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CURSO DE BIOMEDICINA

DISCIPLINA DE HEMOTERAPIA E BANCO DE SANGUE

HISTÓRIA DA HEMOTERAPIA

Prof.º Me Luciano Ribeiro Silva

CERES 2022.2
Século XIX Fase empírica (pré-científica)

– Qual a melhor transfusão


HUMANO
HUMANO
ANIMAL HUMANO

Junqueira et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., 2005


Sanguínea (STS): Rio de Janeiro, São
Paulo, Salvador, Porto Alegre

J
Junqueira et al. Rev. Bras. Hematol.
Hemoter., 2005

• Século XX Fase científica


– 1900 – descoberta do grupo sanguíneo ABO por Karl
Landsteiner
– primeiro relato de transfusão no Brasil → Salvador (Bahia)
pelo prof. Garcez Fróe.

– 1916 - Dra. Isaura Leitão defendeu sua tese sobre

"Transfusão Sanguínea", relatando este caso e


descrevendo outros três relatos semelhantes
– Décadas 20-40 – criação de vários Serviços de
Transfusão
Maciel H. Contribuição para a
organização dos STS. Brasil
Médico,1937.
• Recomendações para a seleção de doadores

• Pagamento aos doadores por mL de sangue coletado → obrigatório, realizado pelo paciente ou
pelo STS M. Addas-Carvalho, 2017

• Braço a braço → maior agilidade e menor risco

• Honorários médicos

• Assistência + pesquisa
• Século XX

– 1942 – primeiro banco de sangue no Instituto Fernandes Figueira,


cidade do Rio de Janeiro

– hemoterapia como especialidade médica

– sangue para os hospitais

– plasma para assistência na frente de guerra Doação de sangue no


Brasil: História M. Addas-Carvalho, 2017 – 1950

– fundação da SBHH - Associação Brasileira de Hematologia e


Hemoterapia

– Fundação da Associação de Doadores Voluntários de Sangue,


presidente Sra. Nair Aranha

– Promulgação da lei federal no. 1.075/1950


– Medidas de proteção dos doadores e
pacientes
– Fornecimento de plasma para a indústria de hemoderivados

– Registro dos bancos de sangue

– Obrigatoriedade de realização de exames laboratoriais nas


doações

– Porém, grandes dificuldades neste período:


serviços
–1965

– Comissão Nacional de Hemoterapia, criada pelo Ministério da Saúde

– Regulamentação da doação de sangue através de legislação com foco:

– doação voluntária Doação de sangue no Brasil: História M. Addas-Carvalho, 2017

– medidas de proteção dos doadores e pacientes

– fornecimento de plasma para a indústria de hemoderivados

– registro dos bancos de sangue

– obrigatoriedade de realização de exames laboratoriais nas doações

– Porém, grandes dificuldades neste período: serviços clandestinos, remuneração de


doadores, ausência de controle e segurança e predomínio de interesse financeiro
– Décadas de 1960 a 1970, ações relevantes que impulsionaram a hemoterapia:

– Cooperação Brasil-França

– filosofia da doação voluntária exclusiva e desenvolvimento técnico científico

– Programa Nacional de Sangue e Hemoderivados (Pró-sangue)

– seguindo o modelo francês de hierarquização da complexidade Doação de sangue no Brasil: História M.


Addas-Carvalho, 2017

– CAMPANHA DE DOAÇÃO VOLUNTÁRIA DE SANGUE DA SBHH, 1980 – ação não governamental por todo o
país, utilização de propaganda, extinção da doação remunerada

– Constituição de 1988 (atuação marcante da sociedade)

– Surgimento da AIDS/SIDA, com identificação do risco transfusional, década de 1980


Constituição de 1988
Lei no. 10.2015/2001 – lei do sangue
• Século XXI

– Meta mobilização Nacional → investimento na


área de hemoterapia com o Programa Nacional
de Doação Voluntária de Sangue (Meta: Sangue
com garantia de qualidade em todo o seu
processo até 2003), coordenado pela Dra. Katia
Machado de Motta (HemoRio)
• • Século XXI
• – Implantação de programas
de qualidade

• – Progressiva incorporação de
tecnologia, porém dependendo
de disponibilidade de recurso e
interesse das indústria da área
de saúde
• Século XXI

– Alinhamento do Brasil à proposta da OPAS de 100% de DOAÇÃO VOLUNTÁRIA NÃO


REMUNERADA Declaração de Melbourne, 2009

– apoio da OMS “100% de doação voluntária, não remunerada de sangue e


hemocomponentes” Doação de sangue no Brasil: História M. Addas-Carvalho, 2017

• Alcance de 100% de doações voluntárias e não remuneradas em 2020, sendo este o


eixo principal da política de sangue

• A sociedade civil organizada e especialistas articulados com governos para


promoção e apoio na captação e fidelização dos doadores voluntários não
remunerados

• Mobilização de recursos financeiros e apoio técnico para atingir a meta de 100% de


doações de sangue voluntárias e não remunerados
Alcance de 100% de doações voluntárias e não remuneradas
• em 2020, sendo este o eixo principal da política de sangue

• A sociedade civil organizada e especialistas


articulados com governos para promoção e apoio
na captação e fidelização dos doadores
voluntários não remunerados
Mobilização de recursos financeiros e apoio técnico para
• atingir a meta de 100% de doações de sangue voluntárias e
não remunerados
• Alcance de 100% de doações voluntárias e não remuneradas em 2020,

sendo este o eixo principal da política de sangue

A Rediscussão das definições e das


para Voluntários ESTRATÉGIASDE CAPTAÇÃO DE DOADORES

Mobilização de recursos financeiros e apoio técnico para atingir a meta de 100% de


doações de sangue voluntárias e não remunerados
Candidato quanto
ao tipo de doação

• Doação por mobilização familiar: doação advinda do


indivduo que doa motivado por familiares ou amigos de
receptores de sangue para repor o estoque de
componentes sanguíneos do serviço de hemoterapia

• Doação por mobilização pela instituição: doação


motivada pelos serviços de hemoterapia por meio de
estratégias como contato telefônico, envio de cartas,
mensagens eletrônicas

• Doação autóloga: doação do próprio paciente para seu uso exclusivo.


• Legislação no Brasil
• • Lei Federal no. 1.075/1950 Dispõe
sobre a doação voluntária de sangue.
• Art. 1º Será consignada com louvor na
folha de serviço de militar, de funcionário
público civil ou de servidor de autarquia, a
doação voluntária de sangue, feita a Banco
mantido por organismo de serviço estatal
ou para-estatal, devidamente comprovada
por atestado oficial da instituição.
• • Lei no. 10.205, de 21 de março de 2001
• • A Política Nacional de Sangue, Componentes e
Hemoderivados terá por finalidade garantir a autossuficiência
do País nesse setor e harmonizar as ações do poder público em
todos os níveis de governo, e será implementada, no âmbito
do Sistema Único de Saúde, pelo Sistema Nacional de Sangue,
Componentes e Derivados - SINASAN, composto por:
• I - organismos operacionais de captação e obtenção de
doação, coleta, processamento, controle e garantia de
qualidade, estocagem, distribuição e Doação de sangue no
Brasil: Legislação M. Addas-Carvalho, 2017 transfusão de
sangue, seus componentes e hemoderivados;
• II - centros de produção de hemoderivados e de quaisquer
produtos industrializados a partir do sangue venoso e
placentário, ou outros obtidos por novas tecnologias,
indicados para o diagnóstico, prevenção e tratamento de
doenças.
• • Constituição Federal
• – 1988
• • Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
• § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem
a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
transplante, pesquisa e tratamento, Doação de sangue no Brasil:
Legislação M. Addas-Carvalho, 2017 bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo
vedado todo tipo de comercialização.
• Decreto nº 3.990, de 30 de outubro de 2001
• • Art. 1º - O Sistema Nacional de Sangue,
Componentes e Derivados - SINASAN,
integrante do Sistema Único de Saúde - SUS, a
que se refere o art. 8º da Lei nº 10.205, de 21
de março de 2001, tem por finalidades:
• I - implementar a Política Nacional de
Sangue, Componentes e Hemoderivados;
• II - garantir a autossuficiência do País em
hemocomponentes e Doação de sangue no
Brasil: Legislação M. Addas-Carvalho, 2017
• III - harmonizar as ações do poder público
em todos os níveis de governo, relacionadas à
assistência hemoterápica.
- permissão de remuneração dos custos dos
insumos, reagentes;
- proteção da saúde do doador e do receptor;
- obrigatoriedade de responsabilidade,
supervisão e assistência médica;
- direito a informação sobre a origem e
procedência do sangue;
- participação de entidades civis brasileiras no
processo de fiscalização, vigilância e
controle das ações desenvolvidas no âmbito
dos Sistemas Nacional e Estaduais de
Sangue, Componentes e Hemoderivados;
- fiscalização obrigatória;
- segurança na estocagem e transporte do
sangue;
- obrigatoriedade de testagem individualizada
de cada amostra ou unidade de sangue
coletado;
– condições de transporte de Sangue Total
para produção de
hemocomponentes
– Exames para HBV + retrovigilância

condição socioeconômica, cor ou etnia,


dentre outras, sem prejuízo à segurança
do receptor.
• Na década de 1980, era comum a oferta de remuneração
para doado-
res de sangue no Brasil. Essa prática era realizada a fim de
incentivar as
pessoas a doarem e, assim, conseguir manter um bom
suprimento de
sangue e seus componentes nos hemocentros.

• Organização Mundial da Saúde (OMS) vetou a prática de


pagamento por doação a fim de evitar a propagação de
doenças infecciosas transmitidas pelo sangue.

• De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o banco de


sangue é o local onde o sangue é coletado e armazenado de
maneira adequada, a fim de preservar suas propriedades e
garantir uma transfusão segura, enquanto a agência
transfusional é o local destinado à realização de todas as etapas
que envolvem a transfusão de sangue, como testar a
compatibilidade entre doador e receptor, transfundir o sangue
e/ou hemocomponentes e observar o receptor após a
transfusão para identificação e ação imediata em caso de algum
evento adverso.
• Os hemocentros são unidades responsáveis pelo fornecimento do sangue e
hemocomponentes para os hospitais. Essas unidades podem ser classificadas em
Hemocentro Coordenador, Hemocentro Regional, Núcleo de Hemoterapia,
Unidade
de Coleta e Transfusão, Unidade de Coleta, Central de Triagem Laboratorial de
Doadores e Agência Transfusional segundo a RDC nº. 151, de 2001 (BRASIL,
2001)

• A RDC nº. 34, de 11 de junho de 2014, que estabelece os requisitos de


boas práticas para os hemocentros com o objetivo de garantir a qualidade
dos processos e produtos, a redução dos riscos sanitários e a segurança nas
transfusões sanguíneas orienta que (BRASL, 2014a):
- esses serviços devem manter um profissional médico com especialidade
em hematologia como responsável técnico;
- As atividades que envolvem o processo de coleta, armazenagem, distribuição,
entre outras, devem ser realizadas por profissional capacitado para esse fim;
• - A estrutura física deve atender as necessidades de fluxos de atendimento,
contendo equipamentos que garantam a biossegurança do trabalhador
e do doador/receptor e processos definidos com relação à segurança
do serviço e ao gerenciamento de resíduos;
- A iluminação e a climatização também devem estar adequadas para
proporcionar um ambiente acolhedor e o desenvolvimento seguro das
práticas dos profissionais.
sangue e das
ações da
Coordenação
Geral de Sangue e
Hemoderivados
– ADEQUAÇÃO a
demandas
específicas
(fenotipados,
desleucocitados
etc.)
Quantidade atual de sangue
transfundido por um
número definido de Serviço Pode ser apropriado ou
– USO:
de Hemoterapia em um inapropriado
determinado período de
tempo.

WHO comitê de
especialistas ‘Estimating
Blood Requirements’, 2010
Melhores práticas e condutas. O objetivo é a AUTOSSUFICIÊNCIA, WHO comitê de especialistas
baseada em doação ‘Estimating Blood Requirements’,
2010
1.619.345
1.450.025 1.455.804
1.334.558 1.349.195 1.201.405

296.997 488.935 564.901

2013 2014 2015


Publico - SUS Privado Contratado - SUS Privado não contratado Brasil
– Mudança do perfil • Somente juntos
dos jovens (geração poderemos superar
Y/oportunista) este desafio
CURSO DE BIOMEDICINA
DISCIPLINA DE HEMOTERAPIA E BANCO DE SANGUE

OBRIGADO!

Prof.º Me Luciano Ribeiro Silva

CERES 2022.2

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