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Ética

Objeto da Ética

Necessidade de pautar o comportamento a normas apropriadas ou dignas de


serem cumpridas.

Homens: não só agem moralmente, mas refletem sobre o comportamento


prático (reflexão e pensamento).

Ética: comportamento pautado de normas, ou em que consiste o fim- o bom-


visa o comportamento moral, onde faz parte o indivíduo concreto oi todos.

Problema prático moral/ não teórico-ético.

Aristóteles: o que é bom?

O que é bom: varia.

Problema do ato moral: responsabilidade.

Problemas éticos: obrigatoriedade moral.

Homens: não cumprem determinados atos, formulam juízos de aprovação e


reprovação e se sujeitam a eles.

Metaética: estudo da natureza, ação e juízos morais 9examinar se podem


trazer razões ou argumentos.

Campo da ética

Problemas éticos: generalidade.

Ética: fundamentar ou justificar certa forma de comportamento moral.


Explicação daquilo que foi ou é.

Função da ética: explicar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade,


elaborando conceitos correspondentes. Estuda a forma de comportamento
humano que os homens julgam como valioso, obrigatório e inescapável.

É teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou


comportamento.
Moral: diversidade e totalidade.

Valor da ética: naquilo que explica.

Definição ética

Ela não cria a moral.

Moral: regras, princípios e normas de comportamento.

Ética: procura determinar a essência da moral, origem, condições objetivas e


subjetivas do ato moral, fontes de avaliação moral, natureza e função dos
juízos morais, critérios de justificação destes juízos, princípios que rege a
mudança e sucessão de diferentes sistemas morais.

Ciência de uma forma especifica de comportamento humano.

Deve aspirar à racionalidade e objetividade mais completas, proporcionar


conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite do possível, comprováveis.

Ciência da moral, uma esfera do comportamento humano.

NÃO existe moral cientifica.

Baseia-se no método, abordagem do objeto.

Mundo físico não é cientifico, embora o seja a sua abordagem ou estudo por
parte da ciência cientifica.

Moral: objeto da ciência. Conjunto de costumes, normas e regras adquiridas


por hábito.

Modo de ser/ caráter: modo de comportamento que não corresponde a uma


disposição natural, mas adquirido ou conquistado por hábito.

Ética e filosofia

Filosofia especulativa: buscar concordância com princípios éticos universais do


que com a realidade moral no seu desenvolvimento histórico e real.

Psicologia: ciência natural e social.

Comportamento moral: não é uma manifestação eterna e imutável, mas uma


natureza que está sempre sujeita ao processo de transformação (história da
humanidade). Inseparável da atividade prática do homem. Necessidade de
regular as relações dos sujeitos em uma certa direção.

Ética: concepção filosófica do homem, como ser social, histórico e criador.

Se relaciona com outras ciências, as quais estudam as relações e


comportamentos dos homens.

Atividade moral: vivida interna e intimamente pelo processo de elucidação, o


qual contribui para a Psicologia.

Psicologia: motivações internas do comportamento (estrutura da personalidade


e caráter).

Visão imanentista e racionalista: incompatível com qualquer cosmovisão


universal e totalizadora, que se pretenda colocar acima das ciências positivas
ou em contradição com elas.

Moral: inseparável da atividade prática do homem.

Ética: precisa ter como fundamento a concepção filosófica do homem, (ser


social, histórico e criador).

Ética: estritamente relacionada com a filosofia, longe de excluir seu caráter


cientifico. Relaciona-se com outras ciências, as quais estudam as relações e o
comportamento dos homens em sociedade, com dados e conclusões para
estabelecer o tipo peculiar de comportamento humano que é moral.

Atos morais: aspectos subjetivos, interno, por motivos e impulsos.

Comportamento moral: necessidade de regular as relações dos sujeitos numa


mesma direção.

Explicação psicológica do comportamento humano: compreensão das


condições subjetivas dos atos e da sua dimensão moral.

Problemas morais (ex: responsabilidade e culpabilidade), não podem ser


abordados sem considerar fatores psíquicos que intervieram no ato.

PROBLEMA: reduzir o moral ao psíquico (psicologismo ético), como se a ética


fosse um simples capítulo da Psicologia.
Ética: estrita relação com as ciências que estudam as leis que regem o
desenvolvimento e estrutura das sociedades humanas.

Comportamento do homem: ser social.

Objetivo da ética: estudar as formas sociais em cujo o âmbito atuam os


indivíduos.

Individuo: sem deixar de ser condicionado socialmente, disponha de margem


individual necessária para poder decidir e agir. SOMENTE nessa condição se
comporta moralmente.

Ética: analisar o indivíduo com comportamentos que se diversificam com o


tempo.

Antropologia e história: contribuem para estabelecer correlação entre moral e


vida social, propõe a ética um problema fundamental, determinar se existe
progresso moral.

Ética: se relaciona com a economia política como ciência das relações


econômicas que os homens contraem no processo de produção.

Comportamento moral: psicológico, social, prático-utilitário, jurídico, religioso e


estético.

Ética: ciência do comportamento moral.

Moral e história

Moral: função e validade não podem deixar de variar historicamente nas


diferentes sociedades. Morais concretas, efetivas se sucedem e substituem
umas às outras.

Origem da moral: se situa fora da história.

Deus como origem ou fonte da moral: mandamentos como princípios e normas


fundamentais.

Natureza como origem ou fonte da moral: aspecto da conduta natural, biológica


(origem nos instintos).
Homem como origem ou fonte da moral: dotado de essência eterna e imutável.
Aspecto desta maneira de ser (dura historicamente).

Origens da moral

Só pode surgir quando o homem supera a natureza puramente instintiva, além


de possuir uma natureza social.

Exige certa consciência: comportar-se de acordo com as normas e prescrições


que os governam.

Solidariedade, ajuda mútua, disciplina, etc.

Justiça distributiva: reparação de um mal causado a um membro de uma


sociedade é coletiva. Sua função seria fortalecer os laços que unem os
membros de uma comunidade.

Mudanças histórico-sociais e da moral

Aumento da produtividade do trabalho e o aparecimento de novas forças de


trabalho, elevou a produção material. Desigualdade de bens entre os chefes de
família.

Moral que dominava: dos homens livres.

Moral da sociedade medieval: características econômico-sociais e espirituais.

Burguesia:

Vícios da aristocracia: desprezo do trabalho, ociosidade, libertinagem dos


costumes).

Virtudes características: laboriosidade, puritanismo, honradez, amor à pátria,


liberdade. Tais virtudes foram cedendo a novos vícios, como parasitismo social,
dissimulação, cinismo, chauvinismo.

Verdadeira moral: mudanças de atitude no trabalho, num desenvolvimento de


espirito coletivista, eliminação do espirito de posse, do individualismo, racismo
e do chauvinismo. Realização efetiva do princípio kantiano, considerar o
homem como um fim e não como um meio. Isso por meio de relações
transparentes, sendo tais condições encontradas em uma sociedade socialista.
Nova moral: necessário verificar uma série de condições necessárias,
econômicas, sociais e políticas.

Progresso da moral

As normas são mutáveis.

Progresso moral: não se pode conceber independentemente do progresso


histórico-social. Ascensão para uma moral superior. Ampliação da esfera moral
na vida social

Progresso histórico: atividade produtiva, social e espiritual. Participação


consciente. Fruto da atividade coletiva dos homens como seres conscientes.
Acarreta atos positivos e negativos do ponto de vista moral, sem ser objeto de
uma aprovação ou reprovação moral.

Sociedade: rica moralmente quanto mais possibilidades oferecem a seus


membros de assumirem a responsabilidade moral ou coletiva de seus atos.
Quanto mais ampla for a margem para aceitação consciente e livremente as
normas que regulam as relações com os demais.

Moral: estrita relação com o progresso histórico-social.

A essência da moral

Moral: conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o


comportamento individual e social dos homens.

O normativo e o fatual

Normativo: constituído pelas normas ou regras de uma ação e pelos


imperativos que enunciam algo que deve ser.

Fatual (plano dos fatos morais): constituído por certos atos humanos, que se
realizam efetivamente, independente de como pensemos que deveriam ser.

Atos morais positivos: amor, justiça... (plano fatual seria com ações concretas,
como x se mostrar solidário para com y).

Atos morais negativos: falta de solidariedade, desrespeito, mas mesmo assim


estão na esfera moral.
Normas: existem e valem independentemente da medida em que se cumpram
ou se violem.

Normativo e fatual: não se coincidem, mas se encontram em uma relação


mútua. São dois planos que podem ser distinguidos, mas não completamente
separado.

Moral e moralidade

Moralidade: conjunto de relações efetivas ou atos concretos que adquirem um


significado moral com respeito à moral vigente.

Moral: plano ideal.

Moralidade: plano real.

Caráter social da moral

Moral: qualidade social.

Mudança radical da estrutura social, provoca uma mudança fundamental de


moral.

Individuo: não é dado a este a criação de princípios e normas, nem modifica-las


de acordo com uma exigência pessoal.

Ações individuais e coletivas: caráter coletivo, mas deliberado, livre e


consciente.

Moral: regula o comportamento individual, cujo os resultados e consequências


afetam os outros. Atos estritamente pessoais não são de sua competência.

Ideias, normas e relações sociais: nascem e se desenvolvem em


correspondência com uma necessidade social.

Função social da moral: regular as ações dos indivíduos nas suas relações
mútuas, ou as do indivíduo com a comunidade, ao visar preservar a sociedade
no seu conjunto, ou a integridade de um grupo social. Contribuir para que os
atos se desenvolvam de modo vantajoso para a sociedade ou para uma parte.
Moral: relação livre e consciente entre os indivíduos ou entre estes e a
comunidade. Relação socialmente condicionada. O indivíduo é um nexo de
relações sociais ou um ser social.

Caráter social porque os sujeitos se sujeitam a princípios e normas socialmente


estabelecidos; regulam atos e relações que tem a ver com o social; cumpre
função social de induzir os sujeitos a aceitar livre e conscientemente
determinados princípios, valores ou interesses.

Individual e coletivo da moral

Sujeitos: vivem em uma atmosfera moral, na qual se delineia um sistema de


normas e regras de ação.

Uma parte do comportamento moral: hábitos e costumes.

Normas: peso da tradição.

Nova moral: deve romper-se com o costume, mas tende a consolidar-se como
costume.

Costume: meio eficaz de integrar o indivíduo na comunidade, fortalecer a


socialidade e de fazer com que seus atos contribuem para manter a ordem
estabelecida.

Comportamento propriamente moral: pessoa singular.

Individualidade: produto social.

Relações sociais dominantes numa época determinada que determinam a


forma como a individualidade expressa a sua própria natureza social.

Estrutura do ato moral

Conjunto de atos humanos regulamentados por eles, cumprindo a exigência de


realização.

Motivo do ato moral: aquilo que impulsiona a agir ou a procurar alcançar


determinado fim.

Motivo de que o sujeito tem consciência faz parte do conteúdo do ato moral.
Aspecto fundamental do ato moral: consciência do fim visado e a decisão de
realiza-lo.

Pluralidade dos fins no ato moral: escolha de um fim entre outros; decisão de
realizar o fim escolhido.

Ato moral: consuma-se no resultado, realização e concretização do fim.

Consciência moral: capacidade de interiorizar as normas ou regras de ação,


estabelecidas por uma comunidade, além de atuar de acordo com elas.

Ato moral: também possui aspecto subjetivo. Totalidade de elementos (motivo,


intenção, fim, ...) numa unidade indissolúvel.

Os meios não podem ser considerados sem os fins.

Singularidade do ato moral

Ato moral: se apresenta como a solução de um caso determinado, singular.

Norma: ato real (que se apresenta em um caráter universal).

Há sempre o risco que o resultado se afaste da intenção originária até o ponto


de adquirir um sinal diferente ou oposto ao esperado.

Hierarquizar os fins, porque preferir uns aos outros, que decisão tomar quando
se apresentam circunstâncias imprevistas.

Conflito de deveres/ casos de consciência.

Casuística: vão esforço, porque impede de realizar de antemão uma regra de


realização, além de reduzir sua responsabilidade pessoal na tomada de
decisão e empobrecer a vida moral.

Conclusão

Ato moral: unidade indissolúvel dos aspectos ou elementos que o integram


(motivo, intenção, decisão, ...) seu significado não pode estar em apenas um
deles. Faz parte de um contexto normativo que vigora numa determinada
comunidade, o qual lhe confere sentido. Como ato consciente e voluntário,
supõe uma participação livre do sujeito em sua realização, mesmo incompatível
com a imposição forçada das normas, não é com a necessidade histórico-
social que o condiciona.

Moral: acatada livre e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de


uma maneira mecânica, externa ou impessoal.

A moral e outras formas de comportamento humano

Diversidade do comportamento humano

Comportamento prático-utilitário: o homem transforma a natureza com seu


trabalho para produzir objetos úteis.

Comportamento estético: quando o homem se expressa, exterioriza ou se


reconhece a si mesmo, na natureza que existe independentemente dele, ora
nas obras de arte que são suas criações.

Comportamento religioso: o homem se relaciona indiretamente com o mundo


por meio de sua vinculação com o transcendente.

Moral e religião

Religião: fé ou crença na existência de forças sobrenaturais ou num ser


transcendente.

Cristianismo: moral que se apresentava como cristã era classista, a serviço dos
interesses e valores da classe social dominante.

Hoje: cada dia mais numerosos os que procuram no próprio homem o seu
fundamento e a sua garantia.

Moral e política

Política: abrange as relações entre grupos humanos.

Atos individuais: sentido político na medida em que se integram na ação


comum ou coletiva do grupo.

Não se deve haver exclusão de uma pela outra.

Moral e Direito
Postulam conduta obrigatória e devida.

Respondem a uma mesma necessidade social: regulamentar as relações dos


homens visando a garantir certa coesão social.

Mudam quando muda historicamente o conteúdo de sua função social.

A esfera da moral é mais ampla que a do Direito (relações humanas mais vitais
para o Estado).

Na sociedade dividida em classes antagônicas existe somente um direito,


porque existe somente um estado, ao passo que coexistem duas ou mais
morais diversas ou opostas.

Ampliação da esfera moral com a consequente redução do direito é índice de


progresso social.

Forma de comportamento moral mais elevado: regula suas relações por íntima
convicção.

Moral e trato social

Comportamento normativo não se reduz à moral e ao direito.

Regras que passam de uma sociedade a outra por meio do tempo, comuns a
diversos países e diferentes grupos sociais. Costumam ser da classe ou do
grupo social dominante.

Trato social: regulamentar as relações, para garantir convivência social no


quadro de uma ordem social determinada.

Trato social: nunca assume caráter coercitivo. Comportamento normativo, sem


apoio da convicção íntima do sujeito e sem a imposição coercitiva do
cumprimento das regras.

Quanto mais externo e formal é o trato social, tanto mais insincero, falso ou
hipócrita pode tornar-se. Razão do porque o comportamento desempenha
papel inferior ao da moral.

Moral e ciência

Ética: não estabelece normas, estuda um tipo de conduta normativa.


Cientista: a procura da verdade, honestidade intelectual, desinteresse pessoal,
decisão na defesa da verdade e na crítica da falsidade.

Investigação científica: moralmente neutra, sendo que as considerações morais


perturbariam a validade das proposições cientificas e a transformariam em
mera ideologia.

Responsabilidade moral, determinismo e liberdade

Condições da responsabilidade moral

Progresso moral: elevação da responsabilidade dos indivíduos ou dos grupos


sociais no seu comportamento moral.

Enriquecimento da vida moral: aumento da responsabilidade pessoal.

Responsabilidade pelo que propôs realizar e os resultados e consequências de


sua ação.

Condições: analisar a possibilidade de opção e decisão para imputar-lhe


responsabilidade moral.

Ignorância: exime da responsabilidade moral. Não podia e não tinha a


obrigação de conhecer (exceto quando possui a obrigação de conhecer).

Coação externa e responsabilidade moral

Coação exterior: pode eximir indivíduo da responsabilidade moral de atos que


não são dele, pois tem sua causa fora dele.

Coação interna e responsabilidade moral

O indivíduo só pode ser moralmente responsável por atos em que as


consequências pode prever, além de estarem isentos de coação externa, pois
estão no seu domínio e controle.

Pessoas doentes: zonas de comportamento que se caracterizam por sua


anormalidade.

Responsabilidade moral e liberdade

Depende do problema das relações entre necessidade e liberdade, relações


entre a determinação causal do comportamento e a liberdade da vontade.
Três posições fundamentais no problema da liberdade

1) Se o comportamento é determinado, não a liberdade.


2) Se o comportamento é determinado, seria uma autodeterminação do eu.
3) Liberdade e necessidade se conciliam

Determinismo absoluto

Tudo tem uma causa.

Minha decisão e ato voluntário é causado por um conjunto de circunstâncias.

Libertarismo

Autodeterminação pura: precisa excluir a determinação interna do caráter e


deve implicar numa escolha do EU que transcenda o próprio caráter. Isso seria
a liberdade genuína.

Sujeito que quer, decide e age: não apenas determina, mas está determinado.

Ato moral: o caráter se revela como um fator importante.

Ser livre é pode agir apesar do caráter ou contra ele.

Dialética da liberdade e necessidade

Liberdade e causalidade não podem excluir-se reciprocamente.

Spinoza: homem sujeito as leis da necessidade universal e não pode subtrair-


se a elas de maneira nenhuma. A liberdade não se pode conceber
independentemente da necessidade. Ser livre é elevar-se da sujeição da
necessidade para a consciência desta (sujeição consciente). Domínio e
afirmação do homem sobre ela.

Hegel: história é progresso na liberdade.

Marx e Engels: domínio do homem sobre a natureza e também sobre sua


própria natureza.

Sem conhecimento da necessidade, não há liberdade.

Liberdade: caráter histórico social

Liberdade: precisa da necessidade causal.


Responsabilidade, liberdade e necessidade estão entrelaçadas no ato moral.

Os valores

Coisas, objetos, conduta humana e moral.

Propriedades valiosas: baseada nas propriedades naturais.

Objeto valioso não pode existir sem certa relação com o sujeito, nem
independente das propriedades naturais (sensíveis e físicas que sustentam seu
valor).

Valor $

Produtos para serem usados e trocados, transformam-se em mercadorias


(valor de uso e troca.

Produto do trabalho humano (fetiche): fetichismo de mercadoria, que segundo


Marx seria o produto do trabalho humano transformado em algo alheio ao
homem.

Definição do valor

Não existem valores em si, mas objetos reais que possuem valor.

Condição de ter certas propriedades reais, que constituem suporte para as


propriedades serem consideradas valiosas. Necessário que esteja em relação
com o homem social (interesses e necessidades).

Objetivismo e subjetivismo axiológico

O que o indivíduo prefere é considerado como melhor.

Não há objeto valioso sem sujeito.

Valores: absolutos, imutáveis e incondicionados; utilidade, beleza e bondade;


não precisam se encarnar nas coisas reais; valiosos quando suportam ou
concretizam um valor; os bens (onde os valores se realizam) mudam; os
valores são de existência ideal.

Os valores existem independente de qualquer relação com o homem.

Objetividade dos valores


Homem: cria valores e os bens nos quais se encarnam.

Objetividade: não ultrapassa o âmbito do homem como ser histórico-social.

Valores: existem pelo homem e para o homem.

Qualificação axiológica do bem correspondente: relação entre objeto e


necessidade humana. Existem unicamente em atos ou produtos humanos.

Valores morais: se encarnam somente em atos ou produtos humanos,


realizados livremente, de modo consciente e voluntário.

A avaliação moral

Caráter concreto da avaliação moral

Valor atribuível; objeto avaliado; o sujeito que avalia.

Valor moral fundamental: bondade.

Valor moral: se é de esfera social.

Evita-lo u executá-lo por um estimulo material seria repreensível.

Avaliação: caráter concreto

Ato moral: realização do bom. Atos que consideramos positivos ou valiosos do


ponto de vista moral.

O que é bom par uma sociedade pode não ser para a outra.

Bom: moral universal humana.

O bom como felicidade

Felicidade: situação econômica e liberdade pessoal (Aristóteles).

Precisa concretizar o seu conteúdo (varia de acordo com as relações sociais


que o determinam e a cujos interesses serve.

O bom como prazer

Todo prazer, independente da natureza do ato ou de suas consequências, é


bom (TESE FALSA).

Juízo de fato: premissa.


Juízo de valor: conclusão.

Bom como “boa vontade”- Kant

Bom: deve ser algo incondicionado.

Determinação de fazer algo, embora não se consiga o que queria ou que as


consequências de nossa ação não correspondam ao nosso propósito.

Agir pelo dever, não apenas de acordo com o dever.

Bom como útil (utilitarismo)

Bom: depende das consequências, só será bom se tem boas consequências,


independente do motivo.

A obrigatoriedade moral

Necessidade, coação e obrigatoriedade moral

Comportamento moral: livre e obrigatório.

Obrigatoriedade moral: deixa de ser se há coação interna, ou seja, impulso.

Obrigação moral e liberdade

Supõe necessariamente uma livre escolha.

Caráter social da obrigação moral

Obrigação para o indivíduo quando suas decisões e atos afetam outros ou a


sociedade inteira.

Consciência moral

Liberdade humana: não é tão absoluta que exclua seu condicionamento.

Consciência é livre, sem que deixe de ser determinada histórica e socialmente.

Consciência pura: autonomia absoluta.

Teorias da obrigação moral

Teleológica: obrigatoriedade de uma ação deriva de suas consequências.

Deontológicas: ato, norma (independe das consequências).


Teorias deontológicas do ato- Sartre

Não se pode deixar de escolher, de comprometer-se.

Liberdade é o valor supremo (o que importa é o grau de liberdade com que


escolho e realizo um ato).

Prática: impossível um deontologismo puro, sem recorrer explicitamente a uma


norma (se apela para uma mais ou menos implícita).

Teorias deontológicas da norma- Kant

O único bom moralmente é a boa vontade; vontade de agir por dever; agir pelo
dever.

Agir de maneira que possa querer que o motivo se torne uma lei universal.

Argumento da promessa: sempre cumprir as promessas. O não cumprimento


da promessa não precisa ser reprovado moralmente.

Conflito de deveres/ ordem de prioridade sobre eles.

Argumento da mentira: verificar as consequências dos atos.

Teorias teleológicas (egoísmo e utilitarismo)

Relacionar a nossa obrigação moral com as consequências de nossa ação.

Egoísmo ético (fazer o que traz maior bem, independente das consequências),
interesse pessoal.

Utilitarismo (faz aquilo que beneficia, o maior número).

Utilitarismo do ato e da norma

Distribuição dos bens de modo relacionado a equidade.

Utilitarismo: forçado a passar do geral ao particular.

Concepção abstrata do homem: ERRO.

Sistema de normas muda com o tempo. Se modifica também o modo de


interiorizar ou assumir as normas em forma de deveres.
NENHUMA teoria pode indicar o que o homem deve fazerem todos os tempos
e em todas as sociedades.

A realização da moral

Moral: conjunto de princípios, valores e normas de comportamento.

Os princípios morais básicos

Duplo caráter: determinada necessidade social, além de fundamento das


normas que regulam o comportamento.

Realização da moral (como concretização de certos princípios): relacionar com


condições sociais.

Moralização do individuo

Só pode ser livre e consciente a atividade dos indivíduos concretos (indivíduo


como ser social).

Caráter: algo adquirido, modificável, dinâmico (influência da educação e da


própria vida social).

Qualidades morais: virtudes.

As virtudes morais

Virtude: disposição estável ou uniforme de comportar-se moralmente de


maneira positiva (querer o bem). É um hábito.

Realização da moral: exercício constante e estável do que está inscrito no


caráter (disposição ou capacidade de fazer o bem).

Não pode se adquirir fora do meio social.

Virtudes: justiça, camaradagem, amizade, modéstia, solidariedade, etc.

Vícios correlativos: preguiça, insinceridade, injustiça, deslealdade, soberba.

A realização moral como empreendimento coletivo

Três fatores sociais que contribuem de modo diverso para a realização da


moral:
Relações $, ou vida $ da sociedade.

Organização social e política (sociedade).

Ideologia e vida espiritual (sociedade).

A vida econômica e a realização da moral

$: relações sociais e produção material.

Problemas morais $: transforma o indivíduo como produtor, consumidor e


suporte da produção. Em um simples ser econômico, ou seja, peça de um
mecanismo ou sistema $, deixando as consequências da integração deste no
sistema.

Significação moral do trabalho humano: sujeito desenvolve a sua capacidade


criadora fazendo surgir um mundo de objetos. Humaniza a natureza externa e
a si mesmo (desenvolve e eleva suas forças criadoras latentes).

O trabalhador interessa como homem econômico ou produtor de lucros.

Sem isso, o trabalho perde o seu conteúdo vital e criador, humano, além de
atenuar também sua significação moral.

Moral e consumo: as necessidades dos homens são manipuladas para que


consuma não o que satisfaz suas reais necessidades, mas as dos outros.

Manipulação: imoral, pois o sujeito é rebaixado a condição de objeto a ser


manipulado, passando por cima sua consciência e vontade. Impedindo a
escolha consciente, mina as bases da moral (restringe o próprio domínio da
moral).

A estrutura social e política e a vida moral

Família: educação do indivíduo, além de formação da personalidade (grande


importância no quesito moral).

As classes sociais: interesses, aspirações comuns encontram a sua expressão


em um conjunto de ideias, da qual fazem parte as suas ideias morais.

Sujeito: mesmo que condicionado pelo quadro moral, não deixa de


comportamento individual, livre e consciente (responsabilidade). A atuação do
sujeito tem significado moral (exerce influência no comportamento dos
indivíduos).

A vida espiritual da sociedade e a realização da moral

Países mais atrasados (maior é o atraso material e espiritual): moral por meio
da tradição e dos costumes.

Moral tradicional: etapa inferior do desenvolvimento moral.

Ideias dominantes (vida espiritual e realização da moral):

Aceitação passiva a moral da massa (meios de comunicação), alienação; ou o


homem passa a se comportar como ser moral, assumido uma moral benéfica
para a comunidade inteira.

Realização da moral: empreendimento individual; a moral serve as


necessidades e interesses sociais (função social); atividade moral se
desenvolve por meio de condições objetivas (determinam possibilidades de
realização da moral numa sociedade); condições que contribuem de maneira
diversa para a realização da moral se relacionam com três planos: econômico,
político-social e espiritual; não é apenas um empreendimento individual, mas
também social (processo de moralização que influem as relações e
organizações sociais).

Forma e justificação dos juízos morais

Formas enunciativas, preferencias e imperativas

Forma normativa ou imperativa dos juízos.

Forma normativa (qualidade do objeto); juízo (comparação entre dois atos e


qualidades).

Juízos respectivos (fatuais ou de valor): atos já realizados ou a objetos


inexistentes.

Logica normativa ou imperativa: juízo que tem a finalidade de regulamentar as


relações entre homens numa determinada sociedade.

A teoria emotivista
Juízo moral: atitude do sujeito que atribui a certo ato humano uma propriedade
que considera valiosa. Regular o comportamento dos indivíduos em certa
direção numa determinada comunidade (sociedade).

O intuicionismo ético

“Bom”: deveres, propriedades e atos (algo ser considerado verdadeiro ou


falso); bondade e obrigatoriedade não podem ter observação empírica nem por
processo de análise e demonstração.

Justificação racional dos juízos morais

Natureza dos juízos morais e validade: os juízos morais são a expressão de


uma atitude emocional.

Princípios, valores e normas: passar pela consciência do sujeito, que assimila e


interioriza (modo voluntário e inconsciente); justificação racional das normas e
atos morais.

A “guilhotina” de Hume

Os juízos fatuais, sobre comportamento, não podem justificar as normas que


prescrevem este comportamento.

Critérios de justificação moral

Justificação social: toda norma corresponde a interesses e necessidades


sociais.

Toda norma, para ser justificada, deve estar situada num contexto humano
concreto, no quadro de uma comunidade histórico social determinada.

Justificação prática: norma moral só poderá ser justificada se é verificado


condições reais para que a sua aplicação não se oponha as necessidades
sociais da comunidade.

Justificação lógica (código moral): não contrariedade de suas normas. Se


justifica ao demonstrar sua coerência e não contrariedade com respeito as
demais normas do código moral do qual faz parte.
Justificação científica: se justifica quando não apenas se adapta a lógica, mas
também aos conhecimentos científicos já estabelecidos (compatível com as leis
cientificas conhecidas).

Normas morais tenham conhecimento das várias ciências (fisiologia, psicologia,


biologia, economia política, sociologia, antropologia física, social, cultural, etc.),
ou não devem entrar em contradição com conhecimentos já comprovados.

As justificações sociais e práticas podem entrar em contradição com a


justificação científica.

Justificação dialética: norma ou código moral não pode ser considerado imóvel
e fixo, mas dentro do movimento ascensional.

Norma moral (dialética): quando contém aspectos ou elementos que no


processo ascensional moral, se integram em um novo nível de numa moral
superior.

A superação do relativismo ético

Os juízos morais, de diferentes grupos sociais e comunidades, são diferentes


entre si e, inclusive, contraditórios (justificam-se pelo contexto social
correspondente).

Necessidades sociais: igualmente válidas? - interesses e necessidades.

Interesses distintos não podem ter a mesma validade.

Lugar ocupado por uma norma ou código.

Doutrinas éticas fundamentais

Ética e história

Doutrinas éticas fundamentais: problemas básicos apresentados pelas relações


entre os homens (comportamento moral efetivo).

Ética grega: democracia (estado, polis).

Os sofismas: persuasão.

Sócrates: “conhece-te a ti mesmo”; saber a respeito do homem, conhecimento


moral e prático.
Bondade, conhecimento e felicidade se entrelaçam estreitamente (aspirando o
bem).

Platão: purificação (praticar várias virtudes), o homem é bom enquanto bom


cidadão. O homem se forma espiritualmente somente no Estado, mediante a
subordinação do indivíduo à comunidade.

Aristóteles: potência e ato.

Ato puro: Deus.

Grão: planta em potência.

Planta: realização definitiva da potência (ato).

Elevado no homem: razão.

Felicidade na contemplação: ser um bom cidadão.

Estoicos e epicuristas: moral se relaciona ao universo.

Sábio: aceitar seu destino e agir consciente dele.

Bem supremo: viver de acordo com a natureza (razão), liberdade interior (viver
como cidadão do cosmos, não da polis.

Buscar prazeres: mais duradouros e estáveis (espirituais/paz da alma), e não


apenas corporais (fugazes e imediatos).

Ética religiosa: verdades sobre Deus.

Realização de uma igualdade real de todos os homens (valor supremo em


Deus). Princípios supremos, normas absolutas e incondicionadas.

Ética antropocêntrica no mundo moderno: razão separa-se da fé (filosofia da


teologia), natureza separa-se de Deus (ciências naturais dos pressupostos
teológicos), estado, da igreja, o homem, de Deus.

Ética de Kant: o sujeito conhece e é produto da consciência.

Bom: boa vontade (respeito ao dever); mandamento incondicionado e absoluto.

Tomar o homem como meio (imoral).

Homem: ser ativo, produtor ou criador.


Ética contemporânea

Hegel:

Contra o formalismo e universalismo abstrato e em favor do homem concreto;


contra o racionalismo absoluto; contra a fundamentação transcendente.

Existencialismo:

Estágios: estético, ético e religioso. Religioso como superior (puramente


subjetivo); ético (degrau inferior, mas acima do estético) - normas objetivas, por
isso perde sua autenticidade;

Sartre: o homem é liberdade; comprometo toda a humanidade.

Pragmatismo: identificação da verdade como útil, rejeitar a existência de


valores ou normas objetivas (versão do subjetivismo e irracionalismo).

Psicanalise e ética: motivação inconsciente (uma zona da personalidade).

Energia sexual (libido). Se não canalizada ou adaptada e reprimida, pode


tornar-se neurose (perturbações psíquicas).

Motivação inconsciente: excluída do campo moral.

Marxismo:

Homem: ser indissolúvel, social (produz com relações sociais), ser histórico.

Moral de cada sociedade: caráter relativo.

Necessidade da moral: função social que ela ocupa.

Nova moral: necessária para regular as relações dos indivíduos.

Possibilidade que a história tome outro rumo: (se o homem não atua
conscientemente): PROBLEMA MORAL.

O homem deve intervir na transformação da sociedade.

Neopositivismo e filosofia analítica; bom como propriedade natural, quando não


pode ser definido.

Se o bom é indefinido: captado pela intuição.


Linguagem ética: não é apenas expressão de emoções, mas produção de
emoções nos outros (sugerir modos de ação). Expressões afetivas e
expressivas.

Juízos morais e a linguagem moral: estão relacionados com a moral existente


na vida social.

Referência bibliográfica

VÁSQUEZ, Adolfo Sanches. Ética. 36. ed. Rio de Janeiro: Civilização brasileira,
2014. 

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