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10/08/23, 16:51 Tópicos Especiais em Ética e Bioética

Tópicos Especiais em Ética e Bioética


Profª. Loreta Lacerda Cáo Toffano

Descrição

Questões bioéticas e éticas relativas ao transplante de órgãos e tecidos, à reprodução humana, à epidemia e pandemia e ao atendimento a pessoas
com deficiência.

Propósito

Compreender as particularidades éticas e bioéticas que envolvem o transplante de órgãos e tecidos, a reprodução humana, a epidemia e pandemia
e o atendimento inclusivo à pessoa com deficiência é decisivo para melhorar o atendimento das populações.

Objetivos

Módulo 1

Transplante de órgãos e tecidos


Reconhecer os conceitos, as legislações e as questões bioéticas do transplante de órgãos e tecidos.

Módulo 2

Reprodução humana assistida

Reconhecer as questões bioéticas da reprodução humana assistida e da contracepção.

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Módulo 3

Epidemia e pandemia
Reconhecer os conceitos e as questões éticas das epidemias e pandemias.

Módulo 4

Atendimento à pessoa com deficiência (PcD)


Reconhecer os conceitos e as questões éticas no cuidado de pessoas com deficiência.

Introdução
Com o avanço da ciência e da tecnologia, novos procedimentos e cuidados foram estabelecidos para os atendimentos de saúde e,
consequentemente, novos embates éticos surgiram no meio.

Para que o profissional de saúde atenda com qualidade, integridade e equidade, manter-se informado e atualizado sobre os procedimentos e
as legislações vigentes é fundamental. Desconhecê-los pode levar a atitudes e práticas antiéticas e passíveis de penalidades.

Assim, neste material, abordaremos conceitos básicos de ética e bioética, bem como questões específicas do transplante de órgãos e
tecidos, da reprodução assistida, da pandemia e epidemia e do atendimento de pessoas especiais, assuntos de extrema relevância para
todos os profissionais de saúde.

1 - Transplante de órgãos e tecidos


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos, as legislações e as questões bioéticas do transplante de
órgãos e tecidos.
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Transplante de órgãos e tecidos


Segundo o dicionário on-line Dicio, “transplante” significa: “Operação cirúrgica que consiste na implantação no corpo humano (ou dos animais) de
um órgão extraído de outro ser humano (ou animal). A mesma operação em que se usa tecido colhido do próprio indivíduo”.

Quando falamos de transplantes, devemos atentar para os tipos e as particularidades de cada caso:

Xenotransplante
Realizado com órgãos e tecidos de outras espécies de animais. Esse tipo de transplante ainda está em estudo por conta dos fatores de rejeição.

Alotransplante intervivos
Quando um transplante é realizado com órgão doado por doador vivo. Por exemplo, transplante de um dos pulmões.

Alotransplante de doador falecido


Quando o transplante é realizado com órgão de doador falecido. Por exemplo, transplante do coração.

Transplante de órgãos.

Quando o paciente tem a função de um de seus órgãos comprometida e não há perspectiva de melhora do órgão afetado (sem viabilidade, já que
não exerce mais sua função), seu nome entra na lista nacional de espera por um doador.

No Brasil, essa lista é única e cadastrada por estados e regiões de acordo com a necessidade e a gravidade do receptor. Assim se forma o banco do
Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Para cada tipo de órgão (coração, rim, pulmão) a ser transplantado, é gerada uma lista diferente.

Conforme as pessoas doam os órgãos dos seus familiares, muitos exames são realizados para verificar as compatibilidades e a viabilidade dos
órgãos a serem doados. Além disso, equipes de transplante são mobilizadas para prestar assistência tanto aos doadores como aos receptores.

É importante destacar que o órgão é doado para o primeiro da lista do SNT que seja compatível e dê o
consentimento por escrito; em caso de ser juridicamente incapaz, o consentimento será manifestado pelo
representante legal. Não pode ser feito transplante sem o receptor estar na lista e a família não pode direcionar
para quem vai aquela doação.

No processo de doação, temos diversos profissionais envolvidos: enfermeiros, médicos, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas,
radiologistas, biomédicos, entre outros. Cada um é uma parte vital no processo, em que o tempo é crucial. Não pode haver falhas, pois muitas vidas
dependem de todos os profissionais estarem comprometidos com o sucesso do transplante.

Saiba mais

Por que o tempo é tão importante em um transplante? Cada órgão tem seu tempo de isquemia (sem a presença de um fluxo sanguíneo e oxigênio
adequado) que viabiliza o transplante. São eles:

Coração: 4 horas.

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Pulmão: de 4 a 6 horas.

Rim: 36 horas.

Fígado: 12 horas.

Pâncreas: 20 horas.

Córnea: até 7 dias.

A seguir, veja o passo a passo dos transplantes.

Primeiro passo

O hospital notifica a central de transplantes sobre um paciente com morte encefálica ou parada cardiorrespiratória​.

Segundo passo

A central de transplante pede confirmação do diagnóstico de morte encefálica e faz os testes de compatibilidade entre o doador e os
principais receptores.

Terceiro passo

Quando há mais de um receptor compatível, a decisão de quem receberá o órgão passa por critérios como tempo de espera e
urgência do procedimento.​

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Quarto passo

A central de transplante emite uma lista de potenciais receptores para cada órgão e comunica os hospitais. ​

Quinto passo

A equipe de transplante junto com a central de transplante adotam as medidas necessárias para viabilizar a retirada dos órgãos (meio
de transporte, cirurgião, pessoal de apoio etc.​).

Sexto passo

Os órgãos são retirados do doador e transportados até o receptor.

Sétimo passo

Por fim, neste último passo, o receptor recebe os órgãos e o transplante é realizado.

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Os transplantes podem ser realizados tanto em instituições públicas quanto em privadas, desde que tenham equipe treinada e certificada para a
realização do transplante, bem como cadastro e certificado da instituição hospitalar.

27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos.

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) foi criado pelo Decreto nº 9.175 de 18 de outubro de 2017. É formado por diferentes órgãos: o Ministério
da Saúde (MS); as secretarias de saúde dos estados e municípios; os centros nacionais e estaduais de transplantes; as estruturas especializadas
para a procura e a doação de órgão, tecidos e células; as estruturas de processamento para preservação dos órgãos; as redes de serviços auxiliares
específicos para o transplante; e os estabelecimentos e as equipes especializadas que realizam o transplante.

O SNT é responsável pela regulamentação, pelo controle e pelo monitoramento de todo o processo de doações e transplantes realizados no país.
Tem como objetivos os processos de doação, que só são atingidos com as ações conjuntas de promoção da doação, logística, autorização e
renovação das equipes e hospitais para a realização de transplantes, captação de órgãos e acompanhamento dos pacientes transplantados. As
equipes também devem ser constantemente treinadas e capacitadas.

Saiba mais

O Brasil é o país que possui o maior programa de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo garantido pelo sistema público. Segundo o
Ministério da Saúde, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás dos Estados Unidos. O SUS financia 96% dos procedimentos no país
(BRASIL, 2021).

Legislações sobre os transplantes de órgãos e tecidos no Brasil


A Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, serve como base legal até hoje para a realização de transplantes de órgãos e tecidos. No entanto, ao longo
dos anos, foram necessárias algumas alterações na legislação para melhorar a qualidade e a segurança dos transplantes.

A Lei nº 9.434/1997, por exemplo, autorizava que qualquer pessoa juridicamente capaz poderia doar seus órgãos duplos, mas de forma gratuita e
sem prejuízos ao doador. Essa questão levantava um grande debate bioético, pois poderia incentivar a comercialização de órgãos. Imagine a
seguinte situação: uma criança de 2 anos de idade, filha de pais ricos, que precisasse de transplante de rim. Se não houvesse nenhum parente
compatível, essa família poderia oferecer dinheiro pelo órgão de uma criança de uma família que necessitasse de dinheiro.

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Assim, em 2001, a Lei nº 10.211 foi publicada e alterou alguns dispositivos da lei de 1997. Dentre eles, com o objetivo de diminuir a possibilidade de
comercialização de órgãos, o texto sobre transplantes em vida para não parentes foi alterado, tornando necessária uma autorização judicial para a
doação. Além disso, a Lei nº 10.211 dá plenos poderes para a família decidir a doação de órgãos.

Atenção

Em 2017, o Decreto nº 9.175 regulamentou a Lei nº 9.434/1997 e complementou alguns assuntos não abordados, como retirar o sangue, os óvulos
e os espermatozoides da classificação de órgãos e tecidos para transplantes. Além de ter criado o SNT, como já vimos.

Doação de órgãos
A doação de órgãos é a ação de doar partes ou totalidade dos órgãos e tecidos de uma pessoa, o doador (vivo ou morto), para serem utilizados pelo
receptor (pessoa que recebe) no tratamento do seu problema de saúde.

Tanto o doador como o receptor têm direitos fundamentais: o direito à vida, à formação dos direitos de
personalidade, à integridade física e a seu próprio corpo. Os direitos fundamentais são a base para todos os outros
direitos dos indivíduos.

A legislação define dois tipos de doadores:

Doador vivo

Pessoa maior de idade e juridicamente capaz, saudável e que concorde com a doação, desde que não prejudique sua própria saúde. Podem ser
doadores vivos os parentes até o quarto grau e os cônjuges. Não parentes, só com autorização judicial, exceto para medula óssea. Os órgãos
que podem ser doados são: um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea, parte dos pulmões.
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Doador falecido

Pessoa com diagnóstico de morte encefálica ou com morte causada por parada cardiorrespiratória. O doador falecido pode doar: rins, coração,
pulmão, pâncreas, fígado, intestino e tecidos (córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão
umbilical, veias e artérias). No entanto, como veremos, o órgão doado depende do tipo de morte.

orte encefálica
Vítima de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC.

Em ambos os casos, é necessária a autorização prévia, já que a doação é um ato voluntário e sem fins lucrativos. Entretanto, o doador vivo ou seu
representante legal pode a qualquer momento, antes da doação, decidir não doar. No caso do transplante de doador falecido, este deve deixar sua
vontade expressa à família, a qual deve realizar a autorização, uma vez que no Brasil o desejo após a morte deve ser confirmado pela família.

Comentário
Se os familiares não autorizarem, a doação não poderá ser realizada, ainda é proibida a retirada dos órgãos de pessoas não identificadas e a venda
de órgãos é proibida.

Como já foi citado, a morte encefálica é uma das condições que permitem a doação de órgãos, veja a seguir um pouco mais sobre essa condição.

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Morte encefálica expand_more

Ocorre quando há a perda irreversível e completa das funções encefálicas cerebrais, ou seja, as funções do córtex cerebral e do tronco
encefálico, com inevitável parada cardíaca e, assim, a morte do indivíduo. Inicialmente, mesmo detectada a morte encefálica, ainda pode
haver batimentos cardíacos, mas como a respiração acontece apenas com auxílio do ventilador mecânico, o coração bate apenas por
poucas horas.

O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pela Resolução nº 2.173, de 23 de novembro de 2017, do Conselho Federal de Medicina
(CFM). Os critérios de morte encefálica são rígidos para evitar erros e garantir uma doação segura.

A legislação define três pré-requisitos para a constatação de morte encefálica:

Coma com causa conhecida e irreversível.

Ausência de hipotermia, hipotensão ou distúrbio metabólico grave.

Exclusão de intoxicação exógena ou efeito de medicamentos psicotrópicos.

Em outras palavras, o paciente deve estar em coma e não responder a estímulos externos nem ter reflexos, além de apresentar apneia
(parar de respirar).

A constatação de morte encefálica deve ser feita por dois médicos com capacitação específica e que não façam parte da equipe de
remoção e de transplante, observando o protocolo estabelecido que define critérios precisos, padronizados e passíveis de serem realizados
em todo o território nacional. Os critérios para identificar a morte cerebral ou encefálica são rígidos — são necessários dois exames clínicos
com intervalo mínimo de uma hora.

Na atualidade, temos maior familiaridade com alguns tipos de doações de órgãos, como a doação de sangue e de medula óssea (células-tronco
hematopoiéticas). Lembre-se de que o sangue, como mencionado no Decreto nº 9.175 de 2017, não entra nos critérios de transplante de tecidos.
Assim, a doação de sangue segue outras legislações, vamos conhecê-las?

Doação de sangue
Para a realização da doação de sangue, existem alguns critérios específicos a serem seguidos. A Portaria nº 158/2016 e a RDC 399/2020 eliminam
a restrição de doação de sangue por homens que fizeram sexo com outros homens e/ou com suas parceiras sexuais. Ainda, a Portaria de
Consolidação nº 5/2017, a partir da página 366, traz uma lista completa dos critérios que impedem temporariamente ou definitivamente a doação.

Doação de sangue é voluntária e altruísta. Os hemocomponentes não podem ser comercializados.

A doação de sangue é um ato seguro e indolor. Todo sangue doado passa por diversos exames, não apenas para verificar a compatibilidade dos
tipos sanguíneos e fator Rh, mas também por exames sorológicos e moleculares que buscam verificar alguns tipos de infecções. Em caso de
resultados positivo para infecções transmissíveis pelo sangue, a doação será descartada antes de que ela ocorra.

Em relação aos transplantes de medula óssea, os dados dos receptores e doadores são cadastrados em um banco chamado Registro Nacional de
Doadores de Medula Óssea (Redome). Normalmente, o cadastro é feito nos serviços especializados de hemoterapia. Por exemplo, no Rio de
Janeiro, é feito no Hemorio e no INCA.

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Para a doação, o doador realiza apenas um exame de sangue, que pode ser feito no ato da doação de sangue. O doador de medula também pode ir
ao hemocentro apenas para se cadastrar no Redome. Quando é verificada a compatibilidade entre o doador e o receptor, o doador precisa realizar
uma série de exames para a triagem de infecções e apenas terá seu material coletado se todos os resultados forem negativos. A coleta do material
é um procedimento cirúrgico para remover a medula óssea, a qual se recompõe em torno de 15 dias. Essa medula será administrada no receptor
pela equipe hospitalar responsável.

Transplante de medula óssea é importante para o tratamento de pacientes com leucemia.

Saiba mais
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil detém o terceiro maior número de registros de doadores de medula no mundo. Após o cadastro, caso não
sejam encontrados doadores compatíveis no banco nacional, há como realizar uma busca internacional, o que possibilita também a doação de
medula entre diferentes países (BRASIL, 2021).

Doação de células-tronco
Outro tipo de doação que vem crescendo no país é a de células-tronco que são ou retiradas do cordão umbilical do recém-nascido ou obtidas de
embriões a partir da fertilização in vitro.

As células-tronco surgem no ser humano ainda na fase embrionária, previamente ao nascimento, e são células primordiais responsáveis pela
criação e renovação constante de órgãos e sistemas.

A Lei nº 11.105/2005 define que se deve ter a autorização dos genitores para a utilização das células-tronco
embrionárias em pesquisas laboratoriais e terapias. Além disso, elas devem ser doadas e nunca comercializadas.

Os embriões doados devem ser inviáveis e estar congelados há três anos ou mais. No caso das células do cordão umbilical, podem ser utilizadas
para futuros tratamentos do próprio doador. Mas atenção: as instituições que realizarem a pesquisa ou a terapia com essas células devem ter
projetos aprovados por um Comitê de Ética.

Células-tronco.

A utilização das células-tronco embrionárias ainda é um assunto que gera bastante debate, com vários pontos éticos polêmicos e posicionamentos
políticos contrários à prática. Por exemplo, em 2020, o Projeto de Lei nº 5.153 foi apresentado visando à proibição de utilização das células-tronco
provenientes de embrião para qualquer fim.

O Projeto de Lei reafirma a importância da utilização dessas células para fins terapêuticos no tratamento de diferentes doenças crônicas, como
leucemias, mielodisplasias, mas defende que a utilização dessas células deve ser proibida, pois, para a obtenção das amostras, é necessária a
destruição e a morte do embrião.

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Uso das células-tronco embrionárias no Brasil


O vídeo irá abordar aspectos éticos da legislação brasileira sobre a utilização das células-tronco embrionárias e banco de cordão umbilical.

Aspectos bioéticos do transplante de órgãos e tecidos


As questões éticas e bioéticas do transplante de órgãos e tecidos dependem também de fatores pessoais, religiosos, socioeconômicos, afetivos e
até geográficos. Ao longo deste módulo, discutimos alguns pontos regulamentados por lei, mas vamos agora pontuar outros também importantes,
para que você possa refletir sobre o assunto. Veja, a seguir, quatro pontos importantes.

Desejo de alguém se tornar um doador expand_more

Este é o primeiro ponto que devemos pensar. Uma pessoa que atesta em vida a sua vontade de doar ou não doar seus órgãos deve ter sua
decisão respeitada. Entretanto, nem sempre é assim, uma vez que a decisão final de doação é da família. Além disso, deve haver um
consenso familiar para que a doação ocorra.

Doação intervivos entre não parentes expand_more

Algumas sociedades questionam que este tipo de doação não deveria acontecer, pois acreditam que, sem uma relação familiar, a doação só
acontece por objetivos financeiros. Entretanto, em uma família a doação também pode ter interesses econômicos e pessoas solidárias
podem sim doar seus órgãos de forma altruísta e voluntária.

Profissionais que trabalham com captação de órgãos expand_more

Estes profissionais devem ter uma sensibilidade extrema ao lidar com o momento de perda de um ente querido da família. Para obter a
autorização, às vezes uma frase mal interpretada pode colocar em risco a doação. Também não pode haver qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça à família, já que é um momento de perda. Essa situação exige o máximo de compreensão, respeito, carinho,
ética e solidariedade com a família do possível doador.

Questões religiosas expand_more

Os profissionais da saúde também se deparam com as questões religiosas, que podem influenciar o processo de doação de órgãos e
tecidos. Algumas religiões mostram-se a favor do transplante de órgãos, mas outras impõem restrições. Por exemplo, os israelitas não
permitem o transplante de coração, porque o órgão representa a vida, no entanto permitem a retirada dos demais órgãos imediatamente
após a morte.

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A seguir, você poderá ver um pouco mais sobre algumas religiões e suas peculiaridades sobre doação de órgãos e transfusão de sangue.

Saiba mais
As testemunhas de Jeová não permitem o transplante caso haja necessidade de transfusão sanguínea, para eles, receber transfusão de sangue vai
contra os preceitos bíblicos da religião. Esse é um ponto altamente polêmico. No mundo jurídico, a questão envolve uma série de direitos
fundamentais, como a dignidade da pessoa humana, o direito à vida, à liberdade religiosa, à privacidade, à intimidade e à autonomia. Na ética, o
conflito fica entre a autonomia do paciente e a beneficência na perspectiva médica. Na Igreja Católica, não há restrições, porém, a Igreja destaca o
medo do comércio de órgãos.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Vimos que o transplante é um procedimento cirúrgico de substituição de um órgão ou tecido de uma pessoa para outra. Sobre esse assunto, é
correto afirmar que

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A no Brasil, a família do doador morto pode escolher para quem vai o órgão doado.

B alotransplante é o transplante de células-tronco saudáveis obtidas do próprio indivíduo doente.

C xenotransplante é o transplante de órgãos e tecidos de outras espécies de animais.

D o SNT gerencia os transplantes com listas individualizadas por estado.

E o cadastro no SNT é feito apenas de acordo com a necessidade dos receptores.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Quando o órgão ou tecido transplantado é proveniente de outra espécie animal (por exemplo, o homem é o receptor de um tecido do porco),
classificamos esse transplante de xenotransplante. Alotransplante é o transplante realizado com órgãos de doador falecido ou de doador
intervivo (alotransplante intervivo). Transplante autólogo é o transplante de células-tronco saudáveis obtidas do próprio indivíduo doente, como
ocorre com a medula óssea. No Brasil, os receptores de transplante são cadastrados em uma lista, que é única, de acordo com a gravidade do
paciente. No momento da doação, o primeiro da lista compatível recebe o órgão.

Questão 2

Em relação aos dispositivos legais sobre a doação de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento, analise
as afirmativas a seguir:

I. A retirada de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento de doadores mortos deverá ser precedida
de diagnóstico de morte encefálica e do consentimento do doador antes do seu falecimento e autorização familiar.

II. No caso de morte sem assistência médica, de óbito em decorrência de causa mal definida ou de outras situações nas quais houver
indicação de verificação da causa médica da morte, a remoção de tecidos, órgãos ou partes de cadáver para fins de transplante ou
terapêutica somente poderá ser realizada após a autorização do delegado de polícia ou do Ministério Público.

III. O cadáver de pessoa não identificada não pode se prestar a qualquer doação para transplantes, exceto se autorizado pelo delegado de
polícia, promotor ou juiz.

É correto o que se afirma em

A I.

B II.

C III.

D I e II.

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E I e III.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Para que uma doação ocorra, a legislação vigente deve ser seguida. Ela define que o doador deve ter morte encefálica diagnosticada e que a
família deve aprovar a doação. Somente a vontade expressa do doador não garante a doação. Por isso, devemos conversar com a família sobre
a nossa vontade de doar os órgãos após a morte.

2 - Reprodução humana assistida


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as questões bioéticas da reprodução humana assistida e da contracepção.

Reprodução humana assistida


Reprodução humana assistida (RHA) é o procedimento realizado com técnicas de coleta de óvulos e espermatozoides e de fecundação em
laboratório. Existem alguns tipos de técnicas de RHA: inseminação intrauterina (IIU); fertilização in vitro (FIV); FIV com injeção intracitoplasmática
de espermatozoide (ICSI); doador de sêmen (inseminação de doador) ou óvulos (doação de óvulos).

Fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).

Desde o nascimento do primeiro bebê de proveta em 1978, as técnicas de reprodução assistida evoluíram e, atualmente, são práticas bastante
difundidas no mundo. Ao mesmo tempo, várias questões éticas surgiram sobre os procedimentos realizados, por exemplo, o descarte de embriões,
o abandono de gametas e embriões, o status moral do embrião, a seleção de sexo embrionário, o útero de substituição (barriga de aluguel), a
reprodução póstuma e a redução embrionária.

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O status moral do embrião parece ser a questão ética mais delicada, pois é difícil estabelecer quando um embrião inicia a vida, se é na formação do
embrião ou, como muitos conservadores acreditam, no momento da fecundação. Além disso, durante as técnicas de reprodução assistida, por
vezes os embriões menos viáveis são eliminados, o que poderia ser considerado um aborto e, assim, ser tratado eticamente como tal.

Outras questões éticas entram em jogo. Quais seriam elas?

Resposta

O congelamento dos gametas para utilização após o falecimento de um dos parceiros pode ser feito visando apenas à compensação financeira
para garantir uma herança.

A barriga de aluguel pode se tornar uma moeda de troca; as relações afetivas também portam dilemas — a doadora do útero foi escolhida pelo
vínculo afetivo ou será que a fertilização in vitro garante um descendente para compensar o luto?

Também são muitas as perguntas: no momento de escolher um doador de gametas, a escolha é feita pelo vínculo afetivo ou pelas características
físicas que se tem em mente? É melhor o anonimato? Escolher o sexo do embrião é ético? E se uma das partes não estiver satisfeita com o sexo do
embrião, pode descartá-lo?

Esses questionamentos e discussões permitiram que, ao longo dos anos, a reprodução humana assistida fosse regulada para definir os tratamentos
que podem ser utilizados e as modalidades de aplicação, bem como para garantir o bem-estar dos pacientes e das pessoas envolvidas, impondo
limites aos avanços técnicos.

Legislações da reprodução humana assistida


A Resolução do CFM nº 2.294/2021 traz alterações nas normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida e revoga a RDC nº
2.121 de 21 de setembro de 2017.

Segundo a legislação, a RHA deve ser utilizada apenas para fins de procriação e as técnicas podem ser usadas para a doação de gametas femininos
e masculinos, embriões e tecidos germinativos. Veja, a seguir, algumas normas para a realização dessas técnicas.

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Podem ser realizadas em Para manter a segurança do Pacientes com mais de 50 Mulheres até 37 anos podem
heterossexuais, homoafetivos procedimento, nas mulheres, anos de idade só podem se receber dois embriões; depois
e transgêneros, bem como a a faixa etária permitida é de submeter à RHA, salvo dessa idade, três embriões.
gestação compartilhada em 18 a 50 anos. algumas exceções No caso de gravidez múltipla,
união homoafetiva feminina. autorizadas pela equipe é proibido o uso de técnicas
médica, após a realização de para a redução embrionária.
exames e a avaliação dos
riscos de uma gestação
tardia.

A Resolução nº 2.294 ainda define que a escolha do sexo ou de outras características da futura criança não pode ser feita, mas permite evitar
doenças genéticas graves nos descendentes, critério avaliado pelo mapeamento genético. No caso de confirmação, os embriões podem ser
descartados ou encaminhados para pesquisa, mas a decisão deve estar bem documentada.

Durante o diagnóstico pré-implantacional de embriões, só é permitido informar o sexo caso haja alguma doença
genética ligada aos cromossomos sexuais.

A doação dos gametas e embriões é voluntária, sem fins lucrativos. A confidencialidade deve ser preservada, tanto do doador como do receptor,
exceto nos casos de doação entre familiares até quarto grau. A idade limite para a doação de gametas para mulheres é de 37 anos; para os homens,
45 anos.

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Criopreservação: técnica que possibilita a conservação de embriões e gametas e RHA com indivíduos post mortem.

Segundo a legislação, a criopreservação (congelamento) de gametas ou embriões pode acontecer. Os gametas podem ser utilizados após o
falecimento de um dos parceiros, como veremos a seguir, ou depois de um tratamento médico que inviabilize a gestação, como acontece durante o
tratamento do câncer.

Os embriões podem ser congelados após a utilização nas técnicas de RHA, caso sobrem embriões viáveis para a utilização futura do casal, mas o
número total de embriões gerados em laboratório não pode exceder a 8 embriões e o tempo máximo de desenvolvimento não pode ultrapassar 14
dias. Depois desse período, o embrião será descartado, se não for congelado.

Curiosidade
O prazo máximo de congelamento de um embrião é de 3 anos. No entanto, os pacientes donos dos embriões podem solicitar o descarte mediante
autorização judicial. Os embriões que forem abandonados, como acontece quando o casal não tem dinheiro para manter os custos da clínica ou
realizar uma segunda RHA (ou mesmo em caso de morte dos parceiros), também podem ser descartados.

Algumas situações devem ser pensadas pelos pacientes antes da criopreservação. Uma delas é o destino dos embriões no caso de divórcio,
dissolução de união estável ou falecimento de um dos parceiros ou de ambos. Segundo a legislação, se o desejo for doá-los, essa manifestação
deve ser deixada em documentos assinados antes da coleta de gametas, no início do processo de RHA.

Além disso, a legislação permite que a reprodução assistida post mortem seja realizada desde que haja autorização específica do(a) falecido(a)
para o uso do material biológico criopreservado.

As técnicas de RHA também podem ser utilizadas com o intuito de selecionar embriões (para o tratamento com células-tronco) compatíveis com
um irmão que apresenta alguma doença genética, por exemplo.

Sobre a cessão temporária do útero (barriga solidária), só poderá ser realizada quando a paciente apresenta problemas uterinos que contraindiquem
a gestação. Pode ser realizada também em caso de união homoafetiva ou em mulheres solteiras. Para isso, a cedente temporária do útero deve ter
ao menos um filho vivo e pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até quarto grau. Outros casais precisam de
autorização do CFM. A barriga de aluguel deve ser voluntária, sem caráter lucrativo ou comercial.

Em relação às clínicas que realizam a RHA, elas são responsáveis pelo arquivamento dos documentos permanentemente e por todas as
autorizações, bem como os exames e as amostras dos envolvidos no procedimento. Essa documentação deve estar disponível para fins de
fiscalização.

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Planejamento reprodutivo
O tema reprodução humana é amplo e gera muitas controvérsias. Quando o abordamos, não podemos estudar somente a geração de um outro ser
humano, mas também o desejo dos indivíduos à não concepção. Em geral, esse assunto é colocado de lado quando se realiza assistência ao
planejamento reprodutivo.

O planejamento reprodutivo é definido no artigo 2º da Lei nº 9.263/1996, da seguinte forma:

entende-se o planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta
direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal.

(LEI Nº 9.263/1996, ART. 2º)

Quando abordamos o planejamento reprodutivo, partimos do princípio de que as pessoas têm o direito de planejar suas vidas de acordo com as
suas necessidades e seus desejos. Isso é um importante fator para a saúde de homens, mulheres e crianças, porque permite uma vida sexual mais
saudável, o espaçamento dos nascimentos e a recuperação do organismo da mulher após o parto (melhorando as condições que ela tem para
cuidar dos filhos e realizar outras atividades). Esse planejamento ainda influencia as taxas de morbimortalidade materno-infantil, já que a gestação
indesejada e com curto prazo entre uma gestação e outra pode causar complicações para a mulher e a criança.

orbimortalidade
Índice que mede o impacto das doenças e dos óbitos que incidem em uma população.

Entendemos que o direito reprodutivo é a atenção no planejamento familiar, devendo considerar o contexto de vida de cada pessoa e o direito de
todos de optar pela reprodução sem discriminação, coerção ou violência. Nesse sentido, todos os serviços de saúde deveriam oferecer:

Ações educativas individuais ao casal e em grupo.

Acesso a informações sobre os meios, os métodos e as técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade que não comprometam a vida e a
saúde das pessoas e que garantam direitos iguais para a mulher e para o homem, num contexto de escolha livre e informada.

Profissionais de saúde que conheçam os métodos contraceptivos, para melhor prestar assistência aos cidadãos.

Informação sobre as diferentes opções de métodos anticoncepcionais para todas as etapas da vida reprodutiva, de modo que homens e
mulheres pudessem ter a possibilidade de escolher o método de anticoncepção mais apropriado às suas necessidades e circunstâncias de vida.

Mas você conhece os métodos contraceptivos que estão disponíveis?

Os métodos contraceptivos são divididos em métodos temporários e definitivos.

Métodos temporários

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Os métodos contraceptivos temporários podem ser reversíveis, ou seja, a qualquer momento a mulher pode interromper seu uso para engravidar.
Vejamos cada um deles:

Pílulas anticoncepcionais.

Hormonais

As famosas pílulas anticoncepcionais podem ser administradas por via oral (as pílulas combinadas, monofásicas, bifásicas, trifásicas,
minipílulas), via injetável (injeções mensais ou trimestrais), via subcutânea (implantes subcutâneos, adesivos e percutâneos), via vaginal
(comprimidos ou anel com hormônios).

Diafragma.

Barreiras

Elas impedem o encontro dos gametas masculino e feminino. Como exemplos de barreiras feminina, temos o diafragma, os espermicidas, as
esponjas, o capuz cervical e o preservativo feminino. Como exemplo de barreira masculina, o preservativo masculino.

DIU.

Intrauterinos

Os dispositivos intrauterinos são em formato de T e impedem que o espermatozoide chegue ao óvulo. Existem dois tipos: o dispositivo
intrauterino (DIU) de cobre e o DIU com levonorgestrel (SIU). Este último, além de funcionar como barreira, também libera de forma gradual o
hormônio levonorgestrel que inibe a proliferação endometrial.

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Curva térmica.

Comportamentais ou naturais

O método natural mais conhecido é a tabela ou o calendário (Ogino-Knaus). Há ainda a curva térmica basal (curva de temperatura), o sintotérmico,
o billings (mucocervical), o coito interrompido e as duchas vaginais.

ispositivo intrauterino
Para a implantação do DIU no útero feminino, tanto o de cobre quanto o hormonal, é necessário previamente um exame preventivo atualizado (com
menos de um ano) e o teste de gravidez negativo no dia da implantação. Atualmente, o SUS fornece gratuitamente o DIU nos ambulatórios
especializados e na maternidade logo após o parto.

Métodos definitivos

Os métodos contraceptivos definitivos impedem a gravidez, ou seja, realizam a esterilização. Veja a seguir.

Na mulher, a cirurgia de ligadura tubária (laqueadura).


close

No homem, a cirurgia de vasectomia.


Saiba mais

Os métodos definitivos de contracepção (laqueadura ou vasectomia) necessitam de um acompanhamento multidisciplinar no planejamento familiar,
em que o indivíduo ou o casal participa de palestras para conhecer todos os outros métodos antes da decisão final. Após a decisão, termos de
compromisso são assinados e o procedimento cirúrgico é marcado: a laqueadura é realizada no hospital; já a vasectomia, no ambulatório.

É importante ressaltar que nenhum dos métodos contraceptivos deve ser imposto e obrigatório. No Brasil, a escolha de ter filhos ou não é livre,
assim como a escolha dos métodos contraceptivos. No entanto, na China, por exemplo, a política do filho único esteve em vigor e o controle de

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natalidade obrigatório foi imposto durante anos para conter a expansão demográfica.

video_library
Contracepção é escolha
Neste vídeo, você verá os métodos contraceptivos temporários ou definitivos disponíveis no SUS e que são uma escolha da mulher.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

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Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Vimos as questões éticas relacionadas com a reprodução assistida. A respeito desse procedimento, é correto afirmar que

a manipulação de embriões é uma prática permitida no Brasil, assim como a seleção de um embrião levando em consideração a
A
escolha do sexo desejado pelos futuros pais.

as manipulações genéticas visam determinar possíveis anormalidades no DNA que inviabilizariam a fertilização, permitindo
B
uma seleção de embriões com maior probabilidade de sucesso na fertilização.

a reprodução humana assistida é realizada apenas para fins de procriação e as técnicas podem ser usadas para a doação de
C
gametas femininos e masculinos, embriões e tecidos germinativos.

D o diagnóstico genético nos embriões é uma prática realizada na área de reprodução assistida para a escolha do sexo do bebê.

E a inseminação artificial, uma das técnicas da RHA, é realizada em qualquer faixa etária da mulher.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A manipulação genética não é permitida no Brasil. O diagnóstico genético é utilizado para a análise de doenças genéticas no embrião e não é
permitida a escolha do sexo do embrião. As técnicas de RHA devem ser feitas em mulheres entre 18-50 anos, com fins de procriação, e podem
ser doados gametas femininos e masculinos, embriões e tecidos germinativos.

Questão 2

Vimos que a Lei nº 9.263/1996 regulamentou no Brasil o planejamento familiar, uma conquista importante para mulheres e homens no que diz
respeito à afirmação dos direitos reprodutivos. Nesse contexto, a atenção em planejamento familiar contribui para a redução da
morbimortalidade materna e infantil, à medida que

A diminui o número de gestações não desejadas e de abortamentos provocados.

B aumenta o número de ligaduras tubárias por falta de opção e de acesso a outros métodos anticoncepcionais.

não possibilita planejar a gravidez em mulheres adolescentes ou com patologias crônicas descompensadas, tais como
C
diabetes, cardiopatias, hipertensão, HIV, entre outras.

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diminui o intervalo entre as gestações, contribuindo para o aumento da frequência de bebês de baixo peso e para que eles
D
sejam adequadamente amamentados.

as atividades desenvolvidas na avaliação pré-concepcional devem incluir anamnese e exame físico, com exame ginecológico e
E
alguns exames laboratoriais.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A mulher e o homem têm o direito de escolher o melhor método contraceptivo, individualmente ou como casal. Quando a escolha é realizada, a
adesão ao uso se torna regular, levando à diminuição do número de gestações não desejadas e de abortos provocados. Como consequência,
ocorre a redução da morbimortalidade materna e infantil.

3 - Epidemia e pandemia
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos e as questões éticas das epidemias e pandemias.

Epidemia e pandemia: principais conceitos


Antes de estudarmos os principais conceitos que envolvem a epidemia e a pandemia, devemos compreender o que é a epidemiologia, bem como o
que é saúde, os determinantes de doenças, agravos ou eventos relacionados à saúde coletiva e às formas de transmissão das doenças. Esses
determinantes são informações que servem para a prática de controle e prevenção epidemiológica de doenças.

Em 1947, a Organização Mundial da Saúde definiu saúde como “um estado completo de bem-estar físico, mental e
social e não apenas a ausência de doença” (SEGRE; FERRAZ, 1997).

No Brasil, a Lei nº 8080/1990 definiu saúde, mas a Lei nº 12.864/2013 complementou seu conceito considerando como determinantes e
condicionantes da saúde: a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços.

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Quando qualquer um desses determinantes estiver afetado, podemos afirmar que o indivíduo não possui saúde plena. Rouyqueirol define a
epidemiologia da seguinte forma:

é a ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os


fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo
medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam
de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde.

(ROUYQUEIROL; ALMEIDA FILHO, 1999, p. 15)

O termo “epidemiologia” deriva do grego (epi: sobre; demo: população; logos: estudo) e significa “estudo sobre a população”. Veja, a seguir, como a
epidemiologia define epidemia, pandemia, surto e endemia.

Epidemia

É o aumento do número de casos de uma enfermidade ou agravo em um determinado lugar e período de tempo, que vai além do esperado para a
localidade. Temos, por exemplo, o caso da febre amarela que aconteceu em São Paulo entre 2016 e 2018. A febre amarela é bastante comum na
região amazônica e restrita a essa área, mas foram relatados mais de 2 mil casos da doença em São Paulo no período citado (HILL, 2018).

Pandemia

É a epidemia amplamente disseminada, ou seja, verificada em áreas geográficas não delimitadas, como acontece com a pandemia de covid-19,
em que todos os continentes do mundo registraram casos da doença e milhares de pessoas vieram a óbito. Se pensarmos em escala de
gravidade, a pandemia sem dúvidas é a pior de todas.

Surto

É um tipo de epidemia, mas os casos ficam restritos a uma área geográfica bem delimitada e pequena (escolas, maternidades, bairros) ou a uma
determinada população. Por exemplo, surto de piolhos em creches ou surto de rotavírus em cruzeiros.

Endemia

É um agravo à saúde habitualmente presente em determinada população. Ocorre nos limites esperados para a localidade, como a malária na
região Amazônica ou o ebola na África. Na endemia, não importa o número de casos.

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Histórico das pandemias no mundo


Ao longo da história, a humanidade passou por diversas pandemias e diferentes tipos de doenças transmissíveis que mataram milhões de pessoas.
Vejamos a seguir algumas pandemias que assolaram o mundo.

A peste do Egito.

Peste do Egito (430 a.C.)

Aconteceu em Atenas durante a Guerra de Peloponeso. A febre tifoide foi fatal para milhares de soldados e moradores da cidade. A peste do Egito
matou um quarto dos soldados e um quarto da população local.

A peste antonina aconteceu em Roma em 166.

Peste antonina (165–180)

Atingiu o antigo Império Romano e matou 5 milhões de pessoas. Não se sabe exatamente a causa dessa pandemia, mas acredita-se que tenha
sido desencadeada pela varíola ou pelo sarampo.

Peste de Justiniano foi o primeiro relato de pandemia por peste bubônica.

Peste de Justiniano (541- 544)

Surgiu no Egito e atingiu Constantinopla. Foi responsável pela morte de 25% de toda a população do Oriente Médio. Causada pela peste bubônica,
por meio da picada de pulgas contaminadas com a bactéria Yersinia pestis.

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Peste bubônica foi responsável pela morte de 200 milhões de europeus.

Peste negra (1300)

Amplamente conhecida, a peste negra durou 6 anos e foi responsável pela morte de 200 milhões de europeus. Também foi causada pela peste
bubônica.

200 anos depois da primeira pandemia por varíola, é criada a vacina contra a doença.

Varíola (1520)

Foi responsável pela morte de 56 milhões de pessoas e pela possível devastação de 90% dos nativos americanos. Em 1796, Edward Jenner foi
responsável pela criação da primeira vacina no mundo utilizando vírus atenuado, metodologia que é empregada até os dias de hoje, inclusive para
a vacina contra covid-19 produzida pelo Butantan.

A gripe espanhola aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial.

Gripe espanhola (1918-1920)

Causada pelo vírus influenza (H1N1), essa pandemia contaminou 500 milhões de pessoas e entre 17 e 50 milhões vieram a óbito (FIOCRUZ,
2021). No Brasil, durante a gripe espanhola (1918), o isolamento social foi determinado como forma de conter a disseminação da doença.

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O vírus da gripe suína tem variantes que causam doenças nos porcos, nas aves e nos humanos.

Gripe suína (2009-2010)

Causada também pelo H1N1, o México teve o primeiro caso reportado da gripe suína, mas apenas em junho de 2009, com 36 mil pessoas
contaminadas em 75 países, a enfermidade foi classificada como uma pandemia segundo a OMS. Ela foi responsável pela morte de 300 mil
pessoas.

Pandemia da covid-19.

Covid-19

Transmitido pelo vírus SARS-CoV-2, que começou a circular na China em dezembro de 2019. Em janeiro de 2020, o vírus circulava em alguns
países europeus. Em fevereiro, tivemos o primeiro caso no Brasil. Já contabilizamos mais de 4 milhões de óbitos no mundo e mais de 600 mil
óbitos no Brasil (dados de novembro, BRASIL, 2021).

Notificação dos agravos e manejo em casos de epidemia/pandemia


Aprendemos muito com as pandemias e epidemias ao longo do tempo não apenas em relação ao manejo, ao tratamento e aos cuidados que devem
ser tomados durante uma pandemia, mas também como evitar a disseminação de uma epidemia.

Temos que mencionar a vigilância epidemiológica, uma importante ferramenta que tem o propósito de dar
orientações técnicas permanentes para os profissionais de saúde que irão executar as ações de controle das
doenças e dos agravos, bem como avaliar os fatores condicionantes, área geográfica de abrangência e população
afetada.

Atualmente, no Brasil existe uma lista de doenças que devem ser notificadas ao Ministério da Saúde que, por sua vez, trabalha com diversos
sistemas que geram dados sobre a saúde. No contexto de epidemia ou pandemia, dois sistemas ganham destaque: o Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (Sinan) e o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).

ortalidade
Indica o número de indivíduos que morrem em um período de tempo.

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O Sinan registra as doenças e os agravos que podem ser transmitidos e gerar surtos, epidemia e pandemia se não forem controlados. Eles devem
ser informados a partir de uma ficha de notificação disponível em todas as unidades de saúde públicas e privadas. Veja a seguir como funciona o
registro no Sinan.

1 2 3 4

A ficha deve ser preenchida É um dever ético e moral Os dados digitados no Com esses números, planos
pelo profissional de saúde realizar essa notificação. O sistema geram um banco de estratégicos de ação são
que atender o paciente não preenchimento dessa dados em nível municipal, traçados pelo poder público
portador da doença (suspeita ficha pode acarretar em estadual e federal. de acordo com a gravidade, a
ou confirmada). problema de saúde pública e incidência, a prevalência e o
o profissional pode responder potencial de
a processo por essa omissão. morbimortalidade da doença.

Existem diversos protocolos para cada evento. Um bom exemplo de protocolo foi como lidamos com o surto de sarampo em 2018. O Brasil estava
em fase de erradicação do sarampo, porém, com o aparecimento de casos no Nordeste e em estados como Amazonas, Roraima e Rio Grande do
Sul, o Ministério da Saúde tomou medidas estratégicas, como a vacinação em massa da população adulta jovem.

Saiba mais

O movimento contra a vacinação tem prejudicado a imunização contra as doenças infectocontagiosas. O resultado é o aparecimento de surtos de
doenças que já estavam praticamente erradicadas no país. A falta de informação e a propagação das fake news são os desencadeadores dessa
situação.

Um exemplo bem atual de protocolo ocorre na pandemia da covid-19. As notificações ao Sinan são feitas após o diagnóstico ou a suspeita de
contaminação pelo vírus. Entretanto, caso a suspeita de infecção seja negativa, a ficha de notificação deve ser finalizada. Juntamente com os dados
do Sinan são verificados os dados do SIM. Os dados conjuntos definem a necessidade de medidas de isolamento, como o lockdown, em cidades
com alta incidência de casos de covid-19.

Além disso, a partir desses dados, criou-se um plano de imunização, em que se priorizou a vacinação de profissionais de saúde da linha de frente,
idosos, população indígena e quilombola e adultos com comorbidades. Isso foi estabelecido, pois essa era a parcela da população mais exposta (no
caso dos profissionais da saúde) e que atingiam o estado mais grave da doença, como os idosos e as pessoas com comorbidades.

ncidência
Número de novos casos de uma doença em determinado local e período. Uma alta incidência indica alto risco do coletivo de adoecer.

omorbidade
É a existência de duas ou mais doenças manifestadas ao mesmo tempo.

O protocolo seguido para a covid-19 trata também das medidas básicas de biossegurança difundidas mundialmente: manter distanciamento social;
utilizar máscaras de forma correta; lavar as mãos com frequência; utilizar álcool a 70%; evitar tocar nos olhos e no nariz; cobrir a boca e o nariz
quando for espirrar ou tossir; procurar um médico em caso de sintomas gripais; realizar isolamento social em caso de teste positivo ou de contato
com pessoa infectada.

Saiba mais
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No caso da covid-19, cada estado da federação ficou livre para adequar as medidas de biossegurança, bem como para redigir protocolos de acordo
com a realidade local e a característica da sua população. Com isso, diversas notas técnicas foram publicadas desde o início da pandemia.

video_library
Quem se vacina primeiro?
O vídeo irá abordar os critérios de prioridade da vacina contra a covid-19, estabelecidos após análise epidemiológica.

Questões bioéticas na pandemia/epidemia


É fácil concluir que, se temos uma enfermidade disseminada pelo mundo como a covid-19, entre as causas estão a alta taxa de transmissão e a
falta de tratamento e estudos sobre a doença. Além disso, o número de infectados é tão elevado que os sistemas de saúde público e privado não
comportam a quantidade de pessoas doentes, fato que ocorre em diferentes países no mundo, com destaque para o Brasil.

Comentário

Em nosso país, no auge da pandemia da covid-19, os pacientes eram transferidos de seus municípios pela falta de hospitais disponíveis. Hospitais
de campanha foram construídos visando garantir mais vagas e, mesmo assim, em alguns momentos faltavam leitos, medicamentos (kits de
intubação, oxigênio) e materiais hospitalares (luvas de procedimentos, máscaras cirúrgicas e máscaras NB95).

Várias opções de tratamentos apareciam como alternativas de cura, como a hidroxicloroquina, ivermectina e o anita, medicamentos utilizados para
outras enfermidades e que para o coronavírus ainda não tinham eficácia garantida. Ao longo da pandemia, e depois da análise de vários estudos, a
OMS comprovou a não eficácia no tratamento da doença com essas medicações.

Durante uma pandemia ou epidemia, conflitos bioéticos e éticos são vivenciados pelos profissionais da saúde. Com a covid-19, os conflitos
chegaram a extremos como estes:

“Tenho apenas uma vaga no CTI e dois pacientes infectados graves, um jovem e outro idoso, é correto eu dar a preferência ao jovem, uma vez que
no Brasil temos uma legislação que prioriza o atendimento ao idoso?”

“Como escolher entre a vida e a morte de uma pessoa, todas as pessoas são iguais, como priorizar alguém?”

“É correto na iminência da morte ou em pacientes graves tentar qualquer alternativa de tratamento sem que tenha eficácia garantida pela ciência?”

Curiosidade
Nos casos de pesquisa de novos medicamentos, o participante de pesquisa deve assinar um termo de consentimento livre e esclarecido. Caso não
seja capaz, o médico pode realizar o tratamento em favor da vida do paciente, pautado no princípio da beneficência.

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Um outro grande problema enfrentado no combate da pandemia da covid-19 é a conscientização de cada indivíduo sobre as medidas de
biossegurança e os conceitos éticos sobre respeito ao próximo. Sabemos que o não cumprimento das medidas de biossegurança pela população
influencia diretamente no aumento dos números de casos positivos.

É interessante ressaltar que, em um momento de epidemia e pandemia, tudo é novo e tudo que é novo gera dúvidas
e questionamentos bioéticos e éticos. Cabe ao profissional da saúde estudar, discutir, refletir, participar de câmaras
técnicas, a fim de criar as bases legais para exercer a profissão com ética e respeito ao próximo, pois a bioética
não é uma ciência exata.

Numa epidemia como a dengue, o aumento do número de casos muitas vezes está relacionado à falta de conscientização da população sobre as
medidas de combate ao vírus e respeito ao próximo, sobre políticas públicas e, principalmente, educação em saúde. É difícil pensar que a
diminuição dos casos de dengue e outras arboviroses está relacionada a questões simples como não deixar água parada para evitar a proliferação
do mosquito.

rboviroses
Doenças virais causadas pelos arbovírus, que inclui dengue, zika vírus, febre chikungunya e febre amarela, transmitidas por artrópodes (insetos e
aracnídeos).

Além disso, podemos pensar também no sarampo, que reaparece no Brasil quando a taxa de vacinação está em queda. Então fica o
questionamento: é correto obrigar a população a se vacinar? O que devemos fazer nesse momento? Como acabar com as fake news sem violar o
princípio da autonomia?

A obrigatoriedade da vacinação tem sido bastante discutida com a pandemia da covid-19. Em 2021, a melhor medida de proteção é a vacinação,
assim não é incomum algumas instituições, governos, escolas, parques etc. no Brasil e no mundo obrigarem a apresentação da carteira de
vacinação como medida de segurança, visando ao bem coletivo.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), as normas podem ser eticamente justificáveis, uma vez
que está resguardando a saúde de todos os integrantes da sociedade e a vacinação é a única maneira de controlar
a doença.

Deve encontrar-se um equilíbrio entre os princípios da autonomia e o bem-estar coletivo sempre pautado na ética. Primeiramente, os governos
devem incentivar a vacinação voluntária, mostrando os benefícios e a segurança da vacinação, para depois pensar em medidas mais rígidas, se
soluções não forem encontradas.

Segundo a OPAS (2021, p. 6), “Semelhante a outras normas de saúde pública, as decisões sobre a vacinação obrigatória devem ser apoiadas pelas
melhores evidências disponíveis, e devem ser tomadas por autoridades de saúde pública legítimas de uma maneira que seja transparente, justa, não
discriminatória e que envolva a contribuição das partes afetadas”.

Saiba mais

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Desde 1975, o Brasil conta com o Programa Nacional de Imunização (PNI), que oferece de forma gratuita todas as vacinas preconizadas pela OMS.
Segundo o estatuto da criança e do adolescente, é obrigatória a vacinação das crianças e adolescentes em casos recomendados pelas autoridades
sanitárias, podendo os pais e responsáveis legais sofrerem sansões administrativas. Além disso, a Portaria nº 597 de 2004, que institui o calendário
nacional de vacinação, afirma que o indivíduo que não cumpriu o calendário não pode se matricular em creches e instituições de ensino, efetuar o
alistamento militar ou receber benefícios sociais do governo.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Julia, ao pegar a filha na escola, verificou que ela estava com os olhos vermelhos e prontamente a levou ao médico. Foi diagnosticada com
conjuntivite viral. Ao comunicar à escola, ficou sabendo que mais 20 crianças da sala estavam com a mesma doença. Como classificamos essa
situação?

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10/08/23, 16:51 Tópicos Especiais em Ética e Bioética

A Surto

B Pandemia

C Epidemiologia

D Endemia

E Epidemia

Parabéns! A alternativa A está correta.

Surto é uma epidemia que ocorre em uma área bem delimitada geograficamente, como a exposta no enunciado.

Questão 2

Nas pandemias, os indicadores de saúde são fundamentais para a definição de estratégias de prevenção e tratamento das doenças. Para
contabilizar esses dados, as fichas de notificação devem ser digitadas em um sistema de informação. Qual o nome desse sistema no Brasil?

A SIM

B SI-PNI

C Sinan

D Sinasc

E Sisvan

Parabéns! A alternativa C está correta.

Existem diversos programas no Ministério da Saúde para gerar bancos de dados que ajudam a criar ações específicas em casos de pandemias
ou endemias. As fichas de notificação com os dados dos infectados são digitadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(Sinan).

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4 - Atendimento à pessoa com deficiência (PcD)


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos e as questões éticas no cuidado de pessoas com deficiência.

Pessoa com deficiência


Ao longo do século XX, tivemos mudanças importantes no desenvolvimento dos direitos das pessoas com deficiência. A maior delas foi a inclusão
social, que se tornou lei e política pública, permitindo a diminuição do abismo existente e a inclusão desse grupo na sociedade. No entanto, ainda
vivemos em uma sociedade com grande desigualdade social, discriminatória e excludente, que torna esse grupo vulnerável e dificulta a sua total
inserção.

Mesmo com muitas legislações e propagandas inclusivas nas mídias, prestar assistência com ética e qualidade às pessoas com deficiência (PCD)
continua causando muita polêmica.

Curiosidade

Atualmente, é maior o número de séries, filmes e novelas que apresentam pessoas com deficiência em seu elenco de artistas. Como exemplos,
podemos citar os seriados The good doctor, Speechlees, Daredevil (Marvel – Demolidor) e Atypical e os filmes Milagre na cela 7, Meu nome é rádio,
Como eu era antes de você, Intocáveis, A teoria de tudo e Extraordinário. Entretanto, as personagens PcD retratadas são exemplos de deficiências
mais leves e pessoas com altas habilidades. Infelizmente, isso não representa a realidade!

No Brasil e no mundo, bilhões de pessoas vivem com algum tipo de deficiência, mas ainda faltam estatísticas que retratem de forma fiel esse grupo.
No Brasil, o último censo do IBGE (2010) registrou que 45,6 milhões de brasileiros apresentavam algum tipo de deficiência.

Deficiências atribuídas à PcD

As deficiências devem ser diagnosticadas por médicos especialistas e com emissão de laudo. Veja, a seguir, os tipo de deficiências que podem ser
atribuídas à PcD.

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Deficiência mental ou intelectual

Caracteriza-se por limitações no desenvolvimento mental, cognitivo e sensitivo: transtorno do espectro autista (TEA), síndrome do x frágil,
síndrome de Down, microcefalia.

Deficiência física

Caracteriza-se por alterações totais ou parciais no corpo, levando a comprometimentos das funções motoras: paralisia cerebral, paraplegia,
tetraplegia, amputação ou ausência de membro, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida.

Deficiência auditiva

Perda auditiva unilateral ou bilateral.

Deficiência visual

Cegueira, baixa visão, visão monocular.

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Deficiência múltipla

Ocorre quando se tem duas ou mais deficiências associadas, como paralisia cerebral e cegueira.

É importante ressaltar que algumas deficiências são genéticas, como a síndrome de Down, outras congênitas, como a microcefalia causada pela
febre do vírus zika. Lembre-se de que durante a epidemia de zika, entre 2015 e 2016, milhares de crianças nasceram com microcefalia por causa da
contaminação materna pelo vírus. Mas há também deficiências que ocorrem ao longo da vida por questões várias: amputações levam à deficiência
física, doenças como a meningite podem resultar em deficiências graves como cegueira ou perda auditiva.

Legislações relacionadas à PcD

PcD devem ser tratadas com autonomia, dignidade e igualdade.

A primeira legislação a se referir à deficiência foi a Constituição Federal de 1988, que trouxe direitos específicos às PcD, mas apenas para algumas
deficiências, como direito de prioridade em filas e aposentadoria especial e abordava mais as deficiências físicas, auditivas e visuais. Segundo a
Constituição, é dever das três esferas de governo garantir os direitos das pessoas com deficiência.

Em 2009, foi publicado o Decreto nº 6.949, que valida as considerações sobre o Direito das Pessoas com
Deficiência e Protocolos Facultativos assinado em Nova York, porém não garantia a inclusão da PcD.

Ao longo dos anos, outras leis foram publicadas, mas tratavam as deficiências separadamente e concediam benefícios, aposentadoria,
acessibilidade, isenção de impostos, programas de cotas, entre outras. Até aquele momento, as leis ainda não abordavam a inclusão e os direitos
dos deficientes de forma global.

Atenção
Foi em 2015, com a publicação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, pela Lei nº 13.146, que as PcD são incluídas na sociedade.

Com a Lei nº 13.146, alterou-se a definição de quem são os indivíduos classificados com deficiência, bem como os seus direitos. A partir daí se
iniciou o movimento de conscientização da sociedade e dos profissionais que lidam diretamente com a PcD, para que ajam com ética e façam
cumprir seus direitos. Para a aplicação dessa lei, devemos considerar algumas situações, a saber:

Acessibilidade

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Tornar todos os ambientes acessíveis às PcD, promovendo livre trânsito em todos eles com rampas nas entradas de estabelecimentos, com a
retirada de degraus e inserção de pisos táteis. Assim, eles vivem de forma independente e exercem seus direitos de participação social.

Desenho universal

Os produtos para consumo devem ser criados para atingir o público, sem distinção. Além disso, quando vamos construir uma estrutura, devemos
pensar em todos que irão circular ali e, portanto, construir de forma a atender todos os que possuem ou não deficiência.

Tecnologia assistiva

Usar ferramentas que facilitem a participação da PcD, como vídeos descritivos e programas em smartphones que garantem a comunicação, por
exemplo.

Barreiras

Evitar qualquer obstáculo (barreiras urbanas, arquitetônicas, transporte, comunicação, atitudinais, tecnológicas) que cause impedimento ou
limitação impedindo a participação social. Deve haver alternativas para acessibilidade.

Comunicação

A forma de interação entre os cidadãos deve ser adaptada para cada PcD (Libras, braille, comunicação a partir de fichas PECs).

Adaptações razoáveis

Atentar para modificações e os ajustes necessários que facilitem as condições de vida, como a retirada de tapetes de um ambiente.

Elementos de urbanização

Quaisquer componentes de obras de urbanização como pavimentação, iluminação, calçadas sem buracos e sem grandes inclinações.

Mobiliário urbano

Objetos existentes nas vias urbanas e espaços públicos, como bancos, postes, as árvores, devem ser plantados nas calçadas de forma
organizada, a fim de deixar espaço para a PcD se locomover sem dificuldades.

Pessoa com mobilidade reduzida

Deve ser avaliada a adaptação do local de acordo com a dificuldade de mobilização, por exemplo, para as pessoas que utilizam muletas,
andadores etc.

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Residências inclusivas

Criar locais para pessoas que não possuam condições de autossustentabilidade e tenham vínculos familiares fragilizados ou rompidos, como as
casas de repouso para deficientes.

Moradia para a vida independente

Criar moradias com estrutura adequada capaz de proporcionar serviços de apoio coletivo ou individualizado, por exemplo, locais onde a PcD com
grau mais leve possa morar, sair para trabalhar e fazer outras atividades com independência.

Atendimento pessoal

Considerar os familiares ou não, remunerados ou não, que irão prestar assistência nas atividades diárias.

Profissional de apoio escolar

Deve haver uma pessoa que auxilie a PcD a executar as atividades na escola (higienização, alimentação e adaptação das atividades escolares),
tanto em escolas públicas quanto particulares e em todos os níveis e modalidades de ensino.

Acompanhante

Indivíduo que acompanha a pessoa com deficiência. Durante uma internação hospitalar é direito da PcD de qualquer idade ter um acompanhante.

A Lei nº 13.146/2015 ainda trata do respeito aos direitos civis da PcD, que estão definidos no artigo 6º:

I. casar-se e constituir união estável;

II. exercer direitos sexuais e reprodutivos;

III. exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre
reprodução e planejamento familiar;

IV. conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;

V. exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e

VI. exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas.

(LEI Nº 13.146/2015, ART. 6º)

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A capacidade civil da PcD deve ser preservada. Apenas uma pequena parcela das PcDs não consegue responder por si e necessita de um
responsável legal, mas isso é feito mediante avaliação e laudo médico e psicológico.

O artigo 9º da Lei nº 13.146/2015 garante a prioridade em todas as filas de atendimentos. No entanto, a fila de prioridades na maioria das vezes não
é respeitada por falta de conhecimento das pessoas de modo geral e dos profissionais envolvidos no serviço. Um exemplo é o atendimento
prioritário a autistas que, pela deficiência intelectual, não conseguem ficar muito tempo parados, nem esperar por muito tempo em lugar barulhento.
Acabam desenvolvendo crises nervosas (choro, agressividade, autolesão). Assim, os profissionais que prestam o cuidado devem ter a sensibilidade
de avaliar a fila de prioridades e a classificação de risco e, se possível, passar esse autista em primeiro, evitando crises maiores.

Saiba mais
Embora não sejam classificados como pessoas com deficiência, idosos, gestantes e pessoas com crianças de colo têm direitos garantidos em
algumas situações, como prioridade em filas de atendimento e estacionamento em vaga diferenciada.

Os demais artigos da Lei nº 13.146/2015 tratam dos direitos fundamentais: direito à vida; habilitação e reabilitação; saúde; educação; moradia;
trabalho; assistência social; previdência social; cultura, esporte, turismo e lazer; transporte e mobilidade; acessibilidade; comunicação; participação
na vida pública e política.

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Atendimento das pessoas com deficiência
Neste vídeo, você verá sobre os direitos previstos na lei, que garantem atendimento e benefícios a pessoas com deficiência.

Questões éticas relacionadas ao atendimento da PcD


Não muito tempo atrás, as pessoas com deficiência eram excluídas do convívio social não só pela sociedade de modo geral, mas até por familiares.
Eram trancafiadas em casa, não tinham direto a estudar, a trabalhar, à saúde, entre outros diretos garantidos a todos.

A garantia de direitos de dignidade e cidadania no campo das políticas públicas é fundamental tanto para a
prevenção de incapacidades como para a promoção da saúde e para a ampliação da autonomia e das
possibilidades de inclusão e reabilitação, devendo ocupar a preocupação central na articulação dos cuidados.

Mesmo para a saúde, trabalhar com PcD ainda é desafiador, embora elas já estejam incluídas nas escolas e no mercado de trabalho. Isso se dá pela
falta de conhecimento de como cuidar, pois as PcD precisam muitas vezes de um atendimento diferenciado, com mais cuidado. Além disso, a
sociedade impõe padrões de “normalidade” o tempo todo, aumentando o preconceito contra o diferente.

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É também fundamental entender as dificuldades encontradas pelos profissionais da saúde no atendimento à PcD, para que se criem grupos de
trabalho que discutam de forma ética o cuidado desses pacientes e amparem os profissionais da saúde. Só assim estaremos cumprindo nosso
papel de cidadãos e guardiões da ética e da saúde da população.

Precisamos também resgatar as diretrizes em que se baseiam o Sistema Único de Saúde (SUS): a integralidade e a equidade. Veja a seguir.

Integralidade

É preciso ver o indivíduo como um todo. Por exemplo, a pessoa com deficiência física não precisa apenas de cadeira de rodas, andador, muleta,
prótese ou órtese, ele requer um atendimento integral — e os problemas psicológicos advindos de sua situação entram nesse quesito.
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Equidade

Baseia-se em tratar o diferente de forma diferente. Por exemplo, nem todos as pessoas com deficiência auditiva precisam de implantes ou
aparelhos de audição, ou seja, o indivíduo deve ser assistido de acordo com a necessidade particular.

Como pudemos ver, a inclusão das PcD vai muito além da liberação de seu acesso aos ambientes sociais, é preciso dar condições dignas,
igualitárias e com equidade para as PcD. E essa responsabilidade não é só dos familiares, mas de toda a sociedade, devemos todos fiscalizar o
cumprimento da lei e fazer valer os direitos garantidos por ela, sem distinção.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A Lei Brasileira de Inclusão, no que diz respeito ao direito à igualdade e à não discriminação, prevê expressamente que a pessoa com
deficiência

A seja representada por seu curador quando for necessário seu consentimento livre e esclarecido para a realização de tratamento.

B poderá exercer direitos sexuais e reprodutivos desde que assistida por terceiro.

C será submetida à esterilização compulsória.

D não está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa.

E conservará sua fertilidade e será vedada sua esterilização compulsória.

Parabéns! A alternativa E está correta.

A Lei nº 13.146/2015 traz descritos os direitos da PcD. Entre eles está a fertilidade, e portanto, é proibida a esterilização compulsória. A PcD
tem direito de escolher se quer ou não ter filhos, bem como quantos filhos deseja ter e a hora que quer realizar o processo de esterilização, se
assim o desejar.

Questão 2

A seguir, são listados os tipos de deficiências que existem. Assinale a alternativa que engloba todos os tipos de deficiências que são atribuídas
às PcD.

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A Deficiência intelectual, física, auditiva, visual e múltipla.

B Deficiência mental, física, auditiva e múltipla.

C Deficiência mental, física, auditiva, visual e múltipla.

D Deficiência intelectual, física, auditiva e visual.

E Deficiência física, auditiva, visual e múltipla.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Pessoas com deficiência (PcD) são aquelas que apresentam deficiência que podem ser naturais, como uma deficiência intelectual (autismo),
uma deficiência adquirida (amputação de um membro em razão de um acidente), a perda da visão (deficiência visual), a perda da audição (após
uma meningite bacteriana). No entanto, existem pessoas que apresentam mais de uma deficiência e são classificadas com deficiência múltipla.
A deficiência intelectual engloba a doença mental.

Considerações finais
Ao longo deste conteúdo, vimos as principais questões éticas em situações especiais: no transplante de órgãos e tecidos, na reprodução humana
assistida, em situações de epidemias e pandemias e no atendimento de pessoas com deficiência. Além disso, exploramos as principais legislações
envolvidas em cada caso e os principais conceitos.

Essas situações estarão presentes tanto no exercício profissional como na vida cotidiana. Vimos que devemos respeitar o indivíduo como um todo,
livre de preconceitos, de forma ética, igualitária e com equidade, pois cada indivíduo é único e tem suas necessidades diferenciadas. Ainda,
devemos estar sempre nos atualizando e estudando para melhorar a assistência prestada.

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Podcast
Neste podcast, você irá ouvir e conhecer um pouco mais sobre o transtorno do espectro autista (TEA).

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Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, leia os artigos:

Saúde das pessoas com deficiência no Brasil: uma revisão integrativa na perspectiva bioética, dos autores de Bárbara Bowoniuk Wiegand e
Jussara Marial Leal de Meirelles, publicado na Revista Latinoamericana de Bioética, v. 19, n. 2, p. 29-44, 2019.

Perspectivas bioéticas sobre tomada de decisão em tempos de pandemia, de Mário Antônio Sanches e colaboradores, publicado na Revista
Bioética, v. 28, n. 3, jul./set. 2020.

Bioética e biodireito: da doação ao transplante de órgãos, de João Paulo Victorino e Carla Aparecida Lena Ventura, publicado no Brazilian Journal
of Forensic Science Medical Law and Bioethics, v. 6, n. 1, p. 72-83, 2016.

Reprodução medicamente assistida: questões bioéticas, de Sandrina Maria Araújo Lopes Alpes e Clara Costa Oliveira, publicado na Revista
Bioética, v. 22, n. 1, p. 66-75, 2014.

COVID e vacinação obrigatória: considerações e advertências, publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Sumário de
políticas, 13 abr. 2021.

Referências
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FERREIRA, S. Deficiência e acessibilidade: a discussão nacional é indispensável. Revista Bioética, v. 26, n. 2, p. 159-62, 2018.

FIOCRUZ. O que é uma pandemia. 2021. Consultado na internet em: set. 2021.

HILL, S. C. el at. Genomic surveillance of yellow fever virus epizootic in São Paulo, Brazil, 2016-2018. PLOS Pathogens, v. 16, n. 8, 2020. Consultado
na internet em: 16 set. 2021.

OGUISSO, T.; ZOBOLI, E. (orgs.). Ética e bioética: desafios para a enfermagem e a saúde. Barueri, SP: Manole, 2006.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. OPAS. Covid-19 e vacinação obrigatória: considerações éticas e advertências. Sumário de políticas,
13 abr. 2021. Consultado na internet em: 21 set. 2021.

PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

ROUQUAYROL, M. Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia & saúde. 5. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1999.

SEGRE, M.; FERRAZ, F. C. O conceito da saúde. Revista de Saúde Pública, v. 31, n. 5, p. 538-42, 1997.

DICIO. Transplante. Consultado na internet em: 17 set. 2021.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02827/index.html# 40/41
10/08/23, 16:51 Tópicos Especiais em Ética e Bioética

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