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ÉTICA PROFISSIONAL

PROFESSOR:
E N F. PA B L O M O A B E
ÉTICA

O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo


de ser de uma pessoa).
 É um conjunto de valores morais e princípios que
norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve
para que haja o equilíbrio e o bom funcionamento
social, visando uma sociedade igualitária, produtiva e
mais saudável. Neste sentido, a ética, embora não possa
ser confundida com as leis, está relacionada com o
sentimento de justiça social.
A ética pode ser entendida como o estudo dos aspectos
positivos e negativos de qualquer ação humana, levando à
discussão do agir humano. É considerada como o
conjunto de princípios morais que regem a conduta, os
direitos e deveres de um indivíduo, grupo ou sociedade
(OGUISSO; ZOBOLI, 2017).
 É a ciência do comportamento moral dos homens na
sociedade.

 Deriva da união da consciência e preceitos morais

 É construída por uma sociedade com base nos valores


históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a
Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios
morais de uma sociedade e seus grupos.
O homem vive em sociedade, convive com
outros homens e, portanto, cabe-lhe pensar e responder à
seguinte pergunta:

ç o?
E u fa Com
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A preocupação com a ética acompanha o homem desde a
Antiguidade, tomando diferentes concepções e parâmetro
ao longo da história.

Para Oguisso e Zoboli (2017), o homem é um ser ético,


por usar a razão, a liberdade e a consciência de seus atos.
A ética pressupõe a capacidade de decisão, baseada em
valores, crenças e normas da sociedade.
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios

códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar


animais para pesquisa científica pode ser ético. Em
outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios
éticos estabelecidos.
A ética na área de pesquisas biológicas é denominada

bioética.
Além dos princípios gerais que norteiam o bom
funcionamento social, existe também a ética de
determinados grupos ou locais específicos. Neste
sentido, podemos citar: ética médica, ética de trabalho,
ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes,
ética jornalística, ética na política, etc.
Uma pessoa que
não segue a ética da
sociedade a qual
pertence é chamado
de antiético, assim
como o ato
praticado.
O ser humano costuma agir de diversas maneiras em
todos os momentos da sua vida, em todas as situações pelas quais
passa. Tais ações são regidas por um conjunto de normas
adquiridas durante toda a sua existência.

Todas essas normas que fazem com que tenhamos


comportamentos diferentes uns dos outros estão baseadas na
ética e na moral de cada indivíduo.
MORAL

A moral é um conjunto de regras, costumes e formas de


pensar de um grupo social, que define o que devemos
ou não fazer em sociedade.
O termo moral tem origem no latim morales, cujo
significado é “relativo aos costumes”. São as regras
definidas pela moral que regulam o modo de agir das
pessoas.
 Ética e moral se diferenciam por a ética ser compreendida de maneira

universal, enquanto a moral está sempre ligada aos fatores sociais e


culturais que influenciam os comportamentos.
 A moral se fundamenta na obediência a normas, costumes ou

mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos. Já a ética, busca


fundamentar o modo de viver pelo pensamento humano.
 É o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por

cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas


ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou
errado, bom ou mau.
Bioética

A palavra ‘bioética' designa um conjunto de pesquisas,


de discursos e práticas, via de regra pluridisciplinares,
que têm por objeto esclarecer e resolver questões éticas
suscitadas pelos avanços e a aplicação das tecnociências
biomédicas.
 Bioética (grego: bios, vida + ethos, relativo à ética) é o
estudo transdisciplinar entre Ciências Biológicas,
Ciências da Saúde, Filosofia (Ética) que investiga as
condições necessárias para uma administração
responsável da vida humana, animal e responsabilidade
ambiental.
 Considera, portanto, questões onde não existe consenso
moral como a fertilização in vitro, o aborto, a clonagem,
a eutanásia, os transgênicos e as pesquisas com célula
tronco, bem como a responsabilidade moral de cientistas
em suas pesquisas e suas aplicações.
A Bioética é uma área de estudo focada na influência de

princípios morais e éticos na prática médica e na


pesquisa científica.
Estuda quais são as melhores soluções para conflitos

éticos, para conseguir atender necessidades médicas sem


desrespeitar valores importantes para os pacientes e para a
sociedade em geral.
A Bioética tem quatro princípios que devem ser
analisados para resolver dilemas éticos sobre
atendimentos ou tratamentos de saúde. Os princípios
são autonomia, beneficência, não-maleficência e
justiça.
Autonomia
O princípio da autonomia determina que a vontade do
paciente quanto aos tratamentos deve ser respeitada.
Sabendo disso, os profissionais de saúde devem agir
respeitando esses princípios pessoais e morais.
O princípio tem algumas exceções, como: atendimentos
urgentes em que há risco de morte, doenças que devem
ser obrigatoriamente notificadas ou quando o paciente não
possui capacidade de decisão.
Beneficência

O princípio da beneficência determina que os tratamentos


médicos devem ser aplicados considerando o máximo de
benefício com a menor quantidade de prejuízos.
A beneficência é a obrigação médica de fazer o que for
melhor para o paciente, escolhendo os tratamentos que
não causem danos ou que causem o menor prejuízo
possível.
Não-maleficência

Esse princípio se relaciona com a beneficência e


determina que os profissionais de saúde devem fazer o
possível para evitar danos intencionais aos pacientes.
O objetivo é evitar que os pacientes tenham que lidar com
outras dores ou prejuízos além dos que já existem como
consequências de sua condição de saúde.
Por exemplo, sempre que possível, deve-se evitar o uso de
medicações que tenham efeitos secundários, que causem
dor ou outros prejuízos de saúde.
Justiça

O princípio da justiça determina que o acesso ao atendimento


médico e aos tratamentos de saúde deve acontecer de forma justa,
observando-se as necessidades dos pacientes.
Define que os profissionais de saúde tratem todos os doentes com
o mesmo cuidado e atenção, sem diferenças no tratamento por
questões sociais, culturais, étnicas, de gênero ou religiosas.
Também se refere à igualdade na avaliação dos tratamentos mais
adequados a cada situação. Para isso, é preciso considerar tanto
os valores morais e éticos do paciente, como a realidade de sua
saúde e a necessidade do tratamento.
Bioética na Enfermagem

Na Enfermagem, a Bioética é relevante para o


reconhecimento da importância da profissão e do cuidado
que o profissional de enfermagem deve ter ao prestar
assistência aos pacientes que estão sob seus cuidados.
Um dos objetivos principais é garantir que o trabalho dos
profissionais da enfermagem seja prestado da forma mais
humanizada possível, com equilíbrio entre o planejamento
dos cuidados necessários e a humanização do
atendimento.
Bioética na Enfermagem

São alguns exemplos de aplicação da Bioética na


Enfermagem:

administração de cuidados paliativos em pacientes


terminais,
decisões importantes sobre assistência de Enfermagem
em pacientes não conscientes.
desenvolvimento de relação de confiança entre
profissional e pacientes.
CLONAGEM

É u m p r o c e s s o d e r e p r o d u ç ã o a s s e x u a d a
que resulta na obtenção de cópias
geneticamente idênticas de um mesmo ser
vivo .
CÉLULAS-TRONCO

S ã o a s c é l u l a s c o m c a p a c i d a d e d e a u t o -
replicação, isto é, com capacidade de
gerar uma cópia idêntica a si mesma e
com potencial de diferenciar-se em vários
tecidos.
TRANSGÊNICOS

O r g a n i s m o s que, mediante técnicas de


engenharia genética, contêm materiais
genéticos de outros organismos.
Vi s a organismos com características
novas ou melhoradas relativamente ao
organismo original.
1 9 7 0 f o i d e s e n v o l v i d a a t é c n i c a d o D N A
recombinante.
I n s u l i n a
ABORTO

R e m o ç ã o ou expulsão prematura de um
embrião ou feto do útero, resultando na
sua morte ou sendo por esta causada.
I s t o p o d e o c o r r e r d e f o r m a e s p o n t â n e a o u
artificial, provocando-se o fim da
gestação, e consequentemente o fim da
vida do feto, mediante técnicas médicas,
cirúrgicas entre outras.
EUTANÁSIA

É a p r á t i c a p e l a q u a l s e a b r e v i a a v i d a d e
um enfermo incurável de maneira
controlada e assistida por um
especialista.
DISTANÁSIA

É a p r á t i c a p e l a q u a l p r o l o n g a - s e a v i d a
do paciente.
ORTOTANÁSIA
T e r m o u t i l i z a d o p e l o s m é d i c o s
para definir a morte natural,
sem interferência da ciência,
permitindo ao paciente morte
digna, sem sofrimento,
deixando a evolução e
percurso da doença.
P o r t a n t o , e v i t a m - s e m é t o d o s
extraordinários de suporte de
vida, como medicamentos e
aparelhos, em pacientes
irrecuperáveis e que já foram
submetidos a suporte avançado
de vida.
MISTANÁSIA

A grande maioria das vítimas da


mistanásia são pessoas pobres, vítimas da
exclusão social e econômica, pessoas que
levam uma vida precária, desprovidas dos
cuidados de saúde e que morrem
prematuramente.
CUIDADO DE ENFERMAGEM ÉTICA
Nos tempos atuais estamos cercados por
questões éticas em todos os seguimentos da
nossa vida.
Especificamente no cuidado ao ser
humano, o enfoque sobre a ética intensificou-se
nos últimos anos, em resposta a acontecimentos
como os avanços tecnológicos, o tratamento de
doenças graves e o prolongamento da vida de
muitas pessoas.
A ÉTICA E O PROLONGAMENTO DA VIDA

• Tecnologia a serviço da vida;

• Engenharia genética;

• Tratar bebês ainda dentro do útero da mãe


QUESTIONAMENTOS

Até quando a tecnologia pode ser usada?

Qual a qualidade de vida que estes pacientes estão


tendo?
CONTROLE DA DOR

Sempre houve
a necessidade de
conhecer o por que da
dor, e os
procedimentos
necessários para
controlá-la.
O conceito de dor como
fenômeno relacionado a lesão
tecidual só veio ter argumentação
científica na década de 60.
Na atualidade a dor tem sido considerada um
grave problema da sociedade, por conta dos novos
hábitos de vida, da maior longevidade do indivíduo, do
prolongamento da sobrevida de enfermos com afecções
clínicas naturalmente fatais, das modificações do meio
ambiente e do decréscimo da tolerância ao sofrimento,
por parte do homem moderno. Portanto, o estudo da dor,
a cada dia, vem ganhando maior importância.
A dor envolve influencias biológicas,
intelectuais, emocionais, culturais e sociais da vida do
indivíduo e da sua família, devendo, portanto, ser
entendida como uma experiência individual e complexa.
É imperativo que os
profissionais de saúde não ajam
com indiferença em relação a
situação do paciente. Competem a
esses profissionais a função de
humanizar a dor e a
responsabilidade de proporcionar
o seu alívio.
CUIDADOS PALIATIVOS
A OMS define
cuidados paliativos como
os cuidados ativos e totais
ao paciente cuja doença
não responde ao
tratamento curativo. É
soberano o controle da dor
e de outros sintomas, além
do controle dos problemas
psicossociais e espirituais.
As filosofias que envolvem os cuidados paliativos são:

• Deve-se afirmar a vida e encarar a morte como um processo


natural;
• A morte não deve ser antecipada nem adiada;
• A dor e outros sintomas angustiantes devem ser aliviados;
• Aspectos psicológicos e espirituais devem ser integrados nos
cuidados ao paciente;
• Deve ser oferecido aos pacientes um sistema de apoio que os
auxilie a viver o mais ativamente possível até a morte;
• Deve ser oferecido também um sistema de apoio que ajude a
família a lidar com a doença do paciente e com seu próprio
luto.
O objetivo do tratamento paliativo, além da
terapia antiálgica, é ajudar as pessoas a atravessarem o
processo do tratamento para a cura ou o processo de
morte com conforto e dignidade, satisfazendo suas
necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais.
Muitas vezes os
cuidados paliativos não irão
solucionar os problemas do
paciente. No entanto, é
sempre possível oferecer
apoio e compressão,
conversar e ouvir, tentar
encontrar alguma maneira
de fazer com que as coisas
sejam melhores.

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