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O sangue é um tecido vivo que circula pelo corpo, levando oxigênio e nutrientes a todos os órgãos,
sendo composto por plasma, hemácias, leucócitos e plaquetas.
O plasma é a parte líquida do sangue, de cor amarelo palha, composto por água (90%), proteínas e
sais. As hemácias (glóbulos vermelhos) possuem alto teor de hemoglobina, uma proteína avermelhada
que contém ferro. Os leucócitos (glóbulos brancos) fazem parte da linha de defesa do organismo e são
acionados em casos de infecções. As plaquetas são pequenas células que agem no processo de
coagulação sanguínea (hemorragias).
O sangue é produzido na medula óssea dos ossos chatos, vértebras, costelas, quadril, crânio e
esterno. Nas crianças, também os ossos longos como o fêmur produzem sangue.
Um pouco de História:
Na Grécia antiga, os nobres bebiam o sangue de gladiadores mortos na arena, a fim de obterem a
cura de diversos males, entre eles a epilepsia.
Defendendo a sangria na cura de qualquer doença, o médico grego Galeno, reportando-se à teoria
de Hipócrates, também concluiu pela existência de quatro humores no corpo humano: o sangue, a bile
amarela, a bile negra e a fleuma.
Em 1492, no Século 15, para se curar de grave enfermidade, o papa Inocêncio VIII foi convencido a
ingerir o sangue de três jovens que acabaram morrendo anêmicos, sem que se conseguisse restabelecer a
saúde do pontífice.
Ter idade entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos
devem possuir consentimento formal do responsável legal);
Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
Apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial;
Pesar no mínimo 50 kg;
Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
Estar alimentado. Evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue. Caso seja
após o almoço, aguardar 2 horas;
A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue
anuais para as mulheres;
O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses
para as mulheres;
Pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, grávidas e mulheres no pós-parto não podem doar
temporariamente;
De acordo com a Fundação Pró-Sangue de São Paulo, para "tatuagem, maquiagem definitiva e
micropigmentação, se feitas em estabelecimento adequado (seguro) e com todos os cuidados necessários
(assepsia correta e material descartável), o prazo é de 6 meses".
O consumo do sangue é diário e contínuo, pois ele é utilizado em diversas situações para salvar vidas de
pessoas que estão em anemias crônicas, cirurgias de urgência, acidentes que causam hemorragias, complicações da
dengue, febre amarela, tratamento de câncer e outras doenças graves. Ou que que se submetem a tratamentos e
intervenções médicas de grande porte e complexidade, como transfusões, transplantes, procedimentos oncológicos
e cirurgias.
É também é indispensável para que pacientes com doenças crônicas graves - como Doença Falciforme e
Talassemia - possam viver por mais tempo e com mais qualidade, além de ser de vital importância para tratar feridos
em emergências ou calamidades.
Ressalta-se que não há um substituto para o sangue e sua disponibilidade é essencial em diversas situações.
Onde doar?
https://redome.inca.gov.br/campanhas/hemocentros-do-brasil/
Hemotransfusão:
Os hemocomponentes e hemoderivados se originam da doação de sangue por um doador. No Brasil, este processo
está regulamentado pela Lei nº 10.205, de 21 de março de 2001, e por regulamentos técnicos editados pelo
Ministério da Saúde. Toda doação de sangue deve ser altruísta, voluntária e não gratificada direta ou indiretamente,
assim como o anonimato do doador deve ser garantido .
Existem duas formas para obtenção dos hemocomponentes. A mais comum é a coleta do sangue total. A outra
forma, mais específica e de maior complexidade, é a coleta por meio de aférese (Aférese é um procedimento
caracterizado pela retirada do sangue do doador, seguida da separação de seus componentes por um equipamento próprio,
retenção da porção do sangue que se deseja retirar na máquina e devolução dos outros componentes ao doador.).
Ressaltamos que as condições clínicas do paciente, e não somente resultados laboratoriais, são fatores importantes
na determinação das necessidades transfusionais, apesar de todos os cuidados, o procedimento transfusional ainda
apresenta riscos (doença infecciosa, imunossupressão, aloimunização), sejam imediatos ou tardios, devendo ser
realizado somente quando existe indicação precisa e nenhuma outra opção terapêutica, então os benefícios da
transfusão devem superar os riscos;
Por diferenciadas circunstâncias uma pessoa pode necessitar de transfusão de sangue. Às vezes, por causa
de um trauma como a hemorragia, onde o volume de sangue fica reduzido a um nível que o organismo não é capaz
de repô-lo suficientemente rápido. Em outras situações, alguns componentes do sangue estão ausentes ou não
funcionam adequadamente, como no caso da hemofilia, em que não ocorre a coagulação do sangue.
Outras vezes, a medula óssea não produz hemoglobina suficiente em razão de uma deficiência da matéria-
prima necessária. Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma transfusão que use o sangue por
completo, mas também há casos em que só é necessário a reposição de um componente específico.
Quando é perdida uma grande quantidade de sangue, a realização de uma transfusão de sangue ou
componentes sanguíneos pode ser a única forma de conseguir salvar a vida do paciente. Dependendo das
condições clínicas, a maioria dos pacientes necessita somente de 1 (Um) Componente ou 1 (Um) Derivado, isso quer
dizer que mais de um paciente (pode chegar a quatro pacientes) pode se beneficiar de uma única unidade de sangue
total, ou seja, um doador pode salvar até 4 (Quatro) vidas.
Como já frisamos, o sangue não só é um tecido vivo como também é um tecido renovável. Pessoas saudáveis
têm mecanismos para produzir mais sangue, após a doação, as doações regulares não enfraquecerem o doador, seja
ocasionando impotência, debilidades ou acelerando o processo de envelhecimento.
Cuidados de Enfermagem:
Apresentação do profissional:
Esta classificação é feita com o intuito de sinalizar a Agência Transfusional sobre a gravidade do paciente. Nos casos
de extrema urgência, não há tempo suficiente para realizar os testes pré-trans- fusionais, portanto é preconizado
transfundir hemocomponente do grupo sanguíneo O RhD negativo para todos os pacientes nessa condição,
principalmente em crianças e mulheres em idade fértil, enquanto os testes de compatibilidade são realizados. Se não
houver amostra de sangue do paciente na Agência Transfusional, esta deve ser colhida assim que possível (no
máximo no momento da punção para transfusão, ou seja, a amostra deve ser colhida antes de iniciada à transfusão)
e encaminhada ao serviço.
A transfusão sanguínea de CH - Concentrado de Hemácias - deve ser realizada durante, no máximo, 4 horas, devendo
a bolsa ser retirada e descartada caso atinja o tempo limite, para CP - Concentrado de plaquetas - e PFC - Plasma -
deve-se correr aberto em no máximo 1 hora e para CRIO - crioprecipitado - deve-se correr em no máximo 30
minutos. O PFC e o CRIO assim que descongelados devem ser transfundidos o mais breve possível, a fim de preservar
os fatores de coagulação, que são termolábeis, em quantidade suficiente para manter a eficácia terapêutica.
A transfusão maciça de sangue pode ser definida como a administração aguda de volume superior a uma vez e meia
a volemia do paciente, ou ainda, como a reposição com sangue estocado equivalente ao volume sanguíneo total de
um paciente, em 24 horas.
O volume sanguíneo é equivalente a 75ml/kg (cerca de 10 unidades em um indivíduo adulto de 75kg);
Outras definições acerca de transfusão maciça podem ser consideradas conforme abaixo:
• Reposição de sangue correspondente a uma volemia (75ml/Kg), ou superior, em 24h (10U a 12U de CH em um
indivíduo adulto);
• Reposição equivalente a 50% da volemia corporal em 3 horas;
• Perda de 1,5 ml de sangue por Kg/min por pelo menos 20 min;
Hemorragias agudas graves que podem levar ao choque hipovolêmico necessitam de tratamento imediato em
virtude da alta morbidade e mortalidade relacionada à duração da hipovolemia e à intensidade da hipotensão.
A doação autóloga define-se como coleta prévia de uma bolsa de sangue de uma pessoa para uso próprio em
procedimentos transfusionais programados. Tem como indicações a prevenção de doenças infecciosas transmissíveis
por transfusão sanguínea, a prevenção de aloimunizações, evitar reações transfusionais em pacientes portadores de
aloanticorpos quando existe dificuldade de obtenção de sangue compatível para um paciente em particular e evitar
complicações em pacientes com antecedentes de reações transfusionais graves.
A doação autóloga deve ser realizada somente mediante solicitação do médico assistente do paciente-doador e
aprovação do médico hemoterapeuta, através de interconsulta. Há ambulatório estruturado para tal.
Referências:
Transfusão Maciça e Extrema Urgência, Juliana Pires M. F., MD, MSc. Hospital de Clínicas. Porto Alegre - RS
Guia para o uso de Hemocomponentes. 2° Edição. Ministério da Saúde, 2008 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria
de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Guia para uso de hemocomponentes /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – 2. ed., 1.
reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. 136 p. : il. ISBN 978-85-334-2161-5
Manual de Transfusão Sanguínea para Médicos, Pedro Bonequini Júnior, Patrícia Carvalho Garcia. Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Botucatu. 2017.
Hemovigilância e a importância das notificações dos eventos adversos relacionados à assistência. Comitê
Transfusional. Hospital de Clínicas. 2017.
http://www.saude.sp.gov.br/fundacao-pro-sangue/doacao-de-sangue/o-que-e-o-sangue
https://redome.inca.gov.br/campanhas/hemocentros-do-brasil/
https://www.prosangue.sp.gov.br/artigos/quem_nao_pode_doar.html
https://www.prosangue.sp.gov.br/home/
https://www.itatiaia.com.br/editorias/cidades/2023/02/28/sp-reduz-e-mg-mantem-prazo-para-pessoa-com-
tatuagem-doar-sangue
https://folhabv.com.br/noticia/SAUDE/Saude/Prazo-para-tatuados-doarem-sangue-agora-e-de-6-meses/95829
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/sangue