Músculo estriado cardíaco – é um músculo involuntário, que constitui a maior parte do


coração.

3. Músculo liso – é um músculo involuntário, presente na maioria dos vasos sanguíneos e vísceras.

Os músculos têm como função:

 Movimentar partes do corpo ou o corpo todo;

 Permitir que o corpo se estabilize em uma posição;

 Produzir calor, o que ocorre durante a contração e ajuda a manter a temperatura corporal;

 Dar forma ao corpo, expandindo ou retraindo;

 Funciona como válvula de passagem controlando a saída de conteúdo de órgãos ocos (como
exemplo o estômago), por meio da contração dos esfíncteres;

 Movimentar substâncias, como o sangue, a linfa e os alimentos, neste último chamado de


movimento peristáltico;

 Reservatório de glicogênio.

Os músculos esqueléticos

Neste módulo falaremos mais sobre os músculos estriados esqueléticos, pois o estriado cardíaco será
melhor deixar para o sistema cardiovascular.

Os músculos estriados esqueléticos têm partes de contração caracterizadas por ter uma tonalidade mais
avermelhada que chamamos de ventre muscular, e outra porção branca, que não se contrai e que fixa
o ventre pelas suas extremidades. Quando está em formato de alongado chamamos de tendão, porém
quando está em formato de lâmina é denominado de aponeurose.

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No ventre muscular é possível perceber o arranjo das fibras musculares, suas células, de forma bem
organizada e unida a envoltórios de tecido conjuntivo. Cada fibra é envolta pelo endomísio. Um conjunto
de fibras é denominado feixe muscular, onde cada feixe é envolvido pelo perimísio. Todos os feixes unidos
formam o ventre muscular que por sua vez é recoberto pela camada mais externa de tecido conjuntivo, o
epimísio.

Você pode acompanhar a ilustração destas estruturas abaixo:

Figura 3: Arquitetura das fibras, dos feixes e do ventre muscular (Figura adaptada).
Fonte: LINK

A maioria dos músculos está presa direta ou indiretamente a ossos, cartilagens, ligamentos ou fáscias
e, em alguns casos, a órgãos. Assim, a contração do músculo permite, por exemplo, a movimentação do
osso em que ele está fixado.

Os tendões podem ser classificados em origem e inserção, sendo a origem o ponto fixo e a inserção o
ponto móvel durante a contração.

Exemplo
Por exemplo, quando contraímos o músculo braquial para fazer o movimento de flexão
do cotovelo, seu tendão proximal fica imóvel, e o distal que está preso na ulna, se
desloca para cima. Sendo assim, o primeiro é a origem e o segundo, a inserção.

Os músculos podem ser divididos quanto ao tipo de movimento que é realizado:

 Músculo agonista e antagonista – o agonista é o músculo mais importante para realização de


determinado movimento do corpo, e o antagonista faz o movimento contrário. Por exemplo, na flexão de
cotovelo, o músculo bíceps braquial é agonista enquanto o tríceps, que tem ação contrária (extensão),
auxilia neste movimento moderando a intensidade da flexão do bíceps, sendo então o seu antagonista;

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 Músculo sinergista – é o músculo que auxilia, direta ou indiretamente, a ação do agonista. Ele pode
estabilizar uma articulação para que outra seja movimentada pelo músculo agonista. Por exemplo, na flexão
do cotovelo, enquanto o bíceps braquial é o agonista, os músculos do ombro mantêm esta articulação
estável, evitando movimentos indesejados. Em muitos casos, há vários sinergistas complementando um
agonista, em um movimento específico.

Os músculos esqueléticos podem ser classificados de acordo com sua forma:

• Planos/largos: o comprimento e a largura se equivalem e excedem a espessura. Têm fibras paralelas


e, geralmente formam as paredes de cavidades corporais. Seu tendão é uma aponeurose. Por exemplo:
músculo oblíquo externo;

• Longos: o comprimento é maior que a largura e a espessura. Possuem longas fibras que lhe conferem
poder de amplos movimentos. Predominam dos membros. Por exemplo: o músculo sartório;

• Curtos: as três dimensões se equivalem. Apesar de fibras curtas, apresenta um grande volume de fibras
musculares, o que lhe confere grande força. Por exemplo, o músculo masseter, da mastigação.

• Peniformes – são formados por fascículos, com organização semelhante a penas. Por exemplo: músculo
reto femoral;

• Fusiformes – assemelham-se a um fuso. Por exemplo, músculo bíceps braquial;

• Triangulares – assemelham-se a um triângulo, com origem em uma área larga e terminando num único
tendão. Por exemplo, músculo peitoral maior;

• Circulares ou esfincterianos – têm formato circular com apenas um tendão que funciona tanto como
origem das fibras como inserção. Eles estão em torno de uma abertura do corpo, fechando-as na sua
contração. Por exemplo: músculo orbicular dos olhos, responsável por fechar as pálpebras;

• Múltiplas cabeças – por exemplo, músculo tríceps braquial, tem três tendões proximais como cabeças;

• Múltiplos ventres – por exemplo, o músculo reto abdominal, tem vários ventres intercalados por
tendões intermediários ou “intercessões tendíneas”, sendo assim um músculo poligástrico (aquele que
garante a famosa barriga tanquinho);

• Múltiplas caudas – por exemplo, o músculo flexor superficial dos dedos (tem quatro tendões distais,
como caudas).

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Podemos classificar os músculos quanto ao meio de fixação:

• Esquelético: se fixando em estruturas ósseas;

• Articular: se fixando em articulações;

• Cutâneo: se prendendo a pele, como exemplo algumas musculaturas da mímica facial.

Classificação quanto à posição:

• Músculos apendiculares: localizados nos membros superiores e inferiores;

• Músculos axiais: localizados na cabeça, pescoço e tronco.

Além dos músculos, o sistema muscular utiliza de elementos anexos que facilitam seu funcionamento:

• Retináculo e Bainhas fibrosas: mantém os tendões no lugar durante os movimentos da mão


e dos dedos. Os retináculos assemelham-se a pulseiras e tornozeleiras, enquanto as bainhas funcionam
como anéis;

• Bainhas e Bolsas sinoviais: são bolsas preenchidas por líquido sinovial que ajudam a reduzir
o atrito dos músculos com os ossos. A inflamação das bainhas sinoviais dos dedos da mão é conhecida
como tendinite, e das bolsas sinoviais como bursite, sendo bem frequente no ombro, joelho, quadril e
cotovelo;

• Fáscias: envolvem um grupamento muscular com mesma ação, otimizando o movimento. Por
exemplo, a fascia lata fica ao lado da coxa e envolve um grupo de músculos extensores do joelho.

Palavras Finais do Professor

Algumas características importantes no estudo anatômico foram consideradas, como as variações


anatômicas e anomalias congênitas, a identificação da posição anatômica e dos planos anatômicos e a
importância do uso da terminologia adequada. Vimos também a divisão do corpo humano em duas regiões
principais: axial (cabeça, pescoço e tronco) e apendicular (membros superiores e membros inferiores).

Em relação ao sistema esquelético, abordamos os dois tipos de estrutura presentes, que são os ossos
e as cartilagens. Identificamos as funções dos ossos (suporte, movimento, proteção, depósito mineral,
formação de células sanguíneas e fornecimento de energia metabólica). Também enfocamos a divisão
do esqueleto (axial e apendicular). Classificamos os ossos nas suas categorias principais (ossos longos,
ossos curtos e ossos planos) e conhecemos a sua constituição quanto à sua estrutura interna.

A respeito de o sistema articular, discorremos sobre as funções e tipos de articulação (sinoviais, fibrosas
e cartilagíneas). Também destacamos a importância das articulações nos movimentos do corpo e fizemos

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uma rápida descrição dos principais tipos de movimento (flexão e extensão, abdução e adução, oposição e
reposição, rotação, pronação e supinação, protusão e retração, protação e retração, elevação e depressão,
inversão e eversão, circundução).

Finalmente, discutimos a respeito do sistema muscular, incluindo os tipos (estriado esquelético, estriado
cardíaco e liso) e suas funções, bem como sobre as estruturas anexas. Destacamos os músculos
esqueléticos (tanto suas classificações como suas funções específicas). E ainda apresentamos a divisão
dos músculos esqueléticos quanto à sua forma, número de cabeças, ventres e caudas.

Os músculos são formados por tecido muscular, composto de fibras musculares, com grande capacidade
contrátil que se aderem aos ossos por tendões fibrosos e na sua contração, movimentam as articulações
do corpo.

Dessa forma, compreendemos como os três sistemas estudados se relacionam para permitir a locomoção
e a movimentação das diferentes partes do corpo, além de suas outras funções específicas.

Caso tenha lido sem muita atenção, volte a ler com mais cuidado tudo que se refere às posições
anatômicas, os planos anatômicos e a termos de posição e direção das estruturas anatômicas, para em
seguida, rever o aparelho locomotor com seu sistema esquelético, articular e muscular.

Bons estudos!

Acesse o Ambiente Virtual


Querido(a) aluno(a), chegamos ao final do primeiro guia de estudo da disciplina
Anatomia Humana. Agora é o momento de você sistematizar o que aprendeu por meio
de atividades.

Nelas, os pontos mais importantes dos assuntos que vimos estão contemplados. Não
se esqueça de realizar as referidas atividades, elas possuem caráter avaliativo!

Espero por você na próxima unidade!

Referências Bibliográficas

1. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Dom_Quixote> acesso em julho de


2016.

2. DÂNGELO, J.G. & FATTINI, C.A. Anatomia Humana Básica. 2 ed. São Paulo: Editora
Atheneu, 2007. p.5.

3. MARIEB, E. N. & HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia. 3 ed. Porto Alegre: Editora


Artmed, 2008. p.250.

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