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INTRODUÇÃO À BIOÉTICA

 Moral: conjunto de regras que determinam o comportamento dos indivíduos na sociedade. Exterior e
anterior ao indivíduo existe uma moral constituída que orienta o seu comportamento por meio de normas
(valores).
o Moral: aquilo que se submete a um valor;
o Imoral é o que se opõe a qualquer valor;
o Amoral é o que se é indiferente ao valor.
 Comportamento: varia de local, no tempo, conforme as exigências das condições nas quais os homens se
organizam ao estabelecerem as formas efetivas e práticas de trabalho. Na idade média, por exemplo, o
sistema feudal era composto por suseranos, vassalos e servos, na qual a moral cavalheiresca prevalecia
(pressupõe superioridade da classe nobre, exaltando a lealdade e a fidelidade). Havia também a escravidão,
e a burguesia foi responsável pela libertação dos escravos.
 Hegel.
o A moralidade subjetiva é o cumprimento do dever pelo ato da vontade ética.
o A moralidade objetiva é a obediência a lei moral enquanto fixada pelas normas, leis e costumes da
sociedade moral.
 Caráter social e pessoal da moral: grau da consciência, liberdade, responsabilidade em relação a aceitação
das normas torna o ato moral livre e consciente. Um ato, portanto, só será propriamente moral se passar
pelo crivo da aceitação pessoal das normas. As normas, leis e costumes, em sua rigidez, constituem o caráter
social.
o Predomínio do caráter social – medo e intolerância a não-observância das leis: dogmatismo,
legalismo, farisaísmo e vivência moral empobrecida.
o Predomínio do indivíduo: depende da sanção pessoal (individualismo). Corre-se o risco de destruir a
moral por ausência de princípios.
 Estrutura do ato moral: o mundo moral exige do homem a consciência crítica (consciência moral). O
conjunto de exigências dos códigos e leis que reconhecemos como válidos para orientar a nossa escolha é
que vai discernir o valor moral de nossos atos. O ato moral tem dois aspectos:
o Normativo – normas e regras de ação e os imperativos que enunciam o que deve ser;
o Factual – os atos humanos enquanto se realizam efetivamente (moral, imoral, amoral, não moral).
 Ato moral: voluntário.
o Responsável: provoca efeitos no indivíduo e nos próximos na sociedade.
o Obrigatório: o comportamento moral é consciente livre e responsável e também obrigatório (criar
um dever, tem um juiz interno).
 O juiz interno informa-se da situação, consulta normas, interioriza-as como próprias ou não,
decide e julga seus próprios atos.
o Autonomia: quando decide cumprir uma norma, o centro da decisão é o próprio indivíduo, sua
consciência moral (autodeterminação).
 Ethos: “morada”, “hábito”. Hábito é um estado ou uma disposição; adquire-se por meio de um treinamento
ou da contínua execução de certos atos. Pode ser intelectual, que facilita ao espírito as operações
conceituais básicas, e moral, que é o hábito dos princípios práticos superiores.
 A ética é uma arte, hábito (ethos), esforço repetido até alcançar a excelência no agir. A ética é a arte que
forma bom aquilo que é feito (operatum) e que o faz (operantum), é a arte do bom, a ciência do bom –
Ethica est ars bonum faciens operatum e operantum (1150). A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia
que se ocupa com a reflexão a respeito dos fundamentos da vida moral.
 A metafísica como ciência básica da ética: o pensador metafísico procura descobrir algo basilar, firme e
permanente e a partir do qual interpreta a dinâmica das coisas e dos homens. Este elemento basilar
constitui a substância, a essência, fundamento ou modelo de interpretação do mundo.
 Bioética: é o estudo sistemático de conduta humana no âmbito das ciências da vida e da saúde, enquanto
essa conduta é examinada à luz de valores e princípios morais. Segundo a Enciclopédia de Bioética, é o
estudo sistemático das dimensões morais, incluindo visão, decisão, conduta e normas morais das ciências da
vida e da saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas, num contexto multidisciplinar.
Compreende quatro aspectos importantes:
o Problemas relacionados com valores em todas as profissões da saúde e afins;
o Aplica-se as investigações biomédicas e do comportamento;
o Aborda ampla gama de questões sociais relacionadas à saúde;
o Aborda questões relacionadas à vida dos animais e das plantas.
 Paradigmas da bioética.
o Principalista: propõe 4 princípios como orientadores da ação – beneficência, não maleficência,
justiça e autonomia.
o Libertário: valor central na autonomia e no indivíduo inspirado no liberalismo americano. Polêmico,
pois envolve, por exemplo, venda de sangue, de órgãos, entre outrs.
o Virtudes – Aristotélico: baseado na ética das virtudes. A virtude sendo uma disposição que se
aperfeiçoa com o hábito. O agente (profissional) integrado ao paciente no seu processo de decisão.
o Casuístico: suscita a análise de caso por caso.
o Hermeneútico: reconhece que toda a experiência está sujeita a uma interpretação.
o Direito natural (jus naturalismo): estabelece bens fundamentais em si mesmo, vida, conhecimento,
amizade, religiosidade. Moral será toda a ação que contribuir para desenvolver esses valores.
o Contratualista: defende contatos entre médico e paciente e sociedade e contato mais amplo acerca
dos princípios orientadores da relação médico-paciente.
o Antropológico – personalista: filosofia humanista atenta a compreender o homem em todas as suas
dimensões.
 Campo de atuação da bioética: procura delinear as relações entre bioética, medicina legal e deontologia
médica e conclui que a bioética enquanto ética aplicada ao campo biológico vai além da ética médica
tradicional. A bioética ultrapassa os limites dos problemas deontológicos decorrentes das relações entre
profissionais da saúde com seus pacientes e aborda quatro aspectos importantes:
o Compreende todos os problemas éticos relacionados às profissões da área da saúde e afins;
o Aplica-se as investigações biomédicas e do comportamento independentemente de influírem ou não
de forma direta na terapêutica;
o Aborda questões sociais relacionadas à saúde (medicina do trabalho, controle demográfico);
o Inclui questões relativas a vida de animais e plantas (meio ambiente).
 A bioética trata de diversos temas que poderiam ser agrupados em:
o Bioética das situações persistentes – analisa temas cotidianos relacionados à vida das pessoas
(eutanásia, aborto, prolongamento artificial da vida, exclusão social);
o Bioética das situações emergentes – analisa limites e confrontos entre o progresso biológico e a
cidadania, os direitos humanos (fecundação assistida, transplantes, engenharia genética).
o Ação multidisciplinar – inclui, além das ciências médicas e biológicas, também a filosofia, direito,
antropologia, ciência política, teologia e economia.
 Ética profissional.
o Profissão é o trabalho organizado por indivíduos em função da comunidade social; a profissão
constitui uma verdadeira necessidade social.
o Ética profissional é uma parte da ciência moral; não deve limitar-se a um feixe de normas. Ela
procura a humanização do trabalho organizado, colocando-o a serviço do homem, da sua promoção,
da sua finalidade social.
o A tarefa da ética profissional é realizar uma reflexão crítica, questionadora sobre as finalidades e a
conduta das profissões, tendo por finalidade promover o humano, a hipoteca social de toda
atividade profissional.
o No exercício profissional a obediência não pode prevalecer sobre o senso de responsabilidade. O
senso de responsabilidade determina que uma ação livre possa ser executada, mesmo que isso
implique oposição às ordens recebidas.
 Ética da responsabilidade científica e social: não se pode mais privilegiar o bem estar deste ou daquele grupo
social, mas a sobrevida, a qualidade de vida e a integridade do gênero humano. O progresso científico e
tecnológico deve avançar em consonância com o ético, o ético não autoritário, não proibitivo do
desenvolvimento científico. Deve estimular o desenvolvimento das ciências dentro das fronteiras humanas e
desestimulá-la quando avançar em direção a limites desumanos.

HISTÓRIA CLÍNICA E PRINCÍPIOS DIAGNÓSTICOS


 Entrevista: processo social de interação entre duas ou mais pessoas que se desenvolve frente a uma situação
e requer ambiente adequado. Há elementos que interferem na entrevista.
o Objetos físicos: ambiente adequado e instrumental (cadeiras, papel e caneta).
o Objetos culturais: médico (ética médica, linguagem adequada e apresentação pessoal), paciente
(conhecer a cultura da clientela, sua linguagem) e comunidade (conhecer os recursos da
comunidade e condições sanitárias).
 A anamnese pode ser conduzida de duas maneiras – o paciente relata espontaneamente suas queixas
(psicanalista) ou é dirigida, em que o médico conduz de forma objetiva. Os dados colhidos devem ser
elaborados. Deve-se tomar cuidado com as interpretações dos pacientes em relação aos sintomas e
tratamentos.
o Em algumas ocasiões, um fator isolado é importante para o diagnóstico, com angina de peito,
epilepsia, enxaqueca e doenças psiquiátricas.
o Identificar o sintoma-guia: sintoma ou sinal que permite recompor a história da doença atual. Não é
o mais antigo e nem sempre é único.
o Para qualquer sintoma, estabelecer início, duração, características do sintoma na época em que teve
início, evolução, relação com outras queixas e situação do sintoma no momento atual.

FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO E SEMIOLOGIA DO IDOSO


 OMS: idoso é todo indivíduo com 65 anos ou mais.
 Envelhecimento: fenômeno caracterizado pela perda progressiva da reserva
funcional, que torna o indivíduo mais propenso a ter doenças e aumenta suas
chances de morte.
 Cognição e envelhecimento.
o Plano sensorial: diminuição da acuidade visual, acuidade auditiva e
funções oculomotoras.
o Plano motor: diminuição da velocidade e precisão de movimentos, do
planejamento antecipatório e aumento do tempo de resposta.
o Memória: alteração da aquisição e evocação.
o Diminuição da atenção global.
 O envelhecimento é a diminuição progressiva da capacidade de manutenção da Mudanças do envelhecimento
homeostase em situações de sobrecarga fisiológica.
 Expectativa de vida dos idosos no Brasil.
o 60 anos: cerca de 22 anos.
o 70 anos: cerca de 16 anos.
o 80 anos: cerca de 9 anos.
 Perfil da morbidade: 100 milhões de americanos têm, pelo menos, uma doença crônica (DC). 50% destes
têm mais de uma DC. Uma pessoa está envelhecendo mal quando ela não consegue mais
sozinha:
 Semiologia do idoso: bases para o raciocínio diagnóstico:
o Múltiplas patologias em um idoso;
o Patologias latentes;
o Grandes diferenças individuais;
o Envelhecimento fisiológico X patológico;
o Manifestações das doenças são atípicas;
o Complicações não relacionadas com a doença
atual;
o Desidratação e DHE: queda da homeostase;
o Delirium como manifestação da doença atual;
o A reação às drogas é diferente no idoso;
o O tratamento e o prognóstico não dependem,
exclusivamente, da equipe de saúde, mas também do ambiente familiar.
 Manifestações de doenças no idoso: atípicas, sintomas inespecíicos, início insidioso, sub-clínico, sintomas
não relatados.
 Características do envelhecimento: heterogeneidade, mudanças fisiológicas, maior prevalência de doenças
(comorbidades), apresentação atípica de doenças comuns, maior incidência de efeitos adversos a
medicações, diferentes metas terapêuticas.

 Auto-percepção.
o Tendência a subestimar os problemas;
o Atribuir problemas ao envelhecimento;
o Comparações com o meio – comunidade e instituição;
o Atribuição de sintomas a causas externas;
o Associação com depressão.
 Formas de apresentação da doença: rupturas súbitas na função devem ser consideradas como doenças, a
princípio. Por exemplo, parar de comer ou beber, cair, incontinência urinária, fraqueza, confusão aguda,
perda de peso.
 Avaliação do paciente – exame geral.
o Atitude: ativa ou passiva.
o Musculatura: sarcopenia/obesidade sarcopênica, lesões corticais e cerebelares (hipotonia), lesões
piramidais (hipertonia).
o Hidratação.
o Pele e anexos: enrugada, flácida, deslizante, atrofia do tecido gorduroso, púrpura senil, unhas
quebradiças e sem brilho.
 Medida da pressão arterial.
o Obrigatória em toda avaliação clínica;
o Respeitar condições ideiais;
o Realizar três medidas em cada consulta, com intervalo de um ou dois minutos, fazendo a média das
2 últimas medidas;
o A posição padronizada para o diagnóstico é a sentada, mas a medida na posição supina e ortostática
deve ser realizada em idosos, diabéticos, alcoolistas e/ou em uso de medicações anti-hipertensivas.
 Hipotensão ortostática/hipotensão postural: o envelhecimento altera os mecanismos de controle da
homeostase e pode predispor os indivíduos à hipotensão postural (níveis pressóricos baixos acompanhados
de diminuição da amplitude ou desaparecimento dos pulsos periféricos, taquicardia e sinais de má perfusão
tecidual).
o Ao assumirmos a posição supina, o organismo utiliza vários mecanismos para manter os níveis
pressóricos e garantir a perfusão cerebral. A redução do retorno venoso serve de estímulo para que
os barorreceptores, localizados nas artérias caróticas e arco aórtico, desencadeiem aumento da
atividade simpática e redução da parassimpática, ocasionando constrição arteriolar e venosa e
aumento do tônus muscular e da frequência cardíaca. Falha nesses mecanismos leva a uma queda
de pressão arterial e pode ter como consequência hipoperfusão cerebral, que pode manifestar-se
com tonturas, síncope, quedas e acidente vascular cerebral.
o Os fatores que predispõem a hipotensão postural em idosos são: diminuição da sensibilidade dos
barorreceptores, diminuição da capacidade de conservar sal, baixos níveis de renina e aldosterona,
aumento do peptídeo natriurético atrial, diminuição da resposta de elevação da frequência cardíaca
com queda da pressão arterial e diminuição do enchimento ventricular.
o É diagnosticada quando ocorre uma queda de 20mmHg ou mais na pressão sistólica e/ou 10mmHg
ou mais na diastólica ao passar-se da posição deitada para a posição de pé.
 Hiato auscultatório: até 30 a 40 mmHg. Subestima a pressão arterial sistólica ou superestima a pressão
arterial diastólica. Pode ser evitado com a associação com método palpatório.
 Ausculta cardíaca.
o Frequentes alterações do ritmo;
o A quarta bulha pode ser confundida com desdobramento da B1;
o A terceira bulha é de grande importância;
o B1 com intensidade diminuída: IC e IM;
o Não há sopros inocentes em idosos. Os sopros mais comum são os mitrais e aórticos.

FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA E AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR


 A fisiologia respiratória parte da análise funcional pulmonar.
 Funções: troca gasosa a partir dos bronquíolos, função ventilatória pulmonar (condução do ar do meio para
a região de troca gasosa), função de defesa, principalmente no trato respiratório (o ar que chega aos
alvéolos tem que ser estéril).
o As vias aéreas superiores filtram, umidificam, aquecem o ar e têm uma flora normal. Os brônquios
são cheios de reentrâncias, para que partículas sejam retidas nelas. A flora habitual de
microrganismos evita a colonização das vias aéreas por agentes potencialmente patogênicos.
o Clearance mucociliar: produção de muco, que retém partículas (eliminadas posteriormente pela
movimentação dos cílios e pela deglutição).
o Sistema de defesa: imunidade celular, presença de neutrófilos e linfócitos nos alvéolos.
 O trato respiratório depende da ação integrada de outros sistemas, principalmente do sistema nervoso
central e periférico (arco reflexo para ativar a respiração). Centro respiratório central responde ao estímulo
aferente; este centro está situado no bulbo. Os sensores periféricos são estimulados e ativam o bulbo. Esses
sensores estão presentes no seio carotídeo e no arco aórtico. A integridade desse sistema é essencial para a
correta realização da função respiratória.

o Músculos respiratórios, principalmente o diafragma, e a presença de uma


caixa torácica íntegra são essenciais para a função respiratória.
 Função ventilatória: 10 a 20 ir/min.
o Em cada incursão respiratória, estima-se que entra no pulmão 0,5L de ar. Ou
seja, em um minuto, entra por volta de 6L. Nem todo ar que entra
participará da troca gasosa, pois uma parte ocupa o espaço morto, em que
não há troca.
o Ventilação alveolar (VA): real quantidade de gás que participa da função de
trocas ao nível dos alvéolos a cada minuto.
 VA = (VC – EM) x FR
 VA = (500 – 150) x 12 = 4200mL/min
 A nível de alvéolo, o oxigênio deve passar para a circulação, ocorrendo por um
simples mecanismo de difusão. É preciso que a membrana alvéolo-capilar esteja
íntegra.
o O enfisema tem destruição da membrana alvéolo-capilar.
o Na atelectasia há colapso da via aérea.
o Na fibrose pulmonar há rigidez, com dificuldade para passar o oxigênio
(estertores em velcro na ausculta).
 Análise de gases arteriais: gasometria arterial, geralmente por punção da artéria radial.
o PaCO2 = de 40 a 45mmHg.
o PaO2 = varia com a idade.
 Provas de função pulmonar.
o Espirometria: mais usual, analisa a capacidade pulmonar.
o Gasometria arterial: coletado usualmente a nível de artéria radial. Não é interessante utilizar a
artéria braquial pois é a única na região, e uma lesão vascular ou trombose pode levar a
complicações. Analisa pH, pCO2, pO2, HCO3-, BE e saturação de O2.
 Insuficiência respiratória aguda: incapacidade do sistema respiratório de manter
os valores de pCO2 e pO2 no sangue arterial dentro dos limites da normalidade pO2 baixa no sistema
para determinada demanda metabólica. arterial: hipoxemia.
o pO2 < 60mmHg. pO2 baixa nos tecidos:
o pCO2 > 45mmHg. hipóxia.
o Tipo I: déficit de oxigenação (hipoxemia). Hipercapnia: presença
o Tipo II: insuficiência ventilatória (hipercapnia + hipoxemia). de doses excessivas de
o Quadro clínico. dióxido de carbono no
 Doença de base que leva a essa dificuldade, como embolia, AVC, sangue.
sedação por benzodiazepínicos.
 Alteração do estado mental: agitação ou sonolência.
 Desconforto respiratório – sinais de aumento do trabalho respiratório, como batimento de
asa do nariz, uso dos músculos acessórios da respiração, retração intercostal, supraesternal
e clavicular, frequência respiratória maior que 30 ir/min e sinal de Hoover (na expiração, há
contração dos últimos arcos intercostais) ou respiração paradoxal (na inspiração, o abdome
retrai, aparecendo um desbalanço).
 Liberação adrenérgica: sudorese, taquicardia, hipertensão arterial.
o Cianose central: pelo prejuízo de troca gasosa, com aumento da quantidade de hemoglobina não
ligada ao oxigênio. Em cianose periférica, há estase de circulação em membros.
o http://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/7_insuficiencia_respiratoria.pdf
 Insuficiência respiratória tipo I: hipoxêmica (troca gasosa).
o Desequilíbrio ventilação/perfusão (V/Q): ou a ventilação ou a perfusão estão prejudicados. No efeito
espaço morto, o ar chega mas não há vaso para ocorrer a troca – é o caso da embolia pulmonar.
Onde há o impacto, ocorre diminuição ou anulação da perfusão.
 Embolia pulmonar: geralmente ocorre por trombo formado em veias inferiores que descola
e migra, impactanto na circulação arterial pulmonar – trombose venosa
profunda + embolia pulmonar = tromboembolismo venoso. Geralmente
é favorecida pelos mesmos fatores que estimulam a estase venosa.
 O estímulo trombogênico foi identificado primeiramente por Rudolf
Virchow, em 1856, e propõe que a trombose venosa resulte dos seguintes
fatores conhecidos como tríade de Virchow: alterações no fluxo
sanguíneo ou estase; lesão do endotélio vascular; alterações nos
constituintes do sangue, isto é, estado hipercoagulável herdado ou
adquirido.
 Dispneia e dor torácica aguda.
o Efeito shunt: há manutenção do fluxo vascular, mas o oxigênio não chega. São áreas perfundidas e
não perfuradas. Comum em pneumonia, em que a parte vascular está normal. O prejuízo é na parte
ventilatória.
 A síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) é descrita como um quadro de lesão
pulmonar aguda, associada a um edema pulmonar, agudo, não hidrostático e hipoxemia
severa, acompanhado de altas taxas de mortalidade, entre 10 e 90% (média = 50%),
dependendo do fator etiológico.
 Quadros graves de hipoxemia arterial, como aqueles observados em pneumonias extensas
ou na SARA, são consequência da presença de áreas de shunts e efeito shunt no nível do
parênquima pulmonar.
o Alteração de difusão tipo I: o gás carbônico passa com mais facilidade pela membrana. A capacidade
de difusão pulmonar pode ser definida como a quantidade de gás transferida por minuto, através da
membrana alveolocapilar.
 Fibrose pulmonar: tosse progressiva. Áreas fibrosadas abrem no fim da inspiração, com som
semelhante a abertura de velcro (creptações ou estertores
 Insuficiência respiratória tipo II: hipoventilação alveolar. Ocorre elevação dos níveis de gás carbônic por
falência ventilatória. Além disso, também é comum hipoxemia em pacientes, respirando ar ambiente. Pode
estar presente em pacientes com pulmão normal, como, por exemplo, na presença da depressão do SNC e
nas doenças neuro-musculares.
o Depressão do drive respiratório: diminui a frequência respiratória, geralmente por depressão do
centro respiratório central.
o Incapacidade neuromuscular: diminuição do volume que participa da troca. Esclerose lateral
amiotrófica, miastenia gravis.
 Função pulmonar: depende da ventilação, da difusão e da troca gasosa.
o Espirometria: avalia o maior conteúdo que participa da troca gasosa. Não mede a capacidade
funcional residual. É a prova ventilatória pulmonar. Indicada em tosse, dispneia, tabagistas, DPOC,
pré-operatório.
 DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica, como bronquite.
 Bom resultado: 3 curvas aceitáveis, desde que 2 delas sejam idênticas.
o Padrões de índices espirométricos.
 VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo. O volume de ar expirado no
primeiro segundo do sopro.
 CVF: capacidade vital forçada. O volume total de ar que pode ser forçadamente expirado em
uma respiração.
 Relação VEF1/CVF: a fração de ar expirado no
primeiro segundo relativo ao volume total
expirado.
o Valores previstos em espirometria.
 Depende do sexo, da idade, do peso e da altura.
 CVF > 80% (5L)
 VEF1 > 80% (4L)
 VEF1/CVF > 75
o Interpretação da espirometria.
 Distúrbio obstrutivo: asma em DPOC, por exemplo. Inflamação da via aérea provoca
broncocostrição. Na ausculta há sibilo. O CVF é normal, o VEF1 é reduzido e a relação entre
esses valores é menor que 75. Há obstrução do fluxo expiratório.
 Distúrbio restritivo: fibrose pulmonar, por exemplo. O pulmão não consegue expandir. O
volume que entra é menor que o esperado; por isso, a expiração é rápida – no primeiro
segundo expira-se quase todo o ar. O CVF é reduzido.

PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS PULMONARES E SONS PULMONARES


 Sintoma: toda informação subjetiva descrita pelo paciente – ANAMNESE.
 Sinal: refere-se a toda alteração objetiva, passível de ser percebida pelo examinador – EXAME FÍSICO.
 Sinais e sintomas: parte da medicina relacionada ao estudo dos sintomas e sinais das doenças humanas.
Sintomas pulmonares
 Tosse: sintoma mais comum. É um mecanismo de defesa que tem receptores na laringe, na faringe e nos
brônquios (até bronquíolo respiratório).
o Controle central: nervo vago, glossofaríngeo, trigêmeo e frênico.
o Fase inspiratória: compressiva. Fecha-se a glote e há contração dos músculos, aumentando a
pressão intratorácica.
o Fase expiratória: abertura súbita da glote.
o Aguda: menos de 3 semanas. Laringite aguda, faringite aguda, bronquite aguda, traqueíte aguda,
coqueluche e pneumonias.
o Subaguda: 3 a 8 semanas. Síndrome da tosse das vias aéreas superiores – rinussinusites – e refluxo
gastroesofageano.
o Crônica: mais de 8 semanas. Anteriores e asma. Asma brônquica é inflamação crônica com
broncoespasmo, levando a crises de tosse, chiado, dispneia e opressão torácica.
o Tuberculose: tosse produtiva por mais de 3 semanas, associada a febre vespertina, perda de peso e
hiporexia.
o Bronquiectasias: tosse produtiva e crônica, com esputo matinal mucopurulento.
o Abscesso pulmonar: tosse purulenta com odor fétido, vômica (expulsão, por meio da tosse, de
secreções supuradas provenientes dos pulmões, as quais, mediante ruptura, passaram para os
brônquios). Associado a etilismo.
 Expectoração ou escarro – secreções respiratórias.
o Escarro: secreção brônquica excessiva resultante de inflamação ou infecção.
 Branco/cinzento: tabaco, asma.
 Amarelo/esverdeado: bronquite crônica, bronquiectasia, fibrose cística.
 Espumoso com raias de sangue: edema pulmonar.
o Esputo: saliva, cuspe.
o Expectoração
o Hemoptoicos: presença de sangue junto com secreção.
o Hemoptise
 Dispneia: é uma sensação subjetiva de falta de ar em respirar. Pode ser aguda e crônica, sendo que esta
última tem duração maior que 30 dias.
o Fisiopatologia: é o aumento de solicitação à ventilação. Pode ser proporcional à necessidade
metabólica, como em resposta ao exercício físico, ou desproporcional à necessidade metabólica, por
TEP, DPI e altas altitudes.
o Dispneia por diminuição da capacidade ventilatória.
 Obstrução em grandes vias respiratórias;
 Doença obstrutiva crônica;
 Doenças restritivas – doenças musculares, pleurais, pulmonares intersticiais.
o Trepopneia: dispneia com decúbito lateral determinado.
o Ortopneia: dispneia em decúbito, aliviada pela posição sentada.
o Platipneia: dispneia pela posição ortostática, melhora com decúbito (shunt intrapulmonar).
 Dor torácica: pode ser pelo sistema respiratório, sistema osteomuscular, sistema cardiovascular, sistema
digestório, herpes zoster, anemia falciforme, distúrbio de comportamento.
o Dor pleurítica: inflamatória ou infecciosa, por pneumonia ou embolia pulmonar.
o Estruturas mediastinais: dor mal localizada pela pressão nas estruturas vizinhas (câncer, por
exemplo).
 Hemoptise: sangramento das vias aéreas inferiores. Diagnóstico diferencial com epistaxe e hematêmese.
o Epistaxe: sangramento que se origina da mucosa das fossas nasais.
o Hematêmese:
o Potencialmente séria.
o Causas comuns: infecção (tuberculose e bronquiectasias), embolia pulmonar e câncer de pulmão.
o Leve – 100mL/dia. Moderada – 100 a 600 mL/dia. Grave mais que 600 mL/dia ou mais de
30mL/hora.
 Chiado no peito.
Sinais pulmonares
 DPOC.
o Bronquite crônica: tosse produtiva diária por três meses ou mais, em pelo menos nos últimos dois
anos consecutivos. Hemoglobina elevada, sobrepeso, cianose, edema periférico, roncos e sibilos.
 Condição caracterizada basicamente por excessiva secreção de muco na árvore brônquica, e
é diretamente relacionada à asma brônquica e à doença pulmonar obstrutiva crônica.
 Manifestação clínica usual é tosse com expectoração mucopurulenta que persiste por
meses, alternando períodos de melhora e piora, dependendo da presença de infecções,
poluição atmosférica e uso de tabaco.
o Enfisema: aumento e destruição permanente dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal,
com modificações estruturais das paredes alveolares que limitam o fluxo aéreo nos alvéolos. Em
indivíduos mais velhos e magros, dispneia importante, murmúrio vesicular diminuído,
hiperinsuflação com diafragma achatado no raio-X.
 A manifestação clínica mais importante é a dispneia que se agrava lentamente. No início
ocorre apenas aos grandes esforços, mas nas fases avançadas aparece até em repouso. Na
fase final surgem as manifestações de insuficiência respiratória.
 Hipocratismo digital: deformidade dos dedos que se tornam globosos, lembrando a forma de baqueta de
tambor com unhas convexas em todos os sentidos, como vidro de relógio.
 A combinação dee cianose com baqueteamento é frequente em pacientes com alguns tipos
de cardiopatia congênita e nas doenças pulmonares (fibrose pulmonar, bronquiectasia,
enfisema pulmonar, câncer broncogênico).
 Derrame pleural: pode haver dor sem as características de dor pleurítica, tosse seca e dispneia, cuja
intensidade depende do volume do líquido acumulado.
o Sinal de Lemos Torres: abaulamento expiratório intercostal localizado nas bases pulmonares, na face
lateral do hemitórax.
o Sinal de Signorelli: sim maciço na percussão do 7º a 11º espaços intervertebrais. A percussão da
coluna é muito utilizada para diferenciar derrame pleural de atelectasia (claro pulmonar na coluna).
 Respiração paradoxal: movimentos não sincronizados do gradeado costal a abdome.
 Sinal de Hoover: pacientes com hiperinsuflação pulmonar grave, com diafragma retificado que se contrai na
inspiração, levando a retração do terço inferior do tórax.
 Cianose: cor azulada da pele e das mucosas.
o Hemoglobina insaturada > 5g/dL.
o Saturação de oxigênio menor que 85%.
o Cianose central: doença severa do coração/pulmão.
o Cianose periférica: doença vascular periférica.
Sons pulmonares
 Ausculta pulmonar: é o método semiológico básico no exame físico dos pulmões realizada com o auxílio de
um estetoscópio. A auscultação direta ou imediata, colocando-se o ouvido na parede torácica, não se utiliza
mais, embora seja por intermédio dela possível perceber também as vibrações da parede.
 Técnica de ausculta: iniciar-se a ausculta com o examinador colocando-se atrás ou lateralmente ao paciente.
O paciente deve estar com o tórax despido para o perfeito acoplamento do estetoscópio e deve ser
orientado a respirar pausada e profundamente, com a boca entreaberta, sem fazer ruído.
o Anterior, lateral e posterior.
o Simétrica e comparativa.
 Origem dos sons.
o Inspiração: brônquios do nível mais periférico.
o Expiração: traquéia e grossos brônquios.
 Sons normais – sons de intensidade simétrica e normal.
o Som traqueal e respiração brônquica: audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e na
região esternal. Origina-se na passagem do ar através da fenda glótica e na própria traqueia.
 Diferenciam-se com facilidade seus dois componentes, sendo o inspiratório constituído de
um ruído soproso, mais ou menos rude, após o qual há um curto intervalo silencioso que
separa os dois componentes, e o expiratório, um pouco mais forte e mais prolongado.
 A respiração brônquica corresponde ao som traqueal audível na zona de projeção de
brônquios de maior calibre, na face anterior do tórax, nas proximidades do esterno.
 Nas áreas que correspondem à condensação pulmonar, atelectasia ou nas regiões próximas
de cavernas superficiais, ouve-se respiração brônquica no lugar do murmúrio vesicular.
o Som broncovesicular: a intensidade e a duração da inspiração e da expiração têm igual magnitude,
ambas um pouco mais fortes que no murmúrio vesicular, mas sem atingir a intensidade da
respiração brônquica.
o Murmúrio vesicular: os ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax sã produzidos pela
turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as saliências das bifurcações brônquicas, ao passar
por cavidades de tamanhos diferentes, tais como bronquíolos para alvéolos e vice-versa.
 Sons pulmonares anormais.
o Redução: áreas com redução da ventilação (asma/BCE).
o Abolição: obesidade ou derrame pleural.
o Consolidação.
o Ruídos contínuos: roncos ou sibilos. São musicais, superpõem ao som vesicular. São audíveis em
qualquer fase respiratória. Os roncos são sons graves, enquanto os sibilos são sons agudos.
o Ruídos descontínuos: estertores finos e grossos. São sons explosivos, intermitentes, de curta
duração.
 Estertores grossos: abertura e fechamento das vias aéreas contendo secreção viscosa a
espessa. Sons graves, de maior duração. Início da inspiração e se mantém por toda a
expiração. Alteram com a tosse. Comuns em bronquiectasias.
 Estertores finos: abertura sequencial de alvéolos (áreas anteriormente fechadas). Líquido ou
exsudatos nos alvéolos. Presente no final da inspiração; são agudos e de curta duração. Não
se altera com a tosse. É comum em pneumonias.
o Estridor: é um som musical particularmente alto, de timbre constante, mais proeminente durante a
inspiração, que pode ser ouvido muito bem a certa distância do paciente. Embora nada, a não ser a
intensidade, distinga o estridor do sibilo monofônico, que não pode ser ouvido à distância, o termo é
amplamente utilizado quando há suspeita ou conhecida obstrução de laringe ou de traqueia como
fonte sonora.
o Atrito pleural: as camadas lisas e úmidas da pleura normal movimentam-se fácil e silenciosamente
uma sobre a outra. Entretanto, quando a superfície está espessada por depósito de fibrina, por
células inflamatórias ou neoplásicas, o deslizamento está impedido pela resistência de fricção. O
atrito de fricção foi comparado ao ranger de um couro velho.
 Ressonância vocal: sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica. O paciente vai pronunciando as
palavras “trinta e três” enquanto o examinador percorre o tórax com o receptor do estetoscópio. Em
condições normais, tanto na voz falada como na cochichada, a ressonância vocal constitui-se de sons
incompreensíveis – não se distinguem as sílabas que formam as palavras.
o Toda vez que houver condensação pulmonar – inflamatória, neoplásica ou pericavitária – há
aumento da ressonância vocal ou broncofonia. Ao contrário, na atelectasia, no espessamento
pleural e nos derrames, ocorre diminuição da ressonância vocal.
o Pectorilóquia fônica: quando se ouve com nitidez a voz falada.
o Pectorilóquia afônica: quando se ouve com nitidez a voz cochichada.

PRINCIPAIS SÍNDROMES PULMONARES


 Síndrome: conjunto de sinais e sintomas que define as manifestações clínicas de uma ou várias doenças.
 Síndrome de consolidação pulmonar – pneumonia: a pneumonia é tipicamente um quadro de apresentação
aguda com sintomas de 2 a 6 dias.
o Tosse produtiva ou eventualmente seca. Na fase inicial, a expectoração é em pequena quantidade e
pode ter aspecto mucoide, evoluindo frequentemente para o aspecto purulento.
o Dor torácica pleurítica. É localizada e piora com a tosse e inspiração profunda. Embora sendo
bastante comum, pode estar ausente em um número significativo dos casos.
o Dispneia. Geralmente ausente nos quadros leves. Quando presente, caracteriza sempre um quadro
grave. Efeito shunt causa dispneia por desequilíbrio ventilação-perfusão.
o Quando há expectoração, é comum a presença de sangue misturado com muco ou pus
(expectoração hemoptoica).
o Expansibilidade diminuída na área da lesão, percussão maciça ou sub-maciça na área da lesão,
frêmito toracovocal normal ou aumentado na área da lesão. Sopro tubário (som aumentado) e
estertores finos (os alvéolos estão colapsados pelo processo inflamatório e abrem-se no fim na
inspiração, por isso a crepitação no fim da inspiração). Broncofonia/pectorilóquia (som nítido).
o Grande consolidação: facilita a passagem da vibração do som; o frêmito é aumentado na área da
lesão. A imagem é hipotransparente (mais branca).
 Atelectasia pulmonar: colapso do pulmão. Todas as estruturas mediastinais e vizinhas
são desviadas para o lado do colapso (ipsilateral). Tem como elemento principal o
desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja ocupado por células
ou exsudato. Há três mecanismos básicos – reabsorção, compressão do parênquima
(atelectasia passiva) e contração.
o Reabsorção: por completa obstrução da via aérea. Há reabsorção do oxigênio
preso do alvéolo.
o Compressão: resulta do preenchimento total ou parcial da cavidade pleural,
com exsudato, tumor, sangue ou ar.
o Contração: ocorre quando alterações fibróticas locais ou generalizadas no
pulmão ou na pleura impedem a expansão total.
o A região do colapso não expande. Há diminuição da expansibilidade na área da lesão, a percussão é
maciça ou sub-maciça pela ausência de ar e, consequentemente, não há frêmito toracovocal ou ele
está diminuído. A ausculta é diminuída ou ausente. Esses sintomas ocorrem também em derrame
pleural.
o Raio-X.
 Sinais diretos: aumento da densidade local (opacidade homogênea sem broncograma aéreo)
e deslocamento de cisuras.
 Sinais indiretos: elevação do hemidiafragma, deslocamento do mediastino, hiperinsuflação
compensatória, deslocamento do hilo, aproximação das costelas e ausência de broncograma
aéreo.
 Sinal do S de Golden
 Derrame pleural: dor torácica, dispneia e tosse são os principais sintomas
associados à ocorrência de DP. A dor torácica é, em geral, ventilatório-
dependente. A tosse, mais comumente seca, é desencadeada por inflamação da
pleura parietal ou por distorção da arquitetura brônquica. A dispneia pode estar
relacionada à doença de base e depende da velocidade de acúmulo do líquido e
da função cardiorrespiratória.
o Acúmulo de líquido na pleura. Apresenta sintomas de pneumonia e de
tuberculose. Pode estar presente na embolia pulmonar, mas os sintomas
dependem da patologia de base.
o O principal exame para chegar à etiologia é analisar macroscopicamente e
realizar análise bioquímica. O lado acometido mostrará diminuição da expansibilidade.
o Sinal de Lemos Torres: ocorre com grandes derrames pleurais. O derrame, pela gravidade, acumula-
se em regiões inferiores. O sinal é o abaulamento das regiões intercostais inferiores.
o Sinal de Signorelli: percussão maciça da coluna vertebral de T7 a T11.
o Raio-x: desvia o mediastino para o lado contralateral (para o lado sadio).
o Expansibilidade diminuída na área da lesão, percussão maciça ou sub-maciça na área da lesão, FTV
diminuído ou ausente da área da lesão e ausculta diminuída ou ausente na área da lesão.
o Observado em pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, insuficiência renal, síndrome
nefrótica e insuficiência cardíaca.
 Pneumotórax: acumula-se ar no espaço pleural, que penetra através Tuberculose
de lesão traumática, ruptura de bolha subpleural ou em certas Desenvolvimento da infecção: inalação
afecções pulmonares que põem em comunicação um duto com o do BK por contato repetido com
espaço pleural (tuberculose, neoplasias – pneumotórax secundário). pessoas contaminadas. Risco está
As principais manifestações clínicas são dor no hemitórax relacionado às defesas do organismo e
comprometido, tosse seca e dispneia. A intensidade da dispneia frequência de contato. Há também
depende da quantidade de ar e de outros mecanismos que podem fatores socioeconômicos e genéticos.
acompanhar o pneumotórax.
o Pneumotórax hipertensivo: o paciente pode ter choque,
dispneia e hipoxemia.
o O mediastino é todo desviado para o lado contralateral (lado sadio).
o Som timpânico: o mesmo da percussão do estômago.
o Expansibilidade diminuída na área da lesão, timpanismo na área da lesão, FTV diminuído ou ausente
da área da lesão, ausculta diminuída ou ausente na área da lesão.
 Hiperinsuflação pulmonar.
o Bronquite crônica: brônquios inflamados em broncoespasmo. Há broncoconstrição, dificultando a
passagem de ar. Há acúmulo de ar.
o Enfisema pulmonar: dilatação dos espaços distais com pouca fibrose. Há acúmulo de ar nesses
espaços dilatados.
o Raio-x: pulmões muito pretos, hipertransparentes. Em caso de hiperinsuflação, as cúpulas ficam
retificadas no mesmo nível. Aspecto de coração em gota pela compressão pelos dois pulmões
hiperinsuflados.
o Tórax deforma-se, aumentando seu diâmetro (tórax em tonel).
o Propedêutica: paciente grande, tabagista, com dispneia e tosse. Muito ar aprisionado com vias
aéreas estreitas. Os sons pulmonares ficam reduzidos. Na percussão, o som é aumentando, com
ruídos adventícios variados (depende da patologia) – estertores grossos são similares a bolhas. Sibilo
é a dificuldade de passagem de ar.

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