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Gabriela Augusta
Introdução à anatomia:
terminologia anatômica
e níveis de organização
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O conhecimento da anatomia humana é imprescindível para o desenvol-
vimento de habilidades e competências do profissional da Área da Saúde.
Você deve estudar o corpo humano por meio das várias abordagens
anatômicas, considerando os níveis de organização do corpo e a nomen-
clatura específica aplicada a este estudo. Nesse contexto, é fundamental
compreender a importância do conhecimento da anatomia humana
e suas especialidades, além de conhecer a linguagem que descreve a
abordagem inicial para o estudo do corpo humano e de suas partes.
Existem formas não invasivas para avaliar aspectos estruturais e funcionais do corpo
humano, como, por exemplo a palpação, na qual o profissional usa as mãos para
identificar aspectos anatômicos da superfície do corpo. Outro exemplo é a auscultação,
em que o profissional usa um estetoscópio para avaliar os sons corporais; e a percussão,
que é usada pelo examinador para avaliar a presença anormal de líquidos, a consistência
de tecidos e as respostas reflexas, por meio das próprias mãos ou usando instrumentos
como martelos de percussão.
Terminologia anatômica
A anatomia é uma ciência que se vale essencialmente da observação e da des-
crição daquilo que se vê. Há séculos, os anatomistas estudam o corpo humano
e tentam descrever o que encontram e o que visualizam; para isso, necessitam
de um vocabulário específico, que traduza a imagem em linguagem. Esta
linguagem se origina essencialmente de termos e étimos vindos do grego e do
latim. Por exemplo, a palavra intercostal é composta pelas raízes do latim inter,
que significa entre, e costo, que significa costelas; então, a palavra intercostal
significa entre as costelas, como, por exemplo, os músculos intercostais.
Essa linguagem anatomoclínica é aplicada extensamente na área da saúde,
e você deve utilizá-la para comunicar-se no ambiente acadêmico e na sua vida
profissional.
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Você deve e precisa ter o domínio da linguagem anatomoclínica para que o seu
desenvolvimento como profissional da área da saúde seja completo.
O seu conhecimento sobre a origem e a aplicação dos termos anatômicos lhe trará
maior facilidade na compreensão da comunicação médica, da linguagem dos laudos
clínicos, das patologias e de artigos científicos.
Mas atenção!
Você pode usar a linguagem comum com o seu paciente, para facilitar seu entendi-
mento e garantir sua confiança. Por exemplo: se você precisa que seu paciente deite
de barriga para cima, você não irá solicitar que ele fique em decúbito dorsal! Nesse
tipo de situação, o melhor é não usar a linguagem anatomoclínica.
Anatomia de superfície
Existe uma nomenclatura relacionada às regiões e às referências ou marcadores
de superfície do corpo e seus termos anatômicos (Figuras 2 e 3). A seguir,
você irá conhecer esses termos que devem ser necessariamente assimilados
para que você construa a linguagem anatômica.
Na Figura 2, o corpo humano está posicionado em dois diferentes planos:
o corpo em vista anterior (Figura 2[a]) e em vista posterior (Figura 2[b]).
Note, por exemplo, que a virilha é chamada de região inguinal. Assim, por
exemplo, tudo que se refere a inguinal será considerado como localizado nessa
região, e daí derivam os nomes de algumas estruturas ou alterações, como,
por exemplo, ligamento inguinal ou hérnia inguinal.
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Figura 2. Marcadores anatômicos e superfície: (a) corpo em vista anterior; (b) corpo em
vista posterior.
Fonte: Martini, 2009.
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Posição anatômica
O termo posição anatômica é mais uma convenção para que se estude o corpo
humano de forma organizada e metodológica. Esse termo exige que a posição
seja a seguinte: o corpo humano está de pé (ereto), com o olhar direcionado
para o horizonte, as palmas das mãos estão para frente (em supinação), os
membros superiores e inferiores estão estendidos (em extensão) e os pés estão
levemente afastados (Figura 2[a]). Assim, com esse termo definido, você não
precisa mais visualizar uma imagem, e sim imaginar o corpo posicionado
dessa forma.
Quadrantes abdominais
Além dos termos relacionados à anatomia de superfície, existem os termos
que referenciam as regiões do abdome. Novamente, trata-se de uma conven-
ção para que a comunicação e a descrição anatômica na área da saúde sejam
padronizadas. Duas formas são normalmente aplicadas ao abdome: a divisão
em 4 e em 9 quadrantes (Figuras 4[a] e 4[b]). Essa divisão do abdome é usada
para facilitar a descrição da localização anatômica e é também muito útil
para a investigação de disfunções e patologias. Cada quadrante corresponde
a determinados órgãos e/ou estruturas internas, abdominais e pélvicas.
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Anatomia seccional
Todas as estruturas em anatomia podem ser estudadas através de secções ou
dos chamados planos seccionais (Figura 7). Precisamos estudar os aspectos
anatômicos internos, e, para isto, foram padronizados três tipos de cortes ou
secções. Os planos seccionais são os seguintes;
Cavidades do corpo
O corpo é formado internamente por cavidades cujas funções vão desde a
proteção dos órgãos até a separação e sustentação dos mesmos (Figura 8).
As cavidades ventrais são a torácica e a abdominopélvica; as dorsais são as
cavidades craniana e vertebral.
A cavidade torácica é formada por duas cavidades menores: a cavidade
pericárdica, que é um espaço preenchido por líquido que circunda o coração, e
a cavidade pleural, que envolve os pulmões e também é preenchida por líquido.
A região central da cavidade torácica é o mediastino (Figura 9), um espaço
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CHEN, M. Y. M.; POPE, T. L.; OTT, D. J. Radiologia básica. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
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Disponível em: <https://www.nlm.nih.gov/research/visible/visible_human.html#>.
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TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia.
8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
Leituras recomendadas
FREITAS, V. Anatomia: conceitos e fundamentos. Porto Alegre: Artmed, 2008.
HANKIN, M. H.; MORSE, D. E.; BENNETT-CLARKE, C. A. Anatomia clínica: uma abordagem
por estudos de caso. Porto Alegre: AMGH, 2015.
TANK, P. W.; GEST, T. R. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2009.