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PROPÓSITO
Compreender os conceitos bases e conceitos chaves necessários para o estudo de anatomia humana e
a construção, função e particularidades dos sistemas esquelético, articular e muscular é fundamental
para o profissional de saúde.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos estudar os conceitos fundamentais e ordenados da anatomia humana. Vamos
analisar separadamente as generalidades sobre os sistemas esquelético, articular e muscular, trazendo
bases para a compreensão da arquitetura desses sistemas, denominados, coletivamente, de aparelho
locomotor.
No módulo 2, vamos descrever os aspectos gerais dos elementos ósseos do corpo humano, no estudo
denominado “osteologia”.
No módulo 3, veremos as generalidades sobre o sistema articular e seu estudo chamado de Artrologia.
Estudaremos, sucessivamente, os seguintes aspectos: conceitos gerais e funções; articulações fibrosas;
articulações cartilaginosas; articulações sinoviais; e movimento das articulações. No último módulo,
estudaremos a anatomia do sistema muscular e suas diversas funções e propriedades.
MÓDULO 1
CONCEITOS
A anatomia pode ser definida como a estrutura morfológica de um determinado organismo. O termo
anatomia no grego significa “cortar em partes”; no latim, “dissecar”.
Histologia
Citologia
Embriologia
Na área médica, com o advento dos raios X e demais exames de imagens, disciplinas foram criadas sob
o nome de anatomia radiológica, de modo a compreender a arquitetura sob a ótica de um exame de
imagem em específico (GARDNER et al., 1978).
Hipócrates.
A anatomia é uma das ciências mais antigas, com seu estudo sendo sistematizado no mundo ocidental
por filósofos gregos, como, por exemplo, Hipócrates e Heráclito – este dito como o primeiro a dissecar
um cadáver humano. Galeno, filósofo romano de origem grega, é considerado um dos expoentes da
anatomia naquele tempo. Seus escritos, porém, não foram tão precisos, pois suas observações e
dissecações eram baseadas em outras espécies de animais como macacos, entre outros (HABBAL,
2017).
Andrea Vesalius (colorida).
Em torno de 1500 d. C., um médico belga, chamado Andreas Vesalius (André Vesálio), desconsiderou
os textos de Galeno e começou a praticar algo que era tabu na época: a dissecação em humanos.
Com isso, demonstrou os diversos erros que Galeno havia cometido anteriormente. Vesalius foi o
responsável pela sistematização do estudo da Anatomia, sendo por isso considerado o “pai da
anatomia moderna”. Esse nome, portanto, é um dos mais importantes, pois pavimentou o caminho para
a forma que a anatomia é estudada hoje. Uma de suas descrições mais importantes foram as dos
ossículos do ouvido interno, o martelo, a bigorna e o estribo, assim como o aparelho vestibular
(CAMBIAGHI, 2017).
TERMINOLOGIA ANATÔMICA
Também conhecida como “nomenclatura anatômica”, a terminologia anatômica nada mais é que a
linguagem própria utilizada dentro do universo da anatomia. Para explicar como isso surgiu, faz-se
necessário entender que, ao longo dos anos, diversas descobertas eram feitas no corpo humano em
distintos locais. Por exemplo, uma mesma estrutura poderia ser descrita por um anatomista da Itália e,
ao mesmo tempo, por um anatomista da Alemanha (GARDNER et al., 1978).
EXEMPLO
Uma mesma estrutura com diversos nomes gerou uma série de problemas. Podemos citar como exemplo a
glândula pineal, que possuía em torno de 40 sinônimos.
Esses problemas trouxeram dificuldades à comunicação. Considera-se que havia mais de 40 mil termos
anatômicos circulando ao redor do mundo (BERGMAN et al., 1988). Para mudar essa situação,
anatomistas da Alemanha se reuniram na Basileia. Esse encontro culminou na redução de mais de 40
mil para cerca de 4500 termos anatômicos, configurando o que se conhece como “Nômina Anatômica de
Basileia” (BERGMAN et al., 1988). Essa nômina passou por diversas revisões, até que um grupo de
anatomistas considerou que o texto base deveria ser redigido em latim e traduzido para os demais
idiomas, de acordo com a necessidade de cada país, com o propósito de padronização. Isso culminou
no surgimento da Terminologia Anatômica que é hoje conhecida, editada e revisada pelo Comitê
Internacional da Nomenclatura Anatômica (GARDNER et al., 1978; LATARJET, LIARD, 2011).
EXEMPLO
Uma das grandes revoluções do surgimento da Terminologia Anatômica atual foi a exclusão de epônimos,
que é uma expressão surgida a partir do nome de uma pessoa. Por exemplo, o termo trompas de Falópio era
usado para designar as tubas uterinas. Esses epônimos, em anatomia, foram abandonados pela nômina por
diversos motivos: não dizem nada sobre uma determinada estrutura e, em alguns casos, podem faltar com a
verdade histórica caso a pessoa homenageada não tenha sido a primeira a descrever aquela estrutura.
Apesar disso, os epônimos estão presentes no cotidiano da anatomia, especialmente, quando esta é
levada para um contexto clínico ou cirúrgico. Por essa razão, ao longo de seus estudos, você irá se
deparar com epônimos que são ditos como “clássicos” na literatura. Porém, lembre-se sempre do termo
presente na Terminologia Anatômica.
Torna-se fácil notar isso quando percebemos diversas diferenças entre nós mesmos. Por exemplo,
diferenças de altura, postura, cor dos olhos, e assim por diante. Se fossemos levar todos esses
elementos em perspectiva, o estudo da anatomia seria impraticável. Essas diferenças morfológicas
observadas são denominadas de variações anatômicas (externas ou internas) e não trazem prejuízo
funcional para o indivíduo. Por isso, devemos ter em mente que nem sempre o que será visto no
cadáver estará igual a alguma imagem de atlas de anatomia. Esses atlas, assim como toda a literatura
anatômica, são constituídos a partir do que se considera mais comum nos seres humanos, ou seja,
seguem uma distribuição “normal” (TUBBS et al., 2016).
Para o anatomista o normal está atrelado ao padrão, ao que é comum à maioria dos indivíduos.
Vimos que uma variação anatômica não acarreta prejuízo da função. Porém, podem ocorrer variações
morfológicas que de fato culminam em distúrbios funcionais. Essas são chamadas, em anatomia, de
“anomalias”.
EXEMPLO
Já o conceito de monstruosidade, pouco utilizado nos dias de hoje, está atrelado ao fato de que uma
anomalia é acentuada o suficiente para deformar de forma profunda a constituição corpórea de uma
pessoa (DÂNGELO; FATTINI, 2011).
IDADE
Durante a vida, o corpo sofre diversas alterações. Por exemplo, a diminuição da estatura devido à
desidratação dos discos intervertebrais, que ocorre normalmente com a idade. Outro aspecto é o fato de
a anatomia de um recém-nascido ser completamente diferente de um adolescente, assim como a
anatomia de um embrião em formação é distinta de um feto já formado (SCHOENWOLF et al., 2015).
Desenvolvimento embrionário até os 9 meses.
SEXO
Existem diferenças anatômicas importantes entre os sexos. A cavidade pélvica masculina é
completamente diferente da feminina, devido às diferenças nos órgãos sexuais e em outros elementos
(ósseos, musculares, articulares, hormonais etc.) (TORTORA, DERRICKSON, 2014).
ETNIA/RAÇA
Grupos que pertencem a uma mesma etnia possuem similaridades entre si. No Brasil, graças à
miscigenação, esse aspecto não é tão ressaltado, porém, ao compararmos um indígena com um
indivíduo proveniente da região nórdica, na Europa, observaremos características distintas (TESTUT;
LATARJET, 1958).
TIPO MORFOLÓGICO
Também denominado de “biótipo”. São características gerais herdadas de uma determinada pessoa. Na
literatura clássica, são descritos três biótipos: o longilíneo, o brevilíneo e o normolíneo (ou mediolíneos).
Essa nomenclatura é pouco utilizada atualmente, em razão da grande variabilidade dos indivíduos nesse
sentido.
Todos esses fatores contribuem para a variabilidade do ser humano. Quando estudamos anatomia,
temos de ter em mente que o que está sendo lido é referente a um indivíduo “normal”, de altura
“normal”, de peso “normal”, sem nenhuma característica preponderante individual. Em outras palavras:
estuda-se o indivíduo que está na média, o mais “comum”.
POSIÇÃO ANATÔMICA
A fim de padronizar a descrição da anatomia humana e evitar um número exacerbado de termos, visto
que a posição de uma pessoa no espaço é variável, convencionou-se que o objeto de estudo esteja em
uma posição padrão: a posição anatômica. Com isso, os anatomistas descrevem uma determinada
estrutura levando em consideração essa posição. A posição anatômica é caracterizada da seguinte
maneira (DÂNGELO; FATTINI, 2011):
Posição anatômica.
• O indivíduo está em pé (posição ortostática), com a face voltada para frente e o olhar dirigido para o
horizonte.
• Os membros superiores ficam estendidos e aplicados ao tronco, com as palmas das mãos voltadas
para frente.
• Os membros inferiores ficam unidos com as pontas dos pés dirigidas para a frente.
Imagem: Shutterstock.com
Dessa maneira, não importa a posição do cadáver (decúbito dorsal, ventral, lateral, entre tantas outras),
toda a descrição é feita considerando que o cadáver esteja na posição anatômica.
ANTIMERIA
O plano mediano divide um corpo em duas metades (direita e esquerda). Tais metades são chamadas
de antímeros, pois são semelhantes. Apesar desse princípio, há de se notar que essas metades não são
simétricas. Essa simetria bilateral pode ser notada durante o início do desenvolvimento embrionário, e
isso se perde ao longo do desenvolvimento do indivíduo. Desse modo, o membro pode ser mais
comprido que o outro; o coração está situado à esquerda; o baço pertence somente ao antímero
esquerdo, e assim por diante.
METAMERIA
É o conceito no qual há uma superposição de segmentos semelhantes entre si (metâmeros) no sentido
longitudinal. Também é evidente na fase embrionária. Na vida adulta, somente algumas estruturas
demonstram metameria, como a coluna vertebral e as costelas.
ESTRATIMERIA
Em suma, o corpo humano é constituído por camadas (estratos) superpostos. Isso é bastante evidente
em uma dissecação, processo no qual a pele é removida e, em seguida, surge a tela subcutânea, que
se situa superficialmente à fáscia muscular e aos músculos, e assim sucessivamente. Há de se notar
nos órgãos abdominais, por exemplo, que são formados por diversas camadas musculares superpostas.
Um exemplo de estratigrafia, pele e suas camadas (epiderme, derme e a tela subcutânea, conhecida
também como hipoderme).
Um tangente ao ventre (frente) e um tangente ao dorso (popularmente conhecido como “as costas”) do
indivíduo. Esses planos são denominados de plano anterior (ou frontal, ou ventral) e plano posterior
(ou dorsal), respectivamente.
Dois planos tangentes aos lados do corpo do indivíduo, chamados de planos laterais direito e
esquerdo (ou látero-laterais).
Um plano horizontal, tangente a cabeça do indivíduo, denominado de plano superior (ou cranial), e
outro plano horizontal, tangente à planta dos pés do indivíduo, chamado de plano inferior (ou caudal).
Iremos estudar agora os eixos do corpo humano. Esses eixos são considerados como linhas
imaginárias, traçadas no indivíduo dentro do paralelepípedo dos planos de delimitação. Existem três
eixos, a saber:
Plano mediano
É o plano de corte que divide o corpo humano em duas metades, direita e esquerda. Quando esse corte
é realizado exatamente no meio do corpo, alguns autores o denominam de plano sagital mediano.
Quando esse corte é realizado paralelamente ao plano sagital mediano, o nome que se dá é “plano
sagital”. Esse nome vem de uma estrutura anatômica situada no crânio, a sutura sagital. O plano sagital
é, portanto, perpendicular ao eixo látero-lateral e paralelo ao anteroposterior.
Plano frontal
É o plano de secção que divide o corpo em duas metades, uma anterior e uma posterior (ventral e
dorsal, respectivamente). É perpendicular ao eixo anteroposterior e paralelo ao plano látero-lateral.
Plano transversal
É o plano de corte que divide o corpo humano em metades superior e inferior. É paralelo ao plano
craniocaudal.
Planos de secção. À esquerda, temos o plano sagital; no centro, o plano coronal ou frontal; e à
direita, o plano transversal.
EXEMPLO
Uma face que olha para o plano mediano é denominada de “face medial”, uma extremidade que está voltada
para o plano lateral direito ou esquerdo é denominada de “extremidade lateral”.
Perceba que foram utilizados nos exemplos acima tanto o nome de estruturas (músculos, acidentes
ósseos etc.) quanto o uso do termo em uma determinada descrição anatômica. Isso reitera a
importância desses termos na constituição da linguagem dentro da anatomia. Em um primeiro momento,
pode parecer difícil, mas com estudo e leitura, essa terminologia tende a se tornar natural. Essa
nomenclatura é utilizada por todos os profissionais de saúde para descrever lesões, como, por exemplo,
uma fratura no terço médio da tíbia. Portanto, é imprescindível a familiarização com tais termos.
Alguns dos termos de posições utilizados na anatomia. À esquerda, uma vista lateral; à direita, vista
anterior.
ANATOMIA SISTÊMICA
ANATOMIA TOPOGRÁFICA
Assim sendo, o corpo humano pode ser dividido, em geral, nos seguintes sistemas:
Sistema tegumentar
Sistema esquelético
Sistema muscular
Sistema nervoso
Sistema circulatório
Sistema respiratório
Sistema digestivo
Sistema urinário
Sistema genital
Sistema endócrino
Sistema sensorial
ATENÇÃO
Vale ressaltar que a união de mais de um sistema forma o que é conhecido como aparelho, por exemplo: a
união do sistema esquelético com o muscular forma o aparelho locomotor; enquanto a união do sistema
urinário e genital forma o aparelho urogenital.
Cabeça
Pescoço
Tronco
Tórax
Abdome
Pelve
Membros
Superiores
Ombro
Braço
Cotovelo
Antebraço
Punho
Mão
Inferiores
Quadril
Coxa
Joelho
Perna
Tornozelo
Pé
ATENÇÃO
Essa divisão topográfica, na verdade, é mais simplificada, visto que é possível dividir essas regiões em sub-
regiões. Por exemplo, o pescoço pode ser subdividido em triângulos a partir de relevos e bordas musculares;
a coxa, em compartimentos musculares, para melhor apreciar as estruturas de cada região. Por essa razão,
a abordagem topográfica é mais utilizada em um contexto cirúrgico (TESTUT; JACOB, 1952).
ÉTICA EM ANATOMIA
Vimos anteriormente que anatomia é uma ciência bastante antiga. O conceito de ética estava atrelado,
inicialmente, a preceitos religiosos. Dessa maneira, a dissecação de humanos era terminantemente
proibida, o que culminou nos manuscritos de Galeno, baseados em dissecações em animais. Apesar
disso, existem relatos de dissecações em humanos no século III (DUNN, 2003).
Fontes indicam que a primeira dissecação ocorreu em 1315, na Itália (GHOSH, 2015). Nessa época,
diversos países da Europa já buscavam legalizar a prática da dissecação em criminosos condenados
(STANDRING, 2016).
Ainda na época de Vesalius, em torno de 1500, essa prática ainda era vista como tabu. O jovem
anatomista utilizou-se de um subterfúgio para conseguir peças humanas: ia ao cemitério coletar ossadas
de criminosos condenados à morte. Após conseguir prestígio na academia e tornar-se professor, foi
permitido a ele realizar dissecações públicas em criminosos, uma pena de morte vista na época como
uma das mais severas (BENINI; BONAR, 1996; MESQUITA et al., 2015).
Ilustração icônica de Andrea Vesalius: esqueleto com uma pá para cavar sua própria cova.
Quando se fala em ética na anatomia, é necessário observar esse panorama histórico, que traz a
evolução da sociedade quanto à dissecação. É impossível analisar caso a caso, assim como, é
impossível trazer contextos de países e épocas diferentes. Desse modo, traremos de alguns eventos
que ocorreram ao longo do tempo, o olhar da comunidade científica quanto à ética em anatomia e
alguns aspectos pertinentes à legislação brasileira sobre o tema.
Um dos melhores exemplos de falta de ética refere-se a um grupo de médicos nazistas. Esse grupo
elaborou um atlas de anatomia através de dissecações e ilustrações de cadáveres de prisioneiros
judeus que foram mortos no Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. Esse atlas é conhecido
como o “Atlas de Pernkopf”. Evidentemente, nesse episódio, os anatomistas cometeram uma gravíssima
violação de princípios éticos enraizados na anatomia, na Medicina e da própria humanidade.
Apesar de ser um atlas considerado por muitos uma obra prima artística e anatômica, a primeira edição
do livro continha claros elementos nazistas, como suásticas e o símbolo da Schutstaffel (SS) nas
assinaturas dos ilustradores. Tais símbolos foram removidos de edições subsequentes até que a
publicação do atlas foi cessada e seu uso hoje em dia é visto de forma negativa e gera polêmicas
(WILLIAMS, 1988; RIGGS, 1998).
ATENÇÃO
Isso reflete, novamente, o aspecto histórico do conceito de “ética” de uma determinada sociedade, visto que,
na época, os autores não sofreram punições e somente após a década de noventa que ocorreu um debate a
respeito do tema.
Podemos concluir que a ética está atrelada à sociedade e se molda a partir desta (GOSS et al., 2019).
No Brasil, a lei é bastante clara quanto ao uso do cadáver. A Lei 8.501, de 30 de novembro de 1992, tem
como objetivo propor o uso de cadáveres não reclamados para fins de pesquisa, ensino e extensão. Isso
permite às instituições de ensino superior formarem grupos de captação e rastreamento desses
cadáveres não reclamados, de modo a construir um laboratório com material o suficiente para os
estudantes.
SAIBA MAIS
Ambos os dispositivos legais dão margem para as próprias instituições de ensino protocolarem e
coordenarem centros de captação de cadáver, assim como formarem parcerias com instituições hospitalares
e/ou instituições de necrópsia. Por outro lado, há o estudante, que necessita ser ensinado a respeitar o
cadáver.
A ética afeta todas as esferas da sociedade. O artigo 212 da Lei 2.848 de 07 de dezembro de 1940
prevê pena de reclusão e pagamento de multa por vilipêndio ao cadáver, ou seja, quando algum
indivíduo trata o cadáver com desrespeito ou desdém. É importante que os estudantes entendam que o
laboratório de anatomia não é um local para brincadeiras, e sim para estudo, e que os cadáveres ali
presentes foram doados ou recebidos com muito esforço legal. Doar o cadáver é um ato muito difícil
para a família e, portanto, de modo a preservar a sua memória, é necessário respeito.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
OSTEOLOGIA
Agora, vamos descrever os aspectos gerais dos elementos ósseos do corpo humano. Esse estudo é
denominado de osteologia, que significa estudo dos ossos. O sistema esquelético é composto
por um elemento principal: o osso. Esse elemento pode ser considerado um órgão. O osso, por si só,
é um tecido vivo complexo e dinâmico e está sempre submetido a processos de remodelamento:
construção de novo tecido ósseo e degradação de tecido ósseo “velho”.
O esqueleto humano em uma vista anterior, lateral e posterior.
FUNÇÕES
SUPORTE
Serve de arcabouço de sustentação para o corpo e providencia pontos de inserção para os tendões da
grande maioria dos músculos esqueléticos.
MOVIMENTO
São considerados elementos passivos na dinâmica do movimento, mas são imprescindíveis para tal.
Os ossos em movimento.
HOMEOSTASE MINERAL
Armazenam diversos minerais, em especial, cálcio e fósforo, e são capazes de liberar esses minerais de
acordo com a necessidade.
O tecido ósseo atuante na homeostase mineral.
ARMAZENAMENTO DE TRIGLICERÍDEOS
Na vida adulta, o canal medular dos ossos longos é comumente preenchido por gordura, denominada de
medula óssea amarela, o que faz com que os ossos sejam potenciais reservatórios de energia.
HEMATOPOESE
Alguns ossos possuem a chamada “medula óssea vermelha”, que é capaz de gerar células sanguíneas
vermelhas, brancas e plaquetas, no processo conhecido como hematopoese ou hematocitopoese. Essa
característica é mais observada durante o período embrionário, mas, alguns ossos na vida adulta ainda
retêm medula óssea vermelha, como o osso da pelve, o esterno e as vértebras. Cabe notar que
procedimentos de coleta de medula óssea são frequentemente realizados nesses ossos.
A medula óssea vermelha.
DIVISÕES DO ESQUELETO
O número de ossos no esqueleto pode variar para mais ou para menos de acordo com aspectos como a
idade ou as variações anatômicas.
Nas crianças, o número é frequentemente maior, pois algumas partes de ossos específicos só irão se
fundir ao longo da vida.
Já os idosos possuem número menor de ossos, visto que há uma ossificação das articulações e
subsequente fusão fisiológica de ossos (sinostose fisiológica).
O esqueleto humano pode ser dividido em duas grandes porções: o esqueleto axial e o esqueleto
apendicular.
ESQUELETO AXIAL
ESQUELETO APENDICULAR
Um cíngulo é definido pelo conjunto de ossos que conectam o esqueleto apendicular ao esqueleto axial.
No membro superior, o cíngulo é composto pela clavícula e escápula, enquanto no membro inferior, o
cíngulo é composto pelo osso da pelve (ílio, ísquio e púbis), pois conectam, respectivamente, o úmero e
o fêmur ao esqueleto axial.
Esqueleto apendicular e esqueleto axial.
Células osteoprogenitoras
São células não especializadas e que derivam do mesênquima. São células precursoras dos
osteoblastos.
Osteoblastos
São células ósseas jovens, que possuem a função de “criar” tecido ósseo. Assim sendo, elas sintetizam
e secretam colágeno e outros componentes para formar a matriz extracelular óssea, além de
começarem o processo de calcificação.
Osteócitos
São célula ósseas maduras. Nada mais são que osteoblastos que já secretaram o suficiente de matriz e
ficaram “presos” nessa própria sintetização. São as células principais do tecido ósseo e são
fundamentais para o metabolismo deste.
Osteoclastos
São células ósseas gigantes, derivadas da união de monócitos (um tipo de célula sanguínea branca).
Enquanto os osteoblastos são responsáveis pela construção de tecido ósseo, os osteoclastos possuem
a função de degradar esse tecido (reabsorção óssea).
Estruturas de um osso.
Ainda, há a existência de pequenos espaços entre todos esses elementos estudados anteriormente.
Esses espaços podem servir como canais sanguíneos ou armazenamento de medula óssea. De acordo
com a distribuição desses espaços, um osso pode ser classificado como compacto ou esponjoso:
As trabéculas do osso esponjoso ficam dispostas de forma orientada, no que se conhece como “linhas
de estresse”, e permitem que um determinado osso resista a uma pressão sem ser lesionado. Isso pode
ser evidenciado, por exemplo, na cabeça do fêmur, que recebe cargas do corpo na posição ortostática.
OSSOS LONGOS
Por definição, possuem um comprimento maior que largura. Grande parte dos ossos longos pertencem
ao esqueleto apendicular, como, por exemplo, o úmero, fêmur, as falanges, a ulna, fíbula, entre outros.
OSSOS CURTOS
São ossos com um formato cuboide que possuem medidas comprimento e largura similares. Os ossos
do carpo e do tarso são bons exemplos de ossos curtos.
OSSOS PLANOS
São ossos com uma ampla superfície fina, como os ossos do neurocrânio, o esterno, as costelas e a
escápula. Os ossos planos possuem uma disposição específica de tecido ósseo compacto e esponjoso.
Nos ossos do crânio, por exemplo, há uma camada de osso esponjoso interposta entre duas camadas
de osso compacto, disposição conhecida como “díploe”.
OSSOS IRREGULARES
São ossos que possuem formatos complexos e que não podem ser agrupados nas categorias estudadas
anteriormente. Como exemplo, podemos citar as vértebras, o osso do quadril e alguns ossos do
viscerocrânio (face).
OSSOS SESAMOIDES
São ossos que se desenvolvem dentro de tendões nos quais há considerável atrito ou estresse físico.
Variam imensamente de número de pessoa para pessoa e nem sempre estão completamente
ossificados. São, geralmente, pequenos em diâmetro. O maior osso sesamoide do corpo humano é a
patela, situada no tendão do músculo quadríceps femoral. Os ossos sesamoides auxiliam na proteção
do tendão e podem funcionar como uma polia, diminuindo o esforço que um determinado músculo
necessita fazer para realizar um movimento.
OSSOS SUTURAIS
Alguns autores consideram os ossos suturais (antigamente denominados de ossos Wormianos) como
uma classificação. São definidos como ossos situados nas suturas (um tipo de articulação) dos ossos do
crânio. Variam consideravelmente e podem ser considerados como variações anatômicas.
Tipos de ossos.
Diáfise
É definida como o corpo do osso, ou seja, a porção mais longa, central e cilíndrica. Há presença
significativa de tecido ósseo compacto.
Epífise
São as extremidades do osso e, por isso, podem ser chamadas de epífise proximal e epífise distal. Há
presença significativa de tecido ósseo trabecular.
Metáfise
São as regiões entre as epífises e as diáfises. São importantes durante o crescimento ósseo, pois nessa
região está situada a placa epifisária ou o disco epifisário, uma estrutura de cartilagem hialina que
permite que o osso cresça em comprimento. Após cumprir seu papel, essa placa se ossifica e se torna
somente uma linha, denominada de linha epifisária (BERENDSEN; OLSEN, 2015).
Cartilagem articular
É um revestimento cartilaginoso que cobre parte da epífise de um osso que se articula. Está presente
não somente em ossos longos, mas nos demais tipos de ossos, exatamente nessas mesmas porções
onde há uma articulação.
Canal medular
É um canal geralmente cilíndrico, situado internamente à diáfise. É preenchido por medula óssea
amarela nos adultos. Essa cavidade diminui o peso de um osso sem perda de resistência.
Anatomia de um osso.
CAMADAS DE REVESTIMENTO DE UM OSSO,
NUTRIÇÃO E INERVAÇÃO
Além de todos os elementos de constituição que já estudamos, um osso é provido de duas camadas, a
saber:
PERIÓSTEO
Uma membrana resistente de tecido conjuntivo. Está associada ao suprimento sanguíneo e à inervação
de um osso. O periósteo auxilia no crescimento do osso, porém somente em espessura. Além de ter
papel de proteção, o periósteo possui funções como acelerar processo de reparo de fraturas, nutrição e
inervação e serve como ponto de ancoragem para ligamentos e músculos.
ENDÓSTEO
É uma camada fina que reveste a superfície interna do canal medular, possui função de vascularização,
assim como o periósteo.
O osso é altamente vascularizado e inervado. Os vasos sanguíneos são mais abundantes nas porções
que possuem tecido ósseo trabecular (medula óssea vermelha), e esses vasos e nervos penetram no
osso através do periósteo. Para fins de descrição da vascularização e inervação de um osso, iremos
utilizar os ossos longos como exemplo.
ARTÉRIAS PERIOSTEAIS
São artérias pequenas que nutrem o periósteo e a parte externa do osso compacto, entram pela diáfise
através dos canais perfurantes (de Volkmann).
ARTÉRIA NUTRÍCIA
É uma artéria de maior calibre e, frequentemente, entra na diáfise do osso através de um forame,
denominado de forame nutrício. Ao entrar na superfície interna do osso, divide-se em dois grandes
ramos (distal e proximal) que seguem para as suas respectivas extremidades. Essa artéria e seus ramos
irão nutrir a superfície interna do tecido compacto, o tecido esponjoso e as placas epifisárias.
São artérias de menor calibre, que irão irrigar, também, suas respectivas porções. Formam uma rede
anastomótica com os vasos nutrícios.
ATENÇÃO
Cabe salientar que a drenagem venosa é paralela à irrigação arterial. Portanto, as veias que drenam o osso
podem ser denominadas de veias nutrícias, veias epifisárias, veias metafisárias e veias periosteais. Da
mesma maneira, os nervos correm junto com esses dois elementos, constituindo o que se chama de feixe
vásculo-nervoso. A inervação do periósteo é rica em fibras sensoriais, que são responsáveis por carrearem
informações de dor. Isso explica a dor causada por fraturas, doenças ósseas e em procedimentos como
biópsia de medula óssea (MOORE et al., 2019).
As aberturas e depressões.
a) Aberturas e
Definição
depressões
b) Processos ou
Definição
proeminências
OSSIFICAÇÃO
O processo de formação óssea é denominado de ossificação, ou osteogênese, e ocorre em quatro
situações:
01
02
03
04
Ossificação intramembranosa
É a forma mais simples de ossificação. Os ossos planos do crânio, a maioria dos ossos faciais, parte da
mandíbula e a parte medial da clavícula passam por esse tipo de processo. Nos ossos do crânio, as
fontanelas (conhecidas popularmente como “moleiras”) são frutos da ossificação intramembranosa.
Esses fontículos permitem a passagem do feto pelo canal vaginal e, posteriormente, se ossificam. A
ossificação intramembranosa tem as seguintes etapas:
No local onde o osso se desenvolverá, sinais químicos específicos fazem com que as células do
mesênquima se agrupem e se diferenciem primeiro em células osteoprogenitoras e depois em
osteoblastos. O local desse aglomerado é denominado centro de ossificação. Os osteoblastos secretam
a matriz extracelular orgânica do osso até serem circundados por ela.
A secreção da matriz extracelular cessa e, ao longo dos dias, ocorre um depósito de cálcio e demais
sais minerais e a matriz extracelular endurece ou calcifica.
À medida que a matriz extracelular óssea se forma, ela se desenvolve em trabéculas que se fundem
para formar o tecido ósseo esponjoso ao redor da rede de vasos sanguíneos. O tecido conjuntivo ao
redor dos vasos sanguíneos nas trabéculas se diferencia em medula óssea vermelha.
QUARTA ETAPA: DESENVOLVIMENTO DO PERIÓSTEO
Ossificação endocondral
Nessa forma de ossificação, há a formação de osso a partir de um molde de cartilagem hialina. A grande
maioria dos ossos do corpo humano são formados a partir desse tipo.
No local onde o osso vai se formar, mensagens químicas específicas fazem com que as células do
mesênquima se aglomerem na forma geral do futuro osso e se desenvolvam em condroblastos, que
secretam cartilagem hialina na forma do molde. Uma cobertura chamada pericôndrio se desenvolve em
torno do modelo de cartilagem.
Uma vez que os condroblastos ficam profundamente enterrados na matriz extracelular da cartilagem,
eles se tornam condrócitos. O molde de cartilagem cresce em comprimento por divisão celular contínua
de condrócitos, acompanhada por mais secreção da matriz extracelular da cartilagem (crescimento
intersticial). O crescimento em espessura se dá pelo acúmulo da matriz extracelular na superfície do
molde por novos condroblastos (crescimento aposicional).
A ossificação primária vai da superfície externa para a interna do osso. Uma artéria nutrícia penetra no
pericôndrio e no molde cartilaginoso, que por sua vez faz com que as células osteoprogenitoras no
pericôndrio virem osteoblastos. Já há formação do periósteo. No centro do molde, há o aparecimento de
um centro de ossificação primário, uma região onde o tecido ósseo substituirá a maior parte da
cartilagem. A ossificação primária se espalha a partir desse local central em direção a ambas as
extremidades.
Quando ramos da artéria epifisária entram nas epífises, centros de ossificação secundários se
desenvolvem, geralmente por volta da época do nascimento. A formação óssea é semelhante ao que
ocorre nos centros de ossificação primários, porém o osso esponjoso permanece.
A cartilagem hialina que recobre as epífises torna-se a cartilagem articular. Antes da idade adulta, a
cartilagem hialina permanece entre a diáfise e a epífise como disco epifisário ou placa epifisária (de
crescimento) - região responsável pelo crescimento longitudinal dos ossos longos, como já visto
anteriormente. Esse processo ocorre até o início da vida adulta.
MÓDULO 3
Em linguagem popular, o termo “juntura” é utilizado quando duas coisas se mantêm juntas. Na
anatômica, utilizamos o termo “articulação”, cuja definição é: ponto de conexão existente entre qualquer
parte rígida que compõe o esqueleto, sejam ossos sejam cartilagens. Artrologia é o nome do estudo das
articulações.
As articulações são um componente vital do aparelho locomotor, pois fornecem uma união de peças
ósseas, permitindo os movimentos.
As articulações podem ser classificadas estruturalmente, com base em suas características anatômicas,
e funcionalmente, com base no tipo de movimento que elas permitem. A classificação estrutural das
articulações é baseada em dois critérios:
ATENÇÃO
A classificação funcional refere-se à amplitude de movimento que uma articulação permite. Essa classificação
teve seu valor durante a história da anatomia, porém, utiliza-se, atualmente, a classificação estrutural.
Na classificação funcional, temos as:
• Sinartroses (imóveis)
• Anfiartroses (pouco móveis)
• Diartroses (bastante móveis)
Já na classificação estrutural, temos as articulações:
• Fibrosas
• Cartilaginosas
• Sinoviais
ARTICULAÇÕES FIBROSAS
A principal característica das articulações fibrosas é a ausência de uma cavidade articular. Nesse
sentido, os ossos que apresentam essa articulação estão situados próximos uns dos outros e são unidos
por uma camada densa de tecido conjuntivo não modelado.
Suturas
Sindesmoses
Membranas interósseas
SUTURAS
São articulações fibrosas compostas por uma camada densa e irregular de tecido conjuntivo. Ocorrem
apenas entre os ossos do crânio. Podemos citar como exemplo a sutura coronal, entre os ossos
parietais e frontais, e a sutura sagital, entre os ossos parietais e occipitais. As bordas irregulares e
entrelaçadas das suturas lhes conferem maior resistência e menor chance de fraturas. Eles são imóveis
na vida adulta e ligeiramente móveis até pouco depois do nascimento, de modo a permitir a cabeça do
feto passar pelo canal de parto.
Vista superior do crânio e da sutura coronal, sutural sagital e sutura lambdoidea, anterior para
posterior.
SINDESMOSES
A sindesmose é uma articulação fibrosa em que há uma distância maior entre as superfícies articulares,
além de possuir um tecido conjuntivo irregular mais denso do que em uma sutura. O tecido conjuntivo
denso e irregular é tipicamente organizado como um feixe (ligamento) e permite que a articulação realize
movimentos limitados.
EXEMPLO
O exemplo mais clássico de sindesmose é a articulação tibiofibular distal, na qual o ligamento tibiofibular
anterior conecta a tíbia e a fíbula, permitindo movimentos discretos.
Ainda dentro das sindesmoses, podemos destacar o subgrupo das gonfoses: articulações entre a raiz
dos dentes e os alvéolos da maxila ou da mandíbula.
União dos dentes com os alvéolos da mandíbula e da maxila.
MEMBRANAS INTERÓSSEAS
São formadas por uma camada substancial de tecido conjuntivo denso e irregular que liga os ossos
longos vizinhos e permite movimentos leves. Existem duas principais membranas interósseas no corpo
humano:
ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS
As articulações cartilaginosas também não possuem uma cavidade sinovial, ou seja, uma verdadeira
cavidade entre as superfícies articulares. Permitem movimentos discretos. Nesse tipo de articulação, as
peças ósseas são conectadas firmemente por cartilagem hialina ou fibrocartilagem.
SINCONDROSES
São articulações cartilaginosas nas quais o material que une as superfícies articulares é a cartilagem
hialina. Um exemplo pode ser visto durante a osteogênese, na placa epifisária ou no disco epifisário.
Essa placa une a epífise e a diáfise de um osso em crescimento. Ao longo do desenvolvimento
longitudinal do osso, a tendência é que o disco epifisário desapareça. Outros exemplos podem ser
observados entre a primeira costela e o esterno, que também se ossifica.
SÍNFISES
Nesse subgrupo de articulações cartilaginosas, podemos observar que a superfície articular dos ossos
está revestida por cartilagem hialina, porém, o meio de união é dado por um disco robusto de
fibrocartilagem. São ligeiramente móveis. Todas as sínfises ocorrem no eixo central do corpo.
Exemplos de sínfises são: entre as superfícies anteriores dos ossos do quadril (sínfise púbica); entre o
manúbrio e o corpo do esterno (sínfise manubrioesternal) e nas articulações intervertebrais entre os
corpos das vértebras (disco intervertebral).
Note a sínfise púbica unindo os ossos da pelve.
ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
Sob o ponto de vista anatômico, as articulações sinoviais são as mais complexas, pois possuem os
componentes das articulações fibrosas e cartilaginosas, assim como, componentes próprios.
ATENÇÃO
A característica mais marcante de uma articulação sinovial é a presença de um espaço denominado cavidade
sinovial ou cavidade articular entre os ossos articulados. Essa cavidade sinovial permite um movimento
considerável em uma articulação, o que torna as articulações sinoviais bastante móveis, porém acarreta
menor resistência. Portanto, as articulações sinoviais podem ser luxadas mais facilmente.
Assim como os demais tipos de articulação, as superfícies ósseas das peças que compõem uma
articulação sinovial são recobertas por uma camada de cartilagem hialina, chamada de cartilagem
articular.
CARTILAGEM ARTICULAR
É um elemento exclusivo das articulações sinoviais. A cápsula articular é uma estrutura em formato de
manguito, que recobre as superfícies ósseas de contato e delimita um espaço denominado de cavidade
sinovial. A cápsula articular é composta por duas camadas:
A membrana fibrosa é formada por tecido conjuntivo denso e se liga ao periósteo dos ossos articulados.
A flexibilidade da membrana fibrosa permite um movimento considerável em uma articulação, enquanto
sua grande força de tração ajuda a prevenir o desencaixe dos ossos.
SAIBA MAIS
As fibras de algumas cápsulas se organizam através de feixes paralelos de tecido conjuntivo denso e regular
que são altamente adaptados para resistir a tensões. Esses feixes são chamados de ligamentos
capsulares.
A camada interna da cápsula articular, a membrana sinovial, é composta de tecido conjuntivo areolar
com fibras elásticas. Em muitas articulações sinoviais, a membrana sinovial inclui acúmulos de tecido
adiposo, chamados de coxins de adiposos, como por exemplo na articulação do joelho. Dentro da
cápsula articular, temos um espaço, que é chamado de cavidade sinovial. Essa cavidade sinovial é
preenchida pelas superfícies articulares das peças ósseas e possui um líquido, denominado de líquido
sinovial, que é secretado pela camada interna da cápsula articular.
VOCÊ SABIA
O líquido sinovial é composto por ácido hialurônico, uma substância que lubrifica a articulação, absorve
choques, fornece oxigênio e nutrientes e remove dióxido de carbono e resíduos metabólicos dos condrócitos
dentro da cartilagem articular. É essencial para a manutenção de uma articulação sinovial sadia. Em algumas
doenças articulares, podem ser realizadas injeções de ácido hialurônico para estimular a produção de líquido
sinovial e manter a lubrificação adequada das superfícies articulares.
Note na imagem a presença de uma cápsula articular, da membrana sinovial, da cavidade articular
preenchida por líquido sinovial e da cartilagem articular que reveste as superfícies ósseas de contato.
Ligamentos
Os ligamentos são comuns a todas as articulações que já estudamos, ou seja, não é um elemento
exclusivo das sinoviais. Os ligamentos são feixes fibrosos mais resistentes que limitam o movimento e
reforçam a articulação. Esses ligamentos podem ser divididos em:
CAPSULARES
EXTRACAPSULARES
INTRACAPSULARES
ATENÇÃO
Essas faixas fibrosas não possuem papel funcional em uma articulação, pois são resquícios da
evolução, como a corda oblíqua, situada entre o rádio e a ulna. Acredita-se que essa estrutura seja
resquício de fibras musculares proximais do músculo flexor longo do polegar, que podem ser
encontradas em macacos.
Lábios
Os lábios podem ser encontrados nas articulações do ombro e quadril. São estruturas fibrocartilaginosas
que se estendem da borda do encaixe articular.
O lábio ajuda a aprofundar a superfície de encaixe e aumenta a área de contato das peças ósseas.
Discos e meniscos
Dentro da cápsula de algumas articulações sinoviais, como na do joelho, podemos verificar a presença
de estruturas fibrocartilaginosas em formato de meia lua: são os meniscos.
Já na articulação temporomandibular, há a presença de estruturas fibrocartilaginosas em formato
ovalado ou circular: são os discos.
Os discos e os meniscos possuem as seguintes funções:
Absorção de choque.
O movimento natural do esqueleto e das articulações cria atrito entre estes. Estruturas semelhantes a
sacos, denominadas de bolsas, estão situadas em diversos pontos de uma articulação ou perto de
tendões musculares para aliviar o atrito. As bolsas sinoviais são preenchidas por líquido sinovial.
Podemos encontrá-las principalmente nas articulações do ombro, quadril e joelho, porém, podem estar
localizadas entre a pele e os ossos, tendões e ossos, músculos e ossos ou ligamentos e ossos.
VOCÊ SABIA
Já as bainhas sinoviais são estruturas em forma tubular, mas também possuem o mesmo propósito das
bolsas: diminuir o atrito. Elas revestem alguns tendões, especialmente nas regiões onde estes passam
por sulcos ou túneis, como o tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial, que passa pelo sulco
intertubercular no úmero, ou os tendões dos músculos, que passam pelo túnel do tarso, no tornozelo.
A camada interna de uma bainha sinovial, a camada visceral, é fixada à superfície do tendão.
Já a camada externa, conhecida como camada parietal, está presa ao osso.
Entre as camadas, há uma cavidade que contém uma pequena quantidade de líquido sinovial.
Vista posterior (dorsal) da mão. As bainhas sinoviais são as estruturas mais azuladas.
Processos inflamatórios nas bainhas sinoviais são denominados de tenossinovites. Uma bastante
conhecida é a tenossinovite de Quervain, que afeta as bainhas sinoviais dos tendões dos músculos
extensores do polegar, doença comum devido ao uso excessivo de celular.
Imagem: Shutterstock.com
Eles podem ser agrupados em quatro categorias, a saber: movimentos por deslizamento, movimentos
angulares, movimentos de rotação e movimentos especiais, que podem ser realizados somente por
articulações específicas.
Os movimentos de deslizamento são simples: as superfícies ósseas (que são quase planas) se
movem para frente e para trás e de um lado para outro. Os movimentos de deslizamento são limitados
em alcance devido à estrutura da cápsula articular, ligamentos associados e ossos; no entanto, esses
movimentos também podem ser combinados com rotação.
EXEMPLO
Flexão
Extensão
Abdução
Adução
Circundução
A tabela a seguir traz a definição e exemplos desses movimentos, assim como suas exceções.
Dobrar excessivamente a
É o nome que se dá a uma extensão
Hiperextensão cabeça para trás, de modo a
exacerbada.
olhar o céu.
Os movimentos de rotação ocorrem quando um osso gira em torno do seu próprio eixo, por exemplo no
ato de gesticular “não”, com a cabeça. Em alguns casos, essa rotação pode ser lateral (externa) ou
medial (interna). Ocorrem no plano transverso e no eixo craniocaudal.
Movimento de rotação da cabeça.
Por fim, iremos analisar agora os movimentos especiais. Esses só ocorrem em locais específicos do
corpo. A tabela a seguir traz o nome, a definição e o exemplo dos movimentos especiais.
Elevação da mandíbula
Elevação Move algo superiormente. durante a mastigação;
elevação dos ombros.
Depressão da
Depressão Move algo inferiormente. mandíbula durante a
mastigação.
Na posição anatômica, o
Ocorre no antebraço. Traz a palma da mão
Supinação antebraço está
anteriormente.
supinado.
Veja na imagem que, durante a pronação, a palma da mão é posterior e há um cruzamento entre o rádio
e a ulna, enquanto na supinação, a palma da mão é anterior.
Movimentos de supinação e pronação no antebraço.
As articulações sinoviais podem ser divididas de acordo com a superfície de encaixe dos ossos. Esses
diferentes tipos de articulações permitem os variados movimentos. Essas articulações podem ser
classificadas em uniaxiais, biaxiais ou triaxiais, dependendo da quantidade de eixos em que a
articulação permite o deslocamento.
Articulação em dobradiça
Também são conhecidas como “gínglimo”. Aqui, a superfície convexa de um osso se encaixa na
superfície côncava de outro osso. Essas articulações permitem movimentos de flexão e extensão, por
isso são consideradas uniaxiais (trabalham no eixo látero-lateral). Como exemplo, temos a articulação
do cotovelo.
Articulação selar
A superfície articular de um osso é em forma de sela, e a superfície articular do outro osso se encaixa
nela como um cavaleiro sentado na sela de um cavalo. São biaxiais e permitem movimentos de flexão,
extensão, abdução e adução. A articulação entre o osso trapézio e o primeiro metacarpo (do polegar) é
um exemplo de articulação selar.
Articulação esferoide
São triaxiais, sendo assim, permitem movimentos em todos os eixos (flexão, extensão, abdução, adução
e rotação). Ocorrem quando uma superfície esférica se encaixa em uma depressão côncava. As únicas
articulações esferoides podem ser encontradas no ombro, quando a cabeça do úmero se encaixa na
cavidade glenoidal da escápula, e no quadril, quando a cabeça do fêmur se encaixa no acetábulo.
MÓDULO 4
VOCÊ SABIA
ATENÇÃO
A grande diferença entre o músculo estriado esquelético e os demais é que esse é voluntário e está
associado aos elementos ósseos e articulares já conhecidos.
Agora, por meio do estudo científico dos músculos, conhecido como miologia, iremos abordar as
funções do tecido muscular, as características de cada tipo de músculo, os componentes do músculo
estriado esquelético, as classificações dos músculos estriados esqueléticos e os anexos musculares.
Vimos que existem três tipos de tecido muscular - esquelético, cardíaco e liso. Esses tecidos possuem
algumas propriedades similares, mas são diferentes em sua anatomia microscópica, localização e como
são controlados pelo sistema nervoso.
O tecido muscular esquelético tem esse nome porque a maioria dos músculos esqueléticos move os
ossos do esqueleto, além de ser estriado: bandas proteicas claras e escuras alternadas (estriações) são
observadas quando o tecido é examinado com um microscópio. A maioria dos músculos esqueléticos
também é controlada subconscientemente até certo ponto.
Imagem: Shutterstock.com
EXEMPLO
Seu diafragma continua a se contrair e relaxar alternadamente sem controle consciente para que você não
pare de respirar. Além disso, você não precisa pensar conscientemente em contrair os músculos esqueléticos
para manter sua postura ou estabilizar as posições corporais.
O músculo cardíaco, apesar de ser estriado, é involuntário. Apenas o coração contém esse tecido
muscular. A alternância de contração e o relaxamento do coração não são controlados conscientemente.
Em vez disso, o coração bate porque tem um marca-passo natural que inicia cada contração, mediada
por hormônios ou neurotransmissores.
Já o Tecido muscular liso está localizado nas paredes de estruturas internas ocas, como vasos
sanguíneos, vias aéreas e a maioria dos órgãos da cavidade abdominopélvica. Também é encontrado
na pele, ligado aos folículos pilosos. Ao microscópio, esse tecido não apresenta as estrias do tecido
muscular esquelético e cardíaco.
Produção de movimento
Ainda, para serem funcionais, os músculos necessitam ter quatro propriedades, a saber:
EXCITABILIDADE ELETROQUÍMICA
CONTRATILIDADE
EXTENSIBILIDADE
ELASTICIDADE
Microscopicamente, a fibra muscular é composta por uma série de filamentos que se agrupam e que são
revestidos por uma camada denominada de endomísio.
Essas fibras musculares se agrupam e são revestidas por uma camada chamada de perimísio.
Esse agrupamento de fibras musculares forma uma estrutura denominada de fascículo muscular.
Essas camadas (epimísio, perimísio e endomísio) são extensões do tecido conjuntivo que circundam o
músculo e são coletivamente denominadas de fáscia. Essa fáscia pode se tornar mais espessa
dependendo da região, formando verdadeiros septos que separam a musculatura em compartimentos e
se estendem para além do ventre muscular a fim de formar a porção tendinosa de um músculo.
Quando essa porção tem formato laminar, dá-se o nome de aponeurose.
As aponeuroses e os tendões correm em direção ao periósteo para se fixar nos ossos. Apesar disso,
alguns músculos se fixam em outros ou até nas aponeuroses dos músculos do lado oposto, como é o
caso da musculatura da parede abdominal.
Aponeurose da parede abdominal (do músculo transverso do abdome).
As aponeuroses e os tendões correm em direção ao periósteo para se fixar nos ossos. Apesar disso,
alguns músculos se fixam em outros ou até nas aponeuroses dos músculos do lado oposto, como é o
caso da musculatura da parede abdominal.
ATENÇÃO
Existem diversos receptores nos tendões que indicam ao sistema nervoso central a posição do corpo
humano e das articulações dentro de um contexto espacial, similar aos do fuso muscular. Quando se
fala em contração muscular, precisamos ter em mente que as próprias fibras musculares são compostas
por estruturas microscópicas denominadas de miofibrilas. Essas miofibrilas possuem proteínas
filamentosas que permitem a contração e relaxamento.
Um aspecto importante para a manutenção da postura é o conceito de “tônus muscular”. Esse conceito
diz que a musculatura, mesmo em estado de repouso, está ligeiramente contraída. Esse tônus muscular
não produz movimento ou resistência e tem como propósito dar firmeza à sustentação e estabilizar as
articulações. É graças ao tônus muscular que um músculo pode ser ativado com certa facilidade, pois já
está em estágio de ligeira contração. O tônus muscular só está ausente em algumas ocasiões,
como no sono profundo, quando um indivíduo está sob sedação ou quando há uma lesão que
resulta em paralisia.
Podemos explorar um pouco a respeito dos reflexos. Embora os músculos esqueléticos também sejam
chamados de músculos voluntários, certos aspectos de sua atividade são automáticos e, portanto, não
são controlados voluntariamente em uma determinada situação.
EXEMPLO
Temos o músculo diafragma, que é controlado por reflexos estimulados pelos níveis de oxigênio e dióxido de
carbono no sangue (embora possamos controlá-lo voluntariamente).
COMPONENTES ANATÔMICOS E
CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS ESTRIADOS
ESQUELÉTICOS
Já vimos que um músculo estriado esquelético possui duas grandes porções: uma carnosa, denominada
de ventre, e uma formada por tecido conjuntivo, denominada de tendão ou aponeurose. A contração
ocorre na parte carnosa do músculo, e os tendões funcionam como alavanca e ancoram o músculo em
um osso ou articulação, na maioria dos casos. Para tal, um músculo estriado esquelético dispõe de uma
“origem” e uma “inserção”, ou seja, o local no qual surge e o local ao qual se dirige. Por definição:
Inserção é o nome que se dá à parte móvel durante um movimento.
Sendo assim, de acordo com o movimento que um músculo irá realizar, a origem e a inserção irão
mudar.
EXEMPLO
Vamos observar o músculo bíceps braquial. Esse músculo possui duas ações: a flexão do cotovelo e flexão
do ombro. Na primeira situação, observamos que a porção distal do músculo é a parte móvel, enquanto a
porção proximal é a parte fixa. Nesse caso, a origem do músculo bíceps braquial é o ombro, enquanto a
inserção é na tuberosidade do rádio. Na segunda ação (flexão do ombro como em um movimento de barra),
a parte fixa torna-se a sua porção distal, enquanto a sua porção proximal é a móvel. Aqui, poderíamos dizer
que sua origem é na tuberosidade do rádio e sua inserção é no ombro.
Isso torna o estudo da musculatura bastante confuso. Por conta disso, convencionou-se que a porção
mais proximal é geralmente a origem, enquanto a porção distal de um músculo é geralmente sua
inserção.
Os músculos estriados esqueléticos podem ser classificados de acordo com a sua função em:
AGONISTA
ANTAGONISTA
SINERGISTAS
SAIBA MAIS
Paralelo: Fascículos paralelos ao eixo longitudinal do músculo. Possuem uma origem e inserção
tendinosa.
Fusiforme: Fascículos quase paralelos ao eixo longitudinal do músculo. São similares aos
paralelos, mas o diâmetro do ventre é maior do que nos tendões.
Triangular: Fascículos espalhados por uma área ampla e que convergem em um tendão central
espesso, dando ao músculo uma aparência triangular.
O TAMANHO
A FORMA
A AÇÃO
O NÚMERO DE ORIGENS
A LOCALIZAÇÃO DO MÚSCULO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudamos os conceitos iniciais que possibilitam o estudo da anatomia. Em especial, vimos os planos,
eixos e termos de posição, que são imprescindíveis para a descrição anatômica e o entendimento da
posição das estruturas no corpo humano.
Vimos como é o processo de osteogênese e como os ossos são classificados e distribuídos. Com
relação às articulações, estudamos as diferenças entre as articulações fibrosas, cartilaginosas e
sinoviais. Ao estudarmos o sistema muscular, pudemos observar as diversas funções e propriedades
dos músculos, assim como esses músculos estriados esqueléticos se organizam no corpo humano.
PODCAST
Agora, o especialista Jose Carlos Siciliano Oliveira encerra o tema com um resumo dos módulos,
abordando todos os subtópicos deste.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Principles of Anatomy & Physiology. New Jersey: John Wiley &
Sons, 2014.
EXPLORE+
Para explorar os seus conhecimentos a respeito do assunto estudado:
Pesquise:
A reportagem O livro nazista de anatomia que ainda hoje é usado por cirurgiões, de Keiligh Bakera,
publicada no site da BBC News. Leia para saber mais a respeito do Atlas de Anatomia de
Pernkopf.
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Aos vídeos sobre modelagem e remodelagem óssea e sobre os planos anatômicos, no YouTube.
CONTEUDISTA
Marcio Antonio Babinski
CURRÍCULO LATTES