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RESUMO BIOÉTICA

AULA 1-

a Bioética. Essa disciplina problematiza as ações do homem em relação aos


demais seres humanos e outras formas de vida, bem como os impactos sociais e
morais dos avanços da ciência.

A palavra bioética foi empregada pela primeira vez em um documento em 1927


pelo teólogo alemão Paul Max Fritz Jarh, que idealizou que todos os seres vivos
teriam direito ao respeito, estabelecendo ideais sobre o relacionamento do
homem frente a plantas e animais. Entretanto, o termo foi mais difundido na
comunidade científica na década de 1970, a partir da publicação de obras de
Van Rensselaer Potter.

A partir deste tribunal, foi proposto em 1947 o Código de Nuremberg. Esse

documento histórico consiste em um conjunto de dez princípios éticos regentes

de pesquisas envolvendo seres humanos, prevendo inclusive o consentimento do

sujeito de pesquisa como indispensável (Silva; Portela, 2017; Lopes, 2014; Santos,

2017).

Reconhecendo lacunas deixadas pelo Código de Nuremberg, foi elaborado

em 1964 um documento internacional norteador da pesquisa clínica envolvendo

seres humanos: a Declaração de Helsinki.

a moral refere-se a uma conduta que esteja em conformidade com os

valores, costumes e convenções aceitas por uma sociedade.

A ética, por sua vez, é caracterizada pela análise crítica, reflexão e juízo e dos

valores humanos e princípios que dão fundamento à moralidade. É considerada

a filosofia da moral, buscando investigar e fundamentar as razões do “certo e

errado” e do “bem e mal” por meio do estudo da conduta humana, analisando

seus possíveis conflitos ou dilemas.

Bioética principalista: justiça, benevolência, não maleficência, respeito,

confidencialidade, veracidade e fidelidade;


Teoria dos referenciais: vulnerabilidade, alteridade, equidade, prudência,

espiritualidade e solidariedade;

Essa atualização foi baseada na multi e interdisciplinaridade e instituiu e

conceituou os Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) e a criação da Comissão

Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), impulsionando a criação e adequação

de centros de pesquisa em todo território nacional (Barbosa; Veras, 2020).

Esses fundamentos são aplicáveis em diversos cenários de atendimento na

área da saúde, destacando-se na:

• Assistência às populações em vulnerabilidade.

• Processos de captação, doação e transplante de órgãos e tecidos.

• Assistência na morte e processo de morrer.

• Reprodução humana, clonagem e suas respectivas implicações éticas.

• Atendimentos relacionados à sexualidade, orientação sexual e identidade

de gênero.

• Análise ética de situações envolvendo o aborto.

• Pesquisas clínicas envolvendo seres humanos.

• Utilização de animais em pesquisas.

• Engenharia genética.

• Religiosidade e espiritualidade em saúde.

• Aspectos bioéticos da alocação de medicamentos, recursos e tecnologias


em saúde.

AULA 2

Frente à necessidade de regular e orientar as ações e atitudes no exercício

profissional em saúde, surge um novo conceito: a deontologia. A

palavra deontologia é derivada do grego deón, relativo à obrigação ou dever.


Essa área estuda os fundamentos e princípios que norteiam moral e

juridicamente profissionais de saúde nas relações frente ao paciente, família,

colegas de profissão e coletividade. Em outras palavras, a deontologia atenta-se

aos deveres, responsabilidades e atribuições de uma determinada categoria

profissional (Jorge Filho, 2017; Oguisso; Schmidt, 2019).

No Brasil, entre os Conselhos Profissionais regulamentadores do exercício

profissional no campo da saúde, podemos citar:

• Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)

• Conselho Federal de Biologia (CFBIO)

• Conselho Federal de Biomedicina (CFBM)

• Conselho Federal de Educação Física (CONFEF)

• Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

• Conselho Federal de Farmácia (CFF)

• Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO)

• Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa)

• Conselho Federal de Medicina (CFM)

• Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)

• Conselho Federal de Nutrição (CFN)

• Conselho Federal de Odontologia (CFO)

• Conselho Federal de Psicologia do Brasil (CFP)

• Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER)

Estão entre as principais temáticas abordadas pelos códigos de ética das

profissões do setor da saúde em nosso país:

• Condutas, responsabilidades e princípios gerais da profissão

• Relações com o paciente, família e coletividade

• Relações profissionais frente à equipe de saúde


• Relações com o empregador e cobrança de honorários

• Atuação em ensino e pesquisa na saúde

• Sigilo nas relações profissional-paciente

• Publicidade e divulgação profissional em mídias

• Relação com entidades de classe

• Penalidades e sanções disciplinares

Neste cenário, a iatrogenia caracteriza-se pelo erro causado pelo profissional da

saúde, que, na tentativa de solucionar um problema, pode causar danos, tais

como deformidades, doenças e outras morbidades, seja durante uma atividade

de diagnóstico, terapêutica ou reabilitação (Santos; Hipólito; Rosa, 2020; Botelho

et al., 2011).

Danos decorrentes da assistência em saúde são causados, sobretudo, por

erros humanos aliados à imprudência, imperícia e negligência. A seguir,

abordaremos com mais detalhes essa nomenclatura e citaremos exemplos

práticos no campo da saúde que facilitarão sua compreensão.

Atualmente, no Brasil, a resolução n. 466 publicada em 12 de dezembro de 2012

pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) regulamenta as diretrizes e normas

relativas às pesquisas envolvendo seres humanos.

A resolução prevê ainda o funcionamento da Comissão Nacional de Ética em

Pesquisa (CONEP) e dos respectivos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP). A

CONEP consiste em uma comissão do CNS que tem por objetivo a

implementação de normativas e diretrizes relacionadas às pesquisas envolvendo

seres humanos. Essa comissão também tem função educativa, consultiva,

normativa e deliberativa em relação a rede nacional de CEP, além de analisar

estudos de áreas temáticas especiais, tais como estudos em reprodução

humana e genética, por exemplo (Brasil, 2012).


São formados por um colegiado independente e interdisciplinar que realiza

avaliação ética de projetos de pesquisa, emitindo parecer referente à aprovação

ou não do estudo, exceto em áreas temáticas. Cabe ao CEP ainda manter-se

regular e em permanente comunicação frente à CONEP (Brasil, 2012).

No Brasil, no presente momento, os procedimentos relativos ao uso de

animais em pesquisas são normatizados por intermédio da Lei n. 11.794,

aprovada em 2008. A partir dessa legislação, instituem-se as Comissões de Ética

para Uso de Animais (CEUAs) e o Conselho Nacional de Controle de

Experimentação Animal (CONCEA) (Sousa Neto et al., 2020; Franco et al., 2014).

Compete ao CONCEA, entre outras funções, formular e assegurar o cumprimento

de normas relativas ao uso humanitário de animais em pesquisas clínicas.

Regra dos 3 R’s – Substituir (replacement), redução e refinamento.

AULA 3

Na perspectiva da PNH, a humanização não é vista como um programa, mas

sim como uma política aplicável em todos os cenários de atenção e gestão do

SUS, atuando a partir das seguintes diretrizes:

• Acolhimento: tem como objetivo a construção de uma relação satisfatória

entre o paciente e profissionais de saúde, por meio da escuta ativa e

qualificada frente às demandas apresentadas pelo indivíduo. Visa atender

com equidade e integralidade o usuário de acordo com sua

vulnerabilidade ou particularidade.

• Ambiência: consiste na criação de espaços físicos confortáveis e

acolhedores que auxiliam na criação de um ambiente de atendimento em

saúde humanizado.
• Gestão participativa e cogestão: refere-se à inclusão de novos sujeitos

nos processos de análise e decisão do gerenciamento em saúde.

• Clínica ampliada e compartilhada: refere-se a abordagem integral ao

paciente, considerando a complexidade de seu processo saúde-doença e

suas respectivas particularidades. Neste sentido, cabe ao profissional de

saúde o diálogo qualificado, envolvendo o paciente na tomada de decisão

relativa ao tratamento ou cuidado de saúde.

• Valorização do trabalhador: diretriz que inclui a visibilidade à experiência

dos profissionais do SUS, assegurando sua participação nos espaços de

gestão.

• Defesa dos direitos dos usuários: os serviços de saúde devem incentivar

o conhecimento dos usuários em relação aos seus direitos garantidos por

lei e assegurar que eles sejam cumpridos. Como o direito ao

acompanhante (nos casos previstos pela legislação) e o direito à

informação (Brasil, 2013; Brasil, 2010).

TANATOLOGIA – PROCESSO DE MORTE

A eutanásia consiste no ato intencional de proporcionar ao indivíduo uma

morte indolor visando alívio de dor e sofrimento acarretados por doença

incurável. Desta maneira, a eutanásia ativa caracteriza-se quando um terceiro, a

pedido do doente, administra-lhe substância letal, abreviando-lhe a vida e

consequentemente aliviando seu sofrimento físico, psicológico, emocional e

espiritual.

suicídio assistido o paciente, de forma intencional, com ajuda de terceiros,

põe fim à própria vida, ingerindo ou autoadministrando medicamentos ou

agentes letais.
A distanásia caracteriza-se pela prática de procedimentos, métodos e

técnicas que prolongam exageradamente o processo de morte de um paciente

incurável.

ortotanásia tem sua origem etimológica associada à “morte correta”. Neste

sentido, na concepção da ortotanásia, pacientes portadores de doenças

incuráveis avançadas devem ter seu processo de morte da maneira mais tranquila

e com menor sofrimento possível, viabilizando-se uma morte natural.

Na abordagem paliativa, o paciente é abordado em sua totalidade, ou seja,

trata para além de seus sintomas físicos e dor. Considera o paciente um ser

biopsicossocial, abordando também suas questões psicológicas e espirituais, sua

autonomia, e proporcionando uma finitude digna (Caveião et al., 2018).

No âmbito dos cuidados paliativos, a sedação paliativa não deve ser

confundida com eutanásia. A primeira consiste no uso de medicamentos

sedativos para aliviar sintomas intratáveis ou refratários na fase final de vida de

um doente incurável.

Na grande parte dos casos, a mistanásia (morte infeliz) atinge os excluídos

do seio social no que se diz respeito a falta de acesso a infraestrutura, serviços de

saúde e condições mínimas para a manutenção de uma vida digna.

Com a intensão de promoção do livre exercício da autonomia do paciente

frente ao seu processo saúde-doença, foi publicada em 2012 pelo Conselho

Federal de Medicina (CFM) a resolução de n. 1995, que dispõe sobre as Diretivas

Antecipadas de Vontade (DAV).

Com o estabelecimento das DAV, é assegurado ao paciente recusar-se a

tratamentos inúteis que não proporcionam a sua cura ou alívio de sintomas, os


quais apenas prolongam sua dor e sofrimento, caracterizando-se em atos de

distanásia.

AULA 4

Princípios doutrinário do SUS:

Integralidade, universalidade e equidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu em 1946 o

termo saúde como um estado completo de bem-estar físico, mental e social, e

não apenas a ausência de doença. Essa definição se mantém válida atualmente e

sugere que a condição de saúde de um indivíduo é um complexo conjunto de

itens multidimensionais e dinâmicos.

Esses determinantes podem se dividir em categorias básicas, que se

resumem em: determinantes fixos (ou biológicos), econômicos, sociais e

de estilo de vida.

Determinantes: Ambientais, econômicos e sociais.

AULA 5 –

De modo geral, podemos dizer que a bioética nos transplantes se resume

em três principais aspectos:

1. Moralidade das partes corporais transplantadas;

2. Ética na aquisição de órgãos;

3. Ética da alocação.
Porém, após o procedimento, existem quatro possíveis destinos aos

embriões excedentes criopreservados (Leite; Henriques, 2014):

1. Criopreservação por tempo indeterminado;

2. Doação para fins de pesquisa;

3. Doação para outro casal;

4. Descarte embrionário.

Embora o surgimento da genética possa trazer consequências de ordem

bioética, é importante mencionar seus benefícios. Com a genética ocupando-se

do estudo das características hereditárias dos seres vivos, surgem possíveis

aplicações na área da saúde, como (Barth, 2005):

• estabelecer diagnóstico, prognóstico e prevenir patologias;

• criar terapias farmacológicas personalizadas e individualizadas, já que cada

organismo responde de forma diferente à terapêutica;

• correções terapêuticas nas células reprodutivas, prevenindo doenças;

• substituir genes defeituosos por genes saudáveis para tratar patologias.

Podemos citar também algumas preocupações éticas resultantes da

expansão genética (Barth, 2005):

• Reducionismo e determinismo genético:

• Conhecimento do mapa genético:

• Modificações genéticas:

• Implicações na reprodução humana assistida:

• Discriminação genética:
Uma transfusão de sangue inapropriada e impensada resulta no desperdício

de um recurso escasso e limitado, bem como em potenciais problemas de saúde,

podendo causar:

• doenças infecciosas de natureza imunológica e não imunológica;

• reações imediatas ou tardias, como reações febris ou hemolíticas;

• choque;

• coagulação intravascular;

• morte.

AULA 6

Poll, Lunardi e Lunardi Filho (2008) evidenciam que no Brasil os sistemas de saúde

são organizados por serviços de diversas modalidades de atendimento em nível

primário, secundário e terciário de cuidados à saúde, encontrando-se atividades

voltadas ao atendimento em urgência e emergência, como as unidades de pronto

atendimento (UPAs), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Serviço

Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), prontos-socorros,

hospitais especializados, ambulâncias, entre outros.

• É fundamental diferenciarmos urgência de emergência:

• Emergência: constatação médica de condições de agravo a saúde que impliquem sofrimento

intenso ou risco iminente de morte, exigindo portanto tratamento médico imediato. Urgência:

ocorrência imprevista de agravo a saúde como ou sem risco potencial a vida, cujo portador

necessita de assistência médica imediata. (Brasil, 2014)

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