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PSICOLOGIA

Docente: Cleonice Soares


Psicóloga

SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR: ÉTICA E


ATUAÇÃO PROFISSIONAL
PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
Analise a figura abaixo, de
acordo com a ética e a moral.
Figura on-line, 2015
Ética é uma verdade absoluta.
Moral, já é uma variável,
dependendo da cultura de
cada povo...
Tiny Willy
OBJETO DA ÉTICA
Problemas Morais e Problemas Éticos

 Nas situações efetivas e reais que ocorrem no


dia-a-dia de todos os indivíduos, surgem
problemas quando as decisões e ações deles
são objeto de julgamento pelos demais
membros do grupo social.
OBJETO DA ÉTICA
Problemas Morais e Problemas Éticos

 As pessoas pautam seu comportamento por


normas que julgam mais adequadas cumprir, e
é quando se pode dizer que o homem age
moralmente, ou seja, é o resultado de uma
decisão refletida – e não espontânea.
OBJETO DA ÉTICA
 De um lado temos os atos das pessoas, e
do outro temos o juízo dos demais
indivíduos sobre tais atos; ambos se
pautam por certas normas de conduta.
 Os problemas prático-morais cuidam das
situações concretas, enquanto os
problemas éticos são de natureza
genérica, de caráter teórico, de quem
investiga a moral.
 A teoria da moral não se pode distanciar
das questões prático-morais, posto que são
sua própria razão de ser.
 O problema da essência do ato moral
remete a outro problema crucial: o da
responsabilidade; responsabilidade por ter
tomado uma decisão de agir num sentido e
não em outro. A liberdade da vontade de
escolher sempre gera uma
responsabilidade, que pode ser um fator
limitador para a total “liberdade” de escolha
entre dois comportamentos.
O Campo da Ética

 A ética, por ser disciplina teórica que


estuda a moral, deve se limitar a explicar,
esclarecer ou investigar uma determinada
realidade, pois seu valor como teoria está
naquilo que explica, e não no fato de
prescrever ou recomendar com vistas à
ação em situações concretas.
O Campo da Ética

 Quando se ocupa de analisar a prática


moral de uma sociedade de determinada
época, a ética deve meramente esclarecer
o fato de os membros daquele grupo social
terem recorrido a práticas morais diferentes
e até opostas.
O Campo da Ética

 Por ser ciência que estuda a moral, a ética


nem se identifica com princípios de moral
em particular, nem fica indiferente a eles.
 A ética deve fornecer a compreensão
racional de um aspecto real e efetivo do
comportamento dos homens, pautados em
fatos de valor.
Definição da Ética

A ética é a teoria ou ciência do


comportamento moral dos homens em
sociedade.
Definição da Ética

 A ética procura determinar a essência da


moral, e as condições objetivas e subjetivas
do ato moral, as fontes de avaliação moral,
a natureza e função dos juízos morais, os
critérios de justificação desses juízos e o
princípio que rege a mudança de diferentes
sistemas morais.
Definição da Ética
 Seu caráter científico deve aspirar à
racionalidade e objetividade, e
proporcionar conhecimentos
comprováveis. A moral é objeto da ciência
ética, podendo sofrer influência desta.
 Hoje em dia já há uma diferenciação clara
entre a moral e a ética, que nem sempre
ocorreu.
Ética e Filosofia
 Dada a sua pretensão de estudar
cientificamente o comportamento humano
moral, a ética se opõe à concepção tradicional
que a reduzia a um simples capítulo da
filosofia.
 Em tempos remotos, enquanto ainda não se havia
elaborado um saber científico, a filosofia se
apresentava como uma espécie de “saber total”
que tratava de tudo.
Ética e Filosofia
 A ética, como outras ciências, desprende-
se do tronco comum da filosofia para se
ocupar de um objeto específico de
investigação com metodologia própria e
racionalidade.
 Embora ética se desprenda do seu tronco,
volta e meia se remete a ele, dada a sua
inegável riqueza e vitalidade.
Ética e Filosofia
 Considerando o comportamento moral do
homem, que não é algo estável e sim
dinâmico que sofre constantes variações
ao longo do tempo, a ética tem como
fundamento a concepção filosófica do
homem, que nos dá um panorama
generalizado deste como ser social,
histórico e criador.
A Ética e Outras Ciências
 A ética inegavelmente se relaciona com outras
ciências, como por exemplo a psicologia,
quando a ética precisa compreender as leis
que regem as motivações internas, subjetivas
do ato moral – que é o comportamento do
indivíduo. Entretanto, há que se saber separar
a ética das demais ciências, como da
psicologia, por exemplo.
A Ética e Outras Ciências
 Outrossim, a antropologia e a sociologia
são ciências que contribuem para a ética,
por analisar os indivíduos sob a óptica de
seus relacionamentos sociais. Mas a ética
tampouco se reduz à sociologia.
 A antropologia e a história propõem à ética
um problema fundamental: o de determinar
se existe um progresso moral.
A Ética e Outras Ciências
 A ciência jurídica também dá suas
contribuições, uma vez que trata de normas
impostas com caráter de obrigação exterior
e de forma coercitiva, diferentemente das
normas morais, que não são exteriores
nem coercitivas.
A Ética e Outras Ciências
 A ciência das relações econômicas
também se relaciona com a ética, na
medida em que modificam a moral
dominante em dada sociedade, e também
na medida em que os fenômenos
econômicos colocam problemas morais no
cotidiano das pessoas.
MORAL E HISTÓRIA
Caráter Histórico da Moral
 Historicamente, o conjunto de normas e
regras de dada comunidade representadas
pela moral sofre variações ao longo do
tempo. Ocorre a sucessão de certas morais
sobre outras morais, podendo-se falar da
moral da Antiguidade, da moral feudal da
Idade Média, da moral burguesa na
sociedade moderna.
A ÉTICA CONSIDERA A MORAL
MUTÁVEL COM O TEMPO.
MORAL E HISTÓRIA
 Portanto, a origem da moral se situa fora da
história – ela é anistórica, ou anti-histórica, e
esse a-historicismo segue três direções
fundamentais...
MORAL E HISTÓRIA
1. Deus como origem ou fonte da moral:
quando as normas morais derivam de
um poder sobre-humano; as raízes da
moral estão fora e acima do homem, e
não nele próprio.
MORAL E HISTÓRIA

2. A natureza como origem ou fonte da moral.

3. O Homem como origem e fonte da moral.

Debate

Dividir a sala em dois grupos


Origens da Moral

 A moral surge quando o homem atinge sua


natureza social, sendo membro de uma
coletividade, onde ele sente que precisa se
comportar de certo modo por ter uma
consciência de sua relação com os demais.
Origens da Moral

 A moral surge quando o homem atinge sua


natureza social, sendo membro de uma
coletividade, onde ele sente que precisa se
comportar de certo modo por ter uma
consciência de sua relação com os demais.
Origens da Moral

 O trabalho do homem também adquire um


caráter coletivo - é então que surgem uma
série de normas não escritas que irão
beneficiar a comunidade, e assim nasce a
moral, para conciliar o comportamento
individual com os interesses coletivos.
Origens da Moral

 Os indivíduos, então, passam a julgar o


comportamento alheio como “bom”/útil ou
“mau”/nefasto para manter a coletividade.
• O progresso da moral se dá em virtude das
novas condições econômico-sociais,
particularmente o aparecimento da
propriedade privada e a divisão da sociedade
em classes.
Mudanças Histórico-Sociais e Mudanças
da Moral
 O aumento generalizado da produtividade de
trabalho tornou possível estocar quantidades
excedentes de produtos, criando assim
condições para que surgisse a desigualdade
de bens.
 Tal situação possibilitou ainda a apropriação
privada dos bens ou produtos de trabalho
alheio, e daí o antagonismo entre pobres e
ricos.
Mudanças Histórico-Sociais e Mudanças
da Moral

 Tal situação possibilitou ainda a apropriação


privada dos bens ou produtos de trabalho
alheio, e daí o antagonismo entre pobres e
ricos.
Mudanças Histórico-Sociais e Mudanças
da Moral

 Com o desaparecimento do mundo Antigo,


assentado na escravidão, nasce a sociedade
feudal, cujo regime econômico-social se baseia
na divisão em duas classes sociais
fundamentais: a dos senhores feudais e a dos
camponeses servos.
Mudanças Histórico-Sociais e Mudanças
da Moral

 Na pirâmide social de então se incluía a Igreja,


que também possuía seus feudos; além disso,
devido ao seu papel preponderante, a moral da
Idade Média estava impregnada de conteúdo
religioso, mas havia também as morais próprias
dos nobres e dos cavaleiros.
Mudanças Histórico-Sociais e Mudanças
da Moral

 Aos poucos surgiu uma nova classe social: a


burguesia, com sua moral peculiar, que era a
dos trabalhadores assalariados – princípio da
lei de produção de mais-valia econômica – e
que também exigia mão-de-obra livre.

MORAL PRÓPRIA
Mudanças Histórico-Sociais e Mudanças
da Moral
 Evolução para o capitalismo baseado em
métodos científicos e racionalizados de
produção em série.
 Evolui ainda para um maior respeito aos
trabalhadores e à preocupação com seus
interesses e necessidades.

SERÁ?
Mudanças Histórico-Sociais e Mudanças
da Moral

 Uma nova moral, autenticamente humana,


implicará numa grande mudança de atitude,
menos individualista e com mais espírito
coletivista; entretanto, essa nova moral está
longe de ser atingida, pois são necessárias
várias mudanças de ordem econômica,
social e política.
O Progresso Moral
O progresso moral não pode ser concebido
independentemente do progresso histórico-
social, mas não se limita a este.
 Forças produtivas.
 Tipo de organização social.
 Grau correspondente de participação dos
homens na sua práxis social.
 Produção de bens culturais
O Progresso Moral

Duas conclusões das características do


progresso histórico-social:
(a) ele cria as condições necessárias para o
progresso moral.
(b) ele pode afetar negativa ou positivamente
os homens de dada sociedade sob o ponto
de vista moral.
O Progresso Moral
 O primeiro fator de medição do progresso
moral é a ampliação da “esfera moral” na
vida social.

 O segundo fator é a elevação do caráter


consciente e livre do comportamento dos
indivíduos ou dos grupos sociais.
O Progresso Moral

 O terceiro índice de progresso moral é o


grau de articulação e de coordenação dos
interesses coletivos e pessoais.

COMO ASSIM?
O Progresso Moral

 O progresso moral também se dá na


negação e na reafirmação de alguns
elementos morais anteriores.
Exemplo a solidariedade
Moral e Moralidade

 A distinção entre moral e moralidade


corresponde à indicada entre normativo e
fatual. Entretanto, o melhor é empregar um
único termo: moral – mas significando os
dois planos, ou seja, o normativo e o
prático.
A MORAL E OUTRAS FORMAS DE
COMPORTAMENTO HUMANO
Diversidade do comportamento Humano
 As relações do homem com o mundo
exterior, diferentemente do animal, são de
ordens muito diversas: trabalho, arte,
conhecimento e religião. Além disso, as
relações dos homens entre si também são
muitas: econômicas, políticas, jurídicas,
morais, etc.
A MORAL E OUTRAS FORMAS DE
COMPORTAMENTO HUMANO
Moral e Religião
Há duas teses sobre religião e moral:
1) A religião inclui certa moral.
2) Deus como garantia da moral. Entretanto, a
história da humanidade demonstra que a
moral não somente se origina da religião
como também é anterior a ela.
A MORAL E OUTRAS FORMAS DE
COMPORTAMENTO HUMANO
Moral e Política

 Enquanto a moral regulamenta as relações


mútuas entre os indivíduos e entre estes e
a comunidade, a política abrange as
relações entre grupos humanos (classes,
povos ou nações).
A MORAL E OUTRAS FORMAS DE
COMPORTAMENTO HUMANO
Moral e Política

As relações extremas entre política e moral


são:
1) Moralismo abstrato.
2) Realismo político
A MORAL E OUTRAS FORMAS DE
COMPORTAMENTO HUMANO
Moral e o Direito

De todas as formas de comportamento


humano, o jurídico, ou do direito, é o que
mais intimamente se associa com a moral,
pois os dois estão sujeitos a normas que
regulam as relações do homem.
A MORAL E OUTRAS FORMAS DE
COMPORTAMENTO HUMANO
Moral e o Direito
Há algumas diferenças entre as duas formas:
1) as normas morais são cumpridas pela
convicção íntima dos indivíduos, ao passo
que as normas jurídicas são cumpridas
por motivos formais ou externos;
2) a esfera da moral é mais ampla do que a
do direito;
3) a moral não depende necessariamente do
Estado, como o direito.
A MORAL E OUTRAS FORMAS DE
COMPORTAMENTO HUMANO
Moral e Trato Social

 Guardam relação com a moral os atos de


trato social, como por exemplo o
cavalheirismo, a pontualidade, a galanteria,
etc., que podem ou não variar de um grupo
social para outro, e de uma época para
outra.
A MORAL E OUTRAS FORMAS DE
COMPORTAMENTO HUMANO
Moral e Trato Social

 Guardam relação com a moral os atos de


trato social, como por exemplo o
cavalheirismo, a pontualidade, a galanteria,
etc., que podem ou não variar de um grupo
social para outro, e de uma época para
outra.
A MORAL E OUTRAS FORMAS DE
COMPORTAMENTO HUMANO
Moral e Ciência
As relações entre a moral e a ciência podem
ser colocadas em dois planos:
(a) o que diz respeito à natureza da moral.
(b) o que diz respeito ao uso social da ciência,
e aqui se fala do papel moral ou da atividade do
cientista.
A MORAL E OUTRAS FORMAS DE
COMPORTAMENTO HUMANO
MORAL NÃO É CIÊNCIA, E SIM
IDEOLOGIA QUE PODE SE RELACIONAR
COM AS DIVERSAS CIÊNCIAS.

A CIÊNCIA NÃO PODE SER SEPARADA


DA MORAL.
Que são os valores ?
 Valores podem ser atribuídos às coisas ou
objetos naturais ou produzidos pelo homem,
bem como podem ser relativos à conduta
humana, particularmente a conduta moral. O
objeto valioso não pode existir sem certa
relação com um sujeito, nem
independentemente das propriedades naturais,
sensíveis e físicas que sustentam seu valor.
OS VALORES

 O termo “valor” deriva da economia. Para


que um objeto tenha valor de uso deve
satisfazer uma necessidade humana,
independentemente de ser natural ou
produto do trabalho humano.

 Valor de uso.

 Valor de troca.
OS VALORES

Definição do valor
 O valor não é propriedade dos objetos em si,
mas propriedade adquirida graças à sua
relação com o homem como ser social. Mas,
por sua vez, os objetos podem ter valor
somente quando dotados realmente de
certas propriedades objetivas.
OS VALORES

Objetivismo e subjetivismo axiológicos

 O subjetivismo axiológico pode ser


considerado como psicologismo axiológico,
visto que reduz o valor de uma coisa a um
estado psíquico subjetivo.
OS VALORES

Objetivismo e subjetivismo axiológicos


 A tese do objetivismo axiológico rejeita o
subjetivismo axiológico e afirma que há
objetos valiosos em si, independentemente
do sujeito. Segundo essa teoria, existe
uma separação radical entre valor e bem
(coisa valiosa) e entre valor e existência
humana.
OS VALORES
A objetividade dos valores
Os valores não existem em si e por si
independentemente dos objetos reais, nem
tampouco independentemente da relação com o
sujeito. Existem com uma objetividade social. OS
VALORES EXISTEM UNICAMENTE EM UM
MUNDO SOCIAL, OU SEJA, PELO HOMEM E
PARA O HOMEM.
OS VALORES
Os Valores Morais e Não Morais
 Os objetos úteis não encarnam valores
morais.
 Os valores existem unicamente em atos ou
produtos humanos. Tão-somente o que tem
um significado humano pode ser avaliado
moralmente – mas apenas os atos realizados
livremente, ou seja, de modo consciente e
voluntário.
OS VALORES
Os Valores Morais e Não Morais

 Um mesmo produto humano pode assumir


vários valores, embora um deles seja o
determinante.
 Um mesmo ato ou produto humano pode
ser avaliado a partir de diversos ângulos,
podendo realizar diferentes valores.
A OBRIGATORIEDADE MORAL
A Consciência Moral
 A consciência moral acarreta uma compreensão
dos nossos atos, mas sob o ângulo específico
da moral. Além disso, o conceito de consciência
está estreitamente relacionado com o de
obrigatoriedade, posto que implica em avaliar e
julgar nosso comportamento de acordo com
certas normas conhecidas e reconhecidas como
obrigatórias.
A OBRIGATORIEDADE MORAL
A Consciência Moral

 A consciência moral dos indivíduos, por ser


um produto histórico-social, está sujeita a um
processo de desenvolvimento e de mudança.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS
Ética e História
 As doutrinas éticas fundamentais nascem e se
desenvolvem em diferentes épocas e
sociedades com respostas aos problemas
básicos apresentados pelas relações entre os
homens, e particularmente pelo seu
comportamento moral efetivo. Por isso, as
doutrinas éticas devem ser consideradas
dentro de um processo
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Ética Grega
 Os primeiros estudos sistematizados da
ética e da moral no Ocidente datam da
antiga civilização grega. Uma
particularidade comum às diversas
correntes que ali tiveram o seu nascimento
é certamente o viés político dado aos
conceitos de ética e moral.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS
Os sofistas, corrente filosófica anterior a grande
reviravolta realizada pelo pensamento socrático,
deram o primeiro passo dos gregos naquela
direção do pensamento ocidental que teve seu
nascimento oficial com Sócrates, qual seja, a de
um abandono de uma abordagem naturalista do
conhecimento e a busca de um conhecimento
que tem no homem a sua origem.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Sócrates retomará a abordagem antropológica


(centrada no homem) dos sofistas e
desenvolvera sua própria corrente. No campo
da ética e da moral, as ideias básicas de seu
pensamento são as de que a felicidade constitui
o fim último do homem, esta somente é
alcançada através da prática do bem e,
finalmente, somente o homem que ignora o
bem pratica o mal.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Platão, discípulo de Aristóteles, introduz um viés


político claro em suas concepções de ética e
moral. Seu pensamento caracteriza-se por uma
concepção dualística do mundo, que estaria
dividido no mundo perfeito das ideias e no
mundo imperfeito das sensações, e tripartida da
alma, que seria composta pela razão, vontade e
apetite.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Aristóteles, discípulo de Platão, desenvolveu a


teoria do ato e da potência. Todo ser é ato de si
mas potência de algo vindouro.

Platão e Aristóteles postulavam que a vida moral


só poderia ganhar efetividade no espaço e no
cotidiano das cidades-estados, daí, portanto, o
forte viés político de suas teorias éticas.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Ética Cristã Medieval


Após uma longa luta, o cristianismo transforma-
se na religião oficial de Roma (séc. IV), impondo
seu domínio durante dez séculos.

Neste contexto, a religião cristã garante a


unidade social desta sociedade, uma vez que a
Igreja comanda a vida intelectual e espiritual.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

A Ética Religiosa

A filosofia cristã parte de um conjunto de verdades a


respeito de Deus, que é concebido como um ser bom,
onisciente e todo-poderoso, criador do mundo e do
homem.

A essência da felicidade é a contemplação de Deus; o


amor humano é subordinado ao divino, e a ordem
sobrenatural tem a primazia sobre a ordem natural
humana.

Segundo a ética cristã, TODOS OS HOMENS SÃO


IGUAIS PERANTE DEUS.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

A Ética Cristã Filosófica

O cristianismo não é filosofia, mas religião. Apesar disto,


faz-se filosófica na Idade Média para justificar, através da
razão, o domínio das verdades reveladas.

Naquele tempo, dizia-se que a filosofia é serva da


teologia. Assim, subordinava-se, também, a ética à
teologia.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS
A Ética Moderna

É a ética dominante desde o século XVI até princípios do


século XIX, com tendência antropocêntrica, e que atinge seu
ponto culminante na ética de Kant.

Ética Antropocêntrica no Mundo Moderno

Nessa nova sociedade o homem adquire um valor pessoal,


não só como ser espiritual, mas também como ser corpóreo,
sensível; e não só como ser dotado de razão, mas também
de vontade.
O homem aparece no centro da política, da ciência, da arte e
da moral. Há a transferência do centro de Deus para o
homem, que se apresenta como o absoluto.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

A Ética de Kant
É a mais perfeita expressão da ética moderna. O
ponto de partida da Ética de Kant é o factum (o
fato) da moralidade.

Para Kant, o único bom em si mesmo é a boa


vontade.

Kant é o ponto de partida de uma filosofia e de


uma ética na qual o homem se define antes de
tudo como ser ativo, produtor ou criador.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

A Ética Contemporânea

Incluem-se aqui não apenas as éticas atuais,


mas as que continuam tendo influência desde
seu surgimento no século XIX – como as de
Kierkegaard, Stirner ou Marx.

Os rumos principais nos quais se orientam as


doutrinas fundamentais contemporâneas no
campo da ética são os seguintes:
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

De Kierkegaard ao Existencialismo: Kierkegaard é


considerado o pai do existencialismo, sendo tido
como “anti-Hegel”. Ao contrário de Hegel, para
Kierkegaard o que vale é o homem concreto, a sua
subjetividade – e não seu caráter abstrato e
universal, contrapondo a Hegel seu irracionalismo
absoluto e o seu individualismo radical.

Kierkegaard distingue três estágios na existência


individual, na seguinte ordem hierárquica: religioso,
ético e estético.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Max Stirner segue no mesmo sentido, e até dá


um passo além: a moral é praticamente
impossível na individualidade.

O existencialismo de Jean-Paul Sartre renova


nos dias contemporâneos a orientação
individualista e irracionalista de Kierkegaard,
mas com algumas diferenças, por exemplo: para
Sartre, Deus não existe; portanto, resta somente
o homem como fundamento sem fundamento
dos valores.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Pragmatismo. Como filosofia e doutrina ética, o


Pragmatismo surge e se difunde nos EUA, com
S. Pierce, W. James e J. Dewey.

Psicanálise e Ética. Fundada por Freud, as teses


da psicanálise foram submetidas a um processo
de revisão pelos seus outros ramos, seguidos
por Adler, Jung, Sullivan e Fromm.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS
A psicanálise clássica, de Freud, tem uma concepção
naturalista do homem, e Fromm vem completá-la
integrando-lhe os fatores sociais.

A base da psicanálise é o inconsciente do homem, onde


se armazenam recordações, desejos ou impulsos
reprimidos, que lutam coma a consciência para escapar
de sua repressão.

A contribuição de Freud à ética se dá no seguinte


sentido: se o ato moral é o praticado de forma
consciente e livre, os atos praticados por uma
motivação inconsciente estão excluídos do campo
moral.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Marxismo

O marxismo critica as morais do passado e


evidencia as bases teóricas e práticas de uma
nova moral. Marx tenta mostrar que o homem é
práxis; é um ser produtor, transformador,
criador.

Marx acredita no caráter histórico-social da


moral.
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS

Neopositivismo e Filosofia Analítica

Aqui estão as correntes éticas contemporâneas


que acabam por concentrar sua atenção na
análise da linguagem moral, começando com
G.E. Moore.

Moore afirma que o bom é indefinível, e existe


como propriedade não natural, e conclui que ele
só pode ser captado por meio da intuição.
Figura on-line, 2015
ÉTICA E
PROFISSÃO

Referência: Sá, p. 143


VALOR DA PROFISSÃO, UTILIDADE E
EXPRESSÃO ÉTICA

 A profissão, como a prática habitual de


um trabalho, oferece uma relação entre
necessidade e utilidade, no âmbito
humano, que exige uma conduta
específica para o sucesso de todas as
partes envolvidas – quer sejam os
indivíduos diretamente ligados ao
trabalho, quer sejam os grupos,
maiores ou menos, onde tal relação se
insere.
 O conceito profissional é a evidência,
perante terceiros, das capacidades e
virtudes de um ser no exercício de um
trabalho habitual de qualidade
superior.
 O valor profissional deve
acompanhar-se de um valor ético
para que exista uma integral imagem
de qualidade.
 O sentido de utilidade pode existir e a
ética não se cumprir.
ESPECIALIZAÇÃO, CULTURA E
UTILIDADE PROFISSIONAL

 No campo educacional, tem-se alegado


que o excesso de especialização
termina por marginalizar, socialmente o
profissional.
ESPECIALIZAÇÃO, CULTURA E
UTILIDADE PROFISSIONAL
 Pode parecer supérfluo, por exemplo, a
um administrador profissional, os
conhecimentos de psicologia,
psicanálise, cibernética e heurística,
mas, na verdade, se tiver bases nesses
ramos, conseguirá, com muito melhor
qualidade, entender as questões
relativas à qualidade da decisão, da
seleção de pessoal, da motivação para
a produção etc.
 O que é natural, como ético, é que a
profissão esteja a serviço do social,
quer das células, quer do conjunto
indiscriminadamente.
 Escreveu Toffler, a respeito da
questão, analisando a situação do fim
do século XX, que “a lista dos
problemas que a nossa própria
sociedade enfrenta é interminável.
Sentimos o cheiro do apodrecimento
moral de uma civilização industrial
moribunda, enquanto vemos as
instituições, uma atrás da outra,
sucumbir num turbilhão de ineficácia
e corrupção. Consequentemente, o
ar enche-se de amarguras, queixas e
clamores por uma mudança radical.”
 A realidade mostra-nos que os
vultuosos recursos que foram
conquistados no campo do
conhecimento não se fizeram
acompanhar de evoluções no campo
da política, do social, e tudo isso é
consequência da debilidade da
educação moral, do mau emprego da
mídia eletrônica e do desrespeito às
instituições.
 Estamos cada vez mais, nos
constituindo, como diz Toffler, em
uma “sociedade desmassificada”, o
que também cada vez mais dificulta a
mobilização de maiorias para uma
posição de reforma imediata.
 A ausência de responsabilidade para
com o coletivo gera, como
consequência natural, a
irresponsabilidade para a qualidade
do trabalho.
 Outra questão delicada, em face do
social, diz respeito à filosofia que um
Estado segue, impelido pela decisão
totalitária de grupos do poder,
deixando-se guiar por “verdades
relativas”, ou “critérios de
conveniência política”.
 A contribuição profissional, todavida,
é muitas vezes, compulsoriamente
exigida e, quando está de acordo
com a lei (e esta o poder manipula
como deseja), ganha aparência de
ética, mas, na essência, duvido que
possa ser aceita como tal.
 Entre a vontade ética, aquela da
concepção de Kant, de Espinoosa, e
aquela que se toma para satisfazer
tais “bandeiras”, parece-me esxistir
um conflito ideológico de
profundidade.
 Até que ponto a vontade do ser, para
ser ética, deva seguir os princípios de
uma ciência ou de uma vontade
exigível que se ajusta ou amolda a
critérios de conveniência de
“bandeiras” políticas, mascarada
como social, em um momento histório,
entendo como valioso distinguir-se,
pois custo a aceitar a referida mescla.
 … Se a política fere os princípios
éticos, estabelecidos pela ciência, o
que nesse sentido se produzir como
conduta, pode ser do interesse do
Estado, mas não o será daquele
social, em sentido absoluto. Ou seja:
pode ser bom para o Estado, mas
não o ser para os indivíduos.
 As profissões que derivam da
aplicação de conhecimentos
classificados como sociais, do
homem, diante das realidades
contemporâneas, encontram sérias
dificuldades.
 O objetivo do do Estado é o bem
público, mas nem sempre os
dirigentes, incumbidos de cumprir tais
propósitos, se comportaram dentro
de uma filosofia sadia e motivaddora
da ética.
 Não se trata de desejos vãos, como
equivocadamente admitiu Russel,
mas de esforços da razão no sentido
da produção de axiomas para uma
convivência humana fundada em
critérios de condutas e
procedimentos competentes para a
consagração do respeito humano e
da vitória do amor sobre todos os
vícios, como Espinosa sonhou em
sua modéstia de vida, mas em sua
grandeza de alma.
Figura on-line, 2015
DEVERES PROFISSIONAIS

 Todas as capacidades necessárias ou


exigíveis para o desempenho eficaz da
profissão são deveres éticos.
 Existem aspectos de uma objetividade,
volvida ao trabalho, que apresenta
particularidades próprias e também
peculiares a cada especialização, ou
seja, há um complexo de valores
pertinentes a cada profissão.
Figura on-line, 2015
DEVERES PROFISSIONAIS

 É lícito, pois, falar de uma ética


profissional, como algo amplo, e de
uma Ética profissional Aplicada a
determinada profissão, como algo
restrito (Ética Profissional Aplicada à
Contabilidade; Ética Profissinal
Aplicada ao Direito; Ética profissional
Aplicada à Medicina, etc.).
“Ética aplicada:
Relacionada com a
conduta diária de
uma pessoa.”

“Ética Profissional:
Relacionada com a
de pessoa engajada
na prática de uma
profissão particular.”

Referência: on-line (adaptado), 2015


CONCEITO ORIGINÁRIO DE DEVER
PROFISSIONAL E ESCOLHA DA
PROFISSÃO
 A gênese, a proveniência do dever é,
portanto, a eleição da tarefa. Daí
decorrem os compromissos do pleno
conhecimento da mesma; tudo se
complementa com o dever da qualidade
da execução e com uma conduta
valorosa, calcada em uma escolha de
práticas úteis e causadoras de
benefícios.
 A escolha da profissão implica o
dever do conhecimento e o dever do
conhecimento implica o dever da
execução adequada.
 Aquele que elege um trabalho como
meio de vida precisa fazer dela algo
prazenteiro, ou seja, deve estar
estimulado, por si mesmo, a exercer
tarefas, não só por convicção de
escolha, mas por identificar-se com o
selecionado.
 Saga didática, sobre a capacidade de
escolha, atribui-se à vida de Mozart e
à de um aluno lhe perguntava sempre
o que deveria compor, ao que o
mestre sempre respondia: “È preciso
esperar.” Um dia, o aluno, impaciente
retrucou afirmando que ele, Mozart,
já compunha aos cinco anos de idade,
ao que aquele gênio da música
respondeu: “Mas eu nunca perguntei
a ninguém sobre o que deveria
compor.”
 A harmonia na vida muito depende de
nossa harmonia com o trabalho que
executamos.
 A profissão não deve ser um meio,
apenas, de ganhar a vida, mas de
ganhar pela vida que ela proporciona,
representando um propósito de fé.
Seus deveres, nesta acepção, não
são imposições, mas vontades
espontâneas. Isto exige, portanto,
que a seleção da profissão passe
pela vocação, pelo amor ao que se
faz, como condição essencial de uma
opção.
DEVER DE CONHECER A
PROFISSÃO E A TAREFA

 O exercício de uma profissão demanda


a aquisição de pleno conhecimento, o
domínio sobre a tarefa e sobre a forma
de executá-la, além de atualização
constante e aperfeiçoamento cultural.
 Buscar a perfeição na execução de uma
tarefa é um dever do profissional que
depende do conhecimento e da
aplicação plena do mesmo.
 Desconhecer, todavia, como realizar
a tarefa ou apenas saber fazê-la
parcialmente, em face da totalidade
do exigível para a eficácia, é conduta
que fere os preceitos da doutrina da
moral (Ética).
 O dever de conhecer envolve, pois, o
de estar apto perante a ciência, a
tecnologia, a arte (qual seja o caso) e
o de ter domínio total sobre tudo o
que envolve o desempenho eficaz da
tarefa.
 “O dever para com a eficácia da
tarefa envolve a posse do saber, a
percepção integral do objeto de
trabalho e a aplicação plena do
conhecimento de ambos na
execução, de modo a cumprir-se tudo
o que se faz exigível, com a perfeição
desejável, segundo entendo.” (Sá, 2004)
 É preciso a ocorrência do uso do
saber e também da plena cognição
da matéria que se torna objeto da
aplicação da técnica ou da ciência,
de modo simultâneo, quando o que
se pretende é exercitar uma profissão.
 Se a necessidade do cliente não é
surpida pelo conhecimento e este
não se aplica totalmente na execução
da tarefa profissional, não há como
se falar em eficácia, a menos que
motivos de força maior se
sobreponham.
DEVER DA EXECUÇÃO DAS
TAREFAS E DAS VIRTUDES
EXIGÍVEIS

 Não bastam as competências científica,


tecnológica e artística; é necessária
também aquela relativa às virtudes d
ser, aplicada ao relacionamento com
pessoas, com a classe, com o Estado,
com a sociedade, com a pátria.
 O cliente é o primeiro e direto
interessado e merece reciprocidade
de confiança, pois, ao procurar o
profissional, já nele depositou fé.
“De um profissional se exige, geralmente, seja
qual for sua função, a prática das capacidades
básicas como virtudes, como valores
necessários e compatíveis à pratica de cada
utilidade requerida pelo utente dos serviços
profissionais.” (Sá, 2004, p. 160-161)

BATE BOLA!

ESCOLHER ___ ALUNOS. CADA UM


ESCOLHE UMA CAPACIDADE E FALA
UM POUCO SOBRE ELA.

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