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HEMOTERAPIA E BANCO DE SANGUE

PROF. PEDRO FRANÇA


PEDRO.NETO229@GMAIL.COM
TÓPICOS ABORDADOS NA DISCIPLINA
 Regulamentações em Banco de sangue - RDC N° 34/2014. Doador de Sangue e Rotina de Doação - triagem
hematológica, triagem clínica, coleta da bolsa de sangue, intercorrências durante a doação, cuidados pós-
doação.Coleta por aférese e aférese terapêutica.
 Processamento e fracionamento da bolsa de sangue. Indicação de hemocomponetes. Armazenamento e
liberação dos hemocomponentes para transfusão. Uso e Produção de Hemoderivados.
 Exames Sorológicos obrigatórios por lei aos doadores. Imunohematologia Básica (Sistema ABO e RhD).
Sistema Rh - D fraco e D parcial.
 Teste de antiglobulina humana (Coombs) direto e indireto.
 Outros sistemas de grupo sanguíneos - Kell, Kidd, Duffy, Lewis, MNS. Prova Cruzada, Pesquisa de Anticorpo
Irregular e Identificação do anticorpo.
 Rotina em imunohematologia - Tipagem ABO direta e reversa, tipagem RhD, pesquisa de D fraco, teste de
antiglobulina humana (Coombs) direto e indireto.
 Transfusão e seus efeitos adversos - Reações transfusionais Hemolíticas/Não hemolíticas imediatas e tardias.
HEMOTERAPIA E BANCO DE SANGUE
BREVE HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS
HISTÓRICO DO SANGUE COMO TERAPIA

 O sangue como elemento vital


 Egito antigo – sangria
 Grécia – doenças proviam de uma desequilíbrio da quantidade de sangue
 Na Europa medieval cortavam o antebraço ou pescoço
 George Washington morreu após a retirada de 2,5 litros de sangue em 16 horas
HISTÓRICO DA TRANSFUSÃO DE SANGUE

 Fase pré-cientifica
 1665 primeiro relato de transfusão bem sucedida (cachorro para cachorro)
 1667 França e Inglaterra - primeiros relatos de transfusões bem sucedidas de
cordeiros para humanos
 1840 Londres – primeiro transfusão de sangue total para tratar hemofilia
 Fase científica (ABO) – transfusões diretas
 1900 descrição dos primeiros grupos sanguíneos A,B e C (depois substituído
por O)
 1902 adição do grupo AB
CONCEITOS BÁSICOS

 Hemoterapia
 A ciência que estuda o sangue como terapia médica como tratamento suporte para pacientes com doenças
hematológicas ou não hematológicas
 Utiliza o sangue total (produto bruto) ou hemocomponentes
 Processo multiprofissional
 Normatizado pela ANVISA e ministério da saúde
 Deve ser realizado em ambiente biosseguro
 Teste e processamento de amostra
CONCEITOS BÁSICOS

 Transfusão
 Transferência de hemocomponentes de doador para receptor
 A transfusão é feita com o objetivo de restabelecer as condições clínicas de um paciente com perda sanguínea
aguda (consequente a cirurgia ou acidente) ou crônica (decorrente de anemias crônicas, quimioterapia ou
transplante de medula óssea).
CONCEITOS BÁSICOS

 Hemocomponente
 São provenientes a partir do sangue total por meio de processos físicos, como centrifugação e congelamento.
 4 hemocomponentes:
 Concentrado de hemácias
 Concentrado de plaquetas
 Concentrado plasmático
 Crioprecipitado

 Hemoderivado
 Produtos obtidos em escala industrial a partir do fracionamento do plasma por processos físicoquímicos ou
biotecnológicos. (Ex.: albumina, globulinas e fatores de coagulação)
ROTINA DE DOAÇÃO
ROTINA DE DOAÇÃO DE SANGUE NO BRASIL

 Toda doação de sangue deve


 Ser altruísta;
 Ser voluntária;
 Não apresentar gratificação;
 Garantir o anonimato do doador.
DOAÇÃO DE SANGUE

 Garantir estoques constantes de Hemocomponentes;


 Atender de imediato as necessidades transfusionais com segurança;
 Organização Mundial da Saúde (OMS): 2 a 4% da população realize pelo menos 2 doações em 12 meses.
 Para isso, todos os envolvidos nesse processo devem ter em mente que o ato da doação deve ser agradável
 Diminuir a frequência de reações à doação;
 Estimular esse doador a doar sangue novamente
DOAÇÃO DE SANGUE

 É seguro doar sangue?


 Sim!
 Não oferece risco ao doador, visto que nenhum material usado na coleta é
reutilizado;
 Em 24h, o organismo repõe todo o volume de sangue doado.
CUIDADOS COM A DOAÇÃO

 Antes da Doação
 Dormir bem na noite anterior à doação
 Mínimo de 6 horas contínuas;
 Não doar sangue em jejum
 Pela manhã, tomar um café da manhã normal, evitando gorduras;
 Não ingerir bebida alcoólica antes da doação.
 Após a Doação
 Abster-se de fumar por 2 horas;
 Evitar exercícios físicos extenuantes;
 Manter uma alimentação normal;
 Não pegar peso ou forçar o braço utilizado na doação.
O DOADOR
CLASSIFICAÇÃO DOS DOADORES

 Os doadores de sangue possuem a seguinte classificação:


 Doador de repetição: é aquele doador que realiza 2 (duas) ou mais doações no período de 12 (doze) meses. Ou
seja, este doador tem vínculo frequente com o serviço, tem uma maior frequência e o serviço tem o
conhecimento do perfil do indivíduo.
 Doador esporádico: é aquele doador que repete a doação após intervalo superior a 12 (doze) meses da última
doação, ou seja, ele passa um intervalo maior sem comparecer para doar.
CLASSIFICAÇÃO DOS DOADORES

 Doador de primeira vez: é o indivíduo que doa pela primeira vez em um serviço de hemoterapia. Não
necessariamente naquele serviço, e sim se ele nunca compareceu em nenhum outro para realizar doação
(NUNCA FEZ DOAÇÃO) é considerado doador de primeira vez.
 Doador voluntário ou espontâneo: pessoas motivadas para manter o estoque de sangue do serviço de
hemoterapia, decorrente de um ato de altruísmo, sem identificação do nome do possível receptor, não
sendo motivado por interesses ou benefícios pessoais, pecuniários, diretos ou indiretos.
CLASSIFICAÇÃO DOS DOADORES

 Doador autólogo: é aquele indivíduo que faz a doação para si mesmo. Geralmente, são indivíduos com
cirurgia eletiva programada e o médico assistente solicita uma bolsa de sangue do próprio paciente
previamente, pois caso ocorra de o paciente necessitar de uma reposição sanguínea durante a cirurgia, o
paciente irá usar o seu próprio sangue evitando assim exposições a terceiros.
 Doador de reposição: indivíduo que doa para atender à necessidade de um paciente, são pessoas
motivadas pelo próprio serviço a ir doar. São geralmente familiares ou amigos dos pacientes de sangue
para repor o estoque de componentes sanguíneos do serviço de hemoterapia. O hemocomponente
transfundido pode ser utilizado antes (cirurgias de grande porte geralmente já solicitam doações prévias
em nome do paciente para repor possíveis transfusões que possa ocorrer) ou após a doação de
reposição.
CLASSIFICAÇÃO DOS DOADORES

 Doador convocado: é o doador que comparece ao serviço de hemoterapia por solicitação, são
portadores de antígenos eritrocitários de baixa frequência na população, como por exemplos doadores
“O negativos”.
ROTINA DE DOAÇÃO

 Cadastro dos Doadores


 Nome Completo;
 Sexo;
 Idade
 Entre 18 e 65 anos;
 Entre 16 e 18 anos - Somente podem doar, em situações especiais, mediante autorização formal do responsável;
 > 65 anos - Podem realizar a doação de sangue, mediante apresentação de relatório médico que ateste o estado de saúde do
candidato.
CADASTRO

 Ocupação habitual: é importante a ciência da atividade exercida pelo candidato, pois a nossa legislação
diz que candidatos que exerçam ocupações, hobbies ou esportes que ofereçam riscos para si ou para
outra pessoa que não possam ser interrompidas por 12 horas devem ser impedidos a doar.
 Classificam-se como ocupações de risco: I - pilotagem de avião ou helicóptero;
 II - condução de veículos de grande porte, como ônibus, caminhões e trens;
 III - operação de maquinário de alto risco, como na indústria e construção civil;
 IV - trabalho em andaimes;
 V - prática de paraquedismo ou mergulho.
CADASTRO

 Registro do candidato no serviço de hemoterapia: para garantir a RASTREABILIDADE do sangue doado


por aquele indivíduo. Por exemplo, caso posteriormente a doação de sangue ele informar algum mal-
estar como febre, ou outro fator que inabilite o uso do hemocomponente através do número do registro
do doador, o serviço conseguirá saber o destino do hemocomponente e realizar as devidas condutas
necessárias, como por exemplo o descarte da bolsa.
CADASTRO

 Registro do último comparecimento:Este item é importante para ter um controle do registro de


frequência do doador.
 Homens: 4 doações no período de um ano; com intervalo mínimo entre doações de 2 meses
 Mulheres: 3 doações anuais para as mulheres; com intervalo mínimo entre doações 3 meses.

Nos casos de doação autóloga, a frequência e o intervalo entre as doações devem ser programadas de
acordo com o protocolo do serviço de hemoterapia.
TRIAGEM CLÍNICA
TRIAGEM CLÍNICA

Qual a necessidade dessa entrevista se todos os exames e testes laboratoriais


são realizados no sangue doado?
 Alguns itens analisados não possuem exames específicos; - Por vezes é mais eficiente realizar o
questionamento clínico (ex. gripe, alergias, doenças crônicas, etc.)
 Identificação dos comportamentos de risco (comp. sexual, tatuagens, piercings) - Minimizar riscos da
janela imunológica.
TRIAGEM CLÍNICA

 Critérios avaliados na Triagem Clínica Critérios com finalidade de proteger o doador


TRIAGEM CLÍNICA

 Critérios avaliados na Triagem Clínica Critérios com finalidade de proteger o receptor


DOAÇÃO DE SANGUE

 Punção venosa com condições assépticas e em sistema fechado;

 Tempo de coleta – aproximadamente 15 minutos;

 Em cada doação, são coletados 450 ± 45 mL de sangue, além das amostras em tubos (até 30 mL) para
exames laboratoriais.
DOAÇÃO DE SANGUE

 Coleta
 Sangue total
 Separação dos componentes do sangue ocorre depois da coleta;
 Aférese
 Separação dos componentes do sangue durante a coleta.
ARMAZENAMENTO
 Bolsas de Sangue
 Feitas de PVC;
 Translúcidas
 Melhor visualização do volume no seu interior;
 Facilitar a identificação das linhas de separação, no momento de fracionar os hemocomponentes.
 Bolsas de Sangue
 Flexíveis
 Permeáveis a O2 e CO2
 Influenciam na sobrevida das plaquetas e
na manutenção do pH, respectivamente.
 Presença de solução anticoagulante
 Impedir a coagulação do sangue coletado;
 Permitir a viabilidade dos hemocomponentes.
ARMAZENAMENTO

 Soluções Anticoagulantes: Conservam o sangue total coletado por prazos distintos, a depender da
solução anticoagulante utilizada:
 ACD (Ácido cítrico, citrato de sódio, dextrose)
 CPD (Ácido cítrico, citrato de sódio, fosfato de sódio, dextrose)
 CP2D (Citrato, fosfato e dextrose-dextrose)
 Validade de 21 dias
 Nível de 2,3 DPG, molécula responsável por liberar o oxigênio da hemácia, é muito baixa ao final de 15 dias.
 CPDA-1 (Ácido cítrico, citrato de sódio, fosfato de sódio, dextrose e adenina)
 Adição de adenina e níveis maiores de dextrose → maior produção de ATP pela glicólise, com aumento dos níveis de 2,3 DPG
 Validade de 35 dias a partir da coleta;
HEMOTERAPIA E BANCO DE SANGUE
PROF. PEDRO FRANÇA
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